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Parte I – Prática Pedagógica

6. Organização do ensino e aprendizagem

6.2 Abordagem ao processo de ensino

Numa primeira abordagem ao processo de aprendizagem do violino, tento sempre alertar os meus alunos para os seguintes cuidados básicos a ter com o manuseamento do violino: apertar e desapertar o arco corretamente, colocar resina, limpar o violino e o arco. Penso que estes cuidados são extremamente importantes, uma vez que o violino e os seus respetivos acessórios são de extrema fragilidade e facilmente se estragam. Por essa razão, faço questão que os respetivos encarregados de educação estejam sempre presentes nesta primeira abordagem ao instrumento, para que possam auxiliar os seus educandos nos momentos em que eu não esteja presente. Depois do aluno aprender todos os cuidados básicos a ter com o violino, inicio então a aprendizagem do violino propriamente dita.

Antes de o aluno iniciar a leitura/execução de qualquer música, é fundamental aprender todas as questões básicas ligadas à postura. Considero que esta é uma das fases mais importantes da aprendizagem do violino, uma vez que pode influenciar toda a performance que o aluno pode ter no futuro. Acerca desta temática, Mauss M. (1950) defende que o corpo é o instrumento mais natural que existe, e antes de se dominar um conjunto de técnicas que são necessárias para execução de um qualquer instrumento musical, temos de dominar um conjunto de técnicas corporais.

Se o aluno não adquirir uma boa postura desde o início de prática instrumental, para além de influenciar negativamente a sua performance do instrumento, pode influenciar também a sua saúde, nomeadamente, a criação de problemas físicos como tendinites, dores de costas, lesões musculosqueléticas, entre outras.

Passando todas as questões básicas relacionadas com o violino, geralmente organizo as minhas aulas da seguinte forma (curso básico/complementar):

Início da aula:

• Aquecimento/relaxamento; • Escalas e arpejos;

Corpo da aula:

33 • Peça/andamento de um concerto;

Final da aula:

• Alongamentos/relaxamento.

A duração das aulas é de (apenas) 45 minutos, e por esse facto, nem sempre é possível realizar todas estas atividades descritas em cima. Nesse sentido, dependendo das necessidades individuais do aluno, posso considerar a realização unicamente de uma atividade no corpo da aula (só 1 estudo ou só 1 peça/andamento de um concerto), sendo que as restantes atividades são sempre mantidas.

No início da aula, começo sempre com exercícios de aquecimento muscular e alongamentos. Durante estes exercícios, para além de os explicar previamente, costumo dialogar com os alunos, para que estes, se sintam mais à vontade. Penso que o professor de instrumento deverá ter sempre em conta que em muitos casos, os alunos costumam chegar à aula já bastante desgastados, tanto a nível físico como a nível psicológico. Como estes já “contabilizam” várias horas de atividade a nível escolar, parece-me fundamental realizar um período de relaxamento e alongamento com os alunos. Para captar a atenção e o interesse dos alunos McCarthy (2007) refere que é essencial o professor utilizar a técnica de perguntas-respostas em formato de jogo. Com esta técnica, o professor poderá conseguir captar a atenção do aluno quando este já se sente cansado.

As escalas e os arpejos servem principalmente para ajudar o aluno a ganhar estabilidade tonal. De um modo geral, os meus alunos não utilizam “fitas” no violino, que servem para ajudar na afinação. Por essa razão, parece-me ser fundamental que os alunos comecem sempre a aula (e estudo individual) com a execução de uma escala e o seu respetivo arpejo. Para além de as escalas ajudarem na afinação, servem também para que o aluno consiga obter um bom movimento a nível do braço direito (arco paralelo em relação ao cavalete).

Os estudos são escolhidos sempre de acordo com o que está estabelecido no programa de violino do CRP. Tendo os estudos uma vertente mais técnica, que serve de apoio à execução de peças/concertos, muitas vezes adapto os estudos às necessidades individuais de cada aluno, ou seja, se o aluno estiver com dificuldades em executar uma

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peça/concerto que tenha o golpe de arco stacatto, utilizarei um estudo que contemple o

stacatto a fim de obter uma maior facilidade de execução.

As peças/concertos servem para colocar em prática todas as temáticas que já foram trabalhadas/adquiridas pelo aluno. Questões ligadas às dinâmicas, golpes de arco, várias velocidades do arco, etc, são recorrentemente abordadas, uma vez que geralmente são as peças/concertos que são executadas nas audições.

Para abordar a matéria a ser trabalhada durante a aula, o professor deve identificar a melhor forma de transmitir os seus conhecimentos. Para permitir uma aprendizagem eficaz por parte do aluno, McCarthy (2007) estabelece a seguinte sequência: o professor apresenta a tarefa a realizar, interação professor/aluno e feedback da tarefa realizada. Quando o professor apresenta a tarefa, geralmente inclui-se a leitura e demostração por parte do professor, modelagem, uso de metáforas e gestos verbais e não-verbais. Para promover a interação entre o professor/aluno, o professor pode usar as perguntas e respostas, ou seja, o professor toca para exemplificar e o aluno tenta corresponder às indicações do professor (Kassner, 1998). O feedback é essencial na aprendizagem. Price (1989) defende que o feedback deve ser imediato para se economizar tempo no processo de aprendizagem e mais positivo que negativo, pois os professores de música têm uma maior tendência para os feedbacks negativos.

Assim, o professor deve incentivar sempre o seu aluno na compreensão de todas as tarefas, pois são cruciais para a aprendizagem de um instrumento musical (McCarthy, 2007).

7. Participação na escola

Neste capítulo são apresentadas todas as atividades correspondentes ao domínio da participação na escola que foram realizadas ao longo de todo o estágio pedagógico. Essas atividades incluem a colaboração nas audições (audições gerais e audições de classe), aulas de apoio pedagógico, reuniões, atelier com E. E., entre outras atividades definidas pelo CRP no presente ano letivo de 2016/2017.

35 As atividades que foram realizadas são:

• Audições gerais: 1º Período: 10 de Dezembro de 2016 2º Período: 7 de Janeiro de 2017 25 de Março de 2017 3º Período: 27 de Maio de 2017 • Audições de classe: 2º Período: 19 de Janeiro de 2017 2 de Fevereiro de 2017 23 de Março de 2017 30 de Março de 2017 3º Período: 8 de Junho de 2017

• Aulas de apoio pedagógico: Todos os Sábados das 15h15 às 16h00

• Reuniões de avaliação com E. E.: 1º Período: 20 de Dezembro de 2016 2º Período: 5 de Abril de 2017 3º Período: 16 de Junho de 2017

• Atelier:

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