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REVISÃO DE LITERATURA

1.4 A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E O DESAFIO DA PRECEPTORIA

Na Atenção Básica encontra-se a Estratégia de Saúde da Família como importante cenário para a formação de profissionais, tendo em vista que este oferece aos estudantes um espaço de fazeres e saberes onde podem desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde.

O trabalho em comunidades que se efetiva na ESF é um espaço privilegiado de representação da realidade sanitária e social do país (FAGUNDES 2005) e que precisa ser apropriado pelas instituições de formação.

O Programa Saúde da Família (PSF) foi idealizado e proposto no ano de 1994 pelo Ministério da Saúde do Brasil e em 2006 teve o nome alterado para Estratégia de Saúde da Família, com objetivo estabelecer vínculos e a criação de laços de compromisso e de responsabilidade entre os profissionais de saúde e a população. É entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial,

31 operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes e na manutenção da saúde desta comunidade (BRASIL 2012).

Para Besen (2007), a ESF vista como espaço de Educação em Saúde, tem como papel central uma prática educativa voltada para a Promoção da Saúde, como um conjunto de atividades orientadas a propiciar o melhoramento de condições de bem-estar e acesso a bens e a serviços sociais.

A Atenção Primária a Saúde torna-se, deste modo, um cenário de prática privilegiado para o ensino por estar intimamente inserida no contexto político-social. Nas comunidades, percebe-se a historicidade de cada aspecto da vida humana, desde o simples ato de se alimentar até as práticas cotidianas de saúde. Neste cenário encontra-se o preceptor com a importante função de ressaltar estas questões inerentes a todos os atos de saúde, desde as atividades de educação popular à prescrição dos medicamentos, tornando-as alvo de estudo pelos educandos. É importante desenvolver pesquisas científicas que contemplem esta inserção (BARRETO et al, 2011).

Para Carvalho e Fagundes (2008), preceptor é o profissional lotado nas unidades de saúde, cujas atribuições principais são a orientação e a supervisão de estudantes em estágios curriculares supervisionados, sendo o mediador de um processo ensino-aprendizagem a partir da prática. Muitas vezes esse profissional não parece ter clareza da importância de seu papel na formação de novos enfermeiros. Na realidade, o preceptor se depara com atribuições que antes não fazia parte de seu cotidiano e para as quais não se sente preparado.

Para minimizar essa realidade, Trajman (2009) defende a necessidade de uma maior aproximação das instituições de ensino e de serviço, para proporcionar a formação dos preceptores no que se refere tanto a atualização profissional quanto as funções pedagógicas, sendo este o papel da Universidade e a principal contrapartida dos convênios com as Secretarias de Saúde.

32 A ESF é um importante instrumento para operacionalizar as ações em saúde voltadas para o que preconiza o SUS. O preceptor da ESF apresenta um diferencial que é o fato de estar em um campo que por si só possibilita uma visão ampliada de saúde, por meio de práticas compartilhadas, coletivas e integradas. Estas práticas possibilitam novas perspectivas e novos caminhos dentro do Ensino em Saúde. (BISPO, 2013)

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CAPÍTULO II

METODOLOGIA

“A vida tem cores Num abraço amoroso, Num sorriso que chega ...num crepúsculo choroso! A vida tem cores Nos sonhos vividos Nos mares inquietos ...encontros perdidos!”

34 2.1 TIPO DE PESQUISA

P

ara responder aos objetivos desta pesquisa, foi realizado um estudo com abordagem qualitativa. Segundo Figueiredo (2004, p. 107), essa metodologia de pesquisa trabalha com dados não quantificáveis, coletam e analisam materiais pouco estruturados e narrativos, que não necessitam tanto de uma estrutura, mas em compensação requerem o envolvimento do pesquisador ao máximo. As análises qualitativas conseguem investigar situações vividas no dia-a-dia influenciadas pelas emoções e sentimentos e que não conseguem ser mensuradas.

Como afirma Minayo (2012, p.21),

“A pesquisa qualitativa trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes e esse conjunto de fenômenos humanos é entendido como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes".

Do ponto de vista dos objetivos traçados para este estudo o tipo de pesquisa que mais se adequa é a do tipo descritiva e exploratória. Entende-se por pesquisa descritiva aquela que envolve técnicas padronizadas de coleta de dados.

Figueiredo (2004, p. 104) define pesquisa descritiva como aquela que realiza, “A descrição das características de determinada população ou fenômeno ou então o estabelecimento de relações entre variáveis obtidas através da utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados como questionário e a observação sistemática”.

35 Já o caráter exploratório da pesquisa é definida por Gil (2007) como aquele que, tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas na formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.

A opção por este tipo de metodologia justifica-se uma vez que esse estudo visa captar a percepção do profissional enfermeiro que atua na ESF como preceptor, sobre o exercício da preceptoria.