• Nenhum resultado encontrado

A educação como processo de desenvolvimento integral

No documento ADRIANA OLIVEIRA PAZ (páginas 64-68)

A educação infantil, mediante o que está preconizado nos documentos oficiais, deve promover a integração entre os aspectos físicos, afetivos, cognitivos e sociais da criança, considerando a importância de cada um desses segmentos na formação do sujeito.

Este estudo apurou por meio da análise documental, um total de 53 unidades de registro, que apontam para a temática em torno do desenvolvimento integral, ressaltando sua importância no processo educativo, de forma a evidenciá-la como o eixo norteador sobre o qual falaremos neste tópico. Abaixo estão elencados alguns exemplos destas unidades apontados na análise:

[...] Educação Infantil que possibilite o desenvolvimento integral da criança UR 71 – PNQEI.

A educação [...] tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando UR 56 – LDB.

A educação tem por função criar condições para o desenvolvimento integral de todas as crianças. UR 104 – RCNEI

Cuidar do bebê e da criança é sobretudo dar atenção a ela como pessoa que está num contínuo crescimento e desenvolvimento UR 38 – IQEIP

Os registros selecionados nos documentos ressaltam ainda que a educação infantil deve ser um processo que possua como esteio e objetivo o desenvolvimento integral da criança, ou seja, não se trata de ser apenas função da EI ou ainda de garantir direitos, mas de abrir caminhos que conduzam os pequenos a um pleno desenvolvimento.

Esta premissa também se destaca no Regimento do NEI – Paulistinha, ressaltando que a avaliação da criança se dará na observância deste conceito. Veja nos exemplos de URs abaixo:

[...] a avaliação será através de relatório de desenvolvimento físico, intelectual, psicológico, social, de saúde e ainda cultural sem objetivo de promoção UR 158 – RE-NEI.

[...] visando a aquisição de hábitos saudáveis de alimentação, de higiene e demais condições necessárias ao seu pleno desenvolvimento; UR163 RE-NEI

Outros fatores relevantes sobre esta temática emergiram a partir do aprofundamento no conteúdo analisado, os quais reafirmam que a instituição de ensino infantil deve proporcionar à criança as condições para o seu pleno desenvolvimento. São eles:

 A educação infantil deve promover saúde de modo integral e eficiente, ou seja, considerando os aspectos físicos e psicológicos dos sujeitos; compreendendo cada criança enquanto ser completo e único, que não pode ser fragmentado;

 O desenvolvimento pleno está relacionado diretamente ao ser saudável; Cuidado e saúde são pressupostos para o processo de desenvolvimento integral.

 Quando a criança recebe oportunidades para se desenvolver em seus aspectos físico, emocional e intelectual na escola, ela está sendo atendida em seu direito à saúde;

 A escola em parceria com a família deve promover saúde, estimulando um estilo de vida saudável que influenciará a criança em seu desenvolvimento global;

 Assegurar que a criança possa se desenvolver integralmente, implica em propiciar e respeitar os saberes e experiências individuais dela enquanto sujeito.

Desenvolver, que também significa progredir, produzir e gerar frutos possui na infância um valioso cenário. A criança, em sua característica de transformação ativa, deve ser estimulada enquanto sujeito neste processo. O trabalho realizado na educação infantil se concretiza por meio de projetos e práticas que considerem cada criança em sua complexidade, potencialidade e singularidade. Para tanto, se pressupõe o investimento em iniciativas que contemplem essas características de modo a estimular o crescimento multiforme e prazeroso dos pequenos (GUARÁ, 2009; FARIA, 2013).

Como dissemos acima, este investimento implica em promover a autonomia da criança tornando-a participante ativa em seu desenvolvimento. A transformação social e cultural ocorre no coletivo, no entanto, é no plano individual que se semeiam as mudanças de atitude e de comportamento. Nessa interação, o processo educativo deve dar prioridade à ação integradora e articulada para a troca de conhecimentos para a saúde e a vida, de modo a gerar nos pequenos o desejo por atitudes e hábitos saudáveis (MEC, 2007).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) propõe a inclusão e o desenvolvimento dos temas transversais nos Parâmetros Curriculares Nacionais, de forma a favorecer uma ampliação do processo educativo e permitir uma flexibilidade curricular que facilite ações integradoras também nos projetos pedagógicos da Educação Infantil, promovendo esse encontro com a diversidade que envolve o mundo da criança e seu crescimento global.

Assim, espera-se um maior empenho por parte das instituições em alcançar o objetivo de que cada sujeito se desenvolva integralmente. Este processo deve incluir o rico universo que compõe a escola, ou seja, valorizar e transformar os espaços e ambientes disponíveis, cultivar as relações afetivas, o acolhimento e as trocas de saberes, promover uma rotina saudável e agradável, incentivar as brincadeiras, a criatividade, a interação com as famílias, etc. (ORTIZ; CARVALHO, 2012).

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, outro dos documentos analisados neste trabalho, apresentam os fundamentos norteadores que devem estruturar a prática educativa nas escolas de ensino infantil. Como destaque, o documento ressalta que é necessário considerar a “integralidade e indivisibilidade das dimensões expressivo motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural das crianças” (MEC, 2013, p. 86).

A compreensão de que a educação infantil é responsável por facilitar e promover o desenvolvimento integral das crianças, e, mais do que isso, entendendo este processo como finalidade da mesma, é fundamental organizar e repensar os currículos de maneira que se priorize um caminho dialógico entre todos os atores escolares, respeitando e contemplando as subjetividades, as multiplicidades de culturas, pensamentos, pontos de vistas e necessidades.

Por fim, a base para a concretude dessa compreensão, é assegurar, no âmbito escolar, os direitos da criança conforme preconizado na legislação, considerando que educação, cuidado e saúde podem e devem caminhar em sintonia, vislumbrando fomentar o pleno desenvolvimento dos pequenos nas instituições de educação infantil.

No documento ADRIANA OLIVEIRA PAZ (páginas 64-68)