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A palavra “farmácia” tem origem no termo grego “pharmakon” e que posteriormente originou outros termos como farmacêutico, que denomina um profissional do setor de farmacêutico, e fármaco que podia significar remédio ou veneno.

Essa atividade já era desenvolvida na Antiguidade, quando o povo pré-histórico se utilizava de plantas para aliviar sintomas de doenças, até chegar aos dias atuais. Por volta do ano 200 a.C., na cidade de Roma, C. Claudius Galeno destacou-se na arte de combater as doenças e seus sintomas, ficando, assim, conhecido como o “Pai da Farmácia” (Destaque nosso), já que praticava testes de medicamentos experimentais e métodos extrativos (FERST, 2013).

Em 1877 a John Wyeth & Brother, pequena empresa pertencente aos irmãos John e Frank Wyeth, inventaram uma máquina giratória inovadora de prensagem de comprimidos que se tornou um marco na história da indústria farmacêutica mundial. Mas foi no início do Século XX que surgiram as grandes invenções e, com elas, o surgimento da indústria farmacêutica moderna, quando foi desenvolvido o primeiro tratamento efetivo para sífilis (REGO, 2000 apud FERST, 2013, p. 17) e, com a Segunda Grande Guerra, o setor farmacêutico viu a grande oportunidade de ampliar e consolidar-se, tornando-se uma das maiores e mais importantes fatias da economia industrial (FERST, 2013).

Hoje, pode-se dizer que o mercado farmacêutico mundial está estruturado como um oligopólio, em função da instalação de uma elevada quantidade de multinacionais de grande porte que influenciam o comportamento do setor, pois atuam de forma globalizada, estando sediadas nos Estados Unidos da América (EUA) e na União Europeia (UE). Para sobreviverem é preciso que tenham capacidade criadora e inovadora e mantenham seus colaboradores altamente qualificados (GESTÃO FARMACÊUTICA, 2010).

No Brasil, uma estimativa da IMS Health feita no ano de 2015 previu que “O aumento da renda dos consumidores, a ampliação do acesso a planos privados de saúde e o envelhecimento da população” promoveriam o crescimento do mercado farmacêutico brasileiro de varejo, na proporção de R$ 87 bilhões no ano de 2017, ou seja, ele iria dobrar em cinco anos, quando comparado ao crescimento de 2011, que foi de 19%. Os genéricos atingem 22% do mercado, considerados preços saídos de fábrica, e 12%, considerados preços praticados no varejo, segundo o IMS (FEBRAFAR, 2017).

Ainda segundo a Federação Brasileira das Redes Associativas de Farmácia (FEBRAFAR, 2017), até junho de 2015 o Brasil possuía 66,5 mil farmácias, cerca de 50%

das quais são parte de grandes redes de varejo, provocando isso uma pressão muito forte para aumentar a margem do varejo e, consequentemente, reduzir a margem do distribuidor e do fabricante.

O mercado farmacêutico é um dos assuntos mais recorrentes, principalmente, pelos cuidados da população brasileira com a saúde nos últimos tempos e o aumento da expectativa de vida. De acordo com o ITEC Brazil (2017), o varejo é um dos maiores canais de vendas do setor farmacêutico, com cerca de 70% do faturamento e movimentação deste mercado.

Dados compilados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (INTERFARMA), mostrou um crescimento do faturamento do setor farmacêutico em 2015 da ordem de 12% quando comparado ao mesmo período de 2014, ou seja, quase R$ 11 bilhões durante este tempo:

De abril de 2014 a março de 2015 as drogarias e farmácias experimentaram um crescimento de 11,5%, garantindo um faturamento superior a 43 milhões de reais. Já em relação às vendas o volume do período até maio foi de quase R$ 135 bilhões. Quanto ao número de doses comercializadas, houve um aumento de 8,4%. Em relação ao ano de 2010, o aumento é de aproximadamente 57%. (ITEC BRAZIL, 2017, ONLINE).

A expectativa para o ano de 2017 é de crescimento para o mercado de medicamentos, levando em consideração a situação econômica pela qual o país está passando, e ainda, a recuperação do mercado, sem considerar que as farmácias e drogarias comercializam produtos de primeira importância e pouco afetado pelos ânimos da economia (ITEC BRAZIL, 2017).

Confirmando essas expectativas, Ucelli (2018) revela que houve um expressivo crescimento do mercado farmacêutico nos dez primeiros meses de 2017, sendo que os resultados mais interessantes são das farmácias filiadas à FEBRAFAR, cujas as projeções são de continuidade em 2018, ou seja, existe uma tendência de manutenção de alta nas vendas em 2018.

Dessa forma, para garantir essa sustentabilidade, é preciso aos administradores farmacêuticos analisar economicamente e financeiramente esse tipo de empreendimento, a fim de controlar gastos fixos e variáveis, para gerir eficazmente o negócio. Para tanto, precisa controlar o desempenho empresarial conhecendo a sua situação econômico-financeira, o que se vê em diante.

4.1 Controle e medição de desempenho

É possível avaliar o desempenho empresarial, com um bom grau de eficiência, através dos seguintes indicadores de desempenho:

a) Taxa de Retorno do Investimento Total (Ativo Total) da Empresa;

b) Taxa de Retorno do Investimento do Acionista (Patrimônio Líquido);

c) Margem Líquida de Lucratividade;

d) Giros do Ativo em Relação às Receitas Líquidas da atividade principal da

empresa;

e) Fator de Alavancagem Financeira, obtido em função da utilização dos capitais

de terceiros, em relação às Origens de Recursos totais obtidas pela empresa. Conforme Silva (2014), são índices que permitem levantar elementos patrimoniais ou de resultado que estejam influenciando positiva ou negativamente o desempenho de uma organização, dessa forma, municiando a tomada de decisões, de forma coerente, para tomar ações em cima de pontos fortes e fracos da gestão.

A Taxa de Retorno do Investimento do Ativo Total (TRIT), conforme Assaf Neto (2012), é uma taxa de retorno gerada pelas aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos, indicando o retorno gerado por cada R$ 1,00 investido pela empresa. Sua fórmula é:

ROA = Lucro Operacional Ativo Total Médio

O Retorno do Investimento do Acionista (Patrimônio Líquido) ou Retorno do Patrimônio Líquido (ROE), são recursos não efetivamente investidos na empresa, entre eles, salários, encargos sociais, fornecedores e impostos. Para cada R$ 1,00 de recursos próprios (patrimônio líquido) investido na empresa, representa quanto os acionistas embolsam de retorno (ASSAF NETO, 2012).

Para calcular, faz-se:

ROE = Lucro Líquido

Patrimônio Líquido Médio

A Margem Líquida de Lucratividade, indica a representatividade do lucro disponível em relação às vendas líquidas (ASSAF NETO, 2012). Para calcular esse indicador, utiliza-se a seguinte fórmula:

ML = Lucro Líquido Disponível Vendas Líquidas

Onde: Vendas Líquidas = Receitas Líquidas ou Faturamento Líquido.

Giro do Ativo, outro índice de avaliação de empresas, relaciona o total das vendas produzidas com o ativo da empresa. Mostra quantas vezes o ativo girou no período. Corresponde a um índice de eficiência no uso dos ativos. Calcula-se:

Giro do Ativo = Vendas Ativo Médio

Onde, vendas = receitas líquidas de prestação de serviço e venda de produto, líquida de impostos, abatimentos e devoluções; e o Ativo Médio = ativo inicial + ativo final (ASSAF NETO, 2012). 2

As informações desses indicadores são obtidas na Demonstração do Resultado do Exercício e no Balanço Patrimonial da empresa.

Outra forma de avaliar a situação econômico-financeira de um empreendimento é através dos indicadores econômico-financeiros que fornecem parâmetros para análise, avaliação e elaboração de um diagnóstico preciso, os quais serão discutidos a partir deste ponto.

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