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CAPÍTULO IV DIÁLOGOS POSSÍVEIS ENTRE A PRÁTICA DOCENTE NA ÁREA

4.1 A construção da PC-SC no âmbito da Educação Física

Como visto anteriormente, no final da década de 80, num período pós-ditatura militar e também de redemocratização política do Brasil, é que no estado de Santa Catarina começou um movimento de repensar a educação catarinense. Nos estudos anteriores evidencia-se que antes da produção da proposta, houve vários grupos de professores que descontentes com a situação educacional no país, já vinham estudando, mesmo que clandestinamente, textos de autores como Gramsci, Marx, Paulo Freire, entre outros, que versavam sobre uma nova perspectiva para o contexto educacional. Motivados por esses autores, muitos professores em Santa Catarina começaram a fazer essas leituras e consequentemente, começaram a pensar uma nova possibilidade para a educação catarinense.

Esse movimento feito por professores, de buscar qualificar e repensar a educação neste momento de redemocratização, também pode ser evidenciado na fala de umas das professoras entrevistadas, que representa a década de 1980-1990, que dentro da escola em que ela atuava, já existiam grupos de estudos que procuravam conhecer novas teorias para a prática pedagógica escolar.

Quando iniciaram as discussões no final dos anos 80 nós tínhamos um grupo de estudos dentro da escola. Nós nos encontrávamos periodicamente neste grupo (...) e eu vinha já junto com outras professoras fazendo

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experiências pedagógicas na perspectiva das teorias que davam suporte a nossa prática. No final dos anos 80 começou-se então a discussão da proposta curricular no Estado. Beatriz (década de 1980-1990)

Nesse sentido, evidenciamos que a necessidade dos professores de buscar algo a mais para qualificar o sistema de ensino no estado, nesse novo momento de redemocratização, não foi um movimento isolado, de alguns professores, mas foi o movimento que se estendeu a vários professores distribuídos pelo estado e num mesmo momento histórico.

A partir desses grupos é que surgem os primeiros documentos orientadores da educação de Santa Catarina, tais como o Plano de Educação e os primeiros “jornais” que depois se tornaram em 1991 a primeira versão impressão da PC-SC. Vale lembrar que a conquista da PC-SC, também surge da luta de classe dos professores que reivindicavam melhorias para a educação no estado.

A proposta curricular não veio de graça, ela veio do movimento de uma necessidade, porque na década de 80 não se buscava somente a identidade ou referencial teórico, mas também outras conquistas, outras melhorias para a educação e a proposta curricular ela vem dessa necessidade. A década de 80, eu costumo dizer que, o referencial teórico junto com as lutas sindicais e com a melhoria e a busca de um plano de cargos e salário ela meio que se cruza e se mistura e também, nessa mesma década. Maria (década de 1980-1990)

Essa fala corrobora com a citação de Paim (2007, p. 22), que aponta que o período de redemocratização, também foi um momento de lutas de classe para a conquista direitos educacionais, civil, sociais, entre outros.

No contexto nacional, vivia-se a transição política, com o movimento da luta das categorias trabalhadoras que se organizavam para a reconquista dos direitos de participação em greves, manifestações e congressos, debatendo-se com os acordos da Aliança Democrática. O esforço coletivo de negação da dominação passava pela crítica ao sistema educativo, ao regime de Estado e por questões da política social da época.

Outra questão que surge na fala de Maria ainda é sobre as duas vertentes que existiam no governo no momento da construção da PC-SC.

Nós, percebemos mais tarde, que no momento que você está vivendo dentro desse processo, você não consegue perceber, mas quem organizava, no caso a secretaria de educação, lá tinha duas vertentes: a vertente daqueles que acreditavam que era possível através de um referencial teórico mais ligado, não só com constituições civis, mas também inserida no meio social e outra daquela mais tradicional. E isso se percebia ainda quando se começou estudar, a buscar algumas coisas que a gente pudesse, nós tínhamos aquele sonho, aquela questão assim que aluno e que estudante nós queremos formar. Maria (década de 1980-1990)

Nessa mesma fala evidencia-se aquilo que alguns estudos sobre a PC-SC já vem afirmando, que mesmo tendo um grupo que acreditava em uma proposta mais progressista para a educação, dentro da própria Secretaria de Ensino existiam pessoas que não concordavam com essa nova perspectiva, e por isso não apoiavam a sua construção.

Esse pensamento político e pedagógico de esquerda não é hegemônico nos setores de comando da Secretaria de Estado da Educação desse governo, senão que, dentre estes setores, fica mais evidente a presença de um pensamento de esquerda somente na Diretoria de Ensino. (MUNARIN, 2000, p. 170).

Sendo assim, mesmo com as divergências dentro do próprio Governo, a SEE inicia as discussões sobre a PC-SC no ano de 1988. Durante três anos houve discussões e trabalhos nos eixos norteadores da proposta no qual estavam envolvidos representantes de todas as regiões de Santa Catarina. Na região da 4ª GERED - Chapecó a participação e envolvimento dos professores, e em particular os professores de Educação Física, com a proposta se dá a partir dos grupos de estudos organizados por polos.

Começaram as discussões na região e a minha escola era uma escola polo, ou seja, as outras escolas iam lá fazer encontros pra nós discutirmos a proposta curricular. Beatriz (Década de 80-90)

Porém, já havia antes mesmo da construção de grupos de estudo para a PC- SC, outros grupos de professores que já vinham se reunindo e estudando, e que, portanto, as discussões dos eixos norteadores da proposta não eram uma novidade, pois já se tinha algum conhecimento sobre e já se vinham implementando algumas propostas na prática pedagógica.

E pra este grupo que eu comentei antes, de estudos, ele já vinha discutindo teoricamente, portanto não era uma coisa nova. Porque este grupo, 3, 4, 5 professores, eles já vinham organizando sua prática a partir deste referencial teórico antes do Estado propor esta discussão. Beatriz (Década de 80-90)

Uma outra fala ainda referencia que a proposta curricular surge no chão da escola, pois os temas que referenciavam a PC-SC já vinham sendo discutidos por vários grupos nas escolas de Santa Catarina, ou seja, ela de fato foi elaborada e pensada pelos atores sociais da escola, pois alguns desses professores foram

assumindo cargos na SEE e consequentemente foram ajudando na elaboração desta proposta. O que vem somar a expressão usada por Paim (2007) quando menciona que a construção da PC-SC foi “à muitas mãos”.

A proposta curricular surge no chão da escola, ela vem destas discussões que vão acontecendo em várias escolas e quando pessoas que participavam destas discussões no âmbito da escola assumiram a secretaria de educação e passam a defender esta ideia de que ela poderia ser uma proposta de ensino para toda rede estadual. Então muitas vezes nós escutamos que ela é uma imposição. Quem participou um pouco do processo inicial vai entender de todos estes movimentos realizados, que ela nasce no chão da escola. Pessoas que fizeram este movimento na escola assumem uma secretaria da Educação, fazem o movimento dentro da secretaria e convencem o secretario de Estado de Educação de que esta é uma proposta importante. A proposta curricular surge no chão da escola, ela vem destas discussões que vão acontecendo em várias escolas e quando pessoas que participavam destas discussões no âmbito da escola assumiram a secretaria de educação e passam a defender esta ideia de que ela poderia ser uma proposta de ensino para toda rede estadual. Beatriz (Década de 80-90)

Esse movimento de estudos pode ter sido impulsionado em alguns grupos já pelo movimento que havia no estado de repensar a educação catarinense. No entanto, para muitos professores os pressupostos teóricos e metodológicos da proposta foram novos, exigindo muito estudo e dedicação para compreender a proposta. Sendo assim, muitos grupos de estudos foram sendo organizados nas escolas para que os professores pudessem se apropriar dos aspectos teóricos da proposta.

Então nós, professores e grupos de estudo, aqui mesmo no Lara Ribas tinha um grupo de estudos que fazia isso à noite e aos sábados, a gente estudava, a gente teceu contribuições para formatação da proposta curricular. Dilçon (Década de 80-90)

Segundo Hentz (2012, p. 103-106) a metodologia escolhida para a elaboração da Proposta Curricular no final da década de 80 e início da década de 90 consistiu em:

a) Realização de estudos sistemáticos de textos de autores que permitissem a compreensão da sociedade e da educação na perspectiva do pensamento marxista, na Secretaria da Educação do Estado, nas Coordenadorias Regionais de Educação e nas Escolas;

b) Criação de dias de estudo nas escolas, constantes do Calendário Escolar como dias obrigatórios de atividades pedagógicas;

c) Fornecimento de novas bibliografias para as bibliotecas escolares;

d) Realização de seminários com os profissionais envolvidos na elaboração da Proposta Curricular, para a sistematização dos estudos realizados; e) Publicação das versões provisórias parciais, com distribuição para todos

os professores da rede pública estadual de ensino, para que fizessem suas críticas e dessem suas sugestões para a versão final;

f) Durante todo o processo de elaboração da Proposta Curricular todos os cursos de capacitação de professores serviram de momentos de socialização da sua discussão.

A metodologia adotada para a elaboração da PC-SC na versão de 1991 foi a descrita por Hentz na citação a cima. Porém dos professores entrevistados para este estudo, evidenciamos que os professores da primeira década desse trabalho (Década de 80-90) participaram ativamente dos itens a) e b) da citação. Ou seja, participaram de grupos de estudos sobre os temas da PC-SC organizados dentro das próprias escolas.

Já na versão da PC-SC de 1997, versão de revisão e aprofundamento da PC- SC, a participação desse grupo de professores entrevistados já toma outro panorama. A metodologia utilizada nessa nova versão de revisão e aprofundamento da PC-SC segundo Hentz (2012, p.107-116) foram:

a) Realização de estudos nas escolas, Coordenadorias Regionais de Educação e Secretaria de Educação do Estado, de textos pertinentes para a revisão e aprofundamento da Proposta Curricular;

b) Realização de teleconferências, com auxílio da televisão para socializar as produções do Grupo Multidisciplinar ( a) I Clico Catarinense de Teleconferências sobre Tecnologia e Educação; b) I Ciclo Anual de Estudos Pedagógicos a Distância; c) I Semana Intensiva de Estudos Pedagógicos; d) Programa Anual de Capacitação – Proposta Curricular; c) Realização de seminários a cada dois meses, com a participação do

Grupo Multiprofissional e consultores, para estudo e sistematização escrita dos estudos realizados anteriormente;

d) Designação dos membros do Grupo Multidisciplinar para a docência em cursos de capacitação de professores;

e) Realização do I Congresso Internacional de Educação de Santa Catarina; f) Publicação e distribuição a todos os professores de Santa Catarina, de versão preliminar de todos os textos da Proposta Curricular, revista e aprofundada, para críticas e sugestões;

g) Sistematização das críticas e contribuições dos professores da rede estadual de ensino;

h) Redação final e publicação da Proposta Curricular de Santa Catarina ( a) disciplinas curriculares, b) temas multidisciplinares e c) formação docente para Educação Infantil e Séries Iniciais);

i) Realização do II Congresso Internacional de Educação de Santa Catarina.

Nessa nova atualização da PC-SC, um dos professores entrevistadas diz ter participado desse novo momento a partir de sua inserção nos grupos multidisciplinares que foram organizados naquele momento.

Na segunda versão eu acabei me envolvendo por conta de ter assumido a diretoria de ensino da então CRE – Coordenadoria Regional e acabei fazendo parte também do grupo multidisciplinar, instituído em 95 pelo governo do Estado e foram feitas alguns processos em cada gerencia

regional e todos os diretores de ensino obrigatoriamente participaram deste processo até porque seriam os que depois teriam que conduzir os processos micro na sua região. Então eu acabei participando deste grupo multidisciplinar, participei mais especificamente do grupo da Educação Física e na sequencia eu também por conta do envolvimento no grupo de educação física eu trabalhei em 11 gerencias, 11 CREs trabalhando a proposta curricular na área da educação física. Beatriz (Década de 80-90) Os grupos multidisciplinares foram compostos de professores de diferentes áreas do conhecimento, que passaram por um processo de seleção. Os professores participantes desses grupos tinham 50% da sua carga horária destinada à estudos referentes a revisão e aprofundamento da PC-SC, bem como a participação em cursos de capacitação de professores na condição de docentes.

Para Beatriz (Década de 80-90) ter participado do grupo multidisciplinar foi de grande valia, pois considera que teve um grande aprendizado.

Bom, o grupo multidisciplinar foi um..., talvez mais que um doutorado no sentido de poder confrontar o teu conhecimento prévio para dar conta daquela situação.

Relata ainda que a sua participação no grupo multidisciplinar foi intensa, pois depois de participar das capacitações e encontros na SEE, quando retornava para Chapecó ainda precisava trabalhar com os professores de Educação Física dessa regional.

Então a minha participação foi muito intensa em todos os sentidos. Quando eu voltava para Chapecó, depois destes encontros sistemáticos que aconteciam uma vez por mês, às vezes de 15 em 15 dias eu tinha que fazer todo este processo aqui na região e aquilo que está escrito, a proposta de escrita já na primeira versão metodológica foi assumida também na segunda. Beatriz (Década de 80-90)

Beatriz ainda relata como aconteciam os trabalhos do grupo multidisciplinar:

Nós tínhamos uma parte de formação onde nós discutíamos teoria, os professores deveriam ser os articuladores do seu espaço, voltar para as escolas discutir e eles retornavam em um segundo momento trazendo resultado desta discussão nas suas escolas. Em todos os componentes curriculares foi realizado este processo então. Isso que eu chamo de coerência entre os pressupostos teóricos que permeiam a proposta e como ela vinha sendo construída e agora como ela se daria no chão da escola, pelos atores sociais. Aqueles sujeitos que tem que colocar uma proposta que para muitos alguém escreveu e eles tem que implementar. Então naquele momento, quem viveu este movimento vai compreender também de forma diferente e que não é “alguém escreveu e alguém vai ter que colocar em prática.” Beatriz (Década de 80-90)

Essa fala denota ainda que a proposta metodológica adota da revisão e atualização a PC-SC foram efetivadas aqui na região. Porém, uma outra fala chama

a atenção, em relação ao fato de que nem sempre as intencionalidades no processo construção, atualização e revisão da PC-SC acontecem como planejado. Como no caso do grupo da Educação Física, relatado pela Beatriz (Década de 80-90) que percebeu que o envolvimento dos professores dessa área era muito fraco devido a não participação nos grupos de estudos proporcionados anteriormente.

Mas os professores de educação física participavam pouco, no sentido de que... esta participação era o reflexo no Estado. E quando eu fui trabalhar depois em diferentes regiões com a proposta da Educação Física a surpresa maior ainda é que a nossa Região estava já alguns passos a frente de quase todas as regiões. O que me fez pensar e nós discutimos isso entre várias pessoas do grupo multidisciplinar era que os encontros regionais da primeira etapa, da primeira proposta eles foram efetivos aqui na região e nas outras regiões eles não aconteceram ou aconteceram não da forma intensa como aconteceu aqui na nossa região. Beatriz (Década de 80-90)

Nesse sentido, o grupo da Educação Física ainda se encontrava muito distante das discussões que dariam conta de dar suporte teórico-metodológico para a essa disciplina.

As práticas que já vinham sendo desenvolvidas tanto que tinha professor aí tentando organizar uma lógica, dentro da própria gerência regional e do próprio grupo de educação física onde foi possível constatar que a área estava muito, muito, muito distante de discussões que dessem conta do suporte teórico que sustentam a prática dos professores e nosso grupo foi muito complicado neste sentido. Nós tivemos que ler muito. Beatriz( Década de 80-90)

Outra forma de participação na atualização e revisão da PC-SC pelos entrevistados é que alguns deles participaram das Semanas Intensivas de Estudos Pedagógicos. O grupo da Educação Física se reuniu em Treze Tília/SC e Fraiburgo/SC para esses encontros.

Então, na verdade, a gente discutiu bastante sobre ela. Participamos da primeira versão ainda. Nós participamos de curso sobre a proposta curricular, inclusive saímos daqui, fomos para Treze Tílias, Fraiburgo, viajamos em várias vezes, onde tínhamos uma semana de curso sobre a proposta curricular, sobre como seria o funcionamento da proposta ou o papel do professor e do aluno e etc. Dilçon (Década de 80-90)

Professora Orquídea (Década de 2000 - 2010) e Gabriela (Década de 2000- 2010) eram professoras ACT11 na época e puderam participar dos encontros mesmo antes de suas efetivações na Rede Pública Estadual. Elas fazem referência as semanadas de estudo pedagógicos.

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E depois em 1997, aí eu fui num curso no qual havia o estudo da proposta curricular de SC. Aí eu comecei a me inteirar da proposta, que até então eu não conhecia, aí nós ficamos quinze dias no estudo aí que eu tive contato com a proposta. Orquídea (Década de 2000-2010)

Então, eu tive a primeira experiência no próprio encontro que teve em 1997, foi o primeiro ano que eu estava na escola, em uma escolinha do interior e veio o convite para eu participar dessa formação, então foram duas semanas em Treze Tílias e lá a gente participou da construção da proposta. Junto com o grupo da EF. Gabriela (Década de 2000-2010)

Outra professora entrevistada faz referência às capacitações oferecidas aos professores da Rede Pública de Santa Catarina em relação à proposta.

Eu lembro de formação, eu não lembro de participar da escrita, mas de toda a formação, dos cursos, das discussões e depois, ela começou o movimento foi na década de 80 e depois na década de 90. Maria (Década de 80-90)

Outro professor faz referência aos grupos de estudos que ajudaram a reelaborar a área da Educação Física.

Ajudamos a organizar a proposta para a Educação Física, já tinha um caminho andado, mas esse grupo reelaborou novamente alguns conceitos para a área da educação física. João Pedro (Década de 90 – 2000)

Quanto ao conhecimento em relação a PC-SC, Fátima fala que tiveram muitos cursos para capacitar os professores.

Houve esse movimento de vários cursos de formação, reflexões a respeito do trabalho em si, da importância da EF na escola e não só a proposta dentro do curso de EF, como claro nas outras disciplinas. Mas eu sei que tivemos vários cursos, seminários a respeito, então assim, a gente teve bastante oportunidade de trabalhar essa proposta. Fátima (Década de 80- 90)

Outro fator curioso que foi encontrado nessa pesquisa é que mesmo a proposta tendo sido escrita “a muitas mãos” como já dito anteriormente, existe ainda um grupo que não participou da sua elaboração, porque como era ACT não foi convidado. Assim relata a professora Maria Eduarda (Década de 90 – 2000):

Nunca participei de elaboração nenhuma, tanto é porque na época quando teve o primeiro grupo que se reuniu para elaborar, eu era ACT e não fui convidada. Teve grupos, eu sei, que participou, colegas meus também, mas porque eles eram efetivos.

Nesse processo todo de construção da PC-SC, algo parece estar contraditório, pois anteriormente duas professoras que também eram ACT no momento da revisão e ampliação da PC-SC de 1997 puderam participar das

semanadas de encontros pedagógicos. Já essa última professora destaca que a sua condição de ACT naquele momento não deu oportunidade a ele de acesso ao conhecimento e também de participação na construção da proposta. Caberia aqui uma pergunta: não seria importante incluir esse grupo de professores nos grupos de estudo sobre a proposta para se qualificar e se capacitar tendo em vista que muitos professores já estavam há anos como ACT no estado? E mais, por que alguns não tiveram acesso as capacitações das semanadas de estudo pedagógico? Teria isso afetado a aproximação dos professores de Educação Física em relação a PC-SC?

Quanto às capacitações outros professores contribuíram dizendo:

Nos anos noventa, noventa alguma coisa, todos os professores estudaram a proposta curricular, bem ou mal, mas estudaram. Tínhamos isso meio na obrigação. Dilçon (Década de 80-90)

Em relação a essa categoria ficou evidente nessa pesquisa, que os professores que se efetivaram na década de 80 e 90 são os que conseguem falar com propriedade desse processo de construção, revisão e atualização da PC-SC.