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4. OS EFEITOS DA EXPANSÃO DA REDE FEDERAL DE

4.2 A expansão da Rede Federal de EPCT: sob a ótica dos

Conforme já anunciamos, a expansão da Rede Federal de EPCT no Instituto Federal da Paraíba teve início em 1995, ainda como Escola Técnica Federal da

Paraíba, por meio da instalação da Unidade de Ensino Descentralizada de Cajazeiras – UNED Cajazeiras. Doze anos mais tarde, já como Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba - CEFET amplia sua atuação no Estado, implantando, em 2007, a Unidade de Ensino Descentralizada de Campina Grande UNED Campina Grande.

Com o advento da Lei 11.892/2008, em 23 de setembro de 2009 passa a se chamar Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba e até o ano de 2010, contemplado com o Plano de Expansão da Educacional Profissional - Fase II - do Governo Federal, implantou mais cinco campi no estado da Paraíba, nas cidades de Picuí, Monteiro, Princesa Isabel, Patos e Cabedelo. Juntando-se aos

campi de Cajazeiras, Campina Grande, João Pessoa e Sousa (Escola Agrotécnica,

que foi incorporada proporcionando a criação do Instituto). Já com o Plano de Expansão – Fase III, novos campi foram implantados, o de Guarabira e Cabedelo- Centro, além de viabilizar o funcionamento de mais unidades em Areia, Catolé do Rocha, Esperança, Itabaiana, Itaporanga, Mangabeira, Pedras de Fogo, Santa Luzia, Santa Rita e Soledade, ampliando assim as oportunidades educacionais junto aos campi já existentes.

Diante deste cenário de crescimento e novas oportunidades, vários concursos públicos para provimento de cargos técnico-administrativos foram realizados no IFPB para atender a demanda de servidores em todas essas unidades e na Reitoria. TABELA 8 – Quanto à oportunidade de ingressar no serviço público

Oportunizado por Quantitativo %

Políticas Públicas de Governo 10 11,1%

Processo de Expansão da Rede 56 62,2%

Déficit de servidores nas instituições 07 7,8%

Crescimento da Administração Pública 11 12,2%

Número de aposentadorias nas instituições 01 1,1%

Fonte: Dados da Pesquisa (2015).

Conforme apresentamos na Tabela 8, acima, a pesquisa trouxe à realidade o quanto os sujeitos da pesquisa, estão conscientes que o processo de expansão da Rede Federal de EPCT permitiu a criação e oferta de diversas novas vagas no serviço público federal, quando mais de 62% (sessenta e dois por cento) atribuíram à expansão a oportunidade de ingresso no IFPB. Se somados ao pouco mais de 11% (onze por cento) atribuídos às “Políticas Públicas de Governo”, onde o processo

de expansão está inserido (de uma maneira macro), chegamos ao percentual de mais de 73% (setenta e três por cento). Porém, cabe registrar a importância da grande maioria desses servidores visualizarem a expansão como o verdadeiro responsável por milhares de oportunidades de emprego na Rede Federal de EPCT.

Quando questionados sobre “Como você avalia a expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica?”, de maneira praticamente unânime e generalizada, as respostas em muito se aproximaram em todos os aspectos. Três grandes variáveis se destacaram: aspectos positivos, aspectos críticos e resultados, não apenas delimitados no âmbito do IFPB, mas também em nível de escassez de investimentos e contenção nos compromissos do Governo Federal.

Quanto aos aspectos positivos, os respondentes avaliaram a expansão como algo “válido”, “benéfico”, “uma importante e interessante oportunidade de crescimento socioeconômico e educacional”, através da “interiorização do ensino técnico e tecnológico gratuito e de qualidade” nas regiões ainda carentes dessas oportunidades; além da “profissionalização e oferta de mão de obra qualificada para o mercado de trabalho”, “geração de empregos”, impulsionando a economia e desenvolvendo a região e o país através da educação.

Em contrapartida, apesar da positividade da expansão, várias críticas foram relatadas pelos servidores, a exemplo e principalmente da “falta de planejamento”, “falta de infraestrutura adequada e de pessoal para o início das atividades nas novas unidades”, “desorganização”, “crescimento desestruturado”, “entraves burocráticos e fragilidade orçamentária”; além do “precário investimento em melhorias nas unidades já existentes”.

Quanto aos resultados, destaca-se principalmente a preocupação dos servidores com um crescimento acelerado, porém, desordenado dessas novas unidades que, em muitos casos, funcionam em instalações inadequadas, com carência de quadro de pessoal próprio. Os respondentes registram também a inquietação com os índices de evasão, justificados pela deficiência estrutural, podendo acarretar dificuldades de ordem técnica, jurídica e operacional, pois a ansiedade tem sido concentrada no crescimento quantitativo de novas unidades em detrimento ao qualitativo das unidades já consolidadas.

Para muitos servidores que vivenciam de perto o processo de interiorização dos Institutos Federais, talvez o reflexo imediato da expansão da Rede Federal de

EPCT é a falta de pessoal (servidores docentes e técnicos, além de terceirizados), justificada em parte pela demora natural existente no serviço público no provimento desses servidores, através de concurso público. Porém, devemos considerar também como fator impeditivo para uma expansão que atenda aos requisitos de exigência da população, a distância geográfica entre os diversos campi no estado, o que dificulta não só a posse no cargo, mas, principalmente a permanência da maioria dos servidores nomeados em concursos públicos e designados para esses locais mais longínquos.

O ex-Secretário da SETEC/MEC, Eliezer Pacheco (sd)13 defende que a partir dessa consciência, todos aqueles que interagem com educandos são educadores, cada um dentro da especificidade de sua tarefa. Docentes, técnico-administrativos, terceirizados e tantos outros são todos trabalhadores em educação. O que se propõe, então, não é apenas uma ação educadora, mais do que isso, a comunidade educa a própria Instituição e essa é educada por ela. Assim, diante dessas novas perspectivas para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, torna-se absolutamente importante definir claramente o protagonismo daqueles que fazem educação em cada instituição de ensino.

4.3 A cultura organizacional do IFPB na percepção dos servidores técnico-

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