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Foto 13 Posto de Saúde localizado na comunidade das Pitombeiras

4.4 A Qualidade de vida da Comunidade das Pitombeiras

Para Myrdal (1994), nenhuma investigação sobre a pobreza nas nações poderá ser completa se não houver uma investigação da qualidade de vida dos seres humanos. Myrdal (1994) afirma que, para um indivíduo melhorar sua vida econômica e social, é necessário dispor de condições sanitárias adequadas e de educação. No entanto, reforça que é uma tarefa difícil medir com precisão estas qualidades.

Segundo Herculano (1998), a qualidade de vida pode ser definida como: [...] a soma das condições econômicas, ambientais, científico-culturais e políticas coletivamente construídas e postas à disposição dos indivíduos para que estes possam realizar suas potencialidades: inclui a acessibilidade produção e ao consumo, aos meios para produzir cultura, ciência e arte, bem como pressupõe a existência de mecanismos de comunicação, de informação, de participação e de influência nos destinos coletivos, através da gestão territorial que assegure água e ar limpos, higidez ambiental, equipamentos coletivos urbanos, alimentos saudáveis e a disponibilidade de espaços naturais amenos urbanos, bem como da preservação de ecossistemas naturais (HERCULANO, 1998, p.85).

Os instrumentos de avaliação da qualidade de vida são genéricos e se aplicam às mais diferentes condições de saúde e refletem os diversos aspectos da vida das pessoas. (NOBRE, 1995). Essa diversidade de aspectos organiza-se em conjuntos, chamados de dimensões ou domínios, que são medidos de forma individualizada e ponderada. (NOBRE, 1995).

4.4.1 – O índice de qualidade de vida da comunidade das Pitombeiras

Com o objetivo de verificar o índice de qualidade de vida das famílias pesquisadas, procurou-se conhecer os fatores que interferem diretamente em suas condições de vida, através dos dados coletados em observações e entrevistas. De posse desses dados – objetivos e/ou subjetivos – procedeu-se à construção do índice de qualidade de vida da comunidade das Pitombeiras.

Os indicadores utilizados para a construção do referido índice foram: condições de moradia, condições de saúde, acesso à educação, lazer e relações

econômicas. Vale ressaltar que os valores apresentados refletem os escores de cada família entrevistada em relação aos indicadores em questão.

Para quantificar a qualidade de vida da comunidade em estudo, fez-se necessário determinar suas dimensões – por meio dos indicadores discutidos – de forma qualitativa para serem medidas quantitativamente. Esta análise permite identificar o IQV decorrente dos indicadores pré-determinados bem como a participação de cada um na composição deste índice, como mostra a Tabela 8.

Tabela 8 - Contribuição e participação de cada um dos indicadores que compõem o índice de

qualidade de vida da comunidade das Pitombeiras (2012)

Item Indicador Contribuição Participação

I Condições de Moradia 0,1231 40,90%

II Condições de Saúde 0,0000 0,00%

III Acesso à Educação 0,0733 24,34%

IV Lazer 0,0167 5,54%

V Relações Econômicas 0,0880 29,22%

TOTAL 0,3011 100,00%

Fonte: Dados da Pesquisa Direta/Comunidade das Pitombeiras em 2012

Como podemos observar na Tabela 8, que mostram frequências absolutas e relativas dos indicadores que formam o IQV do universo pesquisado, o IQV encontrado está no baixo nível de qualidade de vida humano (0,3011), considerando que este nível varia de 0,00 a 0,50.

Verificou-se que, dentre os indicadores que apresentaram maior contribuição para a formação do IQV, destacam-se o indicador condições de moradia seguido pelo indicador relações econômicas e do indicador acesso a educação. Isso revela a importância desses indicadores para o bem-estar da população pesquisada. O indicador lazer teve a menor contribuição na formação do IQV, estando à frete apenas do indicador condições de saúde, que não contribui para a melhoria da qualidade de vida.

Os valores encontrados funcionam como ferramenta poderosa, rica de informações para melhor definir e incorporar estratégias, projetar ações e implantar políticas públicas e programas sociais que satisfaçam, ou pelo menos tentem satisfazer as necessidades coletivas da comunidade pesquisada.

4.4.2 – A percepção de qualidade de vida da comunidade das Pitombeiras

Para Furtado (2007), a qualidade de vida seria a possibilidade de o individuo ter uma vida na qual se sinta bem. Isso nos direciona para o aspecto da subjetividade do conceito que remete a algo que somente o próprio indivíduo pode avaliar e informar ao pesquisador, livre do julgamento de valores externos a ele. (NOBRE, 1995).

No caso da pesquisa realizada na Comunidade das Pitombeiras, a qualidade de vida foi inferida de maneira direta nos questionários, os quais constataram que 63,89% das famílias entrevistadas consideram possuir uma boa qualidade de vida. Outras 33,33% acham sua qualidade de vida regular. E apenas 2,78% avaliam sua qualidade de vida ruim, como mostra o Gráfico 17.

Gráfico 17 – Avaliação da qualidade de vida dos moradores da comunidade das Pitom- beiras (2012)

Fonte: Pesquisa Direta/Comunidade das Pitombeiras em 2012

A qualidade de vida na percepção das pessoas que residem na comunidade está bastante associada à tranquilidade do ambiente e às questões culturais que predominam na área. Verifica-se, também, que os laços familiares são

muito fortes, mesmo quando consideram que o mais importante na vida é ter trabalho e saúde.

A justificativa é que, sem trabalho ou saúde, fica difícil manter a família. Outro aspecto interessante é que a qualidade de vida para muitos, principalmente para os mais velhos, perpassa pelo fato de poderem cultivar sua terra e criarem seus animais.

Porém, para os mais jovens, a qualidade de vida está condicionada às opções de divertimento na comunidade, ou seja, as condições de lazer (quadra de esporte, parque infantil e praça), para que não fiquem ociosos e não venham a se envolver em atividades destrutivas.

4.5 A Percepção Ambiental da População que Vive na Comunidade das