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5. O EMPREGO NO SETOR ELETRO-METAL-MECÂNICO E A CONTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS INCENTIVADAS

5.6 A exigência da qualificação da mão-de-obra

O ciclo de crescimento da economia brasileira deixa evidentes características de sustentabilidade, como a ampliação dos investimentos, a estabilidade de preços e baixa dependência ou vulnerabilidade externa. Alguns fatores internos, no entanto, são apontados como restritivos ao crescimento brasileiro, sendo mais comumente apontadas a deficiência da infra- estrutura e a escassez ou baixa qualificação da mão-de-obra especializada. A dinâmica da ocupação por nível de escolaridade, nos últimos anos, revela expressivo e contínuo aumento dos postos para as categorias de trabalhadores mais qualificados e, ao mesmo tempo, uma forte retração na oferta de empregos menos qualificados.

O movimento de expansão do emprego fundamentado no aumento da ocupação por trabalhadores com maior nível de instrução vem ocorrendo de forma generalizada nas regiões e setores pesquisados pelo IBGE. Em 1998, 33,51% da mão-de-obra do segmento EMM do Estado não tinham sequer a 8ª série completa e 61,08% não tinham o segundo grau. Apenas 6,15% conseguiram atingir nível de graduação superior. Em 2007, o nível de qualificação aumentou e apenas 16,56% da força de trabalho ainda conseguiam se manter empregada sem concluir o nível fundamental. Por outro lado, 54,12% já apresentavam o segundo grau completo e 7,05% já possuía uma graduação. É curioso observar que, em 2007, 0,06% da força de trabalho do setor EMM se apresentou com um curso de mestrado e/ou doutorado.

Na realidade, o que vem ocorrendo é uma elevação no grau de exigência e resposta da mão-de-obra em relação a sua qualificação, já que o 2º grau é, hoje, um requisito básico de qualificação para que os candidatos às vagas disponíveis no mercado possam, ao menos, ter condições de absorver os conhecimentos técnicos específicos que as empresas se obrigam a suprir. Isso tem relativo peso na planilha de custos das empresas, que se vêem, muitas vezes, obrigadas a suprir deficiências básicas e elementares de conhecimento, para poder formar adequadamente a sua mão-de-obra.

A performance da indústria de transformação como um todo é também semelhante. Em 1998, 65,24% da força de trabalho não tinham a 8ª série. Em 2007 o número relativo caiu para

46,87%. A velocidade da migração na indústria de transformação como um todo é que tem sido um pouco mais lenta, já que o setor EMM apresentou uma quantidade proporcional de profissionais sem o nível básico que caiu pela metade, enquanto na IT a queda foi de 28%.

Mesmo assim, se confirma, também na IT, a mesma tendência de uma melhor qualificação da mão-de-obra. 34,17% da mão-de-obra da IT, em 2007, já possuía ao menos o 2º grau completo, aí incluídos 3,45% com formação superior, mestrado e/ou doutorado. Em 1998, apenas 17,04% possuíam o segundo grau.

Cabe observar que não houve apenas uma diminuição relativa da mão-de-obra menos qualificada, devido ao incremento de novas vagas que, eventualmente, tenham sido preenchidas por pessoas com uma melhor formação básica. A quantidade de analfabetos, por exemplo, que trabalhava no setor EMM em 1998 (201), bem como na IT (34.825) caiu em termos absolutos para 95 (EMM) e 12.516 (IT) em 2007. Por outro lado, o número de profissionais que possuíam no mínimo o segundo grau completo, no segmento EMM, cresceu, entre os anos de 1998 e 2007, de 7.125 para 12.344, incluindo-se os que possuem formação superior ou algum curso de pós- graduação, mestrado ou doutorado. É um crescimento significativo (73%), que tem repercussão, conseqüente e direta, na redução da quantidade de colaboradores que têm nível de escolaridade inferior ou que não conseguiram concluir sequer o segundo grau. Nesse caso, entre os anos de 1998 e 2007 houve uma redução de quase 30 %. Embora seja significativo o fato de haver um crescimento do número de pessoas com escolaridade mais elevada, é a redução dos números absolutos de profissionais com escolaridade inferior que traduz com maior realismo o nível de exigência do mercado de trabalho. A redução do número de analfabetos trabalhando na indústria de transformação e também no setor EMM significa que esses profissionais foram substituídos por outros com melhor nível de escolaridade ou foram alfabetizados ao longo desses anos para permanecerem em seus respectivos postos de trabalho.

6. CONCLUSÕES

De origem histórica ligada à atividade canavieira, a indústria metal-mecânica começou a se fortalecer, em Pernambuco, no final do século XIX e início do século XX e hoje tem significativa importância e influência na economia do Estado, sobretudo na geração de empregos onde responde por quase 11% dos postos de trabalho da IT. Acompanhando a evolução da atividade econômica do Estado, os empregos no segmento vêm crescendo significativamente, expressando uma elevação da ordem de 44,5%, no período de 1998 a 2007, o que tem sido, em boa parte, decorrência da capacidade de geração de novos postos de trabalho por parte de empresas que obtiveram incentivos fiscais para se instalarem ou para ampliarem suas unidades industriais em Pernambuco.

Neste estudo, buscou-se discorrer sobre a importância e o nível de contribuição da política de incentivos fiscais adotada pelo estado de Pernambuco para a geração de empregos do setor EMM, estabelecendo-se comparativos quantitativos, de ordem absoluta e relativa, com a IT e o próprio segmento EMM do País, da Região Nordeste e de alguns Estados brasileiros, além da própria evolução periódica dos empregos gerados e do nível de qualificação que passou a ser exigido ao longo dos anos.

De acordo com os dados apresentados pode-se concluir que o incentivo fiscal e o crescimento relativo do número de empregos não têm, entre si, uma correlação direta. Não é o fato de ter um maior ou menor número de empregados que vai determinar o maior ou menor crescimento relativo, já que da mesma forma que uma das empresas incentivadas que gerava 34 empregos diretos cresceu 820%, em oito anos, outra, não incentivada e que gerava apenas sete empregos diretos passou a gerar 57, numa elevação de 714%.

Fatores como o nível da tecnologia empregada no processo produtivo e o crescimento da participação da empresa no sub-segmento em que atua podem influenciar fortemente a maior ou menor necessidade de contratação de pessoal. Embora não seja o único fator capaz de influenciar a decisão dos investidores, os números reforçam a importância da contribuição do incentivo fiscal para a geração de empregos na indústria em geral e, particularmente, naquelas do segmento

EMM, tendo em vista que cerca de 80% dos empregos existentes no setor têm origem nas empresas incentivadas.

Outro aspecto importante, que é possível inferir com base nas informações levantadas, é a tendência de crescimento do emprego, no setor EMM brasileiro, em que pese o cenário de crise internacional. A decisão política do Governo Federal, que direcionou para Pernambuco importantes investimentos estruturadores, levando em consideração critérios técnicos e também políticos, deu uma grande contribuição para o momento socioeconômico observado atualmente no Estado, fazendo com que as perspectivas para o mercado de trabalho nordestino e, em particular, pernambucano, continuem favoráveis, muito embora possam sofrer algumas conseqüências decorrentes da redução do crédito na economia internacional.

Mesmo que a atual crise se transforme numa situação mais extrema, sendo capaz de destruir a metade dos postos de trabalho já existentes, a indústria do setor EMM de Pernambuco ainda deverá crescer até o ano de 2010. De uma maneira geral, também foi observado que, quanto mais precárias são as condições de infraestrutura, disponibilidade de recursos humanos e/ou mão- de-obra qualificada, além do baixo nível de desenvolvimento tecnológico, mais agressivos e ousados se tornam os Estados para viabilizar a atração de investimentos, sobretudo na área industrial, onde o impacto e o poder de multiplicação dos efeitos sobre o emprego, a renda e os indicadores sociais são mais relevantes e elevam a condição da economia e do Estado a um patamar diferenciado, em relação ao que se encontrava.

No caso particular de Pernambuco, podemos inferir que há uma conjuntura favorável para que o Estado atravesse o atual momento em melhores condições, dada a sua pouca dependência do mercado externo e o acelerado ritmo de crescimento do seu mercado interno.

Isoladamente, o incentivo fiscal não determina a locação do investimento, mas sem dúvidas exerce forte influência na análise econômico-financeira dos projetos, tendo em vista que os empresários fazem contas e buscam instalar seus empreendimentos em locais onde a combinação de todas as variáveis remeta para um custo de produção mais baixo, permitindo

maior poder de competitividade de preços, ampliação ou asseguramento da sua participação no mercado e elevação de suas margens e resultado financeiro.

Nesse contexto, o que se verifica é que o Estado de Pernambuco vem passando por um excelente momento em seu estágio de desenvolvimento econômico, recebendo pesados investimentos públicos (estaduais e federais), em parte favorecido pelo alinhamento estratégico existente com o Governo Federal, mas também por um adequado planejamento da melhoria da sua infra-estrutura, sobretudo no aparelhamento do Complexo Industrial Portuário de Suape, que tem se constituído no maior alavancador de negócios do Estado, atraindo empresas de diversos segmentos industriais, muitas das quais ligadas ao segmento EMM.

O desempenho do PIB de Pernambuco, que apresentou crescimento superior ao PIB Brasileiro, vem se revelando consistente, desde 2003 quando teve desempenho negativo, conforme Tabela 17.

TABELA 17 - DESEMPENHO DO PIB/PE X DESEMPENHO DO PIB/BR - 2003-2008 (EM %)

ANO 2003 2004 2005 2006 2007 2008

% CRESCIMENTO DO PIB/PE - 0,6 4,1 4,2 5,1 5,3 7,0

% CRESCIMENTO DO PIB/BR 1,2 5,7 3,2 4,0 5,7 6,4

FONTE: Dados primários IBGE e Condepe/Fidem. ELABORAÇÃO: Autor.

A construção civil e o comércio foram os grandes responsáveis pelo excelente desempenho de janeiro a setembro/08, tendo os investimentos em Suape puxado o crescimento na construção pesada. A IT pernambucana, no entanto, cresceu menos que a brasileira, atingindo um percentual de 4,8% contra 5,9% da indústria nacional. A metalurgia básica do Estado, porém, mostrou crescimento robusto, atingindo 11,1%.

A escassez de recursos para financiar as operações de curto prazo irá, com certeza, atrapalhar o desempenho da indústria nacional, provocando, certamente, a perda de alguns postos de trabalho. Pernambuco, no entanto, pelo estágio atual dos projetos em andamento poderá até

ver diminuir o ritmo de alguns investimentos, em um processo de desaceleração econômica cujas dimensões ainda são desconhecidas, mas terá certamente um significativo acréscimo de postos de trabalho na indústria, nos próximos dois anos. Investimentos que já estavam decididos pelos grupos empreendedores e para os quais já havia fonte de recursos definidas e reservadas para tal fim, certamente não sofrerão solução de continuidade e deverão ter a sua implementação até mesmo antecipada, como forma de aproveitar o momento para modernizar seu parque tecnológico, por exemplo, e com isso obter melhores indicadores de produtividade, com reflexo direto no nível de competitividade da empresa e de seus produtos, o que pode ser determinante para as empresas se manterem num mercado cada vez mais exigente e seletivo.

Recentemente, nos anos de 2007 e 2008, 226 projetos para implantação e/ou ampliação de indústrias, centrais de distribuição e comércio importador atacadista foram apreciados pelo Condic, com expectativa de investimentos da ordem de R$ 3 bilhões e geração de 17.647 empregos, cabendo ressaltar que aí não estão incluídos os investimentos públicos, com obras de volume considerável, que estão sendo realizados em Suape e em outras regiões do Estado. Somente na última reunião do Condic, realizada em 23 de dezembro de 2008, em cenário que já contemplava os primeiros impactos da crise internacional, 58 novos projetos foram aprovados, com investimentos da ordem de R$ 585,7 milhões e expectativa de geração de 4.222 novos postos de trabalho. Destes, oito se referem à implantação e/ou ampliação de indústrias do setor EMM, com investimentos de R$ 66.099 mil e previsão de gerar 725 postos de trabalho, que deverão se somar aos empregos que serão gerados por boa parte dos projetos aprovados ao longo de 2007 e 2008, que em sua maioria ainda não foram implantados, mas encontram-se com obras em andamento, somente devendo se tornar visível e sensibilizar a curva do emprego do setor EMM ao longo dos anos de 2009 e 2010.

Somente no segmento EMM, Suape deverá viabilizar, com os empreendimentos já negociados, cerca de 10.000 novos empregos diretos. Somados aos já existentes, que até 2007 eram 18.932, teremos cerca de 29.000 pessoas trabalhando no segmento EMM do estado. Na prática, isto elevará o percentual de crescimento do emprego, no período de 1998 a 2010, quando tais empreendimentos estarão em funcionamento, para 123%. Em apenas três anos (2008/2010), o crescimento deverá se comportar na faixa de 53%.

O tema “guerra fiscal” continuará em pauta, em que pese existirem diversas propostas de emendas constitucionais que já foram levadas ao Congresso Nacional, mas sempre inviabilizadas pela falta de consenso e um sem número de pedidos de inclusão e/ou exclusão de artigos relevantes, que rebatem no cerne da polêmica e deixam explícitos os interesses contraditórios.

É fato notório que o Brasil tem uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo e também as mais elevadas taxas de juros, o que dificulta a atração de investimentos e o desenvolvimento de atividades produtivas capazes de gerar emprego em quantidade suficiente para atender ao crescimento da PEA. Do mesmo modo, também é de conhecimento geral que existe uma elevada concentração de investimentos públicos e privados e um estágio de desenvolvimento diferenciado do restante do Brasil, nos Estados do Sul e Sudeste, em comparação com as regiões mais pobres do País. Isso pode ser atribuído, em grande parte, à inexistência de políticas regionais e à falta de um planejamento nacional adequado, capaz de corrigir as desigualdades regionais.

Assim, a adoção de critérios diferenciados e de certa flexibilização nos prazos, bases de incidência e alíquotas de cobrança de tributos, sobretudo daqueles sobre os quais aos Estados cabe legislar, ainda que parcialmente, pode também ser vista como nada mais do que uma conseqüência natural do esforço para desconcentração do desenvolvimento ou mesmo, para alguns Estados, uma questão de sobrevivência mais digna para suas respectivas populações.

Preocupados com a escalada do que passou a se denominar “guerra fiscal”, o Governo Federal e também os Estados intensificaram, nos últimos anos, o debate sobre uma necessária e desejável reforma tributária, não havendo, no entanto e mais uma vez, consenso sobre qual seria o melhor modelo a ser adotado, o que vem retardando o fechamento de um acordo capaz de, definitivamente, por um fim ao quadro de quase leilão que os Estados, sobretudo nordestinos, realizam em busca do asseguramento de um ou outro investimento ou empreendimento privado, até porque em nenhuma das versões anteriores de reforma tributária foi apresentada uma proposta concreta de política compensatória para os Estados menos favorecidos, que fosse capaz de promover a desconcentração dos investimentos no eixo Sul-Sudeste.

Disto, tiram proveito as empresas que acabam estimulando a prática e, mesmo quando a variável determinante para a decisão sobre a localização mais adequada para implantação do projeto é de ordem mercadológica ou mesmo estrutural, condicionando a instalação da sua unidade à obtenção de melhores condições tributárias, ampliando suas margens em cima da redução do imposto.

A implantação de uma mudança na legislação do ICMS para privilegiar o princípio do destino – onde o imposto pertenceria ao estado consumidor – talvez fosse a solução mais eficaz para combater a “guerra fiscal”, uma vez que tornaria inócua qualquer tentativa de se conceder benefícios, via imposto estadual, para influenciar a opção do investidor. Isso, no entanto, requereria dos Estados que têm saldo da balança comercial interestadual positivo a capacidade de conseguir administrar o impacto de uma relevante queda simultânea de receitas que, a depender do volume, poderia ser capaz de inviabilizar o fechamento das contas do Estado. Qualquer mudança nessa direção, portanto, teria que ser muito bem estruturada e distendida ao longo de vários anos, para permitir um ajuste gradativo da máquina pública e também um caminho alternativo para recomposição das receitas do Estado, por meio de algum outro mecanismo de arrecadação e/ou repasse público federal temporário.

No caso do Nordeste brasileiro, o aumento da renda das classes C e D, provocadas pelos programas sociais como o bolsa-família, promoveram o ingresso de novos e ávidos consumidores no mercado, sobretudo no mercado interno, tornando interessante a produção para atendimento a esse público.

Mesmo diante do cenário de crise financeira internacional, dados do Banco Central recentemente divulgados, informam que o Brasil obteve um volume recorde de ingressos de investimentos estrangeiros diretos (IED), que são aqueles voltados para a produção. US$ 2,2 bilhões ingressaram no País, em novembro/08, e mais US$ 3 bilhões em dezembro, até o dia 20. Com isso, US$ 40 bilhões ingressaram no País em 2008, superando em 15,6% o recorde histórico atingido em 2007. Mesmo que em 2009 a crise venha a reduzir a entrada de mais recursos, as projeções do Banco Central apontam para um ingresso de US$ 30 bilhões, o que não é pouco.

O que mais surpreende é que esses ingressos estão ocorrendo num momento que existe um clima de aversão global ao risco, deixando aparente que as piores implicações da crise estão mesmo concentradas no sistema financeiro. Com isto, mesmo que haja uma redução nos fluxos globais de IED, o movimento de migração de recursos para os países emergentes deve continuar, já que a crise está mais centralizada nos países desenvolvidos.

Logo, como em Pernambuco estão sendo implementados projetos industriais de grande poder germinativo, que contribuirão para mudar a face do emprego, é de se esperar um desempenho ainda positivo, na geração de empregos no Estado. São projetos que demandarão mão-de-obra em variados setores de atividade e níveis de especialização, e que poderão difundir- se em várias regiões de Pernambuco.

O emprego ou desemprego refletem mudanças na economia devido a fatores diversos, mas o setor industrial se constitui numa espécie de termômetro das transformações da economia. Por este motivo, deve-se sempre ter presente que o setor industrial, de maneira muito especial a indústria de transformação, não se caracteriza como um elemento de importância preponderante na solução do desemprego urbano, mas juntamente com o setor de serviços é um coadjuvante de grande importância na geração de empregos e formação de mão-de-obra. Na verdade, a capacidade de absorção de mão-de-obra dessa indústria, que vem se modernizando para tornar-se mais competitiva, é limitada.

Merece ênfase, todavia, que o setor industrial atua pari passu com as atividades ligadas ao setor terciário, indo desde a melhoria da infra-estrutura de serviços sociais e administrativos públicos, ao comércio de mercadorias, transportes, prestação de serviços e grande número de atividades que se correlacionam, muitas das quais exigindo um melhor nível de especialização. O desenvolvimento econômico de Pernambuco, acompanhado de uma crescente urbanização e industrialização, demanda a expansão de serviços diversos em variados níveis de qualificação para as diferentes tarefas que se apresentam, onde se incluem aquelas resultantes das exigências do setor industrial. Os setores industrial e de serviços, entendidos na sua verdadeira dimensão, têm uma grande importância estratégica no planejamento e desenvolvimento das atividades

econômicas. Por isso é que têm a maior participação no PIB e na força de trabalho de Pernambuco.

Sobre a carga tributária é preciso lembrar, também, que a política de incentivos de Pernambuco não transfere recursos e nem subsidia a produção. Apenas diminui a influência dos impostos, aumentando a margem de manobra das empresas para estabelecerem preços mais competitivos. A arrecadação estadual, na verdade, até aumenta. Logo, não há espaço para se falar em subsídios, já que o governo não injeta recursos a custos abaixo do mercado e apenas alivia a carga tributária, independentemente da origem do capital da empresa.

É fundamental entender que se faz necessário criar condições mais favoráveis para a produção local, independentemente da origem da empresa ou do seu capital. Não é coerente, porém, viabilizar a produção a um custo mais baixo, nos Estados das regiões Sul e Sudeste, favorecidas por uma melhor infraestrutura pública e maior sinergia e proximidade entre os fornecedores e compradores, obrigando o estado e a população de outras Regiões a pagarem impostos para reforçar o caixa e bancar os investimentos públicos desses Estados.

Uma reforma tributária justa passa, necessariamente, por mudanças na forma de distribuição do imposto. Se o ICMS é um imposto sobre o consumo, em sua essência, nada mais justo que sua maior fatia, senão o seu todo, ficar com o Estado de destino, e não o de origem. Este já contaria, a seu favor, com uma maior participação no IPI (distribuído via FPE) e com a