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Capítulo 2: Enquadramento teórico da problemática

3.2. A Turma

A turma com a qual desenvolvi a unidade didática é do 11.º ano do Curso de Ciências Socioeconómicas. O primeiro contacto com a turma ocorreu durante a primeira semana de aulas do ano letivo de 2018/2019, no final de setembro, passando a assistir, desde então, às aulas desta turma com bastante frequência (as aulas eram de 90 minutos e aconteciam três vezes por semana). O conhecimento das características de cada aluno e do contexto vivenciado em sala de aula tornou-se mais efetivo quando comecei a participar nas atividades de aprendizagem, interagindo com os alunos no esclarecimento de dúvidas e colaborando com a orientadora cooperante na monitorização dos momentos de trabalho autónomo dos alunos.

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No início do ano letivo, a turma era composta por 28 alunos, apesar de, durante o primeiro período, um dos alunos ter saído da turma, porque pediu transferência para frequentar, em regime noturno, um curso EFA5 de Contabilidade. Atualmente, é constituída por 16 raparigas e 11 rapazes, com a seguinte distribuição de idades (referentes ao início do ano letivo).

Tabela 2: Distribuição de idades por género, no início do ano letivo 2018/2019. Idade

Género 15 16 17 18 TOTAL

Masculino 3 5 3 ‒ 11

Feminino 5 10 ‒ 1 16

TOTAL 8 15 3 1 27

A idade média dos alunos, no início do ano letivo, era de 15,9 anos, um pouco abaixo do valor da média apontado pela professora cooperante como normal para a frequência do 11.º ano de escolaridade. Consequentemente, estamos perante uma turma na qual a grande maioria dos alunos tem um percurso escolar sem retenções.

Um dos alunos de 17 anos encontrava-se inscrito no 12.º ano de Ciências e Tecnologia, apesar de ter sido integrado na turma para frequentar e concluir a disciplina de Matemática. Por outro lado, com a transferência já referida, apenas permaneceram na turma duas alunas com nacionalidade estrangeira, mas só uma revelou dificuldades prevalecentes no entendimento e expressão da língua portuguesa.

Numa das reuniões do Conselho de Turma, a turma foi descrita com palavras semelhantes às seguintes: Observa-se alguma distração nas aulas, conversa e empenho insuficiente, nomeadamente em termos do trabalho extra-letivo; os alunos revelam pouca autonomia e dificuldade em comunicar os seus pontos de vista ou dúvidas. No entanto, é uma turma que também já mostrou que consegue envolver-se de forma interessada, proativa e colaborante nas atividades promovidas durante as aulas.

Nas aulas de Matemática, a implementação de tarefas de exploração acontecia no início de cada tema. Normalmente, eram desenvolvidas em duas fases: a primeira fase constava de um momento de discussão coletiva com o grupo turma, induzida pela professora a partir do quadro branco ou da projeção na parede de gráficos de funções ou tabelas, executados e manipulados na máquina de calcular; a segunda fase costumava constituir um momento de trabalho autónomo, no qual os alunos continuavam a explorar os

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conteúdos da tarefa, através da resolução de problemas que exigiam a aplicação dos procedimentos e intuições que resultaram da primeira fase, ou dedicavam-se à realização de exercícios para consolidar as conclusões retiradas durante a fase inicial.

A maior parte das aulas decorria com a integração de momentos alternados de exposição- discussão com o grupo turma, que costumavam ser seguidos de momentos de trabalho autónomo em torno de exercícios de consolidação, usualmente realizados em grupos de dois alunos. Os trabalhos de casa eram frequentes e, por vezes, integravam tarefas de investigação cuja resolução se estendia por algumas semanas.

O trabalho a pares parecia contribuir para a superação de algumas dificuldades evidenciadas pelos alunos ― falta de confiança, fraca mobilização de conhecimentos prévios, falta de maturidade, distração e conversas paralelas, pouca entreajuda em grupos de maior dimensão ―, notando-se maior disponibilidade para enfrentar os desafios propostos pelo professor quando estavam agrupados a pares do que quando formavam grupos de maior dimensão ou se tivesse sido requerido que trabalhassem individualmente. Na tabela seguinte, aparecem registadas as classificações dos testes de avaliação sumativa realizados ao longo do ano e no final de cada período.

Tabela 3: Intervalos com as classificações dos testes e as notas de final de período.

Classificações [0,4[ Mau [4,8[ Insuficiente [8,10[ Suf. Menos [10,14[ Suficiente [14,18[ Bom [18,20] Muito Bom 1º Teste ‒ 3 2 14 7 1 2º Teste ‒ 9 2 13 3 ‒ 1º Período ‒ ‒ 4 13 10 ‒ 3º Teste ‒ 2 4 11 9 1 4º Teste ‒ 12 5 7 3 ‒ Recuperação ‒ 7 3 2 3 ‒ 2º Período ‒ ‒ 7 13 7 ‒ 5º Teste ‒ 7 6 8 4 2 3º Período ‒ ‒ 3 16 8 ‒

Esta tabela revela que a maior parte dos alunos, no final do 3.º Período, conseguiu atingir um desempenho escolar positivo: 16 alunos atingiram um nível suficiente, com classificação entre 10 e 14 pontos, enquanto que 8 alunos conseguiram alcançar notas finais entre 14 e 18 pontos. Tomando em consideração os valores exatos das classificações, as médias evidenciam uma ligeira melhoria dos resultados ao longo do

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ano: no final do primeiro período, a turma apresentou uma média aproximada de 12,1 valores; no segundo a média foi de 12,0; no terceiro período a média foi de 12,5.

As classificações obtidas nos testes de avaliação sumativa evidenciam que, no início de cada período letivo, a incidência de classificações positivas é muito maior do que de as negativas. Contudo, a diferença entre o número de alunos com classificações positivas e negativas diminui bastante nos testes finais de cada período, chegando mesmo a ser invertida no teste final do 2.º Período.

No 3.º Período letivo só se realizou um teste de avaliação sumativa devido à reduzida extensão temporal do período letivo. Este teste integrou tópicos que foram lecionados durante a intervenção letiva e a média das cotações da turma foi de 10,7.

O gráfico da Figura 6 refere-se às médias das cotações obtidas em cada teste

Figura 5: Valores das médias das cotações obtidas pelos alunos nos testes de avaliação sumativa.

Para além das atividades levadas a cabo durante os tempos letivos, a turma também desenvolveu, desde o início do ano letivo, um trabalho na área de Projeto de Cidadania e Desenvolvimento, dedicado ao tema Voluntariado, cuja prossecução envolveu o empenho e participação da globalidade dos elementos da turma.

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