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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. Soma dos rendimentos tributáveis (renda tributável bruta) Recebidos de Pessoas Jurídicas

1.6 A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM)

Tendo em vista que o estudo busca trazer um manual demonstrativo de captação de recursos à cultura pelo viés do incentivo fiscal da dedução do IR dos servidores da UFSM e que simulações presentes na pesquisa foram baseadas nas remunerações dos mesmos, é imprescindível apresentar informações sobre a instituição e a composição de seus servidores.

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi criada pela Lei 3.834-C, de 14 de dezembro de 1960, e instalada solenemente em 18 de março de 1961, com a denominação de Universidade de Santa Maria, tendo sido idealizada e fundada pelo Prof. Dr. José Mariano da Rocha Filho. Ela representou o resultado da luta pela interiorização do ensino superior, pois foi a primeira universidade instalada no interior de um estado no Brasil (UFSM, 2016).

No campus universitário da UFSM, localizado no Bairro Camobi, é realizada a maior parte de suas atividades acadêmicas e administrativas. Porém, além da Cidade Universitária existente na cidade sede de Santa Maria, a UFSM, também

conta com campus nas cidades de Frederico Westphalen, Palmeira das Missões, Silveira Martins e Cachoeira do Sul (UFSM, 2017).

Em 2017, a estrutura da UFSM conta com 15 Unidades Universitárias, três Restaurantes Universitários, uma Editora, uma Biblioteca Central, Bibliotecas Setoriais, Hospital-Escola, Hospital de Clínicas Veterinárias, Museu Educativo, Planetário, Orquestra Sinfônica, entre outros órgãos suplementares (UFSM, 2017). Segundo o seu estatuto, o ensino na instituição ocorrerá por meio de cursos nos níveis de graduação presencial e a distância; pós-graduação Stricto Sensu e Lato Sensu, neste último caso presencial e a distância; nível médio, técnico e tecnológico (superior de tecnologia), presencial e a distância; além de outros (UFSM, 2014).

A UFSM é uma instituição federal de ensino superior, constituída como autarquia educacional de regime especial e vinculada ao Ministério da Educação. Goza de autonomia didático-científica, disciplinar, administrativa e financeira, que será exercida de acordo com o seu estatuto e da legislação em vigor. No que se refere à composição de sua força de trabalho, a Universidade dispõe de servidores públicos que são subordinados a um Regime Jurídico Único determinado pela Lei 8.112 de 11 de dezembro de 1990 (UFSM, 2014).

Segundo Brasil (1990), um servidor é “a pessoa legalmente investida em cargo público”, e os cargos públicos são “um conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor”. Por exercer as funções de seu cargo público, o servidor terá direto a uma retribuição em dinheiro, chamada de vencimento, com valor fixado em lei; além de outras vantagens pecuniárias pertinentes estabelecidas na legislação.

Nesse contexto, conforme UFSM (2014) e Brasil (2016) para o desenvolvimento das atividades voltadas ao ensino pesquisa e extensão, os servidores da Instituição estão distribuídos na Carreira dos Docentes de Magistério Superior, Carreira dos Docentes do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT) determinadas pela Lei 12.772 de 28 de dezembro de 2012, atualizada pela Lei 13.325 de 29 de julho de 2016, as quais regem as normas das carreiras citadas, principalmente no que tange a suas remunerações. Bem como, a UFSM dispõe de servidores da Carreira dos Servidores Técnicos Administrativos em Educação (TAES) com remunerações também determinadas por Brasil (2016).

Conforme Brasil (2012), a Carreira dos Docentes de Magistério Superior está dividida nas seguintes classes: Classe A como Professor Auxiliar, Assistente e

Adjunto; Classe B como Assistente; Classe C como Adjunto; Classe D como Associado; bem como na Classe E que corresponde ao Cargo Isolado de Professor do Magistério Superior Titular-Livre conforme demonstra o Quadro 5 abaixo:

Quadro 5 - Cargos de Professor do Magistério Superior.

Classe Denominação Nível

E Titular 1 D Associado 4 3 2 1 C Adjunto 4 3 2 1 B Assistente 2 1 A

Adjunto A se portador do título de Doutor

2 Assistente A se portador do título de Mestre

1 Auxiliar A se Graduado ou portador do título de Especialista

Fonte: Adaptado de UFSM (2014) e Brasil (2012).

Segundo UFSM (2014) e BRASIL (2012), o provimento dos cargos expostos no Quadro 6 referentes aos de Professor do Magistério Superior se dá mediante concurso público de provas e títulos e ocorrerá sempre no primeiro nível de vencimento da Classe A, para cuja posse é exigida a diplomação segundo o disposto no edital do certame. Conforme o artigo 12 da Lei 12.772, o desenvolvimento na Carreira de Magistério Superior ocorrerá mediante a progressão funcional com a “passagem do servidor para o nível de vencimento imediatamente superior dentro de uma mesma classe” com base em critérios que se apresentam estabelecidos na própria Lei 12.772/2012.

Outra forma de evolução na Carreira do Magistério Superior, segundo o mesmo autor, se dá por meio de promoção, com a passagem do servidor de uma classe para outra seguinte. Além disso, para os servidores docentes que já estejam

aprovados no estágio probatório no seu respectivo cargo e atendem aos requisitos de titulação, determinados na lei, há a possibilidade de aceleração da promoção.

No Cargo Isolado de Professor Titular-Livre do Magistério Superior, o provimento ocorrerá na classe e nível únicos, mediante aprovação em concurso público de provas e títulos, no qual serão exigidos além do título de doutor, 10 (dez) anos de experiência ou de obtenção do título de doutor, ambos na área de saber exigida no concurso, conforme o Conselho Superior de cada IFE (BRASIL, 2012).

Já a Carreira dos Docentes do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT), segundo o mesmo autor, é composta das classes DI, DII, DIII, DIV e da classe de Professor Titular-Livre do Magistério do Ensino Básico Técnico e Tecnológico de acordo com o que demonstra o Quadro 6 abaixo:

Quadro 6 - Cargos de Professor do Ensino Básico Técnico e Tecnológico.

Classe Nível Titular 1 DIV 4 3 2 1 DIII 4 3 2 1 DII 2 1 DI 2 1

Fonte: Adaptado de Brasil (2012).

O provimento dos Cargos de Professor do Ensino Básico Técnico e Tecnológico se dará sempre no primeiro nível de vencimento na Classe D I, mediante concurso público de provas e títulos com o desenvolvimento na carreira também possível por meio de progressões, promoções e aceleração de promoções. Já para o ingresso na Classe de Professor Titular-Livre do Magistério do Ensino

Básico Técnico e Tecnológico o candidato deverá apresentar os mesmos requisitos para ingresso na classe de Titular-Livre do Magistério Superior (BRASIL, 2012).

Já quanto aos servidores que pertencem a Carreira dos Técnicos Administrativos em Educação, o mesmo autor afirma que eles estão distribuídos em cargos de classes “A”, “B”, “C”, “D” e “E”, as quais representam diferentes níveis de escolaridade exigidos (UFSM, 2014). Sendo que, o servidor TAE pode obter o desenvolvimento na carreira por meio da progressão por mérito profissional ou mediante progressão por capacitação profissional (BRASIL, 2010; UFSM, 2017a).

A primeira, segundo UFSM (2010), é a “mudança para o padrão de vencimento imediatamente subsequente, a cada dezoito meses de efetivo exercício, desde que o servidor apresente resultado fixado em programa de avaliação de desempenho”. Com isso, na Tabela do Plano de Carreira dos Cargos Técnicos Administrativos em Educação (PCCTAE) o servidor transporá os níveis dispostos no sentido vertical da Tabela e que atualmente figuram em número de 16 (dezesseis) (BRASIL, 2012).

A segunda progressão, a por capacitação profissional, é a “mudança de nível de capacitação no mesmo cargo e nível de classificação decorrente da obtenção pelo servidor de certificado em Programa de Capacitação, compatível com o cargo ocupado, o ambiente organizacional e a carga horária mínima exigida”. Se uma análise for realizada na Tabela do PCCTAE, essa progressão gerará 4 (quatro) deslocamentos possíveis no sentido horizontal, respeitando sempre o cargo e o padrão de vencimento do servidor (UFSM, 2017a; BRASIL, 2012).

Em conformidade com o exposto anteriormente, segue abaixo a Figura 3, que demonstra um exemplo de cargo, classificação, nível de capacitação e padrão de vencimentos possíveis de serem encontrados na UFSM (UFSM, 2017a).

Figura 3 - Nível de capacitação e padrão de vencimento dos TAES.

Fonte: (UFSM, 2017a).

A seguir a Figura 4, demonstra a Tabela do PCCTAE com a disposição de suas classes nos padrões de vencimento e nos níveis de capacitação.

Figura 4 - Tabela dos Técnicos Administrativos em Educação (TAES).

Fonte: (BRASIL, 2016).

Exposto isso, cabe ressaltar que todas as carreiras citadas se compõem de servidores públicos e estão regidas pelo Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União delineado pela Lei 8.112/90 e no mês de novembro de 2016 tinham suas remunerações determinadas por Brasil (2012) atualizada por Brasil (2016). A esses servidores o Ministério do Planejamento disponibiliza o Sistema de Gestão de Acesso (SIGAC), que é um sistema do governo federal que possibilita ao servidor ter um acesso maior a sua vida funcional. Por meio desse sistema, o

servidor poderá acompanhar a concessão de benefícios e direitos, bem como, ter acesso mensal do seu contracheque, o que facilita a provisão do seu comprovante de rendimentos anual (SIGAC/MPDG, 2017).

Ademais, nota-se que a Universidade também conta com outros tipos de colaboradores, entre os quais estão os docentes contratados como professores visitantes, professores substitutos e temporários admitidos de acordo com a legislação vigente e disposições normativas da Instituição. Além de estagiários, bolsistas, servidores exercício provisório, trabalhadores terceirizados, entre outros UFSM (2017).

Porém, como o intuito deste trabalho é propor um manual de captação de recursos à cultura pelo viés da dedução no IRPF dos servidores da UFSM, o foco deste estudo foi a remuneração dos cargos das Carreiras dos Docentes e dos TAES que apresentam maior quantitativo de ocupação de servidores ativos pertencentes ao Regime Jurídico Único no período de Novembro de 2016 conforme será exposto nos capítulos seguintes.

METODOLOGIA

Para Michel (2009), metodologia é um caminho que deve ser estabelecido para se alcançar um objetivo qualquer; é a forma, o modo para solucionar problemas e buscar responder as necessidades e dúvidas. De acordo com Demo (1995), a metodologia é uma preocupação instrumental que cuida dos procedimentos, das ferramentas e dos caminhos para fazer ciência.

Já Minayo (2007) procurou definir metodologia de forma ampla e concomitante como sendo a discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento” que o tema/objeto de investigação demanda; como a exposição apropriada e explicada dos métodos, técnicas e ferramentas operacionais que devem ser empregados para sanar indagações provenientes da investigação; e como a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a marca pessoal e característica verificada na forma de proferir teorias, métodos, descobertas observacionais, experimentais, entre outras.

Dessa forma, a metodologia da pesquisa vem tratar das particularidades do desenvolvimento do estudo como um todo, detalhando como será o planejamento da pesquisa e como ocorrerá toda a investigação. Nesse sentido Lakatos e Marconi (2002, p. 105), já ressaltavam que “a especificação da metodologia da pesquisa é o que abrange maior número de itens, pois respondem, a um só tempo, as questões como, com quê, onde e quanto”. Sendo assim, a seguir, serão expostos os elementos que tipificam a pesquisa e as suas etapas.