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CAPITULO 2. A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO

2.1 A história da tecnologia na educação

Neste tópico consideraremos a tecnologia na história da Educação, sua implantação, seus avanços e exigências. No Brasil, uma das primeiras ações no sentido de estimular e promover a implementação do uso de tecnologia informática nas escolas ocorreu em 1981 com a realização do I Seminário Nacional de Informática Educativa, onde estiveram presentes educadores de diversos estados brasileiros. Foi a partir desse evento que surgiram projetos como: Educom, Formar e Proninfe.

O Educom (COMputadores na EDUcação) foi lançado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e pela Secretaria Especial de Informática, em 1983, com o objetivo de criar centros pilotos em universidades brasileiras para desenvolver pesquisas sobre as diversas aplicações do computador na educação. As universidades envolvidas com o Educom foram: UFRJ – Universidade Federal do rio de Janeiro, UNICAMP – Universidade de Campinas, UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, UFPE – Universidade Federal de Pernambuco. Estas universidades desenvolveram projetos pioneiros sobre formação de recursos humanos na área de informática educativa e sobre avaliação dos efeitos da introdução do computador no ensino de disciplinas nos níveis de Ensino Fundamental e Médio. Tomando como exemplo os projetos realizados pelo Educom-UFPE, Andrade (1993) observa que estes projetos resultaram em trabalhos de ensino e pesquisa nas áreas de ensino de informática na escola pública de nível médio; formação de recursos humanos; produção de materiais de apoio pedagógico; atividades com portadores de deficiência auditiva; utilização do computador na educação musical e na pré-escola.,Consideramos que estes resultados promoveram um grande avanço para a Educação.

Um trabalho especifico do Educom-UFPE foi realizado pela Professora Tereza Emília Aquino de Lima, da disciplina de Matemática do Colégio de Aplicação, intitulado “Influência da Aprendizagem de Programação em Logo no Desempenho de Alunos em Recuperação em Matemática”. Este trabalho teve como objetivo verificar avanços na compreensão dos alunos referente a conteúdos da Matemática com a introdução da tecnologia. O estudo foi realizado durante um ano com quatro alunos que já haviam apresentado recuperação em matemática. Durante este período a professora explorou o efeito da aprendizagem da parte gráfica da linguagem Logo. Ao final de seu trabalho, durante as reuniões de avaliações dos alunos foi percebido o avanço dos mesmos no que se refere à

aprendizagem e à produção significativa de programas relativamente complexos (Andrade, 1993). Este foi um dos trabalhos que contribuiu para o desenvolvimento de metodologias com a inclusão da informática a partir do Projeto Educom.

Outro projeto que foi uma iniciativa dentro do Educom foi o Formar, que teve duas etapas, o Formar I- 1987 e o Formar II – 1989, ambos para desenvolver recursos humanos para o trabalho na área de informática educativa. Assim, foram oferecidos cursos de especialização em informática educativa para pessoas oriundas de diferentes estados. Essas pessoas deveriam, ao final do curso, atuar como multiplicadores em sua região de origem. Dessa iniciativa surgiram os CIEDs – Centros de Informática Educacional em 17 estados brasileiros. O Projeto Formar propiciou uma visão ampla dos aspectos envolvidos na informática educativa, como a relação entre questões pedagógicas do ensino-aprendizagem e o uso da tecnologia.

Canabarro (apud Bonilla & Luca, 2000) analisou o método de ensino-aprendizagem de um dos 17 CIEDs espalhados no Brasil, a partir do Projeto Formar. Este CIED, localizado no Rio Grande do Sul, apresentava a informática em suas aplicações pedagógicas no sentido de oferecer a alunos e professores recursos que enriquecessem as estratégias didáticas.

Outro projeto que contribuiu para a expansão da tecnologia na educação foi o Proninfe – Programa Nacional de Informática na Educação. Este projeto foi lançado em 1989 pelo MEC e deu continuidade às iniciativas anteriores, contribuindo especialmente para a criação de laboratórios e centros para a capacitação de professores. Foram implantados 44 centros de informática na educação, 400 subcentros por iniciativas de governos estaduais e municipais, 400 laboratórios de informática educacional nas escolas públicas e mais de 100.000 profissionais preparados para trabalhar em informática educativa no país.

Mais recente, temos o PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação – lançado em 1997 pela Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC), que teve por objetivo estimular e dar suporte para a introdução de tecnologia informática nas escolas do nível fundamental e médio de todo país.

No estado de São Paulo, a Secretaria Estadual de Educação lançou o programa “A escola de cara nova na era da informática” que visa tanto à informatização da administração escolar quanto a parte pedagógica. A fase inicial, em 1998, possibilitou que cerca de duas mil escolas de nível fundamental e médio montassem uma sala ambiente de informática (SAI) com cinco computadores multimídia, duas impressoras, câmera de vídeo, softwares e acesso à internet. Os softwares, cerca de 40 títulos, tratavam de diferentes assuntos sendo que os mais utilizados pelos professores de Matemática ainda hoje são: Cabri II, Supermáticas,

Fracionando, Divide and Conquer, Excel, FACtory, Building Perspective.

Outro recurso de incalculável importância que surgiu como modo de atender a grandes contingentes de alunos, sem riscos de reduzir a qualidade dos serviços oferecidos em decorrência da ampliação da clientela atendida, foi a Educação a Distância (EAD). A história da EAD se inicia no final do século XX; chegando aos dias hoje a utilizar multimeios que vão desde os impressos a simuladores on line, em redes de computadores, avançando em direção da comunicação instantânea de dados voz-imagem via satélite ou por cabos de fibra óptica, com aplicação de formas de grande interação entre o aluno e o centro produtor, quer utilizando-se de inteligência artificial, ou mesmo de comunicação instantânea com professores e monitores (Nunes, B. 1993).

Com a EAD surgem os ambientes virtuais, chamados AVAs, que tem como objetivo reunir em apenas um endereço (URL) todos os recursos que serão utilizados em um curso a distância, tais como: ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona, orientações de estudos, atividades, material para leitura. Esses sistemas podem ser entendidos como uma concentração de diferentes ferramentas baseadas na internet, as quais podem ser direcionadas à aprendizagem.

Santos (2003) refere-se a estas ferramentas citando os chats que possibilitam aos participantes comunicarem-se em tempo real; os fóruns que permitem o registro e a comunicação de significados por todo coletivo através da tecnologia, ou seja, uma ferramenta de discussão via web, no qual todos os participantes opinam sobre um determinado assunto; a

lista de discussão que tem quase as mesmas características do fórum, a grande diferença é

que as mensagens são socializadas no formato de correio eletrônico, não requerendo do usuário o acesso a um ambiente específico no ciberespaço.

Outra ferramenta utilizada é o blog, que é uma ferramenta de publicação de textos e imagens que possibilitam comentários dos internautas, podendo compor uma comunidade virtual.

Em cada um destes recursos observa-se um nível diferenciado de interação e cabe ao docente, no caso o tutor, criar condições que favoreçam a constituição de uma rede de significados por meio da produção colaborativa de conhecimento, das trocas intersubjetivas e da aprendizagem individual e grupal (Prado e Almeida in Vallin et al, 2003).

A importância da inclusão digital de escolas e professores tem sido reconhecida ainda hoje pelo MEC, que tem garantido equipar todas as escolas com laboratórios de informática. O Governo do Estado de Pernambuco, também em 2008, lançou um programa de inclusão digital para o professor, garantindo a aquisição de um notebook para cada professor

efetivo. Esta atitude demonstra também uma preocupação com o desenvolvimento do profissional da educação, que precisa estar familiarizado com as possibilidades decorrentes das tecnologias para que elas se tornem realidade em sala de aula.

Após este breve histórico, iremos no próximo tópico conhecer um pouco destas interações e trocas de conhecimento através das pesquisas realizadas como também um pouco sobre o que são as TICs, sigla tão comumente usada no ambiente de informatização.

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