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O Direito Ambiental, enquanto ciência de origem recente, encontra como um dos maiores obstáculos para seu estudo sistemático, a legislação esparsa que trata da proteção do meio ambiente. Apesar desta dificuldade, verifica-se claramente no ordenamento jurídico nacional a existência de inúmeros princípios que conferem au- tonomia científica a esse ramo do Direito.

Miranda (2003) enfático em sua obra, afirma que o direito não é mero somató- rio de regras avulsas, produto de atos de vontade, ou mera concatenação de fórmu- las verbais articuladas entre si. O direito é ordenamento ou conjunto significativo e não conjunção resultante de vigência simultânea; implica coerência ou, talvez mais rigorosamente, consistência; projeta-se em sistema; é unidade de sentido, é valor incorporado em regra. E esse ordenamento, esse conjunto, essa unidade, esse valor projeta-se ou traduz-se em princípios, logicamente anteriores aos preceitos.

Enquanto disciplina de direito ambiental, no Brasil procuraram conceituá-la com o nome de “Direito Ecológico”, conforme pensamento de Ferraz (1972).

Ferraz (1972) chamou de direito ecológico ao conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos organicamente estruturados, para assegurar um comporta- mento que não atente contra a sanidade mínima do meio ambiente.

Moreira Neto (1976) inferiu que é um conjunto de técnicas, regras e instru- mentos jurídicos sistematizados e informados por princípios apropriados, que te- nham por fim a disciplina do comportamento relacionado ao meio ambiente.

Para Martin Mateo (1982) esses dois autores delimitaram a disciplina ao meio ambiente.

Mukai (1998) define esta disciplina jurídica, como um conjunto de normas e institutos jurídicos pertencentes a vários ramos do direito, reunidos por sua função instrumental para a disciplina do comportamento humano em relação ao meio ambi- ente.

No que pertine à denominação da disciplina, não é consenso em outros paí- ses.

No Chile, conforme lembra Machado (2000) analisando o estudo de Fuenzali- da, alguns denominam Derecho del Entorno e é conceituada como um conjunto de normas jurídicas, cuja vigência prática se traduz ou é suscetível de se traduzir em

efeitos ambientais estimáveis, benéficos ou prejudiciais, seja ou não que a motiva- ção de ditas normas jurídicas haja reconhecido uma inspiração fundamentada em considerações de índole ecológica.

As idéias desenvolvidas por Despax (2000 apud MACHADO, 2001) dão prefe- rência ao direito do ambiente e justifica dizendo que o conceito de ambiente é mais amplo do que o de natureza, enfatizando que seria algo arbitrário restringir o campo do estudo, limitando-os aos elementos naturais tais como, água e o ar, com exclusão dessa forma, de tudo aquilo que ele mesmo construiu ou remodelou.

Fernandes Neto (2000) diz que entre nós, a disciplina de direito é o conjunto de normas e princípios editados objetivando a manutenção de um equilíbrio perfeito nas relações do homem com o meio ambiente. Acentua que a expressão direito am- biental é mais ampla que direito ecológico.

Todavia, somente o tempo haverá de consagrar uma definição. Importante mesmo, é o conteúdo dessa nova disciplina jurídica e a consciência dos motivos de sua existência.

Prieur (1996) infere que é um direito que tem uma determinada finalidade, ou seja, de que o meio ambiente está ameaçado e o direito pode vir em seu socorro, imaginando sistemas de prevenção ou de reparação adaptados a uma melhor defe- sa contra as agressões da sociedade moderna.

Então, o direito ambiental é portador de uma mensagem, um direito do futuro e da antecipação, graças ao qual o homem e a natureza encontrarão um relaciona- mento harmonioso e equilibrado.

Conforme pesquisa na rede mundial de computadores, no tocante aos planos de ensino da disciplina de direito ambiental nos cursos de graduação e pós- graduação em direito, ainda há muito que percorrer para atingir um nível de excelên- cia dos currículos das universidades, tanto a nível nacional quanto internacional.

De acordo com a Associação dos Professores de Direito Ambiental do Brasil (APRODAB, 2007), atualmente o país conta com 18 (dezoito) cursos de graduação e 7 (sete) cursos de pós-graduação em que são oferecidas a disciplina de direito am- biental, de cunho obrigatório ou facultativo.

Importante mencionar que a APRODAB (2007), não fez constar outras institu- ições de ensino superior, as quais também oferecem a disciplina, tais como: Univer- sidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade São Marcos (UNIMARCO), Faculdade de

São Caetano do Sul (IMES), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Pontifí- cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Católica de Goiás, Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) de Santa Maria, Universidade Federal de Mato Grosso (U- EMS), Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Além dos cursos de pós- graduação em outras áreas do conhecimento que não as ciências jurídicas.

A importância do direito ambiental está arraigada desde tempos longínquos, por isso ao reavivar e adotar conhecimentos jurídicos que são voltados exclusiva- mente para o homem e o ecossistema que o abarca, as universidades demonstram a sua preocupação com os problemas regionais e locais, assessorando a comunida- de, via formação de profissionais que aplicarão metodologias e ações adequadas e produtivas, em prol da qualidade de vida e da sustentabilidade do meio que vivem.

Assim, o Direito Ambiental é importantíssimo para a garantia da qualidade de vida de nossa sociedade, sendo ao mesmo tempo uma garantia de preservação das demais formas de vida, bem como dos recursos florestais, hídricos e minerais de nosso país.

Nesse contexto, adotando-se por base o conteúdo que vem sendo oferecido no plano de ensino da disciplina de direito ambiental e/ou ementas em algumas universi- dades brasileiras e estrangeiras, concretizou-se o Plano de Ensino elaborado neste estudo.

Visualize-se Quadro 4 o conteúdo da disciplina de direito ambiental nas univer- sidades brasileiras e estrangeiras.