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planej amento urbano

A cidade é um grande modif icador do clima, a at ividade humana, o grande número de veículos, indúst rias, prédios, o asf alt o das ruas e a diminuição das áreas verdes criam mudanças muit o prof undas na at mosf era local, modif icando assim a t emperat ura do ar, absorção de radiação solar, direção e velocidade dos vent os e o regime de chuvas da região.

Essas mudanças não t razem só impact os para o meio ambient e f ísico, mas como t ambém para o ser humano. O conf ort o t érmico sent ido pelo corpo humano é diret ament e af et ado pelas variáveis ambient ais e psicof isiológicas. O corpo humano é uma máquina t érmica que const ant ement e libera energia e sent e qualquer mudança nos f at ores ambient ais que int erf erem na t axa de perda de calor do corpo, t ais como a radiação solar, t emperat ura do ar, umidade relat iva do ar e velocidade do vent o.

A degradação ambient al nas cidades é ocasionada principalment e pela aceleração da urbanização, a qual t oma uma conf iguração e dimensões inimagináveis e, é ref lexo das prof undas alt erações nos diversos campos (t ecnológico, econômico, social e polít ico) que a est rut uração do capit alismo result a.

Observa-se que as cidades brasileiras são nit idament e result ados das t endências urbaníst icas seguidas mundialment e desde o moviment o modernist a, na maioria das vezes, const ruídas sem nenhuma preocupação em se adequar ao meio nat ural, dessa f orma, provocando sérios impact os ambient ais e baixa qualidade de vida nas cidades. Segundo Cost a (2003b):

No f inal da década de 70, é f acilment e percebida a emergent e implant ação de lot eament os urbanos com inf ra-est rut ura urbana que não consideravam as caract eríst icas ambient ais locais, seguindo padrões int ernacionais. Essa padronização t rouxe impact os ambient ais prof undos para as cidades brasileiras, pois a prát ica de ocupação sem padrões mínimos em respeit o às caract eríst icas locais não se det iveram soment e a grandes cent ros urbanos, passando a ser visível t ambém em out ros cent ros urbanos do Brasil.

O mesmo modelo urbanist a f ordist a, que pode ser ident if icado na maioria das cidades brasileiras, inclusive São Luis, causa o cresciment o de uma cidade complet ament e nova, sem nenhuma ref erência urbaníst ica ou arquit et ônica com sua cult ura, com novos padrões de ocupação como a vert icalização e ainda ut ilização de novos mat eriais const rut ivos em dissonância com o meio nat ural.

A cidade de São Luis começa a sair da est agnação econômica nos anos 70 do século passado. Sua economia volt a a crescer em meados da década de 80, em decorrência da inst alação das indúst rias de minério e alumínio na década ant erior. Isso ocasiona um alt o cresciment o populacional, a nova t ipologia urbana ocorre mais especif icament e no bairro do Renascença II.

Esse f oi o principal f at or para a escolha do bairro como áreas de est udo. A f orma da sua ocupação urbana, alt a concent ração de prédios vert icais. Problemas quant o a enchent es e o percept ível aument o da t emperat ura do ar. A área possui várias conf igurações urbanas, além da concent ração de prédios, exist e área predominant ement e t érrea; ora áreas vent iladas ora pouco vent iladas.

É a part ir desse modelo que são encont rados os f at ores que se relacionam diret ament e com a redução do conf ort o t érmico e as modif icações no microclima das cidades. Além da f alt a do aproveit ament o dos recursos nat urais e o desrespeit o com as caract eríst icas morf ológicas da área.

O clima urbano sendo o result ado da int eração dos element os climát icos com os novos padrões de ocupação da cidade, e f az-se imprescindível conhecer mais prof undament e como esses element os af et am o microclima a f im de que se possam amenizar seus ef eit os negat ivos e increment ar os posit ivos. Tarif a e Armani (2001) indicam t rês níveis de análise dos f enômenos climát icos urbanos:

1. o que engloba t oda a mancha urbana cont ínua da met rópole;

2. o das unidades t opoclimát icas, onde as dif erenças est ão associadas aos padrões de uso do solo, bem como às dif erenças const at adas na concent ração de poluent es at mosf éricos;

3. o nível do habit ar, do viver e do t rabalhar, onde int eressam os ambient es microclimát icos, t ant o int ernos às edif icações, como ext ernos a elas, nas ruas, praças, et c.

Duart e (2000) ent ende que “ a arquit et ura e o urbanismo at uam nos níveis 2 e 3, para o planej ament o, o desenho urbano e o proj et o de edif ícios” . Dessa f orma, esses element os, onde suas caract eríst icas são est udadas por est udos de vários aut ores (OLIVEIRA, 1988, KATZSCHNER, 1997 e BUSTOS ROMERO, 2001), cuj as met odologias serão ut ilizadas no obj et o de est udo e discussão no present e t rabalho.

Concomit ant ement e à crescent e preocupação com os impact os ambient ais da urbanização, no f inal dos anos 70 surgem convenções para t rat ar sobre o f ut uro do planet a. Na primeira década das convenções ocorreram basicament e negociações e det erminação das regras de implement ação do equilíbrio no meio ambient e. O desaf io agora, no ent ant o, é aplicar essas regras e mover a mudança climát ica ao cent ro da elaboração de normas e ação nacional pela sociedade civil mundial e econômica.

Os processos prescrit os na Convenção ECO’ 92 t êm se desenvolvido rapidament e desde que f oi adot ado em 1992 (DEPLEDGE & LAMB, 2004). Como exemplo das discussões, muit os dos problemas list ados e das soluções para o equilíbrio do meio ambient e na Agenda 21 t êm raízes em at ividades locais, assim,

as aut oridades locais e seus planos de governo são um f at or-chave para f azer o desenvolviment o sust ent ável acont ecer.

Os processos em andament o most ram que a Agenda 21, além de ser um inst rument o de promoção do desenvolviment o sust ent ável, é t ambém um poderoso inst rument o de gest ão democrát ica das cidades e validação social das propost as do Est at ut o da Cidade e seus respect ivos Planos Diret ores.

O Est at ut o da Cidade é uma lei que abre possibilidades para o desenvolviment o de uma polít ica urbana com a aplicação de inst rument os de ref orma urbana volt ados a promover a inclusão social e t errit orial nas cidades brasileiras, considerando os aspect os ambient ais, sociais e polít icos da cidade.

Com o cresciment o desordenado das cidades, t orna-se import ant e o conheciment o dos element os ambient ais, a f im de que se possam t raçar est rat égias bioclimát icas e ef et uar est udos que sej am capazes de ident if icarem as soluções mais adequadas a cada t ipo de clima e que a aplicação desses est udos se revert a no aperf eiçoament o e adapt ação dos inst rument os de legislação de planej ament o urbano.

A busca pelo aument o da qualidade do ar nas cidades, do conf ort o t érmico dos ambient es ext ernos inclui a regulament ação de planej ament o a const rução, essa met odologia t em sido divulgada no Brasil pelo prof essor Lut z Kat zschner, da Universidade de Kassel na Alemanha (KATZSCHNER, 1997).

Para Kat zschner (1997) os aspect os mais preocupant es e complexos são a poluição do ar e o conf ort o t érmico, ambos devem ser considerados no planej ament o. Os mét odos de invest igação buscam derivar classif icações espaciais de zonas climat icament e caract erizadas, as quais conduzem a propost as de planej ament o específ icas.

Com a análise geográf ica de mapas de at ribut os da f orma urbana, part e- se para o diagnóst ico que é combinado com uma descrição quant it at iva do mesmo, at ravés de medições i n l oco de clima urbano das variáveis ambient ais, e análise

est at íst ica, que gera um mapeament o de padrões climát icos que inclui t odos os f at ores em um único sist ema de classif icação climát ica.

O mét odo é uma f errament a para o cont role da poluição do ar e do conf ort o t érmico, e é capaz de ident if icar áreas que devem ser prot egidas ou melhoradas; áreas import ant es para o microclima urbano; e áreas que apresent am más condições climát icas (ARAÚJO, 2004).

As áreas que devem ser prot egidas ou melhoradas por razões climat ológicas em cidades de clima quent e úmido são aquelas import ant es para vent ilação, áreas de capt ação de massas de ar f resco e sist emas de circulação local com vent os urbano-rural, áreas onde o vent o regional penet ra na cidade. Áreas que t êm condições climát icas negat ivas, com recomendações para melhorament os em cidade de clima quent e úmido est abelecem regiões com baixa vent ilação e alt a poluição do ar dent ro de espaços densament e const ruídos, ou com vent ilação reduzida devido a dif erent es ef eit os de barreira, além de t emperat uras do ar ext remas.

Os est udos desenvolvidos acerca do mét odo propost o por Oliveira (1993) servem como base para o desenho urbano e leva em consideração o cont role desse ambient e climát ico, redef inindo os at ribut os bioclimat izant es da f orma urbana.

Para Bust os Romero (2001, p.28) a urbanização excessiva signif ica, em muit as ocasiões, colocar em segundo plano as caract eríst icas do local, incluindo nesse descaso o relevo e out ras caract eríst icas morf ológicas do sít io. O impact o negat ivo ao qual a população é submet ida quando o const ruído t ransf orma-se em indut or de alt erações climát icas pode ser evit ado com um desenho adequado. Aqui, a arquit et ura bioclimát ica, uma et apa at ual do moviment o climát ico-energét ico, é uma f orma de desenho lógico que reconhece a persist ência do exist ent e, é cult uralment e adequada ao lugar e aos mat eriais locais e ut iliza a própria concepção arquit et ônica como mediadora ent re o homem e o meio.

No próximo capít ulo a área de est udo, o bairro do Renascença II, f oi caract erizado e cont ext ualizado no present e t rabalho de f orma det alhada, sua f ormação, morf ologia urbana e localização na cidade de São Luis-MA, da qual f oi f eit o um pequeno hist órico e onde f oram apresent adas as caract eríst icas climát icas da cidade.

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O BAIRRO RENASCENÇA II

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