• Nenhum resultado encontrado

Capítulo 7. Integração de Agentes Móveis com SNMP

7.2. A Integração

Hoje, SNMP é suportado pela maioria dos fabricantes de computadores, comutadores e demais dispositivos computacionais. Muitos sistemas possuem o agente SNMP já pré- configurado. Por isso, é interessante que novos sistemas de gerenciamento suportem interfaces com SNMP. –Agentes móveis têm forte aceitação em diversos campos de aplicação, incluindo o gerenciamento de redes. Embora com fortes diferenças conceituais, a integração de SNMP com AMs consiste de uma importante proposta de união entre sistemas de gerenciamento centralizados e descentralizados.

Para integrá-los, criamos interface SNMP nos AMs a partir de diferentes objetos Java, habilitando-os a execução de comandos do SNMP. Estes objetos, devem ser entendidos pelos agentes SNMPv2, dada a necessidade de tratar com tabelas conceituais existentes na MIB AToM, por nós empregada. Nossa interface SNMP-Java consiste de bibliotecas de classes modeladas a partir da estrutura de dados ASN.1 usada nos padrões originais do SNMP. Genérica, ela é importada de outro pacote SNMP-Java, o AdventNet [4]. Desta forma, nossa proposta se torna simples, não havendo necessidade de

implementação de novas estruturas de dados, deixando os mecanismos de comunicação para o sistema de agentes.

A principal idéia com uso do SNMP é manipular dados de gerenciamento no local. Assim, a troca de grande número de mensagens entre a estação de gerenciamento e agentes SNMP, ao longo da rede, é substituída pela migração de AM Concordia, habilitado ao SNMP, fazendo operações localmente. Com isso, a carga resultante da aplicação de gerenciamento de PVCs pode ser largamente reduzida.

O emprego da plataforma de AMs necessita de alguns recursos computacionais no dispositivo. Na possibilidade de não prover tais recursos, torna-se inadequado ou mesmo impossível manter a execução de tal plataforma. Exemplo desta situação ocorre em alguns dispositivos não aptos a executar JVM e, consequentemente, a instalar o servidor de AM. Neste caso, para gerenciar tal dispositivo, agente SNMPv2 deve estar instalado nele e seu gerenciamento feito por outro dispositivo responsável para esse fim. Dessa forma, SNMP é utilizado para realizar operações remotas aos dados de gerenciamento, empregando o modelo “cliente/servidor”. Comutadores, computadores, enfim, qualquer dispositivo, embora não esteja habilitado a executar AMs, podem ser gerenciados segundo nossa proposta.

O principal objetivo deste trabalho é integrar duas tecnologias, Agentes Móveis e Sistemas Legados, como proposta de solução aos problemas relacionados na seção 1.2.

7.2.1. Solução para o Paradigma

AMs superam algumas limitações do paradigma “cliente/servidor”. Com AMs, os problemas surgidos com o crescimento das redes são diminuídos consideravelmente porque o tempo de conexão é reduzido ao tempo necessário ao transporte do AM de um dispositivo a outro. Agentes clássicos existentes nos sistemas de redes tendem a ser

monolíticos. AMs não residem estaticamente em um único dispositivo e, portanto, podem ser criados sob demanda e destruídos quando não mais necessários. Eles tendem a ser menores do que os agentes clássicos de gerenciamento de redes, pois normalmente realizam simples tarefas. Em geral, AMs podem reduzir a carga no lado gerente, considerando-se que o processo de gerenciamento pode ser dividido em pequenas tarefas, delegadas a tais AMs.

7.2.2. Solução para o Gerenciamento de Redes

Gerenciamento de redes baseado em SNMP ou CMIP conduz a arquiteturas centralizadas. O uso do polling é desaconselhado para grandes redes por causa das desvantagens no desempenho, escalabilidade e eficiência. Gerenciamento de redes através de delegação e de AMs são tentativas de introduzir arquiteturas de gerenciamento descentralizadas.

Embora essas novas pesquisas pareçam resolver o problema de arquiteturas centralizadas, não podemos subestimar o poder das soluções de gerenciamento baseadas nos protocolos legados SNMP. Esse protocolo é aceito como padrão e, portanto, vastamente suportado por produtos comerciais. É interessante integrá-los com as novas propostas de gerenciamento.

A interoperabilidade com tecnologias de gerenciamento existentes, tais como SNMP e CMIP, é muito importante para o sucesso dos AMs na área de gerenciamento de redes. Para garantir o desenvolvimento de aplicações de gerenciamento para redes grandes e heterogêneas, AMs precisam prover interoperabilidade.

Primeiro, porque a tecnologia legada provê acesso a informações de gerenciamento e serviços. Com isso, convém que AMs incorporem em seus códigos os serviços locais de gerenciamento, no sentido de realizar tarefas inteligentes próximas aos dados gerenciados. O emprego de SNMP fica restrito apenas a coletar dados localmente,

ao invés de fazê-lo remotamente. Portanto, AMs não são propostos para substituir os protocolos clássicos usados para gerenciar redes heterogêneas. Ao contrário, AMs deverão complementá-los com seu poder de construção de programas, permitindo soluções eficientes à gerência da rede.

Segundo, aplicações de AMs para gerenciamento precisam coexistir com sistemas legados. Eles são bem aceitos para desenvolver novos serviços, específicos para solução de problemas em grandes ambientes de gerenciamento, ainda baseados nos paradigmas clássicos.

Podemos observar que soluções de aplicações de AMs apresentam vantagem em situações onde é apropriada a migração do código para o local dos dados, em vez de enviar os dados até a aplicação. Dividindo-se as funções do gerenciamento de redes em entidades computacionais móveis, autônomas e inteligentes, superamos problemas de escalabilidade, flexibilidade e desempenho provenientes da arquitetura estática:

- Escalabilidade cresce quando o gerenciamento não é feito apenas por uma estação, mas, delegada a AMs distribuídos;

- Melhor desempenho é alcançado com a funcionalidade do gerenciamento movida para próximo do elemento de rede, reduzindo com isso o tráfego; - Detalhes de baixo nível de diferentes equipamentos podem ser escondidos

pela interface do AM;

- Sistemas legados podem ser integrados através do uso de AM com finalidade de realizar interoperabilidade.

7.2.3. Soluções em Redes ATM Heterogêneas

Operações e configurações de PVC são tarefas principais do gerenciamento de redes ATM. Fabricantes de comutadores provêem gerenciamento proprietário e heterogêneo e, com isso, criam ambiente onde se torna difícil automatizar esse processo. O controle do

gerenciamento torna-se mais imprevisível com o contínuo aumento da rede em tamanho e complexidade.

Conforme vimos anteriormente, o sistema de gerenciamento de redes consiste de estação de gerenciamento, nó gerenciado, MIB e protocolo de redes. Devido à natureza de diferentes projetos, cada fabricante desenvolve sua MIB. ATM Forum e IETF desenvolveram padrões internacionais de MIBs tais como ILMI [30] e AToM (RFC 1695) [29], respectivamente.

Porém, a MIB AtoM (RFC 1695), por ser mais orientada à configuração de PVCs, foi empregada neste trabalho. Com visão genérica, RFC 1695 definiu uma MIB usada para gerenciar interfaces, equipamentos, redes e serviços ATM.

Integrando facilidades do SNMP com tecnologia de AMs para complementar a arquitetura “cliente/servidor”, permitimos o gerenciamento PVCs em redes ATM heterogêneas. Portanto, uma maneira simples e genérica de realizar tais tarefas de gerenciamento é proposta, escondendo as peculiaridades de cada sistema do equipamento ATM.

Documentos relacionados