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2 A CONTABILIDADE GERENCIAL E SEU SURGIMENTO

2.2 AS DIFERENÇAS DA CONTABILIDADE FINANCEIRA E

2.3.1 A importância da informação gerencial contábil

O principal objetivo da contabilidade é fornecer informações hábeis aos seus usuários, que podem ser internos ou externos a entidade, objeto da própria contabilidade.

As informações geradas por esta ciência procuram demonstrar a real situação da organização no momento em que os seus demonstrativos são elaborados. Seu público-alvo, por conseqüência, terá o conhecimento necessário à tomada de decisão.

Através dos sistemas informacionais é que a contabilidade pode atingir suas funções decisoriais e de controle. Contudo os relatórios contábeis podem ser considerados estáticos, pois não conseguem evidenciar o panorama da organização instantaneamente.

O Objetivo da Contabilidade pode ser estabelecido como sendo o de fornecer informação estruturada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários externos á entidade objeto da Contabilidade. (IUDÍCIBUS; MARION, 2002: 53).

Objeto da Contabilidade: O patrimônio de tais entidades, sejam

elas pessoas físicas ou jurídicas, seja esse patrimônio resultante da consolidação de patrimônios de outras entidades distintas ou a subdivisão do patrimônio de uma entidade em parcelas menores que mereçam ser acompanhadas em suas mutações e variações. (IUDÍCIBUS; MARION, 2002: 56).

O complexo informacional contido nos relatórios contábeis resulta de uma combinação de dados, fornecidos pelo cotidiano da empresa e que trata de aspectos pertinentes ao patrimônio da empresa, objeto de contabilização.

Kam (1990: 48), ao abordar os objetivos da contabilidade, analisa as informações para tomada de decisão, seus usuários e a própria utilidade da informação contábil-gerencial. Assim, acredita que a reunião dessas variáveis é fundamental para que a contabilidade possa trabalhar em seu contexto social.

A definição sobre a forma de classificação da informação também é importante, pois deve atender ao seu usuário, aspecto crucial a essa ciência.

Entretanto, a contabilidade sofre com a dificuldade em satisfazer cada um destes clientes, afinal, os mesmos apresentam níveis de conhecimento, imperativos e perfis distantes. Contrariando a busca por sistema informacional para cada tipo de usuário, pode-se instituir um conjunto único de informações para que o seu próprio utilizador alimente-se do que achar relevante à satisfação dos seus interesses.

[...] construção de um arquivo “básico de informação contábil”, que possa ser utilizado, de forma flexível, por vários usuários, cada um com ênfases diferentes neste ou naquele princípio de avaliação, porém extraídos todos do informe do arquivo básico ou “data-base” estabelecido pela contabilidade. (IUDÍCIBUS, 2004: 21).

É primordial a uma ciência como a contabilidade, atender a um número representativo de pessoas, onde a maior dificuldade para os estudiosos é como realizar esta tarefa da melhor forma possível.

Como fica improvável conhecer um modelo decisório para cada usuário, a melhor alternativa seria formar um arquivo base da informação contábil, possibilitando a sua utilidade a um número elevado de usuários.

Acrescentando, Fávero, Lonardoni, Souza e Takakura (1997:14), ressaltam a complexidade do processo de geração da informação contábil, decorrente da diversidade de usuários;

A complexidade do processo de geração da informação contábil surge em função da imensa gama de usuários internos e externos, cada qual com requisitos específicos e processo decisório diferenciado. (FAVERO; LONARDONI; SOUZA; TAKAKURA, 1997: 14).

O acesso à informação oportuna no momento exato ao processo de tomada de decisão é de extrema utilidade aos administradores, pois evita decisões equivocadas ou possíveis desperdícios à eficiência organizacional. Entretanto, os custos, bem como os problemas de mensuração contábeis deverão ser observados atentamente.

Fica evidente que os sistemas de informação devem estar prontos para atender os anseios de seus clientes, contudo, o custo benefício, deve ser observado onde o valor gasto deve ser condizente com a estrutura da organização.

O gestor deve ater-se à identificação do imprescindível, de modo a maximizar suas atividades, repelindo os excessos. Ordenar o que é realmente útil a cada usuário é uma tarefa complicada.

Embora os sistemas de informação gerencial usados nas empresas da atualidade sejam eficazes e já tenham evoluído consideravelmente, ainda não podem ser considerados como o ideal.

Quanto à composição da informação gerencial, envolve dados financeiros e operacionais justamente pela influência da contabilidade de custos e da contabilidade financeira. Essa evolução proporcionou ganhos quanto à qualidade do respectivo, através da incorporação de dados operacionais que enriqueceram demonstrativos antes extremamente financeiros.

Embora seja difícil a informação gerencial garantir o sucesso da empresa, ainda é um eficiente procedimento de reunião e direcionamento das informações organizacionais. De acordo com Padoveze, (2004: 50) essa ferramenta deve preencher todos os anseios de seus administradores no gerenciamento da entidade.

[...] para fazer contabilidade gerencial é necessário um sistema de informação contábil gerencial, um sistema de informação operacional, que seja um instrumento dotado de características tais que preencha todas as necessidades informacionais dos administradores para o gerenciamento de sua entidade. (PADOVEZE, 2004: 50).

O autor procura condensar a existência de um sistema operacional, no gerenciamento efetivo da entidade. Afinal, a demanda informacional é diferenciada dentre os seus integrantes, bem como a forma de realização das tarefas e a base hierárquica adotada por uma companhia.

Portanto, os dados fornecidos a linha de produção tem diferentes funções daqueles elaborados aos executivos, contudo ambos são importantes em seu contexto. A informação gerencial está presente no controle operacional, custeio do produto, custeio do cliente, controle administrativo e estratégico, segundo descrito por Atkinson, Banker, Kaplan e Young (2000: 45);

Controle operacional - Processo de fornecimento de feedback aos

funcionários e seus gerentes, sobre a eficiência de atividades sendo executadas.

Custeio de produtos – Processo de avaliação e designação dos

custos das atividades executadas no projeto e fabricação de produtos individuais (e serviços, para empresas não industriais).

Custeio de clientes – Processo de designar os custos de

marketing, de vendas, de distribuição e administrativo aos clientes individuais para calcular o custo de atender cada um deles.

Controle administrativo - Processo de fornecer informação sobre o

desempenho de gerentes e de unidades operacionais.

Controle estratégico – Processo de fornecer informação sobre o

desempenho competitivo da unidade de negócios, tanto no ponto de vista financeiro quanto no ponto de vista dos clientes. (ATKINSON; BANKER; KAPLAN; YOUNG, 2000, p.45).

O sistema de informação gerencial pode estar voltado ao contentamento das áreas, financeira, operacional, estratégica dentre outras. A visão da empresa como um todo e a definição de suas carências representam as premissas básicas do processo.

Cada empresa tem seus produtos e suas tecnologias de produção, administrando-os sobre conceitos adequados repercute-se em sua realidade produtiva.

Para Horngren (1985: 11), “[...] a contabilidade administrativa se interessa pela maneira a qual os sistemas contábeis ajudam na tomada de decisão”. Assim, os orçamentos ou relatórios de eficiência têm um papel representativo no auxílio da administração, como instrumentos de ajuda ao planejamento da empresa.

Um sistema contábil é um meio formal de se reunir elementos para ajudar a coordenar decisões coletivas à luz das metas ou objetivos gerais de uma organização. Ainda é o maior preceito de informações quantitativas de quase todas as entidades, apresentando-se eficaz na formulação de relatórios internos e externos, planejamento e controle das atividades de rotina.

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