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CAPÍTULO II: Uma discussão social necessária

2.3. A relação do sistema educacional vigente e o

O Programa Nacional de Alimentação na Escola (PNAE) tem como principal meta atender as necessidades nutricionais dos alunos que estão frequentando a escola, garantindo que o mesmo permaneça na sala de aula, estimulando-o a crescer, desenvolver, a construir sua aprendizagem e que o rendimento escolar seja permanente e melhorado, e principalmente formar bons hábitos alimentares saudáveis. (VASCONCELOS et al, 2012). Este programa procura os melhores resultados dos alunos, oferecendo alimentos saudáveis na escola, visando uma melhoria na vida social e escolar do aluno.

Com isso, há grandes interesses pela alimentação nas escolas, no que diz respeito à presença da merenda escolar e de alimentos que são vendidos dentro de algumas escolas e em suas imediações.

O Projeto de Lei nº 6.283/2013 é uma ordem criada pelo Sr. Gonzaga Patriota, que ressalta que a proibição da venda de refrigerantes a menor de 18 anos e de alimentos com alto teor calórico e compostos de poucos nutrientes em estabelecimentos de ensino e dá outras providências. Esta proibição está vigorada por todo território nacional.

No Art. 3º desta, temos que.

Art. 3º Nos estabelecimentos escolares de educação básica e no perímetro de 200 metros fica proibida a comercialização de refrigerantes, de massas folhadas, qualquer tipo de fritura, biscoitos recheados, pipocas industrializadas, sucos artificiais, produtos enlatados, produtos que contenham gordura trans., balas, pirulitos e gomas de mascar.

§ 1º No lugar dos itens mencionados no art. anterior, os estabelecimentos devem comercializar sanduíches e sucos naturais, salgados assados, pelo menos dois tipos de frutas, água de coco, queijos magros, iogurtes e cereais.

§ 2º As cantinas escolares de que trata este art. ficam proibidas de fornecer condimentos como mostarda, maionese, ketchup e outros molhos calóricos. Já no Art. 4º deste Projeto de Lei, apresenta que os comércios que não se adequarem a este. estarão sujeito as penalidades revigoradas pela Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977. Esta Lei diz respeito a Infrações e Penalidades, que em seu Art. 2º é transcrito que: sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabível, as infrações serão punidas, alternativa ou cumulativamente, na qual os comércios

serão sujeito a penalidade: Advertência, multa, apreensão de produtos, inutilização de produto, interdição de produto, suspensão de vendas e/ou fabricação de produto, cancelamento de registro de produto, interdição parcial ou total do estabelecimento, e outro, podendo ser multas em dinheiro, variando entre R$2.000,00 à R$ 1.500.000,00, classificadas em leves, graves e gravíssimas.

De acordo com Lobo (2011) o endocrinologista pediátrico da Universidade da Califórnia em San Francisco Robert Lustig em sua palestra intitulada “Açúcar: a verdade amarga” debateu que este alimento está intrínseco nos maiores problemas de saúde das crianças e adolescentes. Para este profissional da saúde e da educação, o refrigerante não tem valor nutricional e se os pais querem que seus filhos consumam esta bebida que o compre, pois são cientes dos seus atos, levando em consideração que as crianças e a maioria dos jovens não tem consciência de que consomem alimentos que prejudicaria sua saúde.

Esta Lei permite a diminuição do consumo do refrigerante e do chocolate nos alunos, já que a combinação da inibição do acesso a estes alimentos e a mudança nos hábitos alimentares que a escola vem promovendo vem ganhando benefícios. A quantidade da porção consumida, bem como a combinação destes alimentos tem influenciado para o alto teor calórico da comida ingerida.

No entanto, tomando como referência a Escola Estadual José Leite de Souza, instituição pesquisada em questão, diversos professores trabalham o consumo de drogas, seja como tema transversal, dramatizações, jogos, palestras, e principalmente nas aulas de biologia, para que haja a percepção dos malefícios do consumo do chocolate e do refrigerante considerados drogas lícitas, promovendo uma alimentação saudável, com mas alimentos naturais.

Na oportunidades de trabalhabilidade da temática drogas e alimentação saudável, existe uma conscientização de consumir alimentos que enriqueçam os nutrientes do ser humano, principalmente dos adolescentes, que estão no período de desenvolvimento expressivo do corpo e da mente, visando uma vida saudável e com melhores resultados num futuro promissor. Porém, os alunos não levam a temática com um olhar crítico, opinativo, participativo. Alguns alunos agem com mudanças nos hábitos alimentares, consumindo refeições mais saudáveis e promover melhores objetivos na vida social e escolar nos adolescentes.

A Lei está amostra a todos os cidadãos, as multas e os deveres bem definidos em ambas as partes, tanto da escola como do comércio das redondezas da instituição escolar.

Os alunos ainda tem acesso a alimentos gordurosos e com alto teor calórico, composto de aditivos, corantes, cafeína, e outras substâncias que alteram o organismo do indivíduo. Está intrínseca presença na vida do aluno, leva-o a consumir cada dia mais os chocolates e refrigerantes considerados drogas lícitas, pelo acesso facilitado proporcionado pela família e pelo mercado local.

2.4. Cidadania e Educação

É notável que diversos indivíduos não tenham seus direitos respeitados ou então esses direitos são inexistentes, a ponto de não exercerem sua cidadania. Podemos remeter as condições de vida de seres humanos, que vivem em situações precárias, sem direito a saúde, moradia, educação, comida, e outros diversos fatores importantes para se ter uma vida digna. Será que isso é mesmo cidadania?

O termo cidadania, de acordo com Gallo (2004) se remete a um atributo humano e a uma condição política. Do lado humano, a cidadania pode ser definida como a relação pertencente a uma comunidade, sendo inerente de uma condição humana, na qual o ser cidadão está impregnado no ser humano. Pelo lado político, o ser humano é um ser em que a política está vinculada em sua alma, dependente da ação. Assim, esta só existe quando há participação ativamente de uma comunidade. Assim sendo, algumas pessoas entendem que o cidadão é aquele indivíduo que possui e exercem seus direitos políticos, outros definem que ser cidadão é aquele indivíduo que possui deveres sociais.

Um indivíduo é um cidadão de fato quando a cidadania é conquistada, construindo-a coletivamente, porém se algum destes está onerado dela, ninguém deste grupo é cidadão. (GALLO, 2004).

A massa populacional exige de seus governantes, do Estado, que se instalem os direitos humanos e civis, de modo que possam exercer livremente suas vontades e desejos. Uma destas formas de reivindicação pela consolidação da cidadania e da democracia em nosso país é a atuação no campo educacional.

Para Gallo (2004) a relação entre educação e cidadania está abordada em duas diferentes relações: no ambiente onde há a formalização do ensino, que através das atividades pedagógicas desenvolvidas pode-se fazer a construção da cidadania, ganhando certas características pedagógicas. Por outro lado, a relação da educação e da cidadania pode ser vista nos movimentos políticos de reivindicação e emancipação das ações políticas, construindo uma cidadania e uma sociedade democrática.

Detendo-se a ação pedagógica como construtor da cidadania, pode-se remeter ao fato de que esta educação está voltada para singularizarão, promovendo que os indivíduos fiquem livres, para exercer sua autonomia e criatividade, tomando os destinos de suas vidas, da família e da comunidade em que habitam.

Esta educação voltada para singularidade deve, afirma Gallo (2004, p.147)

Necessariamente ser capaz de articular a identidade na diversidade, a individualidade na comunidade, a liberdade na solidariedade. Se ficarmos no contexto da subjetivação, estaremos condenados à reprodução e à passividade, e uma cidadania talvez de direito, mas não de fato.

Assim, devesse formar indivíduos que pensem, sintam e desejem por si mesmos, para se construir uma cidadania ativa.

O educador que estará incumbido desta função deve ter sua mente aberta para criatividade, ter riscos de assumir e realizar experiências, viabilizando caminhos para que os indivíduos trilhem e se percebam como parte dela, tendo responsabilidade de si mesmos e por ela. (GALLO, 2004). O educador deve ter a ousadia de realizar momentos de riscos, de perigo, que proporcione a cidadania nos envolvidos na educação e principalmente no trabalho do professor.

3. Procedimentos metodológicos

3.1. Tipologias da pesquisa

Trata-se de um estudo de campo, que foi realizado na Escola Estadual de Ensino Médio Inovador Integrado à Educação Profissional José Leite de Souza, utilizando uma abordagem indutiva para percepção do consumo de refrigerante e chocolate considerados drogas lícitas no âmbito escolar.

3.2. Sujeitos da Pesquisa

O universo pesquisado engloba os alunos do 3º Ano C da Escola Estadual José Leite de Souza do turno diurno que estão regularmente matriculados na Escola em questão, para percepção do quadro que se encontra o consumo de chocolates e refrigerantes, gerando momentos de extrema ligação com estes alimentos considerados droga lícita.

A amostra da pesquisa será constituída pela turma do 3º Ano C do Ensino Médio, escolhidos pela afinidade da professora com a turma, e conhecer grande maioria dos alunos, já que muitos faziam parte do quadro discente da escola no ano letivo de 2013, e estarem mais inseridos na temática droga, por participarem de diversos programas que a escola desenvolveu durante aquele ano.

3.3. Coletas de dados

A coleta de dados será através da técnica de observação indireta extensiva e os dados serão coletados a partir de questionário a ser preenchido pelos alunos. (LAKOTOS; MARCONI, 1991). Esta ferramenta proporcionará identificar o consumo das drogas lícitas, neste caso chocolates e refrigerantes, e obter melhores resultados que estejam coerentes com a realidade escolar.

Através do levantamento bibliográfico e do conhecimento da situação do quadro consumista de refrigerantes e chocolates, identificado a partir de um questionário que esteja voltado com esta ingestão, de modo que possa responder a realidade vinculada ao convívio escolar.

3.3.2. Fases da coleta de dados

1º momento: Levantamento dos aportes teóricos a respeito das práticas educacionais e da utilização e ingestão de drogas na sociedade e na escola, identificando a frequência nas escolas brasileiras.

2º momento: Identificar as turmas, os grupos de estudantes, os maiores vícios alimentares que os alunos apresentam, para melhor observar em momentos posteriores o comportamento dos mesmos, em situações de consumo das drogas lícitas.

3º momento: Aplicação do questionário relacionado à degustação dos chocolates e dos refrigerantes, que esteja voltado às especificidades que envolvem estes alimentos considerados drogas lícitas.

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