4 A BACIA DO RIO PARAÍBA DO SUL
4.2 A CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA DOS SETORES USUÁRIOS DE ÁGUA
estatísticas do IBGE, as Tabelas de Recurso e Usos (TRU), as Tabelas de Contas Regionais e Pesquisa Industrial Anual (PIA) para a construção das Matrizes de Relações Intersetoriais (MRIs), cuja metodologia será descrita no capítulo quatro. A outra base é definida pelo GESTIN. A informação necessária neste momento é o conceito de integração entre os bancos de dados socioeconômicos, criado pelo GERI.
4.2.1 Agregação setorial das Matrizes de Relações Intersetoriais (MRI) para 2003
Para a construção da Matriz referente à síntese da Bacia hidrográfica para o trecho do estado de São Paulo, devem-se definir os setores que pertencem à estrutura de informações disponíveis. O conjunto de dados do IBGE utilizados para a construção da MRI síntese são: as TRUs, contas regionais e a PIA indústria. As TRUs (2003) produzidas pelo IBGE são tabelas retangulares que apresentam uma agregação setorial com 42 setores mais uma dummy
financeira. Para a compilação da MRI se faz necessário desagregar o setor indústria nas contas regionais, este procedimento considera as proporções contidas na PIA contas regionais IBGE.
Porém as atividades contidas na PIA e as atividades industriais da TRU não são diretamente interativas, ou seja, as atividades indústrias da PIA e TRU não possuem uma mesma codificação, assim se utiliza a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), formulada pelo IBGE, para ponderar o processo de interação entre as tabelas, para tal o GERI compilou um tradutor que possibilita este processo de arbitragem das empresas aos seus respectivos “setores Bacia”.
Esse processo de conciliação setorial produz n formatos de setorialização, por exemplo, as
utilizadas pelo GERI em sua pesquisa de 24 e 39 setores, ou como a proposta deste trabalho de 22 setores. A figura abaixo apresenta o resultado do processo de tradução de 42 setores para 22 setores Bacia. Para o trecho paulista da Bacia os setores de abastecimento e esgotamento sanitário são agregados nos setores 331 Serviço e Indústria de Utilidade pública (SIUP) e 420 Administração pública.
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Figura 11. Compilação do setor Bacia. Fonte: Damásio, 2007.
4.2.2 Caracterização econômica sobre o aspecto das outorgas
As outorgas são os certificados de direito de uso das águas, que podem ser outorgados pela federação ou pelos estados, a Bacia do Paraíba do Sul pode-se outorgar direito de uso pelos estados que pertencem à bacia (MG, SP e RJ) e a união.
A classificação de atividades econômicas da Bacia hidrográfica definida pelas outorgas do rio Paraíba do Sul pode ser definida por seus usos sob o aspecto do consumo com os segmentos consumptivos e os segmentos não-consumptivos. São considerados segmentos consumptivos: o Abastecimento Urbano, a Agricultura Irrigada, incluindo a Aqüicultura e o Abastecimento Industrial. Já os usos não-consumptivos são a Indústria de Geração de Energia Elétrica, a Diluição de Esgoto Sanitário e a Diluição de Efluente Industrial conforme Damásio (2004). A caracterização econômica sob o aspecto das outorgas segundo Damásio (2004) diverge
daquela configuração dos “setores Bacia”, pois os dados do GESTIN restringiam-se à finalidade econômica atribuída ao tipo de empresa outorgada.
O GESTIN é um software de recepção e consulta das outorgas do sistema de usuários do
Paraíba do Sul. A formatação deste banco de dados tem como chaves de pesquisas principais a dominialidade e a finalidade. A dominialidade lida com a instância política da outorga, ou seja, as outorgas emitidas pela união e ou pelos estados. A finalidade segundo a proposta do GESTIN refere-se à tipologia do usuário da Bacia do Paraíba do Sul. Cita se:
Abastecimento Público e/ou Esgotamento Sanitário Dessedentação e Criação Animal
Indústria/Mineração Irrigação
Outros Usos.
A tabela 3 apresenta o resumo das declarações recebidas pelo GESTIN, classificação por finalidade do empreendimento e dominialidade dos pontos de captação e/ou lançamento19.
Tabela 3. Distribuição das Outorgas.
Dominialidade
MG SP RJ Federal TOTAL Abastecimento Público e/ou Esgotamento
Sanitário 111 65 68 158 328
Dessedentação e Criação Animal 52 512 17 111 2870
Indústria/Mineração 42 150 149 279 481 Irrigação 10 53 4 48 713 Finalidade Outros Usos 22 70 12 40 429 TOTAL 237 850 245 631 Fonte: GESTIN 2006. 19
Observação: A soma dos valores correspondentes dominialidades não é correta para cada uma das finalidades, ou seja, não coincidi com o valor do número total de declarações indicado para cada finalidade. As classificadas do ponto de vista de dominialidade têm o total correto, sendo que, a soma pela dominialidade é de 1963 outorgas, enquanto o somatório do total dado pela finalidade é 4821.
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O gráfico 1 apresenta a distribuição das outorgas por sua finalidade de uso:
Gráfico 1. Distribuição das outorgas. Fonte: GESTIN 2003.
A amostra para a aplicação destes modelos restringe a base de dados compilados pelo GERI – UFBA chamado GESTIN/GERI20. Os pesquisadores do GERI coletaram todas as outorgas a partir do sistema de consulta do GESTIN. Essa base de dados foi reformatada para se obter informações para construção dos vetores de acréscimos de custos anuais, dado o conceito de setor Bacia. Portanto, as respostas dos ensaios refletem as possíveis inconsistências relacionadas à base de dados de consulta do GESTIN. Notou-se que os errors são
relacionados à não qualificação do perfil do usuário a um só cadastramento. Assim várias duplicidades de outorgas para um mesmo CNPJ, e outorgas com CNPJ ou CPF duplicadas em mais de uma dominialidade foram encontrados, bem como vários perfis chamados teste, relacionado a CNPJ ou CPF e, ainda, perfis não preenchidos. Foi utilizado o procedimento de arbitragem da data de outorga mais próxima ao presente para dado CNPJ e ou CPF devidamente preenchido. Na base original do GESTIN foram identificados aproximadamente 71% de inconsistência nas 5670 outorgas coletadas. O cadastro GESTIN/GERI tem 1647 outorgas.
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Os dados de outorgas foram capturados pela internet na base de dados do GESTIN uma a uma no link (http://pbs2.ana.gov.br/cgi-bin/painel.exe/validar) link de serviços do site da ANA.
A partir desse banco de dados GESTIN/GERI obtiveram-se os CNPJs das empresas outorgadas e em seguida seus Códigos CNAE correspondentes21, tornando possível a compatibilização das MRIs regionalizadas e os vetores acréscimos de custos anuais. A estrutura de agregação proposta sobre a base de dados GESTIN/GERI aplica-se aos modelos de preços PCTs para a construção dos vetores de acréscimos de custos anuais da amostra.
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