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A Relação da Universidade Federal de Santa Maria e a Extensão

Mapa 3- Mapa da Microrregião Geográfica Restinga Seca/RS

6 A CADEIA PRODUTIVA DA BANANA EM SÃO JOÃO DO

6.2 A Relação da Universidade Federal de Santa Maria e a Extensão

A relação Universidade/sociedade se desenvolve de muitas formas, mas o principal objetivo é na área da pesquisa/ensino/extensão. Nesse sentido, a relação que a Universidade Federal de Santa Maria desenvolve no município de São João do Polêsine com os produtores de banana é atingida por intermédio da extensão rural que a EMATER realiza.

A universidade vem de encontro aos interesses de pesquisas em relação às áreas produtoras de banana. Pesquisas, principalmente ligadas a itinerários técnicos. Realizando estudos nas áreas de microbiologia dos solos, doenças dos bananais, entre outros. Também a reciprocidade, pois estas áreas servem de estudos para estudantes da universidade, onde todo ano acadêmicos de agronomia são levados para visitar estas propriedades, para analisarem seu funcionamento, as técnicas de produção e vivenciarem a realidades dos agricultores.

Essa assistência que a Universidade desenvolve em diversas áreas, também tem a parceria com a EMATER municipal. Esta foi uma das propulsoras da produção de banana no município e é a principal executora de assistência técnica a estes produtores.

Atualmente ela vem desenvolvendo atividades de incentivo e formação de agricultores e técnicos, principalmente no ramo da fruticultura. No ano de 2012 ocorreu o Seminário de fruticultura regional, onde nove municípios da região da Quarta Colônia de Imigração Italiana participaram.

Neste seminário (Anexo D) foram apresentadas experiências dos produtores de frutas, proprietários de pequenas agroindústrias e de outros ramos. Estas experiências foram relatadas pelos próprios agricultores, uma maneira de fazer com que os mesmos se sintam parte do processo. Além disso, foi realizada uma palestra com um Professor da Universidade Federal e Santa Maria, que trabalha com manejo de frutas (Figuras 21, 22 e 23).

Anualmente, é realizado o Seminário Municipal sobre a cultura da banana organizado pela EMATER, Prefeitura Municipal e alguns agricultores. Neste seminário também são realizadas trocas de experiências, práticas de manejo, palestras sobre a cultura entre outras atividades. Sempre são convidados pesquisadores externos e também ocorre o planejamento e ações futuras a serem

Figura 21: Apresentação da experiência da fruticultura do município de São João do Polêsine/RS

Fonte: Trabalho de Campo, 2012. Org: ROSSO, B.D. 2012

Figura 23: Troca de sementes dos município integrantes do Seminário. Fonte: Trabalho de Campo, 2012. Org: ROSSO, B.D. 2012

Figura 22: Exposição de produtos agrícolas no Seminário.

Fonte: Trabalho de Campo, 2012. Org: ROSSO, B.D. 2012

implementadas. São convidados outros municípios da região e alguns agricultores que tenham interesse em se inserir nesta atividade, e o espaço torna-se uma troca de experiências muito ricas que podem ser aproveitadas em outras situações para o desenvolvimento da agricultura familiar.

O seminário anual se encontra na sua 7° edição, se configura pelas atividades práticas aliadas a trabalhos de campo que a EMATER realiza com os agricultores durante o evento, ou seja, os participantes são levados a conhecer outras experiências em outras UPA‟s que cultivam a bananicultura (Anexo E e figuras 24 e 25).

Esta sistemática de encontros e ações desenvolvidas, apoiadas pela EMATER, segue uma dinâmica também de integração e troca de experiências com os produtores. Nesse sentido, se torna positiva e interessante aos agricultores que participam. Segundo o produtor 11: “é o nosso momento de sair da lavora e

conversar com os companheiros de lavora sobre as nossas atividades, e vê o que deu certo numa e errado na outra e assim aprende” . Estas ações ao longo do tempo

estão se expandindo como é o caso da experiência desenvolvida principalmente com as mulheres do município, sobre o processamento da fibra da bananeira para criação de artefatos e artesanatos com o material extraído.

Figura 24: Foto do Seminário Municipal sobre a cultura da banana.

Fonte: EMATER, 2012. Org: ROSSO, B.D. 2012.

Figura 25: Foto do trabalho de campo realizado no Seminário Municipal sobre a cultura da banana.

Fonte: EMATER, 2012. Org: ROSSO, B.D. 2012.

Nas figuras 26, 27 e 28 demonstra-se uma das atividades que foram desenvolvidas juntamente com técnicos da EMATER, sobre como utilizar a fibra da banana, nesse caso, a demonstração da utilização de toda planta da bananeira, desde o fruto, a folha para adubação orgânica e a fibra e raiz para artesanato.

Em relação a esta sistemática que os órgãos públicos municipais veem desenvolvendo, segue a lógica do incentivo a reprodução e aumento da produção nas Unidades de Produção, onde os agricultores estão diretamente ligados ao planejamento das ações a serem desenvolvidas nas propriedades. Nesse caso, todos relataram sentirem-se parte do processo da cadeia produtiva e atuando como agente principal da mesma.

Figuras 26, 27 e 28: Etapas da oficina de transformação da fibra da bananeira realizada pela EMATER municipal.

Fonte: EMATER São João do Polêsine/RS, 2012. Org: ROSSO, B.D. 2012.

Pode-se observar a satisfação, por parte dos agricultores que participam nestes encontros. Entretanto, ainda há uma parcela que resiste na participação e inserção em grupos de discussão e trocas de experiências. Esta resistência se desenvolve por diversos motivos, entre eles, o de não querer deixar a lavoura para ir até a cidade considerando uma “perda de tempo” e até mesmo, a falta de confiança nesses tipos de grupos. Os órgãos públicos veem desenvolvendo ações ao longo dos anos e sabem que o processo é lento e gradativo.

É importante frisar que a EMATER atua diariamente na extensão rural aplicada aos agricultores, seja a campo ou no escritório, orientando através do manejo técnico ou repassando informações de programas específicos para a agricultura familiar (Anexo F). Em entrevista com um dos técnicos da EMATER, o mesmo afirma que “[...] precisa de técnicos mais especializados na produção de banana”.

Nesse sentido, os planos que o município tem para a cadeia produtiva da banana são diversos, e um em especial refere-se à inserção de uma rota turística da fruta no município. Tal alternativa busca desenvolver as cadeias produtivas da fruticultura existente e concretizar o turismo rural. São planos a médio/longo prazo, mas que são incentivadores e propulsores da continuidade de muitos agricultores no campo e, mais especificadamente, continuar com a cadeia produtiva da banana.