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Acúmulo de macronutrientes na parte aérea e na raiz do milho

4. RESULTADOS

4.4 Análise dos elementos químicos presentes na parte aérea e na raiz do milho

4.4.1 Acúmulo de macronutrientes na parte aérea e na raiz do milho

Na Tabela 12, podemos observar que o acúmulo dos nutrientes na parte aérea da planta de milho apresentou resposta ao fator fontes: potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S). Em relação ao fator doses (D), todos os acúmulos de nutrientes que apresentaram resposta ao fator fontes (F) também apresentaram resposta a ele, adicionando-se o acúmulo de nitrogênio (N) e fósforo (P). Apenas os acúmulos de K, Ca e Mg apresentaram respostas significativas às interações dos fatores fontes e doses.

Tabela 12 - Análise de variância para o acúmulo dos elementos minerais nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) na parte aérea (folhas + colmo) de plantas de milho sob utilização de diferentes fontes e doses de biocarvão.

FV GL Quadrado Médio N P K Ca Mg S Fontes (F) 1 36,3 ns 1,52 ns 1104,89* 117187,5* 138312,3* 3718,53* Doses (D) 4 3086,97* 19,40* 61,78* 1720,45* 2670,71* 384,71* Int. F x D 4 252,3 ns 1,74 ns 41,13* 2304,91* 2972,71* 24,61 ns Adic. vs. Fatorial 1 315256,05* 2590,4* 50,44* 966,43* 28551,60* 11,19* Entre trat. Adc. 1 395266,67* 102704,17* 683,53* 975,80* 13824* 128,55* Resíduo 24 169,86 22,5 7192,05 202,55 447,8 32,77 Média Geral 169,41 63,52 828,36 128,94 116,02 29,02 CV (%) 7,69 7,46 10,23 11,03 18,23 19,72

* = Significativo a 5% pelo teste F e ns = não significativo.

Conforme podemos ver na figura 14, quanto ao acúmulo de nitrogênio (N) (Figura 14A) e fósforo (P) (Figura 14B), ajustou-se para ambos uma equação linear crescente na qual para o acúmulo de N ocorreu incremento de 1,33 mg parte aérea-1 no aumento das doses aplicadas e incremento de 38,47% quando realizada uma comparação entre a dose máxima e a dose mínima aplicada. Para o acúmulo de P pode-se observar que ocorreu incremento de 0,52 mg parte aérea-1 no aumento das doses aplicadas e incremento de 38,25% quando realizada a comparação entre a dose máxima e a dose mínima aplicada.

Figura 14. A) Efeito das doses de biocarvão no acúmulo de nitrogênio (N) na parte aérea do milho B) Efeito das doses de biocarvão no acúmulo de fósforo (P) na parte aérea do milho C) Efeito da interação entre fontes e doses no acúmulo de potássio (K) na parte aérea do milho.

Para o acúmulo de potássio (K) (Figura 14C) na parte aérea do milho ajustaram-se equações lineares crescentes para os tratamentos com biocarvão de casca de coco verde (CCV) e lodo de esgoto (LE). Enquanto no tratamento CCV ocorreu incremento de 30,6 mg parte aérea-1 com aumento das doses aplicadas, no tratamento LE ocorreu incremento de 3,25 mg parte aérea-1. Em relação às comparações feitas entre as doses máximas e mínimas aplicadas, para o tratamento CCV verificou-se 67,07% de diferença e para o tratamento LE 39,01%.

Conforme a Figura 15, em relação ao acúmulo de cálcio (Ca) (Figura 15A) e magnésio (Mg) (Figura 15B) ajustaram-se equações lineares crescentes apenas ao tratamento LE. No caso do acúmulo de Ca na parte aérea do milho foi constatado um incremento de 2,06 mg parte aérea-1 no aumento das doses aplicadas, sendo também verificado aumento percentual de 44,69% quando comparadas as doses mínima e máxima. Para o acúmulo de Mg constatou-se incremento de 2,65 mg parte aérea-1 no aumento das doses aplicadas e aumento

percentual de 47,14% quando comparadas as doses mínima e máxima.

Figura 15. A) Efeito da interação entre fontes e doses de biocarvão no acúmulo de cálcio (Ca) na parte aérea do milho B) Efeito da interação entre fontes e doses de biocarvão no acúmulo de magnésio (Mg) na parte aérea do milho C e D) Efeito das doses no acúmulo de enxofre (S) na parte aérea do milho.

Como descrito na Tabela 12, o acúmulo de enxofre (S) (Figuras 15C e 15D) respondeu significativamente tanto para o fator doses como o para o fator fontes, sendo assim gerados dois gráficos. Em relação ao fator doses ajustou-se uma equação linear crescente, na qual é possível observar que no aumento de dose aplicada ocorreu incremento de 0,48 mg parte aérea-1 e quando comparados os valores obtidos na dose máxima e mínima ocorreu aumento percentual de 55,05%. Quanto ao fator fontes, é possível observar que o tratamento LE obteve incremento de 57,47% quando comparado ao tratamento CCV.

A análise de variância apresentada na Tabela 13, o acúmulo dos seguintes elementos na parte aérea da planta de milho apresentou resposta ao fator fontes: cobre (Cu), ferro (Fe), zinco (Zn) e sódio (Na). Em relação ao fator doses, apenas o acúmulos de Zn e Na apresentaram resposta, sendo que para a interação entre fontes e doses de biocarvão o acúmulo de Fe, Zn e Na apresentou resposta. O acúmulo dos elementos manganês (Mn) e

alumínio (Al) não apresentou resposta significativa à nenhuma das fontes isoladas ou a suas interações.

Quanto à análise de variância feita para o acúmulo de nutrientes na raiz de plantas de milho, é possível observar na Tabela 13 que o acúmulo dos seguintes elementos apresentou resposta ao fator fontes: potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S). Em relação ao fator doses e a interação entre fontes e doses, nenhum dos acúmulos de nutrientes apresentou resposta significativa, revelando que apenas a alteração das fontes provocou respostas distintas no acúmulo dos nutrientes citados. O acúmulo dos nutrientes nitrogênio (N) e fósforo (P) não apresentou resposta significativa à nenhum dos fatores isolados ou a suas interações.

Tabela 13 - Análise de variância para o acúmulo dos elementos minerais nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) na raiz de plantas de milho sob utilização de diferentes fontes e doses de biocarvão. FV GL Quadrado Médio N P K Ca Mg S Fontes (F) 1 90,13 ns 154,13 ns 982830* 10830* 18105,63* 19253,33* Doses (D) 4 70,05 ns 25,25 ns 25944,41 ns 224,03 ns 568,95 ns 1152,28 ns Int. F x D 4 225,88 ns 21,71 ns 25062,58 ns 205,83 ns 414,71 ns 1044,75 ns Adic. vs. Fatorial 1 85064,27* 46722,22* 603781,25* 70765,33* 16936,2* 4440,2* Entre trat. Adc. 1 78204,16* 59202,66* 1761500,16* 99588,16* 39528,16* 43010,66* Resíduo 24 1633,58 582,02 14237,63 1060,5 1232,3 965,61 Média Geral 95,13 27,11 286,25 52,02 45,66 69,16 CV (%) 42,48 88,98 41,68 62,59 76,87 44,92

* = Significativo a 5% pelo teste F e ns = não significativo.

Conforme podemos observar na Figura 16, não houve ajuste de equações para nenhuma das variáveis estudadas, sendo que as mesmas responderam apenas ao fator fontes. No que se diz respeito ao acúmulo de potássio (K) (Figura 16A) na raiz de plantas de milho o tratamento com biocarvão de casca de coco verde (CCV) revelou incremento de 88,43% em relação ao tratamento com biocarvão de lodo de esgoto (LE). Para os acúmulos de cálcio (Ca)

(Figura 16B), magnésio (Mg) (Figura 16C) e enxofre (S) (Figura 16D) o tratamento com LE apresentou incremento nos valores de 74,21%, 81,16% e 56,58% respectivamente, em relação ao tratamento com CCV.

Figura 16. A) Efeito das fontes de biocarvão no acúmulo de potássio (K) na raiz de plantas de milho B) Efeito das fontes de biocarvão no acúmulo de cálcio (Ca) na raiz de plantas de milho C) Efeito das fontes no acúmulo de magnésio (Mg) na raiz das plantas de milho D) Efeito das fontes de biocarvão no acúmulo de enxofre (S) na raiz de plantas de milho.

Quando disponíveis para as plantas, os nutrientes provém o adequado desenvolvimento das mesmas (FAGERIA, 2008). Considerando que as necessidades nutricionais de uma planta são determinadas pelas quantidades totais de nutrientes absorvidos (BORGES, 2006), compreender as quantidades acumuladas de cada nutriente, principalmente aqueles mais requeridos (macronutrientes) e relacionar esse acúmulo ao estado fenológico em que a planta se encontra é de fundamental importância para compreender o metabolismo, as interações existentes entre solo e planta, assim como para definir as melhores quantidades e época de realização de adubação em uma cultura (BORGES, 2006). Ainda segundo Borges (2006), a classificação dos estádios fenológicos apresentados por Richie e Hanway (1986) e Karlen et al. (1988) o milho apresenta dois diferentes períodos de intensa absorção de

nutrientes: em um primeiro momento, quando na fase em que o número potencial de grãos está sendo definido, o que ocorreria precisamente nos estádios V12 e V18 e em um segundo momento, durante a fase reprodutiva ou formação da espiga. Aqui é necessário ressaltar dois aspectos do presente trabalho: quando colhidas para posterior análise da massa seca das partes do milho e posterior análise de nutrientes, as plantas cujos tratamentos foram os biocarvões de casca de coco verde (CCV) e lodo de esgoto (LE) estavam no estádio VT, ou seja, no estádio fenológico cujo pendoamento estava ocorrendo. O segundo aspecto trata-se das absorções dos nutrientes no estádio mencionado: as absorções dos macronutrientes N, K, P, Ca e Mg aumentam linearmente com o aumento da produtividade do milho, sendo que o N é o nutriente absorvido em maior quantidade seguido, respectivamente, pelos outros macronutrientes citados (COELHO; FRANÇA, 1995; VASCONCELLOS et al., 1983). Em relação à exportação dos nutrientes para os grãos, o P e o N são translocados para a espiga quase que na sua totalidade, sendo seguidos pelo Mg, K e Ca (BULL, 1993).

Em geral, é possível observar que a aplicação de ambos os biocarvões influenciou no acúmulo de K, Ca, Mg e S tanto na parte aérea (PA) como na raiz (R) do milho. Quanto ao acúmulo de N e P, foi possível constatar que houve influência dos biocarvões quando a parte avaliada foi a PA. Considerando o que foi dito acima a respeito da translocação dos nutrientes, os maiores acúmulos no colmo, órgão de reserva, e nas folhas, órgãos responsáveis pelo suprimento de metabólitos, pode ser explicado pelo fato de que a planta estava no início do processo de translocamento dos nutrientes para a espiga, e por isso quando avaliados na raiz não puderam ter uma resposta significativa, o que também pode ser comprovado verificando-se os teores de matéria seca. A variável massa seca da raiz (MSR) (Tabela 7) também não apresentou resposta significativa ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F, contrário ao comportamento da massa seca da parte reprodutiva (MSREP) (Tabela 7 e Figura 11B), que assim como para os teores de N e P (dois dos três nutrientes mais exportados para os grãos) apresentou respostas significativas para o aumento das doses aplicadas. Também infere-se que pelo motivo dos demais nutrientes, exceto N e P, serem exportados em menor quantidade pela planta e a mesma, estar no início do processo, as respostas puderam ser significativas tanto para a R como para a PA.

Em relação às respostas do acúmulo de K, segundo nutriente mais exportado durante a formação da espiga, é possível inferir que ambos os biocarvões possuíam o macronutriente em teores altos o suficiente para garantir o suprimento da demanda do processo de translocamento, pois mesmo na raiz puderam revelar respostas significativas. Também é possível visualizar a nítida superioridade do biocarvão de CCV em relação ao de LE (Figura

16A), pois o mesmo já nas análises de solo (Tabela 11) revelava ter maior teores do nutriente sendo o mesmo verificado nas respostas da PA e da R em relação a ele.

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