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2. Farmácia comunitária: Farmácia da Estação de Nine

2.7. Dispensa de medicamentos

2.7.1. A prescrição médica

De acordo com o decreto-lei n.º 209/94, de 6 de agosto, revogado pelo decreto-lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, os medicamentos de uso humano são classificados quanto à dispensa ao público em: Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) e Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) (94).

Segundo este decreto, estão sujeitos a receita médica os medicamentos que preencham uma das seguintes condições:

 Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;

 Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam;

 Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja indispensável aprofundar; ou destinem-se a ser administrados por via parentérica (94).

Entende-se por receita ou prescrição médica o “documento através do qual são prescritos,

por um médico ou, nos casos previstos em legislação especial, por um médico dentista ou por um odontologista, um ou mais medicamentos determinados” (94). Contém também

indicações para o doente quanto ao modo de administração ou uso do medicamento prescrito. Os MSRM só podem ser dispensados mediante a apresentação da receita emitida por profissionais habilitados para o efeito, sendo a prescrição eletrónica obrigatória desde o dia 1 de agosto de 2011. As situações de exceção, onde a receita manual (modelo exclusivo da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S.A.) pode continuar a ser utilizada, encontram-se descritas no número 1 do artigo 8º da Portaria 137-A/2012 de 11 de maio, como por exemplo a prescrição no domicílio ou em caso de falência do sistema eletrónico, devendo obrigatoriamente constar na receita a menção da situação de exceção (114).

A referida portaria, que foi emitida no decorrer do meu estágio e que regulamenta a lei n.º11/2012 de 8 de março, obriga a prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI), isto é, obriga o médico a prescrever a receita médica com o nome do princípio ativo da substância que o seu doente deve tomar, e não com o nome da marca do medicamento (114). Desta forma, o utente passa a ter um papel mais ativo na gestão do seu tratamento, uma vez que pode escolher o medicamento que corresponda à substância, dosagem, forma farmacêutica e dimensão de embalagem, determinada pelo seu médico. As farmácias estão

obrigadas a terem disponíveis três dos cinco medicamentos mais baratos do mercado, sendo obrigadas a dispensar o medicamento mais barato ao utente, exceto nos casos em que este opte por outro. Esta medida entra em vigor a partir do dia 1 de junho de 2012 (114).

A receita médica pode ainda classificar-se em receita médica renovável, especial ou restrita. A receita médica renovável é utilizada em medicamentos sujeitos a receita médica que se destinem a determinadas doenças ou a tratamentos prolongados e possam, no respeito pela segurança da sua utilização, ser adquiridos mais de uma vez, sem necessidade de nova prescrição médica. A receita médica especial destina-se aos medicamentos que contenham, em dose sujeita a receita médica, uma substância classificada como estupefaciente ou psicotrópico, nos termos da legislação aplicável; possam, em caso de utilização anormal, dar origem a riscos importantes de abuso medicamentoso, criar toxicodependência ou ser utilizados para fins ilegais; contenham uma substância que, pela sua novidade ou propriedades, se considere, por precaução, dever ser incluída nas situações previstas na alínea anterior. A receita médica restrita é aplicada para os medicamentos cuja utilização deva ser reservada a certos meios especializados, nomeadamente a medicamentos de uso exclusivo hospitalar (94).

Perante a apresentação da receita impõe-se ao farmacêutico uma análise cuidada e atenta da mesma, com uma certa dose de espírito crítico, que lhe permita uma correta interpretação e avaliação no que se refere aos aspetos legais, administrativos, profissionais e científicos.

2.7.2. Validação da prescrição

Para que a receita seja válida o farmacêutico deve verificar se foram cumpridas um conjunto de regras durante a prescrição, como:

 Em cada receita serem prescritos no máximo quatro medicamentos distintos com o limite de duas embalagens por medicamento;

 A prescrição de medicamentos estupefacientes ou substâncias psicotrópicas não constar de receitas onde sejam prescritos outros medicamentos (114).

Para além disso, a receita eletrónica só é válida se incluir os seguintes elementos: a) Número da receita e respetivo código de barras;

b) Local de prescrição e respetivo código de barras;

c) Identificação do médico prescritor e respetivo código de barras referente ao número da cédula profissional;

d) Nome e número de utente ou de beneficiário de outro subsistema; e) Entidade financeira responsável;

f) Se aplicável, referência ao regime especial de comparticipação de medicamentos (representado pela letra “R” no regime de comparticipação especial para pensionistas, por exemplo)

g) Denominação comum internacional da substância ativa e código do medicamento; h) Dosagem, forma farmacêutica, dimensão da embalagem, número de embalagens; i) Se aplicável, designação comercial do medicamento;

j) Se aplicável, identificação do despacho que estabelece o regime especial de comparticipação de medicamentos;

k) Data de prescrição;

l) Assinatura do prescritor (114).

O farmacêutico deve atestar também quanto ao prazo de validade, uma vez que a receita só é válida pelo prazo de 30 dias a contar da data da sua emissão, excetuando-se as receitas médicas renováveis. Este tipo de receitas, para que os medicamentos possam ser adquiridos mais de uma vez sem necessidade de nova prescrição médica, contém até três vias, com o prazo de validade de 6 meses para cada via, contado desde a data de prescrição, com a indicação “1.ª via”, “2.ª via” ou “3.ª via” (114).

A prescrição de medicamentos por via manual implica ainda a aposição de vinhetas na receita médica referentes à identificação do prescritor (114).