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3 METODOLOGIA

3.1 ABORDAGEM E TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa que é de cunho epistemológico, pretendeu identificar a natureza do conhecimento sobre o TDAH em outros trabalhos já produzidos e discutidos sobre a temática. De acordo com Caleffe (2008, p. 43), a busca por bases de conhecimento pode adentrar em um campo que se comunica com conhecimentos ortodoxos, reais e palpáveis ou até mesmo baseados em experiências, com grande grau de subjetividade.

Com base na pesquisa quali-quantitativa cujo método é bibliográfico, em um primeiro momento utilizou-se de recursos de análise bibliométrica e posteriormente se realizou o estudo dos significados – conceituais, científicos e pedagógicos – atribuídos pelas fontes pesquisadas ao TDAH. De acordo com Mugnaini et al. (2014), as medidas quantitativas baseadas na produção bibliográfica, têm um papel de destaque e passam a ter importância crescente dentro de sistemas nacionais.

Como apontam Prodanov e Freitas (2013, p. 54), essas produções bibliográficas são: “[...] elaboradas a partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet [...]”.

Desse modo, destacamos que a presente investigação não teve a pretensão de repetir o que já foi dito ou escrito sobre o TDAH, pois uma das funções dos trabalhos bibliométricos é o de fazer com que o pesquisador possa refletir de forma crítica sobre os textos investigados e inclusos, não apenas repetir fatos e argumentos (KALEFFE, 2008). Eis assim a importância de, como afirmam Prodanov e Freitas (2013), fazer a interpretação dos fatos e atribuir significados básicos ao tema investigado. Portanto, o objetivo do perfil destas fontes, delimitadas de acordo com uma dada amostragem bibliográfica selecionada, foi o de nos colocar em contato com o tema ou objeto de pesquisa por meio de material escrito em alguma dessas modalidades; passíveis de oferecer uma representatividade quanto ao Estado da Arte sobre o tema.

Foi a partir das informações resguardadas nas teses e dissertações que partimos para uma fase de análise dos dados encontrados, com base em um estudo teórico-conceitual e na aplicação de instrumentos e de esquemas de coleta, organização e análise bibliográficas. Utilizamos para isso uma abordagem quali-quantitativa que segundo Prodanov e Freitas (2013) é entendida como uma coleta de dados voltada para expansão da amostra de fontes de informação sobre o objeto e que é orientada pelos instrumentos de pesquisa e pelos pressupostos teórico-metodológicos que norteiam a investigação.

operação categorial do pensamento implicar o poder humano de atribuir predicados aos objetos do mundo de acordo com suas necessidades. A análise ou decomposição de um dado fenômeno em aspectos ou dados particulares, às vezes singulares, envolve a forma agrupar esses últimos em categorias; as quais têm função de organizar a realidade dada de acordo com esquemas de pensamento sempre abertos a correções vindas da experiência.

Desta maneira, os dados que encontramos após registro, foram organizados e classificados de forma sistemática, sendo assim selecionados, codificados e tabulados segundo categorias conceituais. O aparato qualitativo serviu para haver uma análise com base nos significados que pudemos teoricamente atribuir aos dados, sem perder de vista a complexidade quantitativa responsável por nos auxiliar na organização da análise.

Para Lakatos e Marconi (2009), é a partir de uma busca exploratória e de recortes, que a pesquisa epistemológica, com foco nas leituras analíticas – leitura-trabalho – visa conhecer cientificamente o texto e caracterizar os dados para que sejam feitas as descrições pertinentes em termos de critérios e regras teórico-metodológicas para a construção do conhecimento.

Podemos definir esse processo como uma sequência de atividades que envolvem a redução ou decomposição dos dados a componentes ou aspectos cada vez mais simples, mas passíveis de serem agrupados em subconjuntos - categoriais; salvas às vezes em que um dado ou outro singular ou exclusivo se imponha como estranho e, portanto, não agrupável.

À medida que foi feita a seleção e o recorte de partes do material analisado para inseri- los em categorias e posteriormente serem interpretados, os aspectos qualitativos da investigação tenderam a gerar uma compreensão analítica acerca da estrutura de significados do fenômeno dos dados quantitativos, dados esses que para Gil (2008, p. 4), envolvem métodos estatísticos que asseguram certo grau de precisão para a pesquisa na medida em que os significados ou aspectos qualitativos podem ser contados ou calculados em termos de valores que indicam altas, médias ou baixas frequências e intensidades de um ou mais grupos de dados em relação ao tempo e ao espaço.

Como aponta Prodanov e Freitas (2013 p. 102), nas pesquisas quantitativas busca-se obter dados coletados por meio da aplicação de procedimentos de pesquisa, usando instrumentos específicos para o tipo de informação numérica que deseja obter de acordo com o objeto de pesquisa em análise. Deste modo, destacamos que a abordagem qualitativa para esta pesquisa teve como função permitir que notássemos os significados dos dados para discutir os sentidos de modo que nos levássemos, como aponta Creswell (2007, p. 194), para as análises

metodológicos, tal como ocorre com o TDAH enquanto um fenômeno abordado a partir de teorias e métodos psiquiátricos, neurológicos, psicológicos, comportamentais, sociais, pedagógicos etc. Assim sendo, a presente pesquisa buscou compreender o porquê que um dado pode ser considerado positivo e outro negativo em termos de presença e ausência no interior de um argumento dissertativo ou de tese.

No sentido quantitativo, os valores numéricos auxiliaram no agrupamento dos significados no interior dos conjuntos categoriais e isso nos levou a constatar os níveis de incidências ou ocorrências de alguns aspectos, levando-nos a identificar a prevalência de uns dados em detrimento de outros. Não obstante, esses valores geraram perguntas sobre os motivos que levam um dado aspecto se sobrepor a outros no interior de uma dada realidade empírica ou argumento lógico. Por conseguinte, os números em si mesmos não possuem poderes de dar significação como os conceitos; por isso a importância das interpretações qualitativas segundo sistemas teórico-metodológicos, ou mesmo sociais, culturais, políticos etc. Os números e seus valores nos indicam que no mundo dos significados e dos sentidos estão ocorrendo variações. A estatística é, em um nível fundamental, uma espécie de sensor de mudanças de uma dada realidade empírica ou lógica.

Sendo assim, através de uma ação concomitante, como afirma Creswell (2007, p. 33), é a partir das convergências de dados quantitativos e qualitativos que fizemos uma análise ampla a respeito do problema de pesquisa, integrando as informações na interpretação dos resultados gerais. E as buscas, portanto, ocorreram por procedimentos exploratórios quali-quanti, tendo como finalidade de ampliar, como de elucidar e modificar conceitos e ideias, através de levantamentos bibliográficos (KALEFFE, 2008). Esse levantamento nos aproximou de diversas formas de conceituações para uma profunda reflexão que, segundo Duarte (2006, p. 97), objetiva contribuir de forma teórica e metodológica para a área da educação.

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