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O Governo Central convocou uma comissão para elaborar o anteprojeto da futura Constituição e a reorganizar as novas bases partidárias para a eleição da Constituinte. Contudo, Vargas continuava sua aproximação política com Flores, procurando expandir e fortalecer sua base de poder. Nesse sentido, o Governo Provisório manteve intenso contato telegráfico com Flores, comunicando-o a respeito dos procedimentos políticos no âmbito da administração federal e recorrendo, freqüentemente, as suas orientações. Em carta sobre a articulação política nacional e quanto à possibilidade da criação de um partido, cuja força deveria ser o “instrumento para a renovação moral do paíz”, Vargas afirmava a Flores:

“Levando este assunto ao teu conhecimento, inspira-me o desejo de que o estudes, por ser a tua colaboração, com a qual quero antecipadamente contar, indispensável ao êxito da iniciativa. Ficarás, assim, habilitado a, desde já, orientares a atuação política que os acontecimentos, fatalmente, exigirão de ti, no Rio, no sentido da nova organização que deverá surgir dos escombros dos velhos partidos.”182

Na missiva, o Presidente Vargas evidenciava a Flores seu papel no novo quadro institucional que se construía e deixava claro os limites da “atuação política” que caberia ao governante do Rio Grande do Sul. A extinção ou reformulação dos “velhos partidos” caberia ao interventor na medida em que da “nova organização” e dos “escombros”, o governo federal suplantaria as divergências políticas e alcançaria a paz e a ordem social.

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Carta de Raul Pilla, João Neves da Fontoura, Baptista Luzardo e Lindolfo Collor ao Jornal Correio do Povo, 15-10-1932.

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A “colaboração” de Flores ao Governo Federal traduzia-se na indicação de nomes para cargos federais e na dispersão das forças de oposição no Rio Grande do Sul. A nomeação de Francisco Antunes Maciel Júnior para ocupar a pasta do Ministério da Justiça foi uma das principais conquistas do interventor durante o Governo Provisório. Ele sabia que Antunes Maciel, no Ministério da Justiça, seria um forte aliado, pois caberia àquela pasta a elaboração legal da regulamentação do Código Eleitoral, bem como a formulação do Regime Interno da Assembléia Constituinte. Quando assume a pasta do Ministério em novembro de 1932, Maciel afirma a Flores ter encontrado “diversos problemas” administrativos a enfrentar. Segundo Maciel a elaboração do ante-projeto constitucional e a cassação dos direitos políticos, eram pautas que lhe atormentavam enormemente, na medida que aquela pasta tornava-se o principal canal de disputas no jogo político nacional. Contudo, afirmava o Ministro

“Com calma e resignação, começo a enfrenta-los, confortado pelo amistoso acolhimento que me foi dispensado e pela impressão agradável que despertou a minha nomeação, se é verdade o que me informam o pessoal do gabinete, Getúlio, Osvaldo e outros observadores.”183

Embora “confortado pelo amistoso acolhimento”, Maciel não escondia sua resignação e apatia diante de uma das matérias mais controversas de sua gestão. A lista dos 31 nomes que compunham a comissão responsável pela elaboração do ante-projeto constitucional, além de lhe ser entregue já definida, constituía-se de elementos provenientes de diversos agrupamentos políticos regionais. Na prática, essa heterogeneidade dificultaria o processo constitucional e o controle do governo sobre o resultado da constituinte. Entretanto, dizia Maciel, “para contentar a todos os matizes e tirar a gente mais capaz de

dar forma e substância ao ante-projecto”, ele articulou, junto ao Governo Provisório, a

retirada de nomes e a instituição de outros.184

Ao “remover escolhos” e nomear “o pessoal mais apto a tecnicamente esboçar as

bases do novo estatuto”, Maciel acreditava estar apaziguando o “ambiente na capital da

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Carta de Antunes Maciel a Flores da Cunha, 10-11-1932.

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república” e, com isso, “ganhando mais terreno”. Entretanto, o assunto mais espinhoso e

delicado parecia se constituir em torno da mobilização dos exilados políticos. Além de sugerir a Flores a urgência de “medidas acauteladoras na fronteira”, Maciel destacava o desejo de Vargas de afastar temporariamente Borges de Medeiros do país. O impasse maior era postulado por alguns setores das forças armadas, que viam a manutenção de Medeiros no país, como uma “dualidade de tratamento para com os presos políticos”.185 A equação desse jogo político poderia ser assim resolvida:

“(...) entendo que melhor seria conservar o velho chefe republicano em custodia, aqui mesmo, até por evitar que ele fosse para o rio da Prata, perto do Rio Grande. Reconheço, porém, que a alegação da dualidade tem inteiro fundamento e que, a conserva-lo aqui, teríamos de mante-lo em incomunicabilidade. Do contrário, continuarão os manejos, a correspondência, a sua ação, enfim, cada vez mais acirrada contra o Governo. Ora, entre incomunicável e exilado, ele próprio preferirá a segunda hipótese.”186

Contudo, essas incumbências administrativas relatadas por Maciel, inclusive pedindo a Flores que lhe anunciasse a necessidade de “elementos do Exército, de

numerário, de medidas governamentais” para que fossem encaminhadas ao poder

executivo federal, alçava a liderança política do interventor a uma nova situação de poder. A temporária capitulação e dispersão das forças de oposição reunidas na FUG, facultava a Flores a obtenção de um certo controle na direção política do Rio Grande do Sul. Nesse momento, abria-se a possibilidade de um novo arranjo político no estado. Apoiado pelo Governo Provisório e aproveitando as disputas iniciadas com a abertura da Assembléia, Flores consolidava seu poder criando o Partido Republicano Liberal (PRL), em 1932. Para

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No início de dezembro de 1932, Antunes Maciel recebe da Inspetoria de Polícia do Distrito Federal a relação dos presos políticos militares e civis, “que seguiram no período de 1º de Novembro ppº até a presente data para a Europa, exilados por determinação do Exmº. Sr. Chefe do Governo Provisório.” Entre os oficiais do Exército que foram deportados constavam 48 nomes. Já entre os oficiais da Polícia de São Paulo havia listado os nomes do Cel. Pedro Dias de Campos, Major Reynaldo Ramos Saldanha da Gama, e o Capitão Antonio Pistcher. Por sua vez, o número de exilados civis somava 53 nomes, entre os quais Arthur da Silva Bernardes, Pedro de Toledo e Waldemar Rippol. Carta de Dulcidio Espírito Santo Cardoso a Antunes Maciel, 05-12-1932.

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Luciano Abreu, a partir de 1932, o Rio Grande do Sul restabeleceu sua tradicional polarização política, entretanto, sob um novo viés: “de um lado a FUG, anti-getulista e

anti-florista; de outro os partidários destas duas lideranças – Vargas e Flores – que, ao dissentirem de seus partidos, formaram o Partido Republicano Liberal (PRL).” Segundo

Abreu:

“Diante dessas novas condições, deve-se destacar que Getúlio Vargas e Flores da Cunha, ainda que tenham conseguido derrotar seus ex-aliados e manter-se no poder, tiveram suas bases de apoio político desestruturadas, ameaçando o equilíbrio e a estabilidade do novo regime.”187

O engendramento político para a formação do novo partido contou, substancialmente, com apoio irrestrito do Governo Provisório e com a mediação de Oswaldo Aranha e Antunes Maciel.188 Nesse sentido, tornava-se difícil uma reaproximação de Flores da Cunha com antigos líderes da FUG, exilados ou sediados nas fronteiras do estado. De qualquer forma, a recomposição político-partidária no Rio Grande do Sul, agora com uma estreita relação com o poder federal, tinha, na figura de Flores da Cunha a vinculação com o programa nacional de Vargas.

A relação de forças entre o poder federal e o poder estadual estaria, através da mediação do PRL, conciliada com os interesses políticos federais. Oswaldo Aranha,

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ABREU, Luciano Aronne de. O Rio Grande estadonovista: interventores e interventorias. Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de História da UNISINOS, São Leopoldo/RS, 2005, p. 80.

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Encontramos 23 cartas envidas por Antunes Maciel e 13 cartas enviadas por Aranha a diversos segmentos políticos e sociais do Rio Grande do Sul procurando obter apoio a formação do PRL. Em 19 de dezembro de 1932, por exemplo, Maciel envia uma missiva ao Coronel de Passo Fundo Fernando Goelzer: “(...) É que estamos precisando do prestígio do seu nome respeitado, para o fortalecimento, nesse município, do Partido Republicano Liberal. Essa agremiação pujante e cheia de futuro – que se ergue sobre princípios que sempre nos guiaram – sob uma bandeira ampla e acolhedora e sob a égide da individualidade generosa de Flores da Cunha – bem merece a solidariedade do velho campeão liberal que me foi companheiro de barraca, em 1923. Assim, cumpre-me apelar para ele, no sentido de não recusar essa solidariedade, de prestar todo o apoio ao novo partido e de, em meu nome, apelar para outros companheiros passo-fundenses como Inocêncio Schelader, João Fagundes, José de Souza Sobrinho, etc. (...).” Além de envidar a “solidariedade” Maciel procurava convencer o destinatário a ampliar a afiliação ao PRL. Assim, o partido poderia contar com a disseminação do seu programa e com uma estrutura eleitoral também no interior do estado. Carta de Antunes Maciel a Fernando Goelzer, 19-12-1932.

responsável pela definição das diretrizes partidárias do PRL, em carta a Flores da Cunha, em novembro de 1932, demonstra a relevância da unificação dos objetivos políticos e a necessidade da manutenção da ordem e da paz social através de uma condução centralizadora. A “ralé da anarquia” e as “aventuras ideológicas” deveriam, segundo Aranha, sucumbir diante de um projeto nacional em que os interesses regionais tornar-se- iam vitoriosos. E ainda, caberia a Flores e ao próprio remetente “fixar na essência e na

forma” o “pensamento político” que conduziria os “partidários da ordem”. Afirmava

Aranha:

“Basta isto. Formarás a elite da ordem contra a ralé da anarquia. O pensamento político ainda não o podes plasmar, senão em linhas gerais. Não creio mesmo ter chegado o momento para lançar programa de partido. Acho que devemos aguardar o Anteprojeto (Constitucional) e adota-lo se corresponder às nossas aspirações. Caso contrário, do debate devemos tirar os resultados para nossa organização. Logicamente tenho que aceitar a evolução e a Revolução. (...) O Rio Grande é conservador e por isso não devemos arrasta-lo a aventuras ideológicas. Tenho para mim que entre os extremos dos sonhadores de ideologias e os interesseiros de situações há o meio-termo, aquele que corresponde às aspirações gerais.”189

A superação das divergências “ideológicas” e a tentativa conciliatória de Aranha visavam, certamente, uma organização política nacional, baseada na aceitação pacífica da “evolução” e da “Revolução”. Para Aranha, o PRL traduziria as “aspirações gerais” se o programa do partido levasse em consideração o debate na constituinte. Com as novas deliberações partidárias e com a convergência política entre Flores e Vargas, o situacionismo estadual ampliava seu feixe de participação na máquina administrativa do governo federal. Podemos inferir que esta articulação política de Flores contou, inicialmente, com o amplo apoio de Vargas e com o compromisso deste em reconhecer a nova organização política estadual. Evidentemente, Flores precisou, através de medidas coercitivas e oferecimento de cargos na máquina estatal, conquistar a adesão de lideranças municipais e dos comandantes das brigadas estaduais para assegurar a legitimidade de seu governo e do novo partido frente ao Governo Provisório.

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Na sessão de inauguração do PRL, em 15 de novembro de 1932, o Deputado João Carlos Machado, aliado de Flores da Cunha, justificava as razões que teriam levado à formação do novo partido:

“Chegamos a uma encruzilhada em que devemos

optar por uma das normas abertas: ou tomamos resolutamente o caminho da ordem social, política e administrativa, procurando preservar da anarquia o Rio Grande e o país, permitindo curso livre a todas as suas atividades, restaurando a confiança perdida, visando o restabelecimento do ritmo de trabalho industrial e comercial, perdido, no tumulto das paixões e dos entrechoques armados – ou abandonamos um e outro à aventura, inspirada pelos ódios, pelos egoísmos, pelos personalismos dissolventes, pelas ambições desenfreadas, cujas conseqüências não precisamos apontar, visto que cada um de nós saber perfeitamente o que representa para o nosso povo como fator depressivo e perturbador, moral e materialmente.”190

Por conseguinte, para Vargas o “personalismo irritante” dos partidos que assombravam a ordem política no Rio Grande do Sul teria, a partir da fundação do PRL, a

possibilidade de uma reorganização em suas diretrizes programáticas.191 Em 19 de

novembro de 1932, Vargas envia a Flores um extenso telegrama realçando a importância do Partido Republicano Liberal e, evidentemente, contando com o seu apoio para firmar-se no poder.

“(...) o novo partido surge como a fênix da lenda, das cinzas dos velhos partidos gaúchos, esgotados em suas finalidades pelo abandono de seus princípios básicos, ao pretenderem lançar no Estado numa aventura política. Julgo excelente o programa do novo partido, que satisfaz com acerto os objetivos do nosso quadro histórico, já que visa precipuamente salvar as conquistas da Revolução (...) continuando, na sua fase preparatória, a campanha da Aliança Liberal. (...) Deve existir a mais completa e eficiente colaboração entre o Executivo e o Legislativo. A forma geralmente aceita pela experiência (...) consiste em obrigar o comparecimento dos ministros ao Congresso e estabelecer a

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O Partido Republicano Liberal e seu programa, Porto Alegre: Livraria Globo, 1933, p. 17.

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possibilidade do Executivo, em alguns casos, tomar iniciativa de determinadas leis, submetendo-as ao referendum popular. Outra tendência do moderno Direito Público, já colhida nas Constituições mais recentes, outorga ao Congresso a escolha do Chefe Executivo, princípio este que parece perfeitamente aplicável ao Brasil, uma vez que o Legislativo, pela forma eleitoral, se transforma realmente em órgão de soberania popular. Ressalvada assim a pureza do regime representativo, evitar-se-ia que o país fosse, periodicamente, abalado por agitação profunda e perturbadora, ao termo de cada período presidencial. São essas as rápidas impressões sugeridas pelo esboço de organização do novo partido rio- grandense.”192

Nesse extenso telegrama, congratulando Flores pela instalação do novo partido no Rio Grande do Sul, que vinha “salvar as conquistas da Revolução”, Vargas resumia suas considerações quanto à composição do governo e à relação deste com o poder legislativo. Ao executivo, segundo o Presidente, caberia, “em alguns casos”, elaborar e aplicar leis. Com esta medida, acreditava o chefe da nação, evitar-se-iam abalos constantes nas instituições da ordem, devido a agitações “profundas e perturbadoras”. O elogio e a aprovação de Vargas às diretrizes políticas do PRL objetivava estreitar os laços com o governo do Rio Grande do Sul e assegurar sua margem de influência no estado. Quando destaca a diretriz partidária em que dispõe o comparecimento de Ministros para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional, Vargas aludia ao Item I do programa do PRL. Neste, segundo a definição partidária, o Legislativo poderia interpelar os Ministros de Estado, o que, de alguma forma, ampliava, “no regime representativo”, a possibilidade de conciliações entre o poder federal e os representantes regionais.193

As “rápidas impressões” de Vargas referem-se também à competência do Executivo Federal, que, além da possibilidade legisladora, poderia se valer do “referendum” popular, outorgando o direito de suprimir incumbências legais do poder legislativo. O que Vargas não menciona em sua mensagem a Flores da Cunha refere-se ao caráter federativo do programa do PRL. No item II, por exemplo, o programa determinava a manutenção do regime democrático, enfatizando a legitimidade da representação política

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Telegrama de Getúlio Vargas a Flores da Cunha, 16-12-1932.

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dos estados no Congresso Nacional. Nos itens III e V ficavam claras as prerrogativas federalistas do programa, atribuindo aos estados e aos municípios a exclusiva competência administrativa e política, contrariando, evidentemente, a condução centralizadora do governo federal. Outra altercação quanto às competências administrativas dos poderes estaduais, dizia respeito à nomeação de magistrados e à própria definição da organização judiciária estadual. Nesse sentido, o princípio federativo do PRL foi golpeado, pois com a criação dos Tribunais Superiores Federais, unificava-se o julgamento dos crimes, limitando o poder estadual.194

Enfim, para Vargas, o PRL, que surgia com o esgotamento dos “velhos partidos”, viria salvar as conquistas da Revolução. Portanto, para o executivo federal, o PRL seria o único e legítimo partido que evitaria as aventuras políticas e rescaldos partidários. E mais, para o Presidente, o PRL seria o mediador da renovação e da “ reconstrução política do

país”na medida em que sua fórmula sintetizava os “ideais coletivos”. Entretanto, o chefe

do executivo federal ressaltava o perfil no qual deveria trilhar a nova agremiação. Na perspectiva de Vargas, diferente dos outros partidos estaduais, mergulhados em disputas locais e fiéis representantes dos interesses oligárquicos, o PRL, por outro lado, seria um instrumento para fortalecer a “unidade nacional”, através do “predomínio de amplo

sentimento de brasilidade”. Não haveria, portanto, quaisquer entraves para o

desenvolvimento nacional e progresso industrial posto que, para Vargas, a confluência dos interesses nacionais seria a própria resolução das “aspirações locais”.195

As articulações de Oswaldo Aranha, quando ocupava a pasta do Ministério da Fazenda e do Presidente Getúlio Vargas nas definições políticas do PRL são visíveis, sobretudo, ao que se referia à omissão de referências sobre o intervencionismo federal. Não obstante, os preceitos constitutivos do programa do PRL acentuavam a ação reguladora dos executivos estadual e federal subjacentes à economia e às finanças. Entretanto, na redação final do programa do PRL, atribuía-se ao Executivo Federal dispositivos centralizadores que extrapolavam aquelas competências. Nesse sentido, podemos inferir que qualquer

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O Partido Republicano Liberal e seu Programa, Porto Alegre, Oficinas Gráficas Livraria Globo, 1933.

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divergência ao projeto centralizador do Governo Provisório era suprimida ou postergada para discussão futura.

Ainda assim, mesmo com estes dispositivos centralizadores, o Governo Provisório precisava contar com o comprometimento do Interventor Flores da Cunha na resolução de contenciosos da política regional. Essa circunstância política favorecia a concessão e ampliação do poder mediador de Flores que lançava mão para encaminhar pedidos de ajuda financeira e apoio político.196

Assim, os líderes exilados da FUG mobilizavam-se com o fim de organizar um movimento para derrubar Flores. Medidas violentas e uma intensa campanha na imprensa estadual, promovida pelo interventor pretendiam evidenciar a conspiração no estado.197 A conspiração, que contou com o ex-presidente do estado, Borges de Medeiros do PRR e o presidente do PL Baptista Luzardo, representou o principal obstáculo para assegurar Flores como liderança incondicional do Rio Grande do Sul. Todavia, podemos depreender que Flores, contando com a máquina do estado, acenando cargos e facilitando a adesão de partidários que constituíam os partidos integrantes da FUG, procurava fragmentar as forças políticas de oposição e reafirmar seu poder na esfera da política estadual.

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No capítulo II desta tese, detalharemos com maior precisão esta mediação política engendrada