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2.2 Avaliação de Desempenho

2.2.1 Sistemas de Medição de Desempenho

2.2.1.4 Abordagem de Beamon (1999)

Beamon (1999) afirma que os tipos de medição de desempenho são de acordo com os recursos, outputs (saídas) e flexibilidade. O objetivo dos recursos é o máximo nível de eficiência para se obter uma gestão eficiente de recursos, as saídas objetivam um alto nível de serviço ao cliente, pois sem a aceitação do cliente, há um enfraquecimento da cadeia. Por fim, o quesito de flexibilidade consiste na habilidade de responder as mudanças do meio, visto que, em um ambiente incerto a cadeia de suprimento deve estar apta a responder a mudanças.

Neste contexto, medidas de recursos incluem: níveis de estoque, requisitos de pessoal, utilização de equipamentos, consumo de energia e custo. No Quadro 6 são listados exemplos para mensurar o desempenho dos recursos.

Quadro 6- Medidas de Desempenho da Cadeia de Suprimento de acordo com os Recursos

Medidas de Recursos Descrição

Custo Total Custo Total dos Recursos utilizados

Custo de Distribuição Total custo de distribuição, incluindo transporte e custo de manuseio. Custo de Produção Custo total de fabricação, incluindo mão de obra, manutenção e re-trabalho.

Estoque Custos Associados com: o investimento de estoque, obsolescência, estoque em processo, e estoque do produto final.

Retorno Sobre Investimento (ROI)

Mensura a rentabilidade da organização, normalmente dada pela divisão entre o lucro líquido e o total de ativos.

Fonte: Desenvolvido a partir de Beamon (1999)

A medida de output inclui: lead time, qualidade e a quantidade final do produto produzido. Algumas saídas são facilmente medidas como: número de itens produzidos, tempo requerido para um determinado produto e número de entregas pontuais. Porém, outras são mais difíceis expressas quantitativamente, como satisfação do cliente e qualidade dos produtos. O Quadro 7 aponta as medidas de desempenho referente aos Outputs.

Quadro 7- Medidas de Desempenho da Cadeia de Suprimento de acordo com os Outputs

Medidas de Output Descrição

Vendas Total de receitas adquiridas com a venda dos produtos Lucro Resultado da receita menos as despesas

Nível de utilização Proporção dos pedidos atendidos

Entregas no Prazo

Algumas medidas relatam o desempenho das entregas no prazo, como: Produtos em Atraso, Atraso médio de ordens, Adiantamento médio das ordens, Porcentagem das entregas feitas antes ou no dia

Pedidos Pendentes/ Falta de Estoque

Mensurar a probabilidade da falta de estoque, o número de pedidos pendentes, o número de falta de estoque, média de pedidos pendentes Lead time do Cliente É o tempo relativo a um pedido e sua entrega correspondente Lead Time de Fabricação Tempo necessário para a produção de um determinado item ou lote

Erros de Expedição Quantidade de expedições incorretas

Reclamações do Cliente Número de Reclamações de clientes registrados. Fonte: Desenvolvido a partir de Beamon (1999)

A medida de flexibilidade é distinta das medidas de recursos e saídas. Neste caso, são analisadas quatro medidas de flexibilidade aplicadas à cadeia de suprimento, a saber: flexibilidade de volume, flexibilidade de entrega, flexibilidade de mix, flexibilidade de novos produtos.

A flexibilidade de volume é definida como a habilidade de mudar os níveis de saída dos produtos produzidos, ou seja, é a capacidade de alterar a quantidade produzida em um dado período de tempo. A medida de flexibilidade de volume (Fv) mensura a proporção da

demanda que pode ser satisfeita pela cadeia de suprimento.

Para a medida de flexibilidade de volume Fv , Beamon (1999) assume que o volume de

demanda é uma variável com distribuição normal e define Omin e Omax como o lucro máximo e

mínimo de volume de produção durante um determinado período, respectivamente. Supondo que a cadeia de suprimento apresenta dados de demanda suficiente, tem-se:

∑ (1) e ∑ (2) Onde:

dt é a demanda durante o período t, e T é o número de períodos considerados. Assim, Fv é

dado por:

( ) (3)

ou

( ) ( ) (4)

Onde Fv pertence ao intervalo [0,1] e representa a satisfação da demanda que pode ser

atendida pela cadeia de suprimento.

A flexibilidade de entrega Fd é a capacidade de alterar as datas de entregas que já

foram planejadas, sendo expressa pela porcentagem de folga em que o tempo de entrega pode ser reduzido. É definido como t* o período de tempo atual, Lj como o período de entrega para

o trabalho j, e Ej é o primeiro período de tempo durante o qual a entrega pode ser feita para o

trabalho j. Considerando j=1, 2, 3, .... j trabalhos no sistema, então o tempo total de folga para todos os trabalhos j é dado pela quantidade:

e o mínimo tempo de entrega para todos os trabalhos j é dado por: ∑

(6)

Assim, FD, a flexibilidade instantânea de entrega, pode ser mensurada como a proporção do

excesso de folga durante todos os trabalhos j, a qual pode ser formalmente definida como: ∑ ( )

(7)

que pode ser simplificado para a Equação 7:

∑ ( ) ∑

(8)

A flexibilidade de mix (Fm) mede a gama de diferentes tipos de produto que podem ser

produzidos em um determinado período de tempo, ou ainda, o tempo de resposta entre as mudanças de mix de produtos. Formalmente, a média da flexibilidade do mix de produto é dado por:

Fm= N(t) (9)

Onde:

N(t) é o número de diferentes tipos de produtos que podem ser produzidos em um dado período t, com t>0, e N(t) pertencente aos naturais positivos. A flexibilidade do mix de produtos pode ser calculada como:

Fm=Tij (10)

Onde:

Tij é o tempo de mudança necessária para o mix de produto i para o mix de produto j, com Tij ≥

0 para todo i e j.

A flexibilidade de novos Produtos Fn é a habilidade de introduzir e produzir novos

produtos, isto inclui a modificação de produtos existentes. A flexibilidade de um produto novo, baseado no tempo, pode ser expresso como:

Onde:

T é o tempo requerido para adicionar novos produtos, com T ≥ 0. De forma semelhante, a flexibilidade de um produto novo, baseado no custo, é dado por:

Fn= C (12)

Onde:

C é o custo necessário para adicionar novos produtos, com C ≥ 0.

Assim, a abordagem de Beamon (1999) apresenta um caráter mais qualitativo quando trata das medidas de desempenho para os recursos e outputs. Por outro lado, apresenta um enfoque quantitativo para as medidas de flexibilidade.

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