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Tabela 02 Demanda por alimentos, fibras e energia no mundo

2.3 Planejamento organizacional

2.3.1 A importância do planejamento

Considerado como uma das principais funções administrativas, o planejamento vem sendo bastante estudado desde o início do entendimento da administração como ciência. Seu

grau de relevância é representativo, fundamentalmente, porque através do planejamento é que se pode pretender alcançar um ponto/objetivo futuro, a partir do ponto considerado/presente, através da racionalização dos recursos disponíveis para a produção. Segundo Chiavenato (2009), planejar é a tarefa de traçar as linhas gerais das coisas que devem ser feitas e dos métodos que devem ser utilizados a fim de atingir os objetivos da empresa. Representativamente exposto na Figura 6.

Figura 6 – As premissas do planejamento

Fonte: Chiavenato (2009).

“O planejamento é um esforço humano, conjunto e organizado, para, modificando a sociedade, acelerar o ritmo de desenvolvimento da coletividade” (HOFFMANN et al., 1978, p. 181). Ainda seguindo as afirmações do autor, planejar é uma formulação sistemática que considera inúmeros fatores aliados a propósitos bem definidos, estabelecidos num espaço de tempo colocados à frente das limitações impostas pelos recursos disponíveis que integrados devem ser capaz de gerar um resultado projetado.

Para que o planejamento tenha a eficácia necessária é preciso seja realizado de forma metodológica (HOFFMANN et al., 1978). O mesmo autor considera que planejamento é o meio científico necessário à racionalização e expansão coerentes com a produção de bens e serviços. Como o agronegócio apresenta uma cadeia produtiva extensa ele deve possuir harmonia entre a agricultura, indústria, comércio e demais setores, perfazendo dessa maneira a integração do desenvolvimento econômico do País (HOFFMANN et al., 1978).

Maranhão (2004) afirma que os efeitos desejados ocorrem quando no planejamento podem ser delimitados os processos e, estes com suas entradas planejadas que sofrem controle quando durante a transformação para obter um resultado esperado, conforme apresenta a Figura 7.

Figura 7 – Processo sob controle

Fonte: Maranhão (2004).

Figura 8 – Processo não controlado

Fonte: Maranhão (2004).

Nas Figuras 7 e 8 ficam evidenciadas as diferenças que carregam a condução de processos com planejamento e com a ausência de planejamento. As vantagens que as organizações podem obter ao planejar seus processos: as ações de entrada são totalmente controladas e, por consequência capazes de serem planejadas, e os resultados ocorrem segundo a expectativa promovida pelo planejamento do mesmo. Num processo realizado sem planejamento, as entradas não são planejadas, ou seja, ocorrem à medida que são demandadas ou outro processo apresenta uma requisição, as transformações que são realizadas sem controle podem entregar um resultado completamente inesperado e não desejado, tornando oneroso, trabalhoso e pouco confiável o processo considerado. Quando há planejamento para a execução de um processo, em se tratando de gestão de negócios, tal ocorrência agrega valor ao processo considerado e consequentemente ao produto dessa transformação (PORTER, 2005).

Transformações Saídas/Outputs Entradas/Inputs

Planejadas Controladas Esperadas

Transformações Saídas/Outputs Entradas/Inputs

Não planejadas Não controladas Não esperadas

Transformações

Associando o conceito de planejamento às operações agrícolas, percebe-se que o “trabalho da produção agrícola, em sua maior parte, é realizado por etapas cronologicamente distintas, uma vez que está sujeito à periodicidade, tanto das condições climáticas como das fases de desenvolvimento das plantas” (MIALHE, 1974, p. 14).

No Manual da Mecanização Agrícola há elementos essenciais à obtenção de um produto agrícola: solo, clima, cultivares, fertilizantes, agroquímicos e destaca a importância dos meios para realizar as operações agrícolas. O autor destaca entre esses meios, as máquinas, os implementos e as ferramentas agrícolas que estarão presentes em todas as etapas da produção agrícola: 1) preparo do solo, inicial e/ou periódico; 2) semeadura, plantio e transplante; 3) aplicação de fertilizantes e de corretivos; 4) cultivo e irrigação; 5) aplicação de defensivos; 6) colheita, carregamento e transportes; 7) secagem e beneficiamento; 8) armazenamento e conservação (MIALHE, 1974).

De acordo com Olizesky (2011) os gestores de fazendas exercem muitas funções, e grande parte do seu tempo é gasto fazendo trabalhos de rotina. Porém, se a maior parte do tempo o gestor aplica a execução de tarefas, pode-se inferir que o trabalho do gestor como planejador e tomador de decisões fica prejudicado. Sua função essencial é o planejamento, isso significa escolher um curso de ação, definir políticas estabelecer e controlar procedimentos. Continua o autor, afirmando que cabe aos gestores num primeiro momento estabelecer objetivos e metas. E, logo a seguir deve identificar a quantidade e a qualidade dos recursos disponíveis para se cumprir as metas. Na agricultura, esses recursos incluem a terra, água, máquinas, animais, capital e trabalho (OLIZESKI, 2011).

O autor utiliza um exemplo de como o gestor pode modificar o status quo nas operações agrícolas, mediante a observação das possibilidades da utilização de tecnologias capazes de simplificar, ou até mesmo eliminar etapas de um processo, tornando-o mais rentável. A Figura 9, ilustra a simplificação das operações agrícolas e recursos com vistas à produtividade: migração do sistema de cultivo convencional para o sistema de plantio direto.

Figura 9 – Evolução do sistema de cultivo

Fonte: Olizeski (2011).

Segundo o autor, a Figura 9 ilustra a evolução do sistema de cultivo partindo do sistema convencional, passando pelo cultivo mínimo e chegando ao plantio direto. Observa-se que da passagem do sistema de cultivo convencional para o sistema de cultivo mínimo, foram suprimidas duas operações sem prejuízo ao cultivo e, do sistema de cultivo mínimo para o sistema de plantio direto foram eliminadas mais duas operações. Assim o processo de produção de determinada cultivar teve redução do custo, eliminando operações, apresenta ganho no sentido de tempo das operações, permitindo mais flexibilidade de planejamento para a execução da mesma atividade e, finalmente, pelo fator tecnológico tem ganho em eficiência produtiva.