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brasileiras. Em seguida, apresento alguns autores que realizaram estudos a respeito dos PCN e das OCNEM em relação à prática de ensino. Logo após, faço um breve histórico a respeito do currículo até os dias atuais e, por fim, falo a respeito da importância das LE: LI e ELE no currículo escolar.

2.1 A questão curricular nas escolas públicas brasileiras e o processo de elaboração dos PCN no Ensino Médio

No documento “Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais” na parte “Breve Histórico”, pode-se observar que a reforma educacional que ocorreu ao longo das duas últimas décadas no Brasil, partiu da participação de nosso país na Conferência Mundial de Educação para Todos, no ano de 1990, em Jontiem, na Tailândia, que resultou no Plano Decenal de Educação para Todos (1993-2003). Essa conferência foi convocada pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura), pela UNICEF (United Nations Children's Fund — Fundo das Nações Unidas para a Infância), pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e pelo Banco Mundial, a fim de traçar os rumos que a educação deveria tomar nos nove países (entre eles o Brasil) com piores índices educacionais.

Conforme explicita o documento “Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais”, a organização curricular se dá com o Plano Decenal de Educação. Isso porque, de acordo com a Constituição de 1988, existe a necessidade de o Estado elaborar parâmetros que sejam claros no campo curricular, a fim de orientar as ações educativas do ensino obrigatório em busca de qualidade e melhoria às escolas.

No texto oficial, observa-se que a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal n. 9.394), aprovada em 20 de dezembro de 1996, faz algumas considerações acerca do currículo escolar:

(...) reforça a necessidade de se propiciar a todos a formação básica comum, o que pressupõe a formulação de um conjunto de diretrizes capaz de nortear os currículos e seus conteúdos mínimos, incumbência que, nos termos do art. 9º, inciso IV, é remetida para a União. Para dar conta desse amplo objetivo, a LDB consolida a organização curricular de modo a conferir uma maior flexibilidade no trato dos componentes curriculares, reafirmando desse modo o princípio da base nacional comum (Parâmetros Curriculares Nacionais), a ser complementada por uma parte diversificada

em cada sistema de ensino e escola na prática, repetindo o art. 210 da Constituição Federal.

Em linha de síntese, pode-se afirmar que o currículo, tanto para o ensino fundamental quanto para o ensino médio, deve obrigatoriamente propiciar oportunidades para o estudo da língua portuguesa, da matemática, do mundo físico e natural e da realidade social e política, enfatizando-se o conhecimento do Brasil. Também são áreas curriculares obrigatórias o ensino da Arte e da Educação Física, necessariamente integradas à proposta pedagógica. O ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna passa a se constituir um componente curricular obrigatório, a partir da quinta série do ensino fundamental (art. 26, § 5o). Quanto ao ensino religioso, sem onerar as despesas públicas, a LDB manteve a orientação já adotada pela política educacional brasileira, ou seja, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas, mas é de matrícula facultativa, respeitadas as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis (art. 33). (BRASIL, 1997, p. 14) [grifos meus].

Entende-se que há a elaboração de parâmetros a serem seguidos, em função da uniformização de padrões de desenvolvimento cognitivo para um país de vasta extensão territorial como o nosso.

Os parâmetros teriam uma base nacional comum e outra parte diversificada a ser complementada pela escola. Há a preocupação em dividir as disciplinas que farão parte do currículo das escolas, sendo que, neste documento que data de 1997, uma língua estrangeira moderna já se tornava obrigatória a partir da quinta série: a LI já naquela década ganhava cada vez mais relevância em razão da divulgação da produção de conhecimento e das novas tecnologias. Assim o conhecimento da LI facilitava o contato entre países das mais variadas línguas, num momento em que no mundo se aceleravam os contatos pessoais com o fim da Guerra Fria (MOITA LOPES, 1999).

Quanto ao processo de elaboração dos PCN do Ensino Médio, é importante ressaltar a reforma curricular. De acordo com os PCN+ (2002), através da reformulação do Ensino Médio no Brasil, estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, regulamentada em 1998 pelas Diretrizes do Conselho Nacional de Educação e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, procurou-se atender às necessidades dos jovens do momento, tendo em vista a expansão do Ensino Médio brasileiro, em meio ao avanço tecnológico e a globalização, em que se faz necessária uma educação diferenciada em função das novas condições do mundo.

A reforma curricular do Ensino Médio estabelece a divisão do conhecimento escolar em três áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias, tendo em

vista a fácil comunicação entre elas, com o intuito de que na escola sejam trabalhadas de maneira interdisciplinar. (PCN+, 2002)

Os documentos oficiais PCN+ e OCNEM, que fazem parte desta análise, elaborados a partir da situação institucional e social local e mundial, acabam por refletir acerca das expectativas para o futuro mediato e imediato da equipe de professores que participaram da sua concepção, mas essas expectativas apresentam-se distantes da prática de ensino de LE, trazendo como consequência as insatisfações, que parecem existir por parte de alguns professores e alunos, em relação ao processo de ensino-aprendizagem de LE.

Em seguida, apresentarei alguns autores que realizaram estudos a respeito dos documentos oficiais e a prática de ensino.