• Nenhum resultado encontrado

O PERCURSO METODOLÓGICO

3.4 A ORGANIZAÇÃO DOS DADOS

A organização dos dados de uma pesquisa se constitui como um dos pontos-chave no caminho de desvelar as informações coletadas durante o percurso da investigação. Nesse sentido, Strauss e Corbin (2008) chamam a atenção para os componentes da pesquisa qualitativa: os dados, os procedimentos e os relatórios, bem como a importância de organizá- los de forma que o pesquisador consiga expressar através dessa organização, o conhecimento estabelecido nesse processo.

Em relação aos dados, Strauss; Corbin (2008) apontam que estes podem ser oriundos de diferentes fontes, como as observações, entrevistas, documentos entre outros. Os procedimentos, para esses autores, são utilizados para conceituar e deduzir os dados e, assim, situarem relações com os conceitos. Os relatórios, por sua vez, incidem na discussão e disseminação dos resultados.

A partir dessa discussão, é que se optou em analisar os dados coletados na pesquisa, nos pressupostos teóricos da Análise de Conteúdo, segundo Bardin (2011), cujo aporte está no estudo do significado do que os atores sociais exteriorizam no discurso, evidenciando a constância ou a lacuna de determinadas características do conteúdo.

Também no sentido de qualificar cada vez mais a organização dos dados da pesquisa, bem como melhor visualizar e compreender os dados, é que serão apresentados a partir da Triangulação de dados (TRIVIÑOS, 2008), no intuito de apresentar de forma integrada as diversas informações conseguidas através dos instrumentos de coleta de dados utilizados neste estudo.

3.4.1 A análise de conteúdo (BARDIN, 2011)

Os dados obtidos no estudo serão organizados e analisados de acordo com os pressupostos teóricos da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011), método no qual a autora alude como “[...] sendo um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter,

por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens” (BARDIN, 2011, p. 37).

Esta opção metodológica pela Análise de Conteúdo se justifica na medida em que se acreditou na possibilidade de verificar como as respostas das professoras se mostram, possibilitando a sua organização e análise.

A análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou qualitativos) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção – recepção dessas mensagens (BARDIN, 2011, p.28).

Assim, a análise da pesquisa consistiu em uma interpretação criteriosa de sentidos nas respostas dos questionários. A partir do trabalho com as respostas referentes a cada questão, compreende-se as especificidades dos significados e percebeu-se as aproximações que surgiram. Passada essa etapa, chamada de pré-análise do material por Bardin (2011) iniciou-se a segunda fase, nominada pela autora de descrição analítica. Esse processo organiza o todo reunido.

As informações obtidas por meio dos questionários e das entrevistas foram organizadas e analisadas, segundo Bardin (2011), na edificação de sentidos que pudessem apoiar a produção de informações sobre o objeto de estudo mediante o referencial teórico. A probabilidade de explanação que essa etapa forma, alarga as condições de análise das mensagens em leituras reiteradas do material coletado pelo pesquisador (BARDIN, 2011).

A reflexão final de cruzamento dos dados empíricos com os demais materiais, baseados nos referenciais teóricos, compõe a terceira etapa da análise de conteúdo denominada por Bardin (2011), de interpretação inferencial.

Pensando a formação continuada e a aprendizagem da docência como construções que envolvem a relação entre as ações presentes e passadas dos sujeitos, da mesma forma como é formado o conhecimento sobre essas práticas que se buscou a análise de conteúdo, segundo Bardin (2011), por se entender que esse método de análise de dados faz parte de uma busca teórica e prática na compreensão sobre o que pensam e fazem os sujeitos pesquisados e de como estas relações se mostram no contexto pedagógico.

3.4.2 As categorias

Por se entender a pesquisa qualitativa como trajetória analítica, procurou-se respeitar os depoimentos e escritos obtidos, bem como as contraposições, sem a finalidade de serem feitas colações sucedidas ou falhas, mas esclarecidas e interpretadas e conferidas na busca de categorização.

Nesse sentido, Strauss; Corbin (2008) apontam que as categorias podem ser abarcadas como conceitos que podem ser reunidos sob outro mais abstrato, sendo as mesmas baseadas na disposição do pesquisador de explicar a realidade. Assim, a organização dos dados em categorias beneficia a redução de unidades com as quais o pesquisador irá trabalhar. Segundo Bardin (2011), um sistema de categorias é apropriado se puder ser aplicado com exatidão ao conjunto das informações e se for fecundo no plano das inferências.

Ressalta-se que as categorias são compostas por informações extraídas dos instrumentos de coleta de dados empregados na pesquisa e que serão discutidos a partir da Triangulação dos dados (TRIVIÑOS, 2011).

O quadro (quadro 4) a seguir apresenta os elementos a serem discutidos em cada uma das categorias.

Quadro 4 - Categorias e subcategorias das manifestações das professoras que atuam nos anos iniciais do EF

Categorias Subcategorias

1- A percepção da formação continuada na voz das professoras.

A formação continuada como mudança da prática pedagógica.

A formação continuada como forma de ascensão na carreira.

2- A teoria e a prática presente na formação continuada.

As modalidades de formação continuada realizada pelas professoras.

A escola como locus da formação. 3- A formação continuada de professores e a

docência.

Fragilidades e contribuições da formação continuada.

Fonte: Questionário e Entrevista aplicados pela autora.