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2.2 Significado e importância do estágio

2.2.2 A legislação vigente dos estágios

Neste subtítulo apresentam-se algumas leis e decretos pertinentes à atividade de estágio no Brasil.

A LEI Nº 6.494, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1977, dispõe sobre os estágios de estudantes de estabelecimentos de ensino superior e de ensino profissionalizante do 2º grau e supletivo, e dá outras providências.

No seu Art. 1.º, determina que as pessoas jurídicas de Direito Privado, os órgãos de Administração Pública e as Instituições de Ensino podem aceitar, como estagiários, os alunos regularmente matriculados em cursos vinculados ao ensino público e particular.

- Caput com redação dada pela Lei nº 8.859, de 23.03-94.

§ 1.º Os alunos a que se refere o caput deste artigo devem, comprovadamente, estar freqüentando cursos de nível superior, profissionalizante de 2º grau, ou escolas de educação especial.

§ 1º com redação dada pela Lei nº 8.859, de 23-03-94.

§ 2.º O estágio somente poderá verificar-se em unidades que tenham condições de proporcionar experiência prática na linha de formação do estagiário, devendo o aluno estar em condições de realizar o estágio, segundo o disposto na regulamentação da presente Lei.

§ 2.º com redação dada pela Lei nº 8.859, de 23-03-94.

§ 3.º Os estágios devem propiciar a complementação do ensino e da aprendizagem e ser planejados, executados, acompanhados e avaliados em conformidade com os currículos, programas e calendários escolares.

§ 3.º com redação dada pela Lei nº 8.859, de 23-03-94.

Art. 2.º O estágio, independentemente do aspecto profissionalizante, direto e específico, poderá assumir a forma de atividades de extensão, mediante a participação do estudante em empreendimentos ou projetos de interesse social.

Art. 3.º A realização do estágio dar-se-á mediante termo de compromisso celebrado entre o estudante e a parte concedente, com interveniência obrigatória da instituição de ensino.

§ 1.º Os estágios curriculares serão desenvolvidos de acordo com o disposto no § 3.º do art. 1.º desta Lei.

§ 1.º com redação dada pela Lei nº 8.859, de 23-03-94.

§ 2.º Os estágios realizados sob a forma de ação comunitária estão isentos de celebração de termo de compromisso.

Art. 4.º O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza e o estagiário poderá receber bolsa, ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, ressalvado o que dispuser a legislação previdenciária, devendo o estudante, em qualquer hipótese, estar segurado contra acidentes pessoais.

Art. 5.º A jornada de atividade em estágio, a ser cumprida pelo estudante, deverá compatibilizar-se com o seu horário escolar e com o horário da parte em que venha a ocorrer o estágio.

Parágrafo único. Nos períodos de férias escolares, a jornada de estágio será estabelecida de comum acordo entre o estagiário e a parte concedente do estágio, sempre com a interveniência da instituição de ensino.

O DECRETO N. 87.497, DE 18 DE AGOSTO DE 1982, regulamenta a Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977, que dispõe sobre o estágio de estudantes de estabelecimentos de ensino superior e de 2.º grau regular e supletivo, nos limites que especifica e dá outras providências.

Diz seu Art. 1.º, que o estágio curricular de estudantes regularmente matriculados e com freqüência efetiva nos cursos vinculados ao ensino oficial e particular, em nível superior e de 2.º grau regular e supletivo, obedecerá às presentes normas.

Art. 2.º Considera-se estágio curricular, para os efeitos deste Decreto, as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida e trabalho de seu meio,

sendo realizada na comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob responsabilidade e coordenação de instituição de ensino.

Art. 3.º O estágio curricular, como procedimento didático-pedagógico, é atividade de competência da instituição de ensino a quem cabe a decisão sobre a matéria, e dele participam pessoas jurídicas de direito público e privado, oferecendo oportunidade e campos de estágio, outras formas de ajuda, e colaborando no processo educativo.

Art. 4.º As instituições de ensino regularão a matéria contida neste Decreto e disposto sobre:

a) inserção do estágio curricular na programação didático-pedagógica; b) carga horária, duração e jornada de estágio curricular, que não poderá ser inferior a 1 (um) semestre letivo;

c) condições imprescindíveis, para caracterização e definição dos campos de estágios curriculares, referidas no §§ 1.º e 2.º, do art 1.º, da Lei nº 6.494, de 7 dezembro de 1977;

d) sistemática de organização, orientação, supervisão e avaliação de estágio curricular.

Art. 5.º Para caracterização e definição do estágio curricular é necessária, entre a instituição de ensino e pessoas jurídicas de direito público e privado, a existência de instrumento jurídico, periodicamente reexaminado, onde estarão acordadas todas as condições de realização daquele estágio, inclusive transferência de recursos à instituição de ensino quando for o caso.

Art. 6.º A realização do estágio curricular, por parte de estudante, não acarretará, vinculo empregatício de qualquer natureza.

§ 1.º O Termo de Compromisso será celebrado entre o estudante e a parte concedente da oportunidade do estágio curricular, com a interveniência da instituição de ensino, e constituirá comprovante exigível pela autoridade competente, da inexistência de vínculo empregatício.

§ 2.º O Termo de Compromisso de que trata o parágrafo anterior deverá mencionar necessariamente o instrumento jurídico a que se vincula, nos termos do art. 5.º.§ 3.º Quando o estágio curricular não se verificar em qualquer entidade pública e privada, inclusive como prevê o § 2.º, do art. 3.º, da Lei nº 6.494/77, não ocorrerá a celebração do Termo de Compromisso.

Art. 7.º A instituição de ensino poderá recorrer aos serviços de agentes de integração públicos e privados, entre o sistema de ensino e os setores de produção, serviços, comunidade e governo, mediante condições acordadas em instrumento jurídico adequado.

Parágrafo único. Os agentes de integração mencionados neste artigo atuarão com a finalidade de:

a) identificar para a instituição de ensino as oportunidades de estágios curriculares junto a pessoas jurídicas de direito público e privado;

b) facilitar o ajuste das condições de estágios curriculares, a constarem do instrumento jurídico mencionado no art. 5.º;

c) prestar serviços administrativos de cadastramento de estudantes, campos e oportunidades de estágios curriculares, bem como de extensão do pagamento de bolsas, e outros solicitados pela instituição de ensino;

d) co-participar, com a instituição de ensino, no esforço de captação de recursos para viabilizar estágios curriculares.

Art. 8.º A instituição de ensino ou a entidade pública ou privada concedente da oportunidade de estágio curricular, diretamente ou através da atuação conjunta com agentes de integração, referidos no caput do artigo anterior, providenciará

seguro de acidentes pessoais em favor do estudante.

Artigo com redação dada pelo decreto nº 2.080, de 26-11-96.

Art. 9.º O disposto neste Decreto não se aplica ao menor aprendiz, sujeito à formação profissional metódica do ofício em que exerça seu trabalho e vinculado à empresa por contrato de aprendizagem, nos termos da legislação trabalhista.

Art. 10.º Em nenhuma hipótese poderá ser cobrada ao estudante qualquer taxa adicional referente às providências administrativas para a obtenção e realização do estágio curricular.

Art. 11.º As disposições deste Decreto aplicam-se aos estudantes estrangeiros, regularmente matriculados em instituições de ensino oficial ou reconhecidas.

A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, define em seu artigo 82 que “os sistemas de ensino estabelecerão as normas para realização dos estágios dos alunos regularmente matriculados no ensino médio ou superior em sua jurisdição”. Continua

no parágrafo único que “o estágio realizado nas condições deste artigo não estabelece vínculo empregatício, podendo o estagiário receber bolsa de estágio, estar segurado contra acidentes e ter a cobertura previdenciária prevista na legislação específica”. Enquanto não existir uma eventual nova redação para este artigo e/ou um decreto regulamentando-o, salve melhor juízo, valem as legislações anteriores nos itens em que não ocorrer conflitos com a LDB.

Mais recentemente, foi expedido pelo Ministério de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado - MARE a instrução normativa nº 5 de 25-04-97 e reeditada com correção em 02-06-97. Ela vem regulamentar os estágios nos órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundamental. Esta instrução está fundamentada nas Leis nº 6.494/77 e nº 8.859/94 e decretos nº 87.497/82 e nº 2.080/96.

Em 20 de dezembro de 1991, foram expedidos também os Decretos nº 1.286 e 1.293, que instituíram os Programas Bolsa de Trabalho e o de Estágio Curricular para estudantes de 2.º e 3.º graus no âmbito da Administração Direta, Autárquica e Fundacional do Poder Executivo, pelo então Governador do Estado de Santa Catarina, Vilson Pedro Kleinubing.

O Decreto 1.286/91 tinha por objetivo proporcionar, a o estudante de 2.º e 3.º graus, oportunidade de exercício profissional, incorporando hábitos de trabalho intelectual, permitindo a adaptação com o campo de trabalho. E o Decreto 1.293/91 pretendia, oferecer as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante, sob a responsabilidade e coordenação da Instituição de Ensino, definido como estágio obrigatório e constituindo-se elemento essencial para a diplomação do aluno. Ambos foram revogados.

Por último, o então Governador do Estado de Santa Catarina, Esperidião Amin Helou Filho, criou o Decreto nº 337, de 23 de julho de 1999, estabelecendo a regulamentação do Programa de estágio para estudante de estabelecimento de ensino superior, médio e de educação profissional, previsto na Lei nº 10.864, de 29 de julho de 1998, alterada pela Lei nº 11.120, de 28 de junho de 1999, nestes termos:

Art. 1.º O estágio previsto na Lei nº 10.864 de 29 de julho de 1998, alterada pela Lei nº 11.120 de 28 de junho de 1999, passa a fazer parte do programa de governo denominado “A PRIMEIRA CHANCE”.

Os referidos Decretos destinam-se exclusivamente aos órgãos públicos do Estado de Santa Catarina. Ainda se pode destacar a Lei do Voluntariado Nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre o serviço voluntário, em âmbito federal.

Art. 1.º Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física à entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive, mutualidade.

Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim.

Art. 2.º O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada e o prestador de serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições do seu exercício.

Art. 3.º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias.

Parágrafo único. As despesas a serem ressarcidas deverão estar expressamente autorizadas pela entidade a que for prestado o serviço voluntário.

(Publicado no Diário Oficial da União, de 19/02/98).

Estes são, até o momento, os dispositivos legais sobre os estágios fora e dentro do ambiente das instituições de ensino.

Conforme texto disponível no Centro de Orientação, Atualização e Desenvolvimento Profissional - COAD, caracterizam-se como estagiários os estudantes regularmente matriculados e com freqüência comprovada nos cursos vinculados ao ensino público e particular, de nível superior, profissionalizante de segundo grau e escolas de educação especial, aceitos por empresas para complementação do ensino e da aprendizagem.

O mesmo texto refere-se à:

a) Não incidência de contribuições previdenciárias: sobre o valor da bolsa paga pela empresa ao estagiário não incide contribuição previdenciária.

b) Não incidência do FGTS: Uma vez que não se trata de remuneração atribuída a empregado, tal como definida na Consolidação das Leis do Trabalho, a

remuneração paga a estagiário não está abrangida pela incidência dos depósitos para FGTS.

c) Incidência do imposto de renda: as quantias pagas aos estagiários, a qualquer título, estão sujeitas ao desconto do imposto de renda na fonte, de acordo com a tabela progressiva.

d) Anotações na carteira de trabalho: na Carteira de Trabalho e Previdência Social do estudante deverá ser feita, nas páginas destinadas a “Anotações Gerais”, a anotação do estágio mediante carimbo próprio aposto pelo órgão local do Ministério do Trabalho ou por instituição devidamente credenciada pelo mesmo para tanto.

Desta anotação deve constar, claramente, o curso, o ano, a instituição de ensino a que pertence o estudante, o nome da concedente (empresa) e as datas de início e término do estágio.

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