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Observando sob uma perspectiva histórica, pode-se compreender a evolução ocorrida e a importância que os SAD´s vêm adquirindo no mundo empresarial atualmente.

O conceito de suporte computacional à decisão foi desenvolvido a partir de duas principais áreas de pesquisa: os estudos teóricos da tomada de decisão organizacional, realizados no Carnegie Institute Technology durante o fim da década de 50 e o início dos anos 60 e no trabalho técnico em sistemas computacionais interativos, realizados no Massachusetts Institute of Technology, nos anos 60 (Bispo apud Power, 1996). Esta década ficou caracterizada pela expansão dos

computadores nas organizações e o desenvolvimento de sistemas de informações simples usando linguagens de programação, como o COBOL.

Na década de 70 surge o conceito de SGBD e a idéia de banco de dados para armazenamento dos dados processados, aperfeiçoando o tempo de acesso dos sistemas de informações a estes dados (Inmon, 1997). Mais tarde, outro papel foi adicionado a estes sistemas, quando se elaborou o conceito de sistemas de informações gerenciais – SIG, que se concentravam em fornecer aos usuários gerenciais relatórios administrativos predefinidos que dariam aos gerentes a informação de que necessitavam para fins de tomada de decisão. Entretanto, os produtos de informação pré-especificados resultantes desses sistemas, não estavam atendendo adequadamente muitas das necessidades de tomada de decisão administrativa (O´Brien, 2001).

Daí surgiu o termo “Sistemas de Apoio à Decisão”, com vistas a qualquer sistema que dê alguma contribuição ao processo decisório. Assim, algumas características foram definidas, a partir dos trabalhos de Gordon Davis (1974), Keen & Morton (1978), entre outros (Bispo apud Sprague & Watson, 1991), entre elas:

· serem voltados para problemas não tão estruturados e menos especificados com os quais os gerentes se deparam;

· tentar combinar o uso de modelos ou técnicas analíticas a funções

tradicionais de acesso e recuperação de informações;

· concentrar-se especificamente em recursos que facilitem seu uso para pessoal não especializado em computação, de forma interativa;

· enfatizar a flexibilidade e a adaptabilidade de acomodar mudanças no

ambiente e na abordagem à tomada de decisões utilizada pelo usuário. A década de 80 ficou marcada por grandes avanços tecnológicos e papéis novos para os sistemas de informação. Mesmo com todos estes avanços, ficou evidenciado que a maioria dos altos executivos empresarias não utilizava diretamente os relatórios gerados pelos sistemas de informação ou as capacidades de modelagem analítica dos sistemas de apoio à decisão e, com isso, desenvolveu- se o conceito de Sistemas de Informações Executivas – EIS. Era a ferramenta que faltava para propiciar aos executivos uma maneira mais fácil de obter as informações

críticas que eles desejassem, quando as desejassem, elaboradas nos formatos por eles preferidos (O´Brien, 2001). Porém, o gerenciamento da empresa e dos negócios estava evoluindo mais rapidamente que estes sistemas.

Pouco depois, um programa inócuo chamado de processamento de “extração”, começou a aparecer. Estes programas consistiam em “varrer” os arquivos ou banco de dados, usar critérios de seleção, encontrar dados que satisfaçam os critérios e transportar para outro arquivo ou banco de dados para serem analisados em outro ambiente, fora do domínio do clássico processamento de dados. Essas e outras razões explicam sua rápida expansão pelas empresas, porque é possível retirar dados do caminho do processamento online com um programa de extração não havendo conflito em termos de performance quando os dados precisam ser analisados coletivamente. Outra razão é que ocorre uma mudança no controle dos dados por parte do usuário final (Inmon, 1997).

No entanto, surgem alguns problemas e uma grande “teia de aranha” começou a se formar, ou seja, diversos programas extratores começaram a ser desenvolvidos espontaneamente, causando problemas como falta de integridade e credibilidade dos dados, além da falta de registro dos fatos históricos.

Uma mudança de enfoque ocorre na década de 90, marcada pela valorização das informações pelas empresas e por grandes avanços tecnológicos nos SADs. Como conseqüência, foram desenvolvidas novas ferramentas, ampliando sua área de abrangência, marcando, assim, a nova geração dos Sistemas de Apoio à Decisão: o Data Warehouse, o OLAP e Data Mining. Estas novas ferramentas estão sendo muito úteis no gerenciamento dos negócios atualmente, trazendo como benefício uma melhor capacidade, qualidade e disponibilidade das informações, conduzindo a conhecimentos importantes para as organizações, gerando oportunidades de melhorias de seus processos internos e dos serviços prestados, auxiliando gerentes modernos a enfrentarem um mercado de trabalho dinâmico e competitivo.

A partir de então, os sistemas de informação passaram a ser referenciados pela literatura como pertencentes a dois grupos: os de apoio operacional e os informacionais ou de apoio gerencial.

Operacionais: todos os sistemas de informações que visam dar suporte as atividades ou processos (executar, registrar) rotineiros de uma organização para o bom andamento dos negócios.

Informacionais: todos os sistemas de informações desenvolvidos para dar suporte as atividades de gerenciamento de uma organização para a

tomada de decisão.

Entre os motivos que levaram a esta classificação estão o tipo de dados, chamado de dado operacional e dado informativo, embora muitas empresas não façam distinção entre os dois tipos. Acesso operacional implica acesso atual de instâncias específicas de dados, enquanto acesso informativo implica acesso a grande volume de dados para análises elaboradas, planejamento e tomada de decisão.

Segundo O´Brien (2001), em termos conceituais, os sistemas de informação podem e são classificados de maneiras diferentes, sendo que um mesmo tipo de sistema pode ser classificado ora como de apoio operacional ora como de apoio gerencial. A Figura 4 retirada de O´Brien (2001) mostra uma classificação entre os tipos de sistemas, divisão esta semelhante à apresentada por Laudon & Laudon (1999).

Figura 4: Classificação dos Sistemas de Informações Sistemas de

Informação

Sistemas de Apoio

às Operações Sistemas de Apoio Gerencial CategoriasOutras

Sistemas de Processamento de Transações Sistemas de Controle de Processos Sistemas Colaborativos Sistemas de Informações Gerenciais Sistemas de Informações Executivas OLAP Data Warehouse Data mining Sistemas Especialistas Sistemas de Administração do Conhecimento Sistemas de Informações Estratégicas Apoio aos processos e

operações do negócio Apoio à tomada dedecisão gerencial

Fonte: Adaptado de O`Brien (2001)

Várias outras categorias de sistemas de informação fornecem classificações mais exclusivas ou amplas do que as mencionadas anteriormente. A nova geração de SAD´S, data warehouse, data mining e OLAP apenas são apresentados pela literatura como pertencentes a categorias de sistemas informativos, construídos para facilitar o uso da informação. Porém, como abordaremos mais adiante neste capítulo, esta nova geração de sistemas possuem características diferentes do SIG, EIS ou outros sistemas de apoio à decisão.