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Com o aumento da complexidade das organizações acentua-se a importância da controladoria como suporte à administração correta dos vários departamentos da empresa. De acordo com Figueiredo e Caggiano (1997, p.49), “a missão da Controladoria é zelar pela continuidade da empresa, assegurando a otimização do resultado global”.

No processo de interação da empresa com os diversos agentes, começa a surgir uma série de fenômenos políticos, econômicos e sociais, entre outros, fazendo com que as necessidades da empresa, na busca de sua eficácia, transcenda os conceitos oferecidos pela administração, economia e contabilidade. Com o desenvolvimento e o aumento da complexidade das relações empresariais, a função do controller passa a ser de vital importância para o desenvolvimento da organização rumo aos seus objetivos.

Kanitz (1976, p.76) coloca que os primeiros controladores foram recrutados entre os trabalhadores responsáveis pela área contábil ou então pelo departamento financeiro, por várias razões:

a) os contadores e administradores financeiros possuem, em função do cargo que ocupam, uma visão ampla da empresa, o que os torna capazes de enxergar as dificuldades como um todo e propor soluções gerais;

b) as informações que chegam ao controlador são, predominantemente, de natureza quantitativa, e esses profissionais já são familiarizados com os números;

c) os contadores e os administradores financeiros são pessoas ligadas à presidência da empresa e a Controladoria é uma função diretamente subordinada à presidência.

Kanitz (1976, p.76), ao comentar a função da Controladoria, destaca a importância do conhecimento de todos os aspectos da organização, enfatizando a necessidade de informações recebidas de outras áreas.

A função da controladoria não é apenas administrar o sistema contábil da empresa. Por isso os conhecimentos de contabilidade ou finanças não são mais suficientes para o desempenho da controladoria. Atualmente, o controller se cerca de psicólogos, analistas de sistemas, especialistas em computação, estatísticos e matemáticos, que têm a tarefa de analisar e dirigir, à luz de cada um dos seus campos de conhecimento, um imenso volume de informações necessárias ao cumprimento da função da controladoria.

Riccio (1993, p.51), ao comentar os paradigmas das funções da Controladoria, aborda o escopo de sua atuação. Entende-se, portanto, que para exercer de maneira correta sua função, monitorando o sistema de mediação da empresa, a Controladoria deve dispor dos seguintes enfoques de responsabilidade:

a) Contabilidade financeira – onde buscará o custo do produto para fins de apuração de estoques e todos os elementos do sistema contábil para fins de suporte externo;

b) Contabilidade gerencial – onde buscará o controle das decisões e de seus impactos na empresa para fins de gestão de negócio; e

c) Contabilidade estratégica – onde buscará o exercício da estratégia competitiva através da gestão e mensuração dos custos das atividades de produção e administração, para apoiar sinergicamente as funções que compõem a empresa, estruturada na gestão estratégica global.

Cabe à controladoria o papel de monitorar os paradigmas de qualidade, devendo informar e interagir proativamente com as diversas funções da organização na busca

da excelência empresarial, fundamentada na crença de que estratégia, custos e qualidade são responsabilidades de todas as funções da empresa.

Assim, a Controladoria deve ter o conhecimento de toda a organização, no sentido de entender o seu funcionamento, e, com isto, avaliar se as partes da organização estão agindo de acordo com os objetivos comuns e se os resultados atingidos em cada uma das áreas está atendendo a estratégia estabelecida, uma vez que o sucesso da organização deve ser atingido pela composição de todas as ações realizadas na organização.

Apesar de estar dentro do âmbito da informação, uma das mais importantes funções da Controladoria atualmente é o acompanhamento e avaliação do desempenho estratégico. Pelo fato de a empresa estar inserida num ambiente cada vez mais competitivo, a definição da estratégia e seu acompanhamento pode representar a diferença de uma bem sucedida organização.

A Controladoria, mais até do que todas as outras áreas, necessita adaptar-se a novos desafios, principalmente para prover, avaliar e controlar todos os procedimentos e resultados gerados pela organização. O enfoque a ser considerado deve abranger aspectos não apenas do âmbito financeiro, mas também àqueles relacionados as demais áreas das empresas, que também influenciam nos objetivos financeiros.

As funções da Controladoria podem estar diretamente relacionadas com a atividade do planejamento. Ackoff (1979, p.47) afirma que o planejamento compõe- se de:

a) fins - especificação de objetivos e metas;

b) meios - escolha de políticas, programas, procedimentos e práticas através das quais se tentará atingir os objetivos;

c) recursos - determinação dos tipos e quantidades de recursos necessários, como eles devem ser gerados ou obtidos e como eles devem ser alocados às atividades;

d) implantação - determinação de procedimentos para tomada de decisão e de uma maneira de organizá-los para que o plano possa ser executado;

e) controle - determinação de procedimentos para antecipar ou detectar erros no plano ou falhas na execução e para prevenir ou corrigir continuamente estes erros e estas falhas.

Em uma economia competitiva, esse controle da situação tende a representar uma vantagem em relação a seus concorrentes, e seu acompanhamento converge com as responsabilidades da Controladoria.

Desse modo, a atuação da Controladoria deve ser direcionada para a visão de negócios. Cabe a Controladoria funções mais importantes do que apenas retratar determinadas situações. Deve-se ter em mente a importância das informações que ela possui, no sentido de ser um sistema capaz de auxiliar as áreas de negócios da organização, antecipando os resultados e os reflexos que determinadas operações podem trazer à empresa.

No entendimento de Jucius e Chelender (Almeida, Parisi e Pereira, 1999, p.375) "..funções são definidas como atos". Porém, estes atos não são fortuitos, há uma razão, um imperativo para que aconteçam, pois, de acordo com os autores, os propósitos por que as funções ou atos são desempenhados são geralmente referidos como objetivos.

Dessa forma, ao participar na definição do modelo de gestão, divulgar os conceitos de gestão econômica, disponibilizar os instrumento necessários e zelar pelo pronto atendimento, caracteriza-se a controladoria como um agente de mudanças comportamentais.