• Nenhum resultado encontrado

Depois de analisados vários parâmetros relacionados com a decisão da partida, ou seja, com a decisão de emigrar, passa-se agora para um novo capítulo deste trabalho de mestrado – capítulo este dedicado à chegada ao país de destino. Escolhas, razões e porquês são o centro da análise que se segue.

a. O ano da chegada

No capítulo anterior deste trabalho, a primeira questão analisada referia-se ao registo do ano em que os inquiridos tomaram a decisão de partir de Portugal para outro país do mundo. Mas a questão era apenas referente à tomada de decisão e não necessariamente ao ano em que saíram efetivamente do país. (Em que ano decidiu abandonar o país?) Por isso, a análise deste ponto vai centrar-se na data concreta de chegada ao país de destino. Objetivo: compreender se a tomada de decisão é direta e repentina, ou se há tempo de amadurecimento da ideia entre a tomada de decisão e a saída efetiva.

Este tipo de análise é possível tendo em conta o esquema de cores utilizado que torna possível a identificação dos diferentes elementos e permite por isso fazer uma análise mais específica.

Assim, em 1999 há registo de um inquirido a tomar a decisão de partida, e há o registo igual para o ano de chegada em 1999. Ou seja, foi o mesmo indivíduo que tomou a decisão e saiu no mesmo ano.

Em 2001, tínhamos duas pessoas a tomar a decisão de emigrar, mas como constatámos neste ponto de análise, apenas uma abandonou o país no ano em que tomou a decisão de o fazer. O outro inquirido fê-lo em ano posterior, sendo que analisando as cores é possível perceber que o este indivíduo não respondeu à questão acerca do ano de chegada, ou seja também não nos permite tirar conclusão alguma sobre este ponto.

A referência que se segue é ao ano de 2003. Neste ano, uma pessoa (segundo o ponto a. Do capítulo anterior) tomou a decisão de emigrar. No mesmo ano, segundo o ponto a. deste capítulo, também apenas uma pessoa chegou ao país de destino em 2003, e segundo o código de cores pode descortinar-se que foi o mesmo indivíduo.

No ano de 2004 houve duas pessoas a assumir a decisão de sair de Portugal e nesse mesmo ano há o registo de dois inquiridos que chegaram ao país de destino. Pela análise de cores são os mesmo indivíduos que no ano em que tomaram a decisão saíram do país.

2005 é o ano que se segue na tabela de análise. Neste ano, duas pessoas (segundo o ponto a. do primeiro capítulo) disseram ter tomado a decisão de sair. No entanto, segundo o ponto a. deste segundo capítulo apenas um dos indivíduos saiu neste ano. O outro saiu no ano a seguir, portanto em 2006. (tempo de maturação)

Nesse mesmo ano de 2006, três dos inquiridos disse ter tomado a decisão de saída. E nesse mesmo ano foram quatro os inquiridos que efetivaram a decisão. Destes quatro, e segundo o código de cores utilizado, três são os mesmo que tomaram a decisão em 2006, mais o inquirido do ano anterior (2005) que saiu apenas no ano a seguir.

Em 2007, verifica-se a saída de dois indivíduos. Um deles, toma a decisão e sai nesse mesmo ano. O outro indíviuo não aparece referente ao ano de 2007 na tabela do ponto a. do segundo capítulo. Mas o que acontece neste caso, é que a partir do segundo capítulo de perguntas, a jovem em questão (Sara Abraúl) passa a referir-se à sua chegada ao Qatar, terceiro país para o qual emigrou. Daqui, nada se pode concluir em concreto tendo em conta que a jovem pode ser tomado a decisão de partir em 2007, ter consumado a decisão mas para outro país que não este último. Provavelmente, no ano em que decidiu seguir para o Qatar, a jovem fê-lo no mesmo ano.

No ano de 2008, passa-se exatamente a mesma situação que no ano anterior. São quatro as referências à tomada de decisão de emigrar no ano de 2008. Mas quando, pelo código de cores se pesquisa na tabela quem chegou ao país de destino em 2008, são apenas três os indivíduos que o fizeram. Cruzando dados, pode garantir-

se que o indivíduo em questão saiu do país em 2008, mas na verdade para o seu primeiro país de emigração – para a Tunísia. No entanto, no segundo capítulo de respostas refere-se sempre ao segundo país para o qual emigrou e aquele no qual está de momento. E nesse caso, dá a sua chegada como sendo em 2011, a Moçambique. (No entanto, a primeira vez que emigrou tomou a decisão e fê-lo no mesmo ano, supõe-se)

Em 2009, já se assiste a uma situação diferente. Verifica-se que há seis pessoas a tomar a decisão de emigrar, mas depois e segundo o ponto a. do segundo capítulo, apenas três consumaram a sua saída. Mais uma vez, cruzando os dados e segundo o código de cores, entende-se que os três que não saem em 2009, saem posteriormente, no ano de 2010. No caso de dois deles, de Pedro Palmeirim e de Rita Vieira são situações de Erasmus.

Já em 2010, são oito os inquiridos que afirmam ter tomado a decisão de sair de Portugal. Como é lógico, na análise da tabela do ponto a. do segundo capítulo são dez as pessoas que consumaram a saída mesmo no ano de 2010. Destes dez, três são os indivíduos que decidiram sair em 2009, mas que saíram apenas um ano depois. Sete são pessoas que tomaram a decisão e saíram efetivamente no mesmo ano, e um dos indivíduos tomou a decisão de sair em 2010, mas apenas saiu em 2011.

O ano de 2011, é o ano, tal como já tínha sido registado no capitulo um, em que saiem mais pessoas da amostra dos inquiridos. Assim, regista-se a tomada de decisão de vinte e duas pessoas para sair. No entanto, nesta segunda análise, apenas vinte e uma pessoas consumaram a saída neste mesmo ano. Repare-se, dezoito (18) pessoas correspondem a dezoito das vinte e duas que disseram ter tomado a decisão de sair e que realmente saíram no mesmo ano. E as outras três pessoas que perfazem os vinte e um são três indivíduos que tomaram a decisão antes, mas que só mais tarde saíram. (destes três constam as pessoas que chegaram apenas em 2011 ao destino onde estão atualmente – mas que já são segunda e terceira experiências de emigração). Os outros quatro que constam dos vinte e dois que tomaram a decisão de sair em 2011, saíram um ano mais tarde, apenas em 2012.

Em 2012, no ano corrente, nove pessoas afirmam ter tomado a decisão de emigrar. No ponto a. deste segundo capítulo, percebe-se que em 2012, chegaram ao país de destino, treze indivíduos da amostra. Os nove que decidiram e partiram exatamente no mesmo ano e outros quatro indivíduos são aqueles que tomaram a decisão de emigrar em 2011 mas que só o efectiravam em 2012.

Concluindo este ponto, percebe-se que a maioria das pessoas saem de Portugal exatamente no mesmo ano em tomaram a decisão. Pouco tempo há para grande maturação de ideias ou grandes suposições. As pessoas decidem e partem em busca do que querem e ambicionam. Só em alguns casos, poucos, as pessoas decidem emigrar num ano e depois partem apenas no ano seguinte.

b. A escolha do País/ Cidade

Os destinos que têm recebido os emigrantes portugueses ao longo dos tempos têm sido variados. Se nos primeiros anos de emigração se fala de um movimento migratório cujo destino eram países europeus, mais tarde as rotas começaram a alterar-se para o outro lado o oceano atlântico – o que deu origem à chamada emigração transoceânica. De há uns anos a esta data, os países europeus voltaram a mostrar possibilidades de acolher pessoas de outros países e passaram a ser, de novo, destino para os migrantes portugueses.

As razões ao longo da história também têm sido variadas para a escolha de um ou de outro país. Há uns anos, depois da segunda guerra mundial, os emigrantes iam para países onde era necessária mão de obra para reconstruir o que se tinha perdido. Em tempos de crises políticas ou religiosas, eram os exilados que emigravam para fugir a situações de fragilidade. Mais tarde, escolhiam-se os países pelas oportunidades de emprego, por permanências de pessoas conhecidas, entre outras. E nesta amostra, o que é que moveu as pessoas para determinado país? A resposta mais dada pelos inquiridos foi a oportunidade profissional ou académica ou uma proposta de empresa. Vinte e cinco dos inquiridos (25) afirmaram que a escolha do seu país de destino foi tomada porque era lá que tinham uma oportunidade profissional à sua espera, ou então pelo facto de a empresa em

Portugal, lhe ter proposto um lugar nesse mesmo país. Muitas das vezes, justificam que era no país para o qual partiam que há necessidade de profissionais da sua área de formação. Mas, no geral, dizem que a decisão foi tomada pelo vertente profissional ou académica. “Podia dar-me uma boa experiência profissional...”, “Vim

para este país pelas boas oportunidades de trabalho, e nem estou a falar de remunerações porque vim ganhar menos.”, “(...) pelas oportunidades de emprego e pela boa remuneração oferecida”, “Parti para o País de Gales porque era o país

que estava a pedir mais dentistas a contrato profissional.”, “Emigrei para Angola

porque foi o país no qual arranjei uma oportunidade de trabalho”.

Também com vinte e cinco indivíduos a referenciar, a razão apontada para a escolha do país foi o facto de lá viverem familiares/ conhecidos/ familiares emigrantes ou mesmo o facto de já lá “terem vivido/ visitado antes”. Cerca de 37% da amostra, ou seja, vinte e cinco inquiridos (25) afirmam ter partido para dado destino por razões de proximidade pessoas ou de relacionamentos. Já lá conheciam famílias, amigos ou conhecidos portugueses e essa sensação de conforto social influenciou na escolha. Outros, noutra dimensão de familiaridade, disseram que tinham optado por dada cidade ou país porque já lá tinham estado e tinham gostado muito do local. “A experiência de Erasmus já tinha sido neste país o que me ajudou

a querer vir viver para cá”, “O meu marido já estava em Angola há quatro anos”, “Escolhi este país porque era aqui que tinha conhecimentos e também a minha namorada”, “Já lá tinha vivido quando fiz Erasmus. Gostei e quis voltar.”, “Já

tinha visitado Londres e tinha adorado, daí ter vindo para cá depois”, “Emigrei

para Londres porque já tinha cá amigos a fazer o mesmo curso”.

Em terceiro lugar, a razão para a escolha mais referenciada pelos inquiridos, com dezasseis (16) referências é o país/ cidade/ cultura. Ou seja, 25,8% das pessoas que responderam a esta entrevista apontaram que a razão que os fez emigrar para dada cidade ou país foram razões relacionadas com o próprio lugar ou com a cultura relacionada com este. A forma como as pessoas vivem a vida e o dia a dia. A forma como a cidade ou país funciona e as suas regras ou normas são o que influi estes inquiridos a escolhe-lo. “A cidade de Viena é incrivelmente apaixonante!”,

afinidade com a cultura”, “Escolhi o Brasil porque já conhecia o país e porque

adoro o Rio de Janeiro”, “Emigrei para o Brasil porque é o meu país preferido”, “O Brasil é um país cuja cultura é rica em dança e foi por isso que para aqui decidi emigrar”, “(...) queria aprender e crescer integrada numa nova cultura.”.

Com dez respostas dadas (10) e por isso ainda com relevância, temos os inquiridos que dizem que escolheram o local de destino por já conhecerem a língua ou por quererem melhorar os seus conhecimentos linguísticos. A língua é um elemento facilitador da comunicação e da integração social e por isso mesmo é um fator influente na escolha do país de destino, no momento da emigração. Ou seja, falando a mesma língua que os nativos supõe-se que há menos um entrave na integração do individuo e isso reduz o leque dos possíveis problemas. Vejamos alguns testemunhos de quem deu esta resposta: “Escolhi o Brasil porque já conhecia o país

(...) mas conhecer a língua também ajudou”, “Já conhecia o país e a língua (...)”, “Escolhi este país porque queria aprender castelhano”, “Escolhi Londres (...) queria melhorar a língua (...)”, “Emigrei para a Alemanha porque já conhecia a língua”

como é o caso concreto de S.K.

A qualidade de vida/ crescimento económico, ou a sua melhoria relativamente à vida que levavam em Portugal foi uma opção apontada por seis inquiridos como razão da sua escolha. “Emigrei para Viena de Austria pela qualidade de vida – conforto grande porque o custo de vida é perfeitamente adaptável aos rendimentos

que possuo” é o que diz Francisco Branco. Já Márcia Araújo refere que emigrou “porque já tinha bons conhecimentos da língua mas também porque aqui há boas

condições de vida”.

Referidas por poucas pessoas da amostra estão outras razões de escolha que parecem ser mais acessórias para o público desta amostra. Com cinco respostas (5) aparece a necessidade de ter novos desafios/ a curiosidade. Em exequo com duas referências aparece a procura de instituições universitárias com maior prestígio e o acaso (ou seja, a inexistência de qualquer razão em concreto para a escolha do local de destino). Tal como refere Mafalda Pinho, a sua emigração para Londres deveu-se em grande parte “à qualidade do ensino superior”, apontado por muitos como um dos mais conceituados. Na ótica de Alexandre Barreira, a sua

escolha quanto ao país de destino deveu-se “à existência de instituições muito conceituadas ao nível do estudo da Física”.

E por fim, e referenciada por apenas uma pessoa (1) está a exposição profissional. A forma como o valor é reconhecido ao trabalhador e a maneira como consegue ter projeção a partir do seu trabalho parece apresentar-se como um bom fator para a escolha do país de destino, tal como o indivíduo mostra no seu testemunho “O Qatar é uma potência em franca expansão. Estão a criar-se muitos postos de trabalho e há uma boa exposição profissional”

De forma conclusiva, compreende-se que há duas razões que pautam a escolha dos indivíduos da amostra com mais enfase: o conhecimento de alguém no destinoque fortalece a familiaridade e a possibilidade/ oportunidade de trabalho.

c. Outras opções de destino

Atualmente as solicitações são muitas. A Internet e as suas funcionalidades aliadas a todas as outras tecnologias de ponta fazem com que o mundo seja a tão famosa “aldeia global”. Há oportunidades para todos os gostos e muitas escolhas. E na hora de partir, será que os inquiridos tinham muitas opções de destino para emigrar, ou será que tinham apenas uma única? E quando apontam outras hipóteses, haverá países com destaque, mencionados mais do que uma vez por inquiridos diferentes? Com trinta e seis respostas (36), o não impõe-se nesta questão. Ou seja, mais de metade das pessoas, 58,1% da amostra afirma que quando escolheu o país para o qual emigrou não ponderou qualquer outra opção. As razões apontadas para a mono-escolha são variadas. Para alguns a oportunidade que surgiu para sair de Portugal não passava por escolher, passava por ter uma proposta isolada num outro país já definido. Para outros, a presença de namorados, familiares e amigos no destino fizeram com que nem tenha havido uma procura de locais de destino. Finalmente, outros indivíduos nem ponderaram, tiveram acesso a uma oportunidade

que satisfazia e lançaram-se na aventura. Tal como mostram os testemunhos retirados das entrevistas: “Angola foi a primeira opção e nem pensei mais, a

proposta era aliciante a nível profissional e monetário”, “Como o meu namorado ia ficar a fazer doutoramento cá em Paris, durante mais uns anos, nem considerei outra opção”, “Como o meu namorado se encontrava no País de Gales esta acabou por ser a única hipótese que coloquei”, “O Brasil foi a única opção que se proporcionou”, “Não procurei outros países daí que esta foi a única opção que ponderei, ”Sinceramente, Londres pareceu-me ser a única opção viável”.

Por outro lado, e com vinte e seis respostas (26), surge o sim. Ou seja, cerca de 41,9% dos inquiridos afirmou ter tido de escolher entre várias hipóteses, na altura de decidir o destino do seu movimento migratório. E as hipóteses dos indivíduos em questão eram muito variadas, do Brasil, aos Estados Unidos, de Timor à Europa de Leste. Ou mesmo na Nova Zelândia. Isto faz crer que atualmente quando se fala em emigrar, põe-se à escolha lugares de vários cantos do mundo – já não se fala, assim, solidamente de uma emigração europeia ou transoceânica, como dantes se fazia tacitamente. “Se não tivesse vindo para aqui, teria escolhido a cidade de

Zurique, na Suiça, visto que era a minha segunda opção”, “Pensei em Angola, mas é um país de corruptos que só põe dificuldades aos portugueses. Pensei na Europa mas está quase toda como em Portugal.”, “Tinha possibilidade de ir para a Europa de Leste, para o Brasil, França ou Espanha”, “Tive oportunidade de ir para Moçambique ou para o Mali mas por questão de vínculo não pude aceitar”, “Poderia ter ido para Timor, mas o Gana pareceu-me ser uma oportunidade mais desafiante”, “Tinha oportunidade de ir trabalhar para a China, Espanha ou Suiça.”, “Pensei em ir para Nova Iorque nos Estados Unidos da América”, “Havia outras opções tais como a Nova Zelândia ou a Austrália”. É muito importante atentar nestes testemunhos para perceber a variedade imensa de escolhas que propõem na vida dos emigrantes e sobre as quais tomam uma decisão. É interessante compreender já há muita gente, também, com um leque de escolhas plural e não de mono-escolha.

Para além dos que tinham várias opções de escolha no estrangeiro, há ainda aqueles que sabiam poder ficar em Portugal mas que achavam que mereciam melhores condições. “Podia ter ficado em Portugal, mas o que ia ganhar não se

coadunava com a responsabilidade do cargo que iria ter.”, “Poderia ter

continuado em Portugal ou então pdoeria ter ido para o Brasil.”. Estes testemunhos

sustentam bem o facto de nem todos os emigrantes saírem porque estão desempregados. Há pessoas que saem de Portugal porque não estão satisfeitos com o país, com as condições de trabalho ou de remuneração, ou mesmo porque tudo dão para ter uma nova experiência de vida e de trabalho, com novas aventuras e novos desafios.

d. Trabalhar na área de formação?

Segundo reza a história das migrações portuguesas, antigamente, nomeadamente na emigração das décadas de 60 e 70 do século XX, os emigrantes saíam porque precisavam de melhores condições de vida, precisavam de emprego e de dinheiro para viver. Partiam de Portugal com esse intuito de procurar uma melhor condição social e de poder mais tarde ver alguns dos seus sonhos concretizados, tais como voltar com um nível de vida melhor, construir uma casa, ter um automóvel e ter o seu “pé de meia”. Na realidade muitos dos que partiam não tinham qualificações, na sua maioria e já sabiam que a realidade que os esperava não era a melhor ou a que desejariam ter. Mas arriscavam. Atualmente, não encontrando emprego na sua área, ou não estando satisfeitos com as condições que os empregadores oferecem, os emigrantes portugueses saem dispostos a ter qualquer trabalho? Veja-se o que aconteceu com os sessenta e dois (62) inquiridos da amostra.

O volume de respostas ilustra bem uma linha geral de pensamento dos indivíduos em análise. Quarenta e quatro (44) indivíduos, ou seja mais de metade da amostra, mais propriamente cerca de 71% assume que quando saiu de Portugal, saiu com a intenção de arranjar trabalho na sua área de formação. “Emigrei para estudar na

minha área e para trabalhar na área também”, “Emigrei porque queria aprofundar conhecimentos na minha área.”. No entanto, e pelo que mostram os testemunhos,

há indivíduos que se mostram conscientes de que quando partiram queriam trabalhar na área de formação mas que em tempos complicados poderia ser

importante fazer outra coisa qualquer. “Fui à procura apontando para a minha área mas estava consciente de que poderia fazer outro qualquer tipo de coisa”, “Emigrei

para trabalhar na área mas sabia que tinha que aproveitar o que viesse. Já lá vão os tempos em que os portugueses faziam só o que queriam e em que só agarravam os

No documento "Emigração Portuguesa: novas tendências" (páginas 106-149)

Documentos relacionados