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A realidade da violência ou Bullying na escola

No documento Dissetacao Rosely (páginas 115-117)

4. A ESCOLA COMO FATOR DETERMINANTE CONTRA A

4.1 A realidade da violência ou Bullying na escola

Gabriel Chalita,(2008, p.142), comenta “de vítimas a vilões acuados e isolados, os alunos vítimas de bullying passam a ter pensamentos destrutivos alimentados pela raiva reprimida nasce o desejo de matar, de destruir a escola. O registro da dor de tornar-se

23Bullying é uma forma de assédio ou intimidação com forte componente de humilhação. São formas de agressão

intencionais repetidas que causam angústia e humilhação a outro. Encontra-se presente em diversas situações como pôr apelidos, ofender, gozar, sacanear, discriminar, excluir, isolar, ignorar, assediar, aterrorizar,

amedrontar, tiranizar, etc. As vítimas normalmente são pessoas mais frágeis no aspecto físico como não está de acordo com os padrões estabelecidos pela sociedade (uso de óculos, roupa fora da moda, deficiência...) ou aspecto emocional (como a timidez). Normalmente a vítima se retrai diante das atrocidades, às vezes entram em profunda depressão, outras chegam a suicidar-se, enquanto uns transformam-se de vítimas para os agressores.

importante e lembrado de alguma forma. Em dramas como esse, apagam-se as linhas divisórias que classificamautores vítimas e expectadores. Todos passam a integrar um único grupo: vítimas de violência.”

O Fatídico 7 de abril de 2011, descrito pela Revista Nova Escola,(2011, p. 50-54),descreve o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, num ato alucinante, percorre o corredor

da escola onde participara, efetivamente, muitos dias de sua vida. Escola esta que presenciou seu coração cheio de alegria, o silêncio de suas emoções. Suas dores, suas amarguras devem ter sido presenciadas, ainda que gelidamente; ou talvez, quem sabe, solidariamente.

O fim do corredor ficava nas salas 1801 e 1803, salas que não são marcadas pelos números, pois nelas comportam um universo de vidas que buscam, além, de uma formação acadêmica, a conquista da felicidade, do sucesso, da vitória. E, estando uma boa parte de seus dias, numa coletividade, espera viver em solidariedade, paz, harmonia. Quem sabe, mesmo que nas entrelinhas do mais profundo íntimo, busque com mais intensidade receber uma formação de caráter, uma educação que lhe permita a habilidade de gerenciar a perplexidade de suas emoções, conflitos e até mesmo caprichos.

Nessas salas, escolhera o jovem Wellington assassinar, friamente a tiros, 12 crianças e suicidou-se logo após. Essa tragédia em Realengo deixa o Brasil estupefato. O que levaria uma vida tragar outras vidas e a sua própria?

Muitas são as conjecturas. Desde, então, especialistas tentam descobrir as mazelas psíquicas que envolviam tal jovem, ou se corria nas veias dele uma índole propensa à maldade. Montar o quebra-cabeça desta tragédia descomunal não tem sido fácil.

Luiz Carlos Menezes, (2011, p. 106), físico e educador da Universidade de São Paulo (USP) postou um artigo na revista Nova Escola, onde convida a população a pensar nessa fatalidade. Segundo ele, esse caso de Bulling, certamente, foi um desequilíbrio pessoal, mas faz um chamado à população para que esteja alerta ao contexto social que se está inserido e observe:

“como frustrações e misticismos podem hoje se

combinar num anjo vingador, que despeja seu ódio na instituição à qual debita todo seu infortúnio [...] não foi um surto, mas um projeto deliberado em que convicções míticas parecem ter legitimado a violência. Terá incorporado um homem-bomba fundamentalista que explode os que consideram infiéis ou um jovem perdedor na sociedade individualista que mata colegas por ter sido ignorado ou desprezado? Nosso assassino parece

ter combinado os dois modelos, ao preencher na morte o vazio de sua vida, ao sucumbir no inferno de uma humilhação solitária”.

Telma Vinha, (2011, p.53), especialista em Psicologia Educacional e colunista da Nova Escola, declara que não se pode afirmar que na escola o jovem tenha sido mal tratado de forma ter como consequência a tragédia. Porém, pode-se se dizer que é um fato “que a escola tinha significado negativo para o atirador. Não se destrói um lugar em que se sente acolhido. A especialista menciona a ocorrência de que a maioria dos professores conseguiam lembrar-se de Wellington como aluno. Ela indaga, se porventura, a ausência da lembrança é por ter sido o aluno “bonzinho, submisso, nada questiona. Terá sido esse o motivo de um corpo docente que declara conhecer a maioria dos alunos pelos seus respectivos nomes, mas esse não ter seu registro em mente? A resposta fica no ar. Portanto, não há uma resposta satisfatória, para saber o porquê o atirador elegeu justo uma escola em que estudou.

A data de 13 de abril ficará para sempre na lembrança da comunidade acadêmica, e foi encerrada simbolicamente o luto de sete dias com uma celebração ecumênica. Juntos, os professores se abraçam e a professora Leila D‟Angelo que se encontrava na 1ª sala invadida pelo atirador diz “o desafio agora é infinitamente mais difícil, ir adiante sem os sorrisos de Luisa, Ana Carolina, Bianca, Samira, Mariana, Karine e Larissa que não superaram a penetração das balas”.

Esta situação tem tomado uma dimensão de atrocidade alarmante, visto crescer não só no Brasil, mas tem se constituído um problema social de amplitude mundial. Como reencontrar o caminho, traçar marcas de paz e de alegria para a nossa sociedade? Como reescrever uma nova história para a humanidade de forma que a violência não faça parte de nosso viver e nem sequer se cogite participar da violência nem como o que pratica, nem como vitimante?

Vai além da atitude pontual que impede e pune os autores de ações perversas. É preciso ajudá-los a não sentir mais o desejo e o prazer de praticar atos desumanos com o outro, resgatando um

sentimento profundo de irmandade e de

familaridade, num movimento único de abraçar a

todos livres de qualquer distinção ou

preconceito”. (CHALITA, 2008, p. 149).

No documento Dissetacao Rosely (páginas 115-117)

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