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5 AVALIAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.3 A perspectiva docente

Foram entrevistados nove docentes que atuaram no curso, dos quais dois não pertenciam ao quadro permanente. No entanto, o grupo foi responsável pela oferta de 77,5% da carga horária do curso, a maioria dos 3 módulos finais.

Entre os professores que responderam à entrevista haviam graduados em Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Matemática, Administração, Automação Industrial e Mecatrônica. Na Figura 35, está representada a distribuição dos professores em função da titulação de pós- graduação. Foram considerados como parte do respectivo título aqueles que já detinham o certificado ou diploma, somados aos que ainda estavam em curso e, portanto, candidatos ao título.

Figura 35 Distribuição docente em função dos respectivos títulos acadêmicos

Fonte: elaborado pelo autor

Em uma segunda distribuição, procurou-se identificar o grau de experiencia em docência. Foram determinadas três faixas: menos de 5 anos, de 5 a 10 anos e mais de 10 anos. O resultado está representado na Figura 36.

Figura 36 Distribuição docente em função da experiência em sala de aula

Fonte: elaborado pelo autor

Especialização 12% Mestrado 63% Doutorado 25% até 5 anos 22% Entre 5 e 10 anos 22%

maior que 10 anos 56%

Ambas distribuições revelam um corpo docente com formação superior à exigida para a docência técnica, que seria somente graduação. Da mesma forma como um grau de experiência docente igualmente elevado, haja vista 78% do grupo com mais de 5 anos de sala de aula.

A experiência profissional do docente, sobretudo em campo, é de grande valor, atualmente dificultado pela condição imposta pelo regime de Dedicação Exclusiva (DE), amplamente disseminado na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT), assim como, nas universidades federais. Recomenda-se, portanto, a valorização da titulação docente e, mais ainda, a experiência profissional dedicada à área de sua disciplina.

Ao serem questionados sobre a adequação da carga horaria disponibilizada para suas respectivas disciplinas, foram sugeridos ajustes de ampliação e redução de carga horária, bem como, desmembramento de disciplinas, conforme disposto na Figura 37

Figura 37 Avaliação docente sobre as disciplinas do curso técnico em SER Carga horária das disciplinas

Ampliar Reduzir Dividir

Instalações Elétricas Máquinas térmicas em 25% Biomassa Energia Eólica

Fonte: elaborado pelo autor

Foi investigado, junto aos entrevistados, se houve necessidade de recorrerem a estudos adicionais, ou complementares, para execução da disciplina. Os professores das disciplinas de máquinas térmicas, hidroeletricidade e solar térmica alegaram que buscaram mais informações sobre o tema em livros e periódicos e internet. Os demais apenas necessitaram informações básicas suficiente para contextualizar suas aulas.

Escutar a experiência profissional docente, na adequação de sua disciplina, é fundamental. No entanto, cabe à supervisão técnica ou colegiado intermediar e avaliar tais sugestões. É comum também, que professores com o aprofundamento do conhecimento em sua disciplina, desejem transmitir o máximo de informações possíveis e, às vezes extrapolando aquilo que seria o

adequado ou recomendável enquanto conteúdo de um curso em nível técnico. A reformulação da matriz curricular deve ser uma proposta construída coletivamente, entre professores, supervisão técnica e alunos.

Os resultados demonstraram que por ocasião da oferta do curso no IF Sertão-PE, poucos professores necessitaram de um esforço a mais para preparação de suas aulas, no entanto, nada que fosse impeditivo para a condução das disciplinas. A recomendação para esse item é o fomento e aprimoramento docente através da participação dos mesmos em seminários, congressos, cursos de qualificação, pós-graduação presenciais e EaD. Sugere- se que no planejamento de implantação de um curso em SER, a proporção de 2 professores qualificados para cada disciplina.

Com respeito à infraestrutura dos laboratórios, para execução de suas aulas práticas, todos concordaram que foi o suficiente, porém, pode ser incrementada com novos instrumentos e equipamentos, como câmera de termovisão, traçadores de curva I-V e equipamentos de proteção individuais (EPI)

Já a disponibilidade de material didático na biblioteca para os alunos, declaram insatisfatórios o material de sistemas FV, solar térmico, biomassa e máquinas térmicas. Os demais admitiram a elaboração de material complementar e de contextualização com o tema.

A infraestrutura de laboratórios pré-existentes no Campus Petrolina, permitiu a realização de práticas para todas as disciplinas, no entanto, sempre há a possibilidade de incremento com materiais e equipamentos. A parceria com outras instituições de ensino, com empresas do setor, visitas técnicas e programas computacionais podem suprir parcialmente as eventuais carências de práticas para o curso.

Como consequência da realização do curso técnico em SER no campus, no ano de 2017, a administração do Campus Petrolina decidiu por disponibilizar um montante de R$ 800.000,00 para aquisição de materiais para atualização dos laboratórios para os cursos técnicos em Eletrotécnica e SER. Adicionalmente, apoiou com a liberação de diárias e passagens para docentes efetivos do Campus Petrolina patra eventuais treinamentos e capacitações em ER, fora do município de Petrolina.

A aquisição de títulos para bibliotecas no IF Sertão-PE só é justificada se os livros estiverem previstos em um projeto de curso. Os títulos são considerados patrimônio e adquiridos a partir de um processo de compras por pregão eletrônico, que demanda uma disponibilidade de recursos e tempo para execução. No caso específico do Campus não houve tempo hábil nem recursos para aquisição de títulos.

Solicitou-se aos professores envolvidos que informassem sua avaliação em relação aos alunos, em suas respectivas disciplinas, sobre três aspectos distintos: o grau de interesse, os conhecimentos mínimos ou prévios para o bom desenvolvimento do aluno, e por fim, aproveitamento. A distribuição está representada na Figura 38.

Figura 38 Distribuição do olhar docente sobre os alunos

Fonte: elaborado pelo autor

Destaca-se o parâmetro conhecimento prévio baixo e intermediário, parcialmente explicado, em consequência da formação deficiente na educação básica da escola pública na região. Não houve um único registro para nível alto. Já em relação ao interesse da turma, 28,5% dos professores considerou baixo, compatível, portanto, com resultado do parâmetro aproveitamento na disciplina. Demonstrando desta forma a relação estreita entre ambos os indicadores.

Por fim, foi solicitado dos professores que comentassem suas impressões gerais sobre o curso. Adotou-se para efeito de registro das respostas: Entrevista Professor (EP). Segue as transcrições das declarações

“O curso é ótimo! O perfil do curso permite ao egresso trabalhar nas diferentes frente da área de renováveis” (sic) (EP1).

“Acredito que o curso é de grande importância, pois acompanha as demandas que vem surgindo no setor elétrico, procurando formar profissionais que contribuam com o desenvolvimento de um mercado comprometido com eficiência e sustentabilidade “(sic) (EP2).

“O curso é excelente, oportuniza o formado a ingressar em uma das áreas com um dos maiores índices de empregabilidade, que é o segmento das energias renováveis” (sic) (EP3).

“Necessário e com demanda abundante” (sic) (EP4).

“Este curso é de grande valia para o mercado da região, principalmente visto toda demanda de mão de obra disponível e a ser criada em curto, médio e longo prazo. Com este programa de disciplinas, o profissional formado tem um grande diferencial”(sic) (EP5).

“Muito bom, está focado, está indo na direção de uma perspectiva de mercado” (sic) (EP6)

“Foi bom pois, a região, começa a usar essas novas tecnologias como fotovoltaica e eólica. É Promissor” (sic) (EP7).

“Os conhecimentos são interessantes e inserem os alunos em um mercado que é promissor” (sic)(EP8).

Em suas declarações sobre o curso registra-se uma unanimidade e empolgação quanto à necessidade e oferta do curso técnico em SER para a região. O envolvimento e o desejo de atuação de um grupo de professores que, sem dúvidas, é uma importante ferramenta para superação de diferentes obstáculos que se apresentam naturalmente durante a implementação de qualquer curso novo.

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