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2. Caracterização das condições de estágio

2.11 A equipa de infantis

A equipa representada pelo escalão infantil é constituída por 25 nadadores, sendo composta por 13 infantis A (sete rapazes e seis raparigas) e 12 infantis B (seis de ambos os sexos). Os nadadores infantis A masculinos nasceram em

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2002 (13 anos) e frequentam o 8º ano de escolaridade. Os infantis A do sexo feminino e os infantis B do sexo masculino são do ano 2003 (12 anos) e frequentam o 7º ano de escolaridade. As meninas infantis B nasceram em 2004 (11 anos) e frequentam o 6º ano de escolaridade.

Os infantis A da equipa foram acompanhados pela estagiária no ano transato pelo que a adaptação à equipa tornou-se mais simples, acabando por se desenvolver uma relação interpessoal totalmente espontânea e saudável entre todos. A estagiária tentou sempre integrar-se da melhor forma criando uma ligação forte de confiança e de amizade com todos os seus nadadores e, ao mesmo tempo, adotando uma posição de liderança e de respeito. Sempre se interessou pela motivação dos mesmos e pelo seu percurso escolar tomando nota das dificuldades de cada um, dentro e fora da piscina.

Com o objetivo de conhecer melhor cada um dos nadadores, distribuiu-se numa fase inicial uma ficha técnica individual. Recolheu-se, então, os dados pessoais gerais, os dados familiares e os dados desportivos de cada um.

Quadro 6 - Dados pessoais dos nadadores infantis do Leixões Sport Clube

Através de uma breve análise exploratória dos dados pessoais de cada nadador (Quadro 6) conseguiu-se apurar que, à exceção de dois elementos,

Nome Sexo Idade Ano Nasc.

Ano

escolar Altura Peso IMC

Enverga dura

Destro/ Canhoto Doenças

Alexandra Campos F 12 2003 7º 163 54 20.3 160 D Asma

Joana Santos F 12 2003 7º 158 51 20.4 155 D x

Maria Luís Fernandes F 12 2003 7º 146 42 19.7 149 D x

Marta Pacheco F 12 2003 7º 160 56 21.9 158 D P. Atópica

Matilde Santos F 12 2003 7º 142 34 16.9 141 D x Vitória Pereira F 12 2003 8º 162 65 24.8 164 D x Alice Lameira F 11 2004 6º 156 45 18.5 155 D x Ana Gonçalves F 11 2004 6º 144 47 22.7 144 D x Joana Monteiro F 11 2004 6º 149 31 14.0 147 D x Mariana Faria F 11 2004 6º 139 30 15.5 135 D x Matilde Ribeiro F 11 2004 6º 162 71 27.1 161 D x Sara Marques F 11 2004 6º 140 38 19.4 141 D x Bruno Barroso M 13 2002 8º 167 66 23.7 175 D x Jorge Quinta M 13 2002 8º 161 47 18.1 159 D x José Meneses M 13 2002 8º 164 65 24.2 166 D x José Picão M 13 2002 8º 177 61 19.5 176 D x Pedro Magano M 13 2002 8º 166 70 25.4 167 D x Sérgio Estevão M 13 2002 8º 186 66 19.1 186 D x Tiago Freire M 13 2002 8º 154 37 15.6 148 D x Diogo Mendes M 12 2003 7º 148 37 16.9 148 D x Diogo Ribeiro M 12 2003 7º 162 59 22.5 163 D x Gustavo Ribeiro M 12 2003 7º 156 38 15.6 156 D x Lourenço Sousa M 12 2003 7º 144 40 19.3 143 D x Rodrigo Macedo M 12 2003 7º 147 40 18.5 146 D x Samuel Ribeiro M 12 2003 5º 153 51 21.7 152 D x Dados Pessoais

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todos se encontram a frequentar o ano de escolaridade correspondente ao seu escalão etário. De acordo com a medição da altura, as infantis A apresentam uma média de 159 ± 8.9 cm, as infantis B de 146.5 ± 9.2 cm, os rapazes mais novos de 150 ± 6.7 cm e os rapazes mais velhos com uma média de 166 ± 10.7 cm entre eles. No geral, este escalão obteve uma média e um desvio padrão de 156 ± 11.5 cm de estatura, na presença de um outlier (ScoreZ de 2.61) de 186 cm. Comparativamente à envergadura, 56% dos nadadores apresenta ter os membros superiores (MS) mais curtos que a sua própria altura, indicativo este que implica uma clara desvantagem para os nadadores. Esta observação tem como base Persyn, et. al (1984) e Fernandes et al. (2002) ao referirem que as dimensões do corpo e dos MS são aspetos extremamente influenciadores na capacidade propulsiva do nadador e na intensidade da força de arrasto hidrodinâmico e por isso caraterísticas que influenciam a prestação do nadador.

Os fatores cineantropométricos têm um papel de elevada importância no conjunto de fatores influenciadores do rendimento desportivo (Fernandes et al., 2002). Foi nessa perspetiva que se avaliou igualmente o peso no início da época desportiva, e ao longo de todo o ano no princípio de cada mês representado mais à frente na avaliação cineantropométrica. Fez-se uma avaliação da altura ao longo da época desportiva no princípio de cada macrociclo bem como interpretar o índice de massa corporal (IMC) de cada nadador. De seguida no Quadro 7 apresentamos, de uma forma geral, os primeiros resultados obtidos.

Quadro 7 - Idade, altura, peso e índice de massa corporal dos nadadores infantis do Leixões Sport Clube

Sexo Masculino Sexo Feminino

Idade (anos) 12 (Inf B) – 13 (Inf A) 11 (Inf B) – 12 (Inf A) Altura (cm) 161 (± 12.0) 153 (± 9.3) Peso (kg) 51 (± 12.8) 46 (± 13.0) IMC (Kg/cm2) 19,3 (± 3.2) 20 (± 3.,7)

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do IMC de cada nadador e, de acordo com a classificação segundo a Organização Mundial da Saúde, pudemos apurar que no início da época desportiva tínhamos alguns casos preocupantes no que toca ao sobrepeso (mais de 25 kg/cm2) e baixo peso (menos de 16 kg/cm2). Dois elementos apresentaram-se acima do patamar dos 25 kg/cm2 e quatro nadadores abaixo dos 16 kg/cm2, anunciando magreza grave. Relativamente ao segmento das doenças, obtivemos duas meninas que apresentaram asma e pele atópica. No entanto, numa fase mais avança da época, foi-nos informado pela própria mãe que uma nadadora tinha uma perturbação de hiperatividade com déficit de atenção. Neste tipo de perturbação é característica a criança ter uma grande dificuldade em inibir e ajustar o comportamento à situação ou tarefa específica, devido a alterações neurobiológicas e a défices neurocognitivos específicos. Este facto foi tomado em conta e implicou que ao longo do ano tomássemos maior atenção à nadadora e ajustássemos a nossa forma de atuar à medida que ela ia tendo comportamentos característicos deste transtorno. De acordo com os dados familiares recolhidos pudemos averiguar que as suas famílias são constituídas em média por quatro elementos no agregado familiar, e a média de idades dos pais situa-se nos 44 ± 5,6 anos.

Finalmente nos dados desportivos foi de grande importância fazer um levantamento de algumas informações que nos permitiram conhecer melhor a população com que iríamos trabalhar. Apercebemo-nos que muitos ingressaram nesta modalidade logo em bebés (9,5 ± 2,3 anos) e no clube há 5 ± 1,9 anos, ou seja, maioritariamente

ingressou no LSC natação ainda antes de iniciarem a competição.

Embora seja ainda uma idade precoce para se especializarem, foi-lhes questionado qual a técnica preferida, ao qual se observou uma distribuição bastante homogénea perante três das quatro técnicas de nado e estilos, como se pode verificar na Figura 3: oito

Mariposa 8% Costas 28% Bruços 32% Crol 32% Especialidade

Figura 3 - Especialidade de nado dos nadadores infantis do Leixões Sport Clube

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nadadores preferem bruços e crol, sete nadadores indicaram costas como o seu primeiro estilo, e, como seria de esperar, apenas dois nadadores se interessam por mariposa mais que as outras técnicas. Nenhum nadador indicou estilos como a sua preferência.

Praticamente todo o grupo apresentou como principal objetivo para a época 2014/2015 participar nos campeonatos zonais e nacionais. No entanto, revelaram-se outras motivações tais como a melhoria da técnica, participar no máximo de competições possível e ainda a obtenção de recordes pessoais. Foi também relevante fazer um levantamento das atividades extracurriculares e dos seus horários, ao que apuramos uma realidade alarmante visto que quase metade da equipa tinha atividades paralelas aos treinos de natação, o que implicaria faltas sistemáticas na sua assiduidade ao longo da época. Atividades como música (5 nadadores), inglês (2 nadadores), ballet (2 nadadores), triatlo (1 nadador), canoagem (1 nadador) e patinagem (1 nadador), algumas das quais na vertente competitiva, faziam também parte do dia-a-dia dos infantis. Relativamente ao nível desportivo na época anterior, seis nadadores, agora infantis A, estiveram presente nos campeonatos zonais e dois nos campeonatos nacionais, tendo apenas quatro nadadores obtido duas medalhas de prata nos Zonais em classificação da estafeta. Já os que transitaram para o escalão de infantis dois dos doze nadadores foram convocados para a seleção regional onde fizeram um estágio de capacitação técnica pela ANNP.

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