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A importância da motivação nas aulas de Língua Inglesa

Capítulo 3: Atividade lúdica no processo de ensino-aprendizagem de Língua Inglesa

3.3 A importância da motivação nas aulas de Língua Inglesa

O termo motivação provém do latim movere, mover e, em termos simples, pode ser designado como um impulso interno que conduz à ação, havendo, portanto, uma orientação para alcançar um determinado objetivo. Na grande área da psicologia, em especial a Psicologia da Educação, estar motivado é mover-se para fazer algo (RYAN & DECI, 2000, p. 54).

Conforme Bock (2008), como o próprio termo (motivo + ação) diz, é preciso um motivo para a prática de uma ação. Para o autor, tais motivos são provocados pelas nossas necessidades, pois quando uma pessoa sente falta de algo, ela é incentivada a buscar a solução para satisfazer suas carências. Sendo assim, o indivíduo esforça-se para conseguir a satisfação daquilo que para ele é necessário e o grau da intensidade de sua motivação dependerá de seus interesses e necessidades. Dessa maneira, subtende-se que a motivação está intimamente conectada à necessidade, como afirma Schütz (2003), que se a motivação se origina no desejo de satisfazer uma necessidade, não havendo necessidade, não haverá motivação.

31 Os primeiros teóricos a interessarem-se pelo estudo da motivação foram Gardner e Lambert, a partir de 1972, que a dividiram em motivação integrativa e motivação instrumental. Segundo os autores, a motivação integrativa reporta ao desejo do aprendiz em integrar-se à comunidade da língua alvo. A motivação instrumental se refere ao desejo de adquirir uma língua com o intuito de alcançar objetivos, tais como ser bem sucedido na carreira profissional, ler um material técnico, fazer uma tradução, etc. (GARDNER; LAMBERT, 1972 apud MASTRELLA DE ANDRADE; NORTON, 2011).

Crookes e Schimidt (1991, p .226 e 227), ao direcionar suas teorias para a sala de aula, confirma a importância do uso prático do termo “motivação” para a prática cotidiana dos professores. De acordo com eles, ao referir-se ao termo, o professor normalmente não tem em mente as razões pelas quais o aluno estuda, mas sim, se ele está se comportando de modo esperado na sala de aula e possivelmente fora dela. De modo geral, professores descreveriam um aluno como motivado se ele se torna produtivamente engajado em tarefas de aprendizagem e mantém tal engajamento sem necessidade de encorajamento ou direção contínuos” (p. 226 e 227)

Dörnyei (2001) ressalta o papel do professor na construção da motivação em sala de aula. Segundo o autor, o professor de línguas pode agir de diversas maneiras, como por exemplo, tentar diretamente cativar o aluno, exercendo influência direta sobre ele e estimulando-o à aprendizagem da língua; promover condições para a seleção de determinada ação que conduza ao aprendizado; ou até mesmo simplesmente fornecer boas oportunidades para a prática da língua. No entanto, a motivação é um processo lento, cabe ao professor utilizar as estratégias necessárias, para que se obtenha êxito, melhorando assim o processo ensino/aprendizagem de uma segunda língua, no caso a língua inglesa e contribuindo para as relações aluno/aluno e aluno/professor.

Dörnyei (2005) defende ainda que a motivação do professor para ensinar afeta a motivação do aluno para aprender por meio de dois tópicos: suas expectativas e seu entusiasmo. Concernente às expectativas, o autor considera que suas expectativas sobre o potencial de aprendizagem dos alunos afetam o nível de progresso dos aprendizes, influenciando o desempenho destes. Dörnyei ainda enfatiza a importância dos professores amarem a profissão e se dedicarem a função de lecionar, para que os alunos se entusiasmem e se espelhem na possível motivação demonstrada pelo professor. Para ele, uma das principais indagações dos professores é saber como podem interferir, ou seja, o que podem fazer para motivar seus alunos.

32 No que toca à natureza da motivação, para às variadas técnicas ou estratégias que podem ser utilizadas com o intuito de motivar os alunos, Dörnyei (2005) ressalta que o objetivo dessas estratégias motivacionais é gerar e aumentar, conscientemente, a motivação e manter o comportamento motivado. A motivação, no processo de ensino- aprendizagem, é, assim, algo que está presente em todas as disciplinas, e nos diversos níveis de ensino (infantil, fundamental, superior e etc.).

Dörnyei (2005) ainda, afirma que o estudo da motivação do professor pode ajudar-nos a compreender a crise no âmbito da educação em geral: o crescimento da desilusão dos professores de todas as matérias e o crescimento dos professores que estão abandonando a profissão em todos os lugares do mundo.

Já Paulo Freire (1997) na sua concepção acerca da motivação e dos fatores que a influenciam, apresenta uma visão instigadora da questão em termos gerais de ensino, que pode ser tomada para a área de Língua Estrangeira. Quanto à mesma questão, Shor e Freire(1987) hipotetiza uma razão para a desmotivação dos alunos em sala de aula, entendida por ele como o “rigor”, no sentido de ser “uma forma de comunicação que provoca o outro a participar, ou inclui o outro numa busca ativa”. Neste sentido Freire (1997) faz a seguinte observação:

Nunca consegui entender o processo de motivação fora da prática, antes da prática. É como se primeiro se devesse estar motivado para, depois, entrar em ação. Essa é uma forma muito antidialética de entender a motivação. A motivação faz parte da ação. É um momento da própria ação. Isto é, você se motiva à medida que está atuando, e não antes de atuar (FREIRE, 1997, p.69).

Na continuidade do diálogo entre os dois educadores, Freire e Shor (1987, p. 69) enfatizam: “gostaria de acentuar que a motivação tem de estar dentro do próprio ato de educar, dentro do reconhecimento pelo aluno da importância que o conhecimento tem para ele”, ou seja, o aluno tem de reconhecer a importância das atividades propostas pelo processo de aprendizagem, assim sua motivação na disciplina e conteúdo será desenvolvida. Isso varia de acordo com as concepções e ideias dos contextos, fatores esses relacionados com experiências e visão de mundo. Daí a necessidade de o professor propor atividades interessantes, dinâmicas, para que os alunos se identifiquem com os temas propostos e se sintam inseridos na aula e consequentemente motivados.

33 Os autores Pintrich e Schunk (1996) desenvolveram uma lista de funções instrucionais fundamentais para promover a motivação do aluno e sua realização:

1- Revisão, verificação prévia do trabalho do dia, re-ensinar quando necessário. Revisar o material ajuda a preparar o aluno para uma nova aprendizagem e cria um rumo inicial de auto-eficácia para a aprendizagem;

2- Apresentar o novo material. Especialmente em pequenas fases, permite o bom sucedimento dos alunos, constituindo assim um importante meio de permanência da motivação;

3- Fornecer aos estudantes um guia prático, verificando seu entendimento. 4- Fornecer feedback, uma fonte de informação eficaz;

5- Dar aos estudantes prática independente. Estudantes que são bem sucedidos no seu sentimento de própria eficácia sobre a aprendizagem são mais motivados a continuar a melhorar;

6- Revisão nos intervalos semanais ou mensais. Revisões periódicas favorecem a aprendizagem e a retenção da informação, aumentando a motivação para futuras aprendizagens.

3.4 O papel do professor no desenvolvimento e aplicação da atividade lúdica nas aulas de

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