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PARADIGMAS E SUA COLABORAÇÃO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL

3.3 A relação entre psicomotricidade e desenvolvimento infantil

3.3.3 A influência da psicomotricidade na aprendizagem

3.3.3 A influência da psicomotricidade na aprendizagem

O desempenho motor da criança está intrinsecamente ligado à aprendizagem. As habilidades motoras de recorte, colagem, escrita e o desenvolvimento do intelecto requerem conhecimento do próprio corpo. Se os estímulos forem realizados de forma a abranger todas as áreas do corpo, certamente o desenvolvimento psicomotor se dará plenamente, contribuindo assim para uma melhor aprendizagem.

O desenvolvimento psicomotor bem estimulado para contribuir para evitar problemas de aprendizagem. Estes podem ter várias causas como: causas neurologias, sensoriais, emocionais, sociais, intelectuais ou problemas físicos. É importante conhecer a causa para auxiliar a criança.

A educação psicomotora pode favorecer o desenvolvimento das capacidades existentes e a motivação é um fator fundamental para a aprendizagem.

“Se eu tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um único princípio, diria isto: O fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece. Descubra o que ele sabe e baseie nisso seus ensinamentos” (AUSUBEL, NOVAK, HANESIAN, 1980)

Ausubel nos remete a aprendizagem significativa, para que ela ocorra é necessário que a criança tenha uma atitude positiva para aprender de modo significativo, ou seja, tenha predisposição para aprender. É importante que a criança relacione material novo aos materiais disponíveis em sua estrutura cognitiva.

Ao teorizar a aprendizagem significativa observa-se a importância da motivação para aprender. A motivação é um fator subjetivo, mas pode ser potencializada através de estímulos.

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A aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maduro. Por isso, é importante que a aprendizagem possa ser significativa, está por sua vez, nos remete a psicomotricidade, que se bem desenvolvida na criança pode gerar níveis de aprendizagem bem melhores, ou se não bem estimuladas, causar consequências.

Para que a aprendizagem provoque uma efetiva mudança de comportamento e amplie cada vez mais o potencial da criança, é necessário que ela estabeleça relação direta com o meio e com aquilo que está aprendendo. Para isso, é importante a estimulação. É de suma importância, que o professor conheça as crianças e o processo de aprendizagem e possa se interessar por elas como seres humanos, que sentem emoções, que estão se transformando e mais que isso, que são únicos no seu desenvolvimento.

A identificação dos problemas de psicomotricidade apresentadas em cada criança é única, e é por isso, a importância de conhecê-la num todo, identificar suas dificuldades para poder ajudá-la. Para saber se uma criança tem problemas de psicomotricidade é necessário fazer uma avaliação psicomotora, através de exercícios específicos, que verifiquem aspectos como:

Qualidade tônica (rigidez ou relaxamento muscular);

Qualidade gestual (dissociação manual e dos membros superiores e inferiores;

Agilidade;

Equilíbrio;

Coordenação;

Lateralidade;

Organização temporo espacial;

Grafo motricidade.

Essa avaliação pode revelar na criança, respeitadas as características próprias do seu desenvolvimento, se existem atrasos no desenvolvimento motor e perturbações de equilíbrio, coordenação, lateralidade, sensibilidade, esquema corpora, estrutura e orientação espacial, grafismo, afetividade, etc.

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Tais problemas podem fazer-se notar tanto na Pré-escola como nas séries iniciais, com maior ou menor intensidade e decorrendo das mais variadas causas como:

Debilidade intelectual;

Problemática emocional;

Retardos de maturação;

Desarmonias tônico-motoras.

Os tipos de distúrbios psicomotores, quando se usa o termo distúrbio liga-se diretamente a problemas que envolve o indivíduo em sua totalidade. Distúrbios afetivos e psicomotores estão ligados, se influenciam e se reforçam mutuamente. Sendo assim, a psicomotricidade leva sempre em conta o indivíduo como um todo, pesquisando se o problema está no corpo, na área da inteligência ou na afetividade. Traçar um diagnóstico não é tarefa fácil, devido à complexidade do ser humano. Com relação ao tratamento, ele varia de criança para criança, dependendo da patologia que elas apresentam.

Segundo Haim Grünspun, os distúrbios apresentam os seguintes quadros: instabilidade psicomotora, debilidade psicomotora, inibição psicomotora, lateralidade cruzada, imperícia.

Instabilidade psicomotora é o tipo mais complexo e que causa uma série de transtornos pelas reações que o portador apresenta. Nesse quadro predomina uma atividade muscular contínua e incessante;

Debilidade psicomotora caracteriza-se pela presença da paratonia ou da sincinesia. Paratonia é a persistência de uma certa rigidez muscular, que pode aparecer nas quatro extremidades do corpo ou somente em duas. A sincinesia é a participação de músculos em movimentos aos quais eles não são necessários;

Inibição psicomotora é quando as características da debilidade psicomotora estão presentes com uma distinção fundamental: na inibição psicomotora existe a presença constante da ansiedade;

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Lateralidade cruzada é a falta das dominâncias do mesmo lado do corpo. A maioria dos autores acredita que existe no cérebro um hemisfério dominante responsável pela lateralidade do indivíduo. Desta maneira, de acordo com a ordem enviada do hemisfério dominante, teríamos o destro e o canhoto. No entanto, além da dominância da mão, existe também a do pé, do olho e do ouvido. Quando estas dominâncias não se apresentam do mesmo lado, dizemos que o indivíduo tem lateralidade cruzada;

Imperícia é em geral, a dificuldade de realizar certas tarefas que requerem uma apurada habilidade manual.

As atividades motoras desempenham na vida da criança um papel importantíssimo, em muitas das suas primeiras iniciativas intelectuais. Enquanto explora o mundo que a rodeia com todos os órgãos do sentido, ela percebe também os meios com os quais fará grande parte dos seus contatos sociais” (JOSÉ e COELHO, 2000, p. 109).

Durante a infância, até aproximadamente 3 anos, a criança não tem bem definida suas funções motoras, explora o mundo e os objetos com os seus órgãos dos sentidos, cada vez com mais curiosidade, criando mediações entre ela e o meio em que vive. Só mais tarde é que ela começa a entender a relação entre o concreto e o abstrato, separando movimentos e pensamentos.

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