• Nenhum resultado encontrado

Nesta etapa, examina-se a relação retorno-volatilidade quanto a existência de efeitos quadráticos associados ao tamanho dos retornos, onde retornos de grande magnitude impactariam alterações na volatilidade implícita diferentemente dos retornos de pequena magnitude. Para avaliar estes efeitos utiliza-se o modelo abaixo proposto por Giot (2003).

Onde a dummy assume o valor de um (1) para retornos negativos, e o valor de zero (0) para retornos positivos, e dummy é exatamente o inverso da Dummy, ou seja, temos

.

A Tabela 5 apresenta os resultados para ambas as séries. Comparando-se o coeficiente de correlação linear é possível observar que a série de Petrobras não apresentou um bom ajustamento ao modelo, e nenhum dos coeficientes foi significativo, ao passo que a série da Vale apresentou bom ajustamento ao modelo, e a magnitude (estatística-t) do coeficiente do efeito quadrático para retornos negativos é -6,105 (-3,148) e, do retorno contemporâneo, é - 3,449 (-3,903), o que demonstra que choques negativos de grande intensidade impactam de maneira distinta as alterações na volatilidade implícita. Os resultados obtidos estão em linha

Interceptos

VALE 30,8 -0,121 -0,076 -3,449* 0,623 -6,105* -3,144 (-3,090) (-0,843) (-3,903) (0,374) (-3,148) (-0,461) PETROBRAS 3,8 -0,018 0,017 -0,953 -1,966 -0,521 1,007 (-0,284) (0,182) (-0,810) (-1,050) (-0,211) (1,397)

Tabela 5 – Resultado das regressões dos modelos 3 – (Janeiro de 2005 até Jullho de 2011)

Esta Tabela apresenta um comparativo dos resultados da regressão realizada para o modelo 1,

, para a amostra

completa de janeiro de 2005 até julho de 2011 das séries de Vale e Petrobras, onde representa o retorno contemporâneo com base no preço de fechamento diário no mês em relação ao preço de fechamento diário do mês anterior , referem-se ao quadrado do retorno passado de um período, assume o valor zero em retornos positivos e um nos retornos negativos e . As estatísticas-t foram ajustadas pelo procedimento de Newey-West e encontram-se entre parênteses (t-statistics). Um único asterístico (*) representa os coeficientes significativos a 1% de significância e dois asterísticos (**) representam os coeficientes significativos a 5% de significância. Todos os resultados aceitam a hipótese de não existência de auto-correlação dos resíduos a 1% de significância. refere-se a estatística ajustada, onde a adição de regressores que não adicionam informações ao modelo penalizam o

4 CONCLUSÃO

No presente estudo, examinou-se a dinâmica da relação entre o retorno e a volatilidade futura. Nossos resultados, em consonância com os encontrados por Hibbert, Daigler e Dupoyet (2008), Low (2004) e Giot (2005), utilizando o índice VIX, apresentaram evidências da relação negativa e significantiva entre os retornos e volatilidade futura, além de terem sido qualitativamente smilares aos encontrados anteriormente. Uma característica interessante desta relação nos papéis analisados, é o fato de as alterações na volatilidade implícita estarem intimamente associadas com retornos negativos, o que sugere que os investidores negociam agressivamente volatilidade e ajustam as expectativas em relação a volatilidade futura apenas nestes períodos.

O fato de utilizar apenas a opção de compra mais próxima do dinheiro pode ser questionável, já que esta pode não incluir a informação disponível em todos os preços de exercício (skew de volatilidade) na medida de volatilidade, o que poderia limitar o estudo da dinâmica da relação retorno-volatilidade, conforme sugerido em Hibbert, Daigler e Dupoyet (2008). Contudo, é sabido que o mercado brasileiro não possui liquidez para as opções de venda e para um gama grande de preços de exercício de opções de compra, o que consequentemente dificulta a criação de um índice para as ações utilizando metodologia similar a do VIX (2003). Este,

do estudo realizado por Vicente e Guedes (2010) no mercado brasileiro, no período de 2006 a 2008, onde os melhores resultados encontrados foram para as opções fora-do-dinheiro, que se mostraram significativas e menos enviesadas.

Esse estudo poderia ser estendido no futuro utilizando como regressores outras informações implícitas nas opções, como por exemplo, correlação implícita, prêmio de risco da volatilidade e assimetria implícita, vide DeMiguel, Plyakha, Uppal, Vilkov (2011), assim como uma medida de volatilidade implícita livre de modelo, conforme sugerido em Bakshi, Kapadia e Madan (2003), que reflita a informação disponível nas opções com diferentes preços de exercício e nos permita um comparação com os modelos utilizados no presente estudo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKSHI, G. S., N. KAPADIA, e D.B. MADAN, 2003. Stock Return Characteristics, Skew Laws and the Differential Pricing of Individual Equity Options. Review of Financial Studies, 16, 101-143.

BERGMAN, Y., GRUNDY, B., WIENER, Z., 1996. General properties of option prices. Journal of Finance 51, 1573-1610.

BLACK, F., SCHOLES, M., 1973. The valuation of options and corporate liabilities. Journal of Political Economy 81, 637-654.

BOLLERSLEV, T., 1986. Generalized autoregressive conditional heteroskedasticity. Journal of Econometrics 31, 307-327.

BOLLERSLEV T., ZHOU H., 2006. Volatility puzzles: A simple framework for gauging return-volatility regressions. Journal of Econometrics, 131 (1-2), pp. 123-150

BOX, G.E.P., PIERCE, D.A., 1970. Distribution of residual autocorrelations in autoregressive-integrated moving average time series models. Journal of the American Statistical Association 65,1509-1526.

BRENNAN, M., 1979. The pricing of contingent claims in discrete time models. Journal of Finance 34, 53-68.

CANINA, L., FIGLEWSKI, S., 1993. The informational content of implied volatility. Review of Financial Studies 6, 659-681.

CAMPBELL J. Y., L. HENTSCHEL 1992, No news is good news: An asymmetric model of changing volatility in stock returns. Journal of Financial Economics, Volume 31, Issue 3, June 1992, Pages 281-318.

WU, L. e CARR , P, 2009. Variance Risk Premiums. Rev. Financ. Stud. (2009) 22 (3): 1311-1341.

CHIRAS, D. P. e S. MANASTER. 1978. The Information Content of Option Prices and a Test of Market Efficiency. Journal of Financial Economics 6, no. 2/3: pp 213-234

COX, J., ROSS, S., 1976. The valuation of options for alternative stochastic processes. Journal of Financial Economics 3, 145-166.

COX, J., RUBINSTEIN, M., 1985. Options Markets. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, N.J. DAY, T., LEWIS, C., 1988. The behavior of the volatility implicit in option prices. Journal of Financial Economics 22, 103-122.

DAY, T., Lewis, C., 1992. Stock market volatility and the information content of stock index options. Journal of Econometrics 52, 267-287.

DEMIGUEL, V., PLYAKHA, Y., UPPAL, R., VILKOV, G., 2011. Improving Portfolio Selection using Option-Implied Volatility and Skewness. CEPR Discussion Paper no. 7686. London, Centre for Economic Policy Research.

DENNIS, P., S. MAYHEW e C. STIVERS, 2005. Stock Returns, Implied Volatility Innovations, and the Asymmetric Volatility Phenomenon, forthcoming in the Journal of Financial and Quantitative Analysis

DICKEY, D. A; FULLER, W. A. Distributions of the estimators for autoregressive time series

with a unit root. Journal of the American Statistical Association, Washington, vol. 74, p. 427-

431, 1979.

ENGLE, R. F. e GALLO, G. M., 2006. A multiple indicators model for volatility using intra-daily data. Journal of Econometrics, 131(1-2), 3-27.

FRENCH, K., SSCHWERT, G.W., STAMBAUGH, R., 1987. Expected stock returns and volatility. Journal of Financial Economics 19, 3-30.

GIOT, P., 2003. Relationships between implied volatility index and stock index returns

.

Journal of Portfolio Management 31, 92–100.

GRANGER, C.W.J., Newbold, P., 1974. Spurious regressions in econometrics. Journal of Econometrics 2, 111-120.

GREENE, W., 1993. Econometric Analysis. Macmillan, New York.

HAMILTON, J.D., 1994. Time Series Analysis. Princeton University Press, Princeton, NJ. HARVEY, C.R., WHALEY, R., 1991. S&P 100 Index Option Volatility. The Journal of Finance Vol. 46, No. 4 (Sep., 1991), pp. 1551-1561

HARVEY, C.R., WHALEY, R., 1992. Market volatility prediction and the efficiency of the S&P 100 index option market. Journal of Financial Economics 31, 43-73.

HAUSMAN, J., 1978. Specification tests in econometrics. Econometrica 46, 1251-1271. HESTON, S., 1993. A closed form solution for options with stochastic volatility with applications to bond and currency options. Review of Financial Studies 6, 327-343.

HENTSCHEL, L., 2003. Errors in Implied Volatility Estimation. Journal of Financial and Quantitative Analysis 38.

HIBBERT, A.M, DAIGLER R. T., DUPOYET, 2008. Behavioral explanation for the negative asymmetric return–volatility relation Journal of Banking & Finance 32, 2254– 2266

HULL, J., WHITE, A., 1987. The pricing of options on assets with stochastic volatilities. Journal of Finance 42, 281-300.

JIANG, G.J. e TIAN, Y.S., 2003. Model-free implied volatility and its information content. Review of Financial Studies (Winter 2005) - 18 (4), pp 1305-1342

JORION, P., 1995. Predicting volatility in the foreign exchange market. Journal of Finance 50, 507-528.

LAMOUREUX, C.G., LASTRAPES, W., 1993. Forecasting stock return variance: towards understanding stochastic implied volatility. Review of Financial Studies 6, 293- 326.

LATANE, H., RENDLENAM, R., 1976. Standard deviation of stock price ratios implied in option prices. Journal of Finance 31, 369-381.

LOW, C., 2004. The fear and exuberance from implied volatility of S&P 100 index options. Journal of Business 77, 527–546.

MERTON, R. C., 1973. Theory of Rational Option Pricing. The Bell Journal of Economics and Management Science, Vol. 4, No. 1 (Spring, 1973), pp. 141-183

MURPHY, K.M., TOPEL, R., 1985. Estimation and inference in two-step econometric models. Journal of Business and Economic Statistics 3, 370-379.

NELSON, D.B., 1990. ARCH models as diffusion approximations. Journal of Econometrics 45, 7-39.

NEWEY, W., West, K., 1987. A simple positive semi-definite, heteroscedasticity and autocorrelation consistent covariance matrix. Econometrica 55, 703-708.

PAGAN, A., 1984. Econometric issues in the analysis of regressions with generated regressors. International Economic Review 25, 221-247.

PINDYCK, R. S. 1984. Uncertainty in the Theory of Renewable Resource Markets. Review of Economic Studies (1984) 51 (2): 289-303.

PHILLIPS, P.C.B., 1986. Understanding spurious regressions in econometrics. Journal of Econometrics 33, 311-340.

POON S. e C. GRANGER 2003, Practical Issues in Forecasting Volatility. Financial Analysts Journal Vol. 61, No. 1 (Jan. - Feb., 2005), pp. 45-56.

RICHARDSON, M., SMITH, T., 1991. Tests of financial models in the presence of overlapping observations. Review of Financial Studies 4, 227-254.

RICHARDSON, M., Stock, J., 1989. Drawing inferences from statistics based on multiyear asset returns. Journal of Financial Economics 25, 323-348.

RUBINSTEIN, M., 1976. The valuation of uncertain income streams and the pricing of options. Bell Journal of Economics 7, 407-425.

SCHWERT, G.W., 1987. Effects of model specification on tests for unit roots in macroeconomic data. Journal of Monetary Economics 20, 73-103.

SCHWERT, C.W., 1989. Why does stock market volatility change over time? Journal of Finance 44, 1115-1153.

SCHWERT, G.W., 1990. Stock volatility and the crash of 1987. Review of Financial Studies 3, 77-102.

SCHWERT, G.W., SEGUIN, P., 1990. Heteroskedasticity in stock returns. Journal of Finance 45, 1129-1155.

TABAK, B. M.; GUERRA, S. M. Stock returns and volatility. Banco Central do Brasil – Working paper series, n. 54, 2002.

Documentos relacionados