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ABRANGÊNCIA DA “LEI DE INOVAÇÃO” Nesta seção, será discutido o alcance da expressão “Le

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

TOPOGRAFIA DE CIRCUITO INTEGRADO

2.1.1 ABRANGÊNCIA DA “LEI DE INOVAÇÃO” Nesta seção, será discutido o alcance da expressão “Le

de Inovação” e o seu desdobramento como marco legal voltado a promover a geração e a difusão de incentivo à pesquisa cien- tífica e tecnológica, bem como o desenvolvimento do sistema produtivo do país.

Segundo Engelmann e Willig (2016), integra o marco legal brasileiro da inovação toda a legislação criada a partir Lei nº 10.973/2004 (Lei de Inovação), a exemplo da Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005), de leis estaduais de inovação e alterações posteriores. Os autores reforçam que apesar de não ter sido a primeira legislação de fomento no país, a Lei de Inovação foi a primeira medida específica voltada ao tema inovação tecnológica e à promoção do desenvolvimento do país, a qual tem por escopo incentivar à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, e as Instituições de Ciência e Tecnologia – ICTs (BRASIL, 2004).

No mesmo sentido, Rauen (2016) define a Lei de Inovação como um arcabouço jurídico-institucional voltado

ao fortalecimento das áreas de pesquisa e da produção de conhecimento no Brasil, em especial da promoção de ambientes cooperativos para a produção científica, tecnológica e da inovação no país. Assim, o objetivo da lei era estimular o envolvimento de Instituições de Ciência e Tecnologia – ICTs e seus pesquisadores no ambiente produtivo, possibilitando uma maior interação com as empresas.

De acordo com Cavalcante (2013), em que pese as medidas tomadas para incentivo à inovação, o avanço observado no marco legal não se refletiu, na mesma proporção, no cresci- mento dos esforços tecnológicos do setor produtivo no país. Seguindo a mesma linha, Rauen (2016) identifica que a Lei de Inovação não foi suficiente para alterar a dinâmica da pesquisa no Brasil, em que a produção do conhecimento pelas univer- sidades e institutos de pesquisa continuaram dissociadas do setor produtivo, apesar da existência de um regramento jurí- dico específico ao estímulo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo (BRASIL, 2004)

Os instrumentos disponibilizados pela Lei nº 10.973/2004, nos dizeres de Diniz, Diniz e Neves (2015), atuavam primordial- mente no sentido de mitigar restrições administrativas que as universidades públicas federais estavam sujeitas, assim como organizar a conexão entre o setor público e o setor privado quanto à criação e propriedade intelectual, utilizando-se para isso a referida lei e outros institutos jurídicos de propriedade patenteáveis. Nesse sentido, o modelo posto na referida lei percebe a inovação tecnológica preponderantemente como propriedade intelectual cujo aperfeiçoamento da produção desses direitos ficou a cargo dos NITs e ICTs. Segundo os autores, atendia, portanto, apenas de modo parcial ao ditame constitucional de promover o desenvolvimento da Ciência, da

Tecnologia e da Inovação de modo direcionado ao enfrenta- mento dos problemas nacionais.

Matias-Pereira e Kruglianskas (2005) identificaram, na época, fragilidades da então Lei de Inovação Tecnológica do Brasil quanto à sua consistência ao adequado fomento e criação de novos ambientes propícios à geração e absorção de inovações como ferramenta de apoio às políticas públicas para o rompimento do ciclo vicioso da dependência tecnológica do país. Após anos de discussão, no sentido de promover maior segurança jurídica e solidez, a Lei 10.973/2004 (BRASIL, 2004) foi substancialmente alterada em janeiro de 2016 pela Lei nº 13.243 (BRASIL, 2016a), apresentada como o novo marco legal da inovação, denominada Código da Ciência Tecnologia e Inovação. Este instrumento jurídico estrutura-se em cinco pontos essenciais: o estímulo à construção de ambientes especializados e cooperativos de inovação; o estímulo à participação das ICTs no processo de inovação; o estímulo à inovação nas empresas; o estímulo ao inventor independente; e, por fim, aos fundos de investimento.

A nova lei disciplina a Emenda Constitucional n° 85, de 26 de fevereiro de 2015 (BRASIL, 2015), e altera inúmeras leis federais, adequando-as à promoção da inovação no Brasil. São elas: Lei 10.973/2004 (Lei de Inovação); Lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro); Lei 8.666/93 (Licitações e Contratos); Lei 12.462/2011 (RDC); Lei nº 8.745/1993 (Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público); 8.958/1994 (Fundações de apoio); Lei nº 8.010/1990 (Importações de bens destinados à pesquisa científica e tecnológica); Lei nº 8.032/1990 (Isenção ou redução de Impostos de Importação); e a Lei nº 12.772/2012 (Plano de Carreiras e Cargos – Magistério Federal). Desta feita, trouxe novidades e alterações legislativas de mesma natureza

levando a temática a um novo patamar, menos burocrático e com mais oportunidades de produção (BRASIL, 2016a).

Lei 13.243 /201 6 (* EC 85/201 5) LLeeii 1100.. 997733//0044 (Lei de Inovação) LLeeii 88666666//9933 (Licitações e Contratos) LLeeii 1122..446622//1111 (RDC) LLeeii 1122..777722//1122 (PCC - Magistério Federal) LLeeii nnºº 88774455//9933 (Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público) LLeeii 88..995588//9944 (Fundações de Apoio) LLeeii 88..001100//9900 (Importação de bens destinados à pesquisa científica e tecnológica) LLeeii 88..003322//9900 (Isenção/redução de Imposto de importação)

OBS: Lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) *Revogada pela Lei 13.445/17 (Lei de Migração)

Figura 2 – Alteração de Leis promovida pela Lei 13.243/2016 Fonte: Elaborado pelos autores.

Convém esclarecer que a Lei de Inovação não é uma lei isolada que muda todo o sistema, mas sim uma lei que precisa dialogar com este. Por alterar 9 (nove) leis, recebeu a designação de “marco legal”. No contexto da legislação atual de inovação, Coutinho e Silva (2017) defendem a existência de um subsistema normativo de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil, que criaria condições para um ambiente favorável à produção de inovações tecnológicas e pesquisas, incentivo à formação de parcerias público-privada e investimentos. Nesse ínterim, Silva e Guimarães (2016) complementam sustentando que o Estado deve não apenas corrigir falhas de mercado, mas também incen- tivar a criação de novos setores-chave da economia inovadora, especialmente com diretrizes baseadas na esfera social.

Por fim, em 7 de fevereiro do corrente ano, foi publi- cado o Decreto nº 9.283 (BRASIL, 2018), que regulamenta as modificações trazidas pela Lei nº 13.243/2016 relativas à Lei de Inovação (Lei nº 10.973/2004), entre outras disposições legais que interferem no procedimento jurídico-administrativo de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. Mais importante do que compreender qual a intenção do legislador, é oportuno aplicar as possibilidades trazidas pelo marco legal, que são muitas. Pode-se considerar que houve um avanço significativo, especialmente quanto à questão da segurança jurídica para os gestores (BRASIL, 2018).

2.1.2 INTERAÇÃO ICTS-EMPRESA