• Nenhum resultado encontrado

A fi losofi a como terapia

No documento Nietzsche. para estressados (páginas 107-113)

L

OU MARINOFF pergunta a si mesmo em seu livro Mais Platão,

menos Prozac: não seria um grande privilégio poder conversar

sobre nossos medos, angústias ou qualquer tipo de afl ição com os cérebros mais privilegiados da história? Certamente sentiríamos um grande alívio espiritual se dialogássemos sobre a morte com Platão ou Descartes. Descobriríamos facetas desconhecidas de nós mesmos se lêssemos Kant, Aristóteles ou Montesquieu.

É exatamente isso que propõem os fi lósofos terapeutas. Eles dizem que a psicologia e os medicamentos muitas vezes não bas- tam para que uma pessoa resolva suas neuroses. Os remédios não fazem com que se deixe de temer a morte, por exemplo, podendo ser contraproducentes em muitos casos.

O aconselhamento fi losófi co não é uma moda passageira. Na verdade, há quase 30 anos vem sendo praticado e já alcançou resultados muito satisfatórios em pessoas que sofriam uma de- cepção após outra com psicólogos ou psiquiatras, que oferecem tratamentos longos, caros, incômodos e, muitas vezes, prescre- vem remédios com efeitos colaterais.

Os fi lósofos terapeutas ajudam seus clientes a identifi car o tipo de problema que enfrentam para poder encontrar a melhor solução, que normalmente é o pensamento fi losófi co mais ade- quado à personalidade e à formação intelectual do cliente.

Infelizmente, vivemos num mundo em que tudo é rotulado. Existe uma síndrome para qualquer coisa. Parece necessário inventar doenças que não existem. Mas os fi lósofos terapeutas lutam contra essa tendência. Eles se negam a ver transtornos mentais onde eles não existem.

Qualquer pessoa pode sofrer angústia emocional ao tentar entender o mundo e não deve ser considerada doente por isso. Todos nós sofremos com esse sentimento em algum momento.

A angústia ou ansiedade que surge diante da ideia da mor- te ou de uma mudança drástica nos faz buscar respostas para várias perguntas. Não somos tão originais, pois as mesmas questões foram feitas anteriormente e os grandes fi lósofos as responderam. Talvez as respostas não sejam as que buscamos, mas podem nos ajudar a encontrar nossa própria explicação e algum consolo.

As sessões com um fi lósofo terapeuta normalmente começam como uma conversa. Em algum momento, o cliente acaba for- mulando questões fi losófi cas e, ao saber que elas já tinham sido levantadas anteriormente, ele sente necessidade de se aprofundar no assunto. Finalmente, muitos resolvem ler as obras dos fi lóso- fos com que se identifi cam mais.

Uma série de estudos realizados nos Estados Unidos chegou à conclusão de que um em cada dois americanos sofre de doença mental. Os fi lósofos terapeutas tentam demonstrar que essa in- formação não é apenas equivocada, mas também um ardil para assustar uma sociedade muito infl uenciável. É certo que algumas pessoas precisam ser medicadas ou até mesmo internadas em centros psiquiátricos, mas a imensa maioria da população não está doente – simplesmente passa por um momento complicado

acrônimo: Problema, Emoção, Análise, Contemplação e Equilíbrio. Em primeiro lugar, o que devemos fazer é reconhecer o problema. Na maior parte das vezes, já sabemos de que se trata, sendo ele simples ou não.

Em seguida, precisamos identifi car as emoções que provocam o problema.

Em terceiro lugar, é necessário analisar as opções que temos para resolvê-lo. O melhor seria neutralizar tanto o problema quanto as emoções que o causaram.

Quando chegamos à quarta parte, temos que retroceder para ganhar perspectiva – buscando uma visão global sobre o assunto – e então chegarmos ao quinto passo, o equilíbrio.

Depois de reconhecer o problema, identifi car as emoções, analisar as opções que temos e formar uma visão global, estare- mos preparados para tomar as decisões mais apropriadas.

Algumas pessoas são capazes de completar o processo em uma única sessão com a ajuda de um terapeuta. Por outro lado, outras demoram meses para chegar às mesmas conclusões. Cada qual deve seguir o próprio ritmo.

Todo mundo tem uma fi losofi a pessoal, ainda que a maior parte dos seres humanos não esteja preparada para utilizá-la, ne- cessitando para isso de um guia. Quando os clientes fi nalmente percebem o tesouro que guardam em seu interior, tomam cons- ciência de que sua vida acaba de se transformar e perdem muitos de seus medos, sentindo-se menos vulneráveis.

Os fi lósofos terapeutas não focam apenas nos escritos da fi losofi a ocidental, mas também utilizam os conhecimentos das fi losofi as orientais, como o hinduísmo, o budismo, o confucio- nismo e o taoísmo.

Quem já tem um parceiro e quer manter a qualidade de seu relacionamento faria bem em ler Thomas Hobbes, Pitágoras, Só- crates ou, ainda que pareça estranho, Maquiavel.

Se é chegado o momento de grandes decisões e precisamos enfrentar o dilema de terminar ou não uma relação, não devemos deixar de consultar Ayn Rand, o Dalai-Lama, Immanuel Kant ou Jean-Paul Sartre.

Se estamos insatisfeitos no trabalho, temos um chefe tirano ou nos sentimos entediados com nossas atribuições, deveríamos ler Voltaire, Rousseau, Aristóteles e também o Bhagavad Gita.

Aos que se encontram na meia-idade, é possível superar a crise com o auxílio de Confúcio e Buda.

Se não sabemos o que fazer da vida, não temos um objetivo ou sentimos um grande vazio, evitaremos decisões equivocadas com os pensamentos de Simone de Beauvoir, Thomas Mann e Rudyard Kipling.

Também é possível superar o mais terrível dos medos: o da morte, seja a nossa ou a de um ente querido. O fato de que algum dia deixaremos de existir pode nos encher de angústia. Vale a pena tentar nos afastar dessa angústia conhecendo as ideias de Simone de Beauvoir, Lao-Tsé, David Hume e Confúcio.

Se pensar por si mesmo é algo que tende a desaparecer na cultura de massa, o fato é que muitos encontros fi losófi cos vêm sendo realizados pelo mundo todo. Esses eventos costumam ser organizados por fi lósofos terapeutas, que desempenham o papel de moderadores. Eles estão fazendo com que a fi losofi a volte a alimentar a mente das pessoas na vida cotidiana.

Amalfi , Francis, El elixir de la felicidad, Océano Cyrulnik, Boris, Os patinhos feios, Martins Fontes

De Bono, Edward, Os seis chapéus do pensamento, Sextante Frankl, Viktor, Em busca de sentido, Sinodal/Vozes

García de Oro, Gabriel, La empresa fabulosa, Planeta Gómez, Teo, El lector de Nietzsche, Océano

Honoré, Carl, Devagar – Como um movimento mundial está desa-

fi ando o culto da velocidade, Record

Lelord, François, A viagem de Heitor, Sá Editora Marinoff, Lou, Mais Platão, menos Prozac, Record Scott Peck, M., A trilha menos percorrida, Nova Era

1.000 lugares para conhecer antes de morrer, de Patricia Schultz 1001 discos para ouvir antes de morrer, de Robert Dimery 1001 fi lmes para ver antes de morrer, de Steven Jay Schneider A cabana, de William P. Young

A História – A Bíblia contada como uma só história do começo ao fi m, de The Zondervan Corporation

A última grande lição, de Mitch Albom

Anjos e Demônios, O Código Da Vinci e O Símbolo Perdido,

de Dan Brown

Desvendando os segredos da linguagem corporal e Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?, de Allan e Barbara Pease Fora de série – Outliers, de Malcolm Gladwell

Jesus, o maior psicólogo que já existiu, de Mark W. Baker

Mantenha o seu cérebro vivo, de Laurence Katz e Manning Rubin Não conte a ninguém, de Harlan Coben

Nunca desista de seus sonhos, de Augusto Cury O guia do mochileiro das galáxias, de Douglas Adams O monge e o executivo, de James C. Hunter

O poder da paciência, de M. J. Ryan O Poder do Agora, de Eckhart Tolle

O que toda mulher inteligente deve saber, de Steven Carter

e Julia Sokol

Os segredos da mente milionária, de Harv T. Ecker

Para receber informações sobre os lançamentos da Editora Sextante, basta cadastrar-se diretamente no site

www.sextante.com.br

Para saber mais sobre nossos títulos e autores e enviar seus comentários sobre este livro, visite o site www.sextante.com.br ou mande um e-mail para

atendimento@esextante.com.br

Editora Sextante

Rua Voluntários da Pátria, 45 / 1.404 – Botafogo Rio de Janeiro – RJ – 22270-000 – Brasil Telefone: (21) 2538-4100 – Fax: (21) 2286-9244

No documento Nietzsche. para estressados (páginas 107-113)

Documentos relacionados