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Acionistas / sócios

No documento Manipulação de resultados de auditoria (páginas 58-60)

PARTE II – ESTABELECIMENTO DO ESTÁGIO

CAPÍTULO 6 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

6.13 Acionistas / sócios

Na conta de "Acionistas / sócios", o auditor confirma a eventual dificuldade de cobrança de saldos destas contas, e propõe a tomada de medidas em conformidade.

Analisa também o suporte documental de todas as informações arquivando na Pasta Permanente as cópias dos contratos mais significativos.

Ao longo do trabalho de auditoria é necessário analisar os movimentos mais significativos do ano, nomeadamente, valores recebidos e pagos e compará-los com a informação disponível (contratos, atas, etc.) e verificar se as operações registadas têm substrato real.

É importante verificar se existem transações anormais, especialmente no final do exercício/período e ter em atenção a possibilidade de os valores destas transações se apresentem fora dos valores normais do mercado.

Através da análise da documentação existente, o auditor confirma se existem ou não créditos e débitos por contabilizar. Confirma também se a empresa regista a sua quota parte nos resultados das sociedades em que participa de acordo com o método da Equivalência Patrimonial e se a mesma está corretamente calculada. No caso de haver saldos a receber referentes a lucros disponíveis, o auditor analisa a sua adequacidade, assegurando, nomeadamente, que os mesmos não traduzem valores de difícil cobrança.

Nas contas de acionistas, empresas do grupo, associadas e participadas é necessário verificar se são regularmente reconciliadas e verificar se as reconciliações de saldos e os mapas de antiguidade de saldos são periodicamente analisados, com o intuito de identificar a razão para a subsistência de diferenças ou para débitos antigos não regularizados, eventualmente na sequência de divergências quanto à natureza ou valor desses débitos.

O auditor tem também a responsabilidade de verificar se existe evidência de um acompanhamento regular da atividade das empresas do grupo, associadas e participadas, por forma a identificar atempadamente situações de dificuldades financeiras que possam prejudicar a cobrança de créditos detidos sobre essas entidades.

A análise da evolução dos saldos das contas de acionistas, empresas do grupo, associadas e participadas, bem como o mapa de antiguidade de saldos é essencial. É

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necessário identificar saldos em que existam indícios de dificuldades de cobrança e obter os comentários dos responsáveis pela gestão sobre as expectativas de cobrança desses valores.

Para os acionistas e para as empresas filiais que constituam um grupo com domínio comum e em que o trabalho de revisão/auditoria seja assegurado em conjunto, o auditor verifica diretamente a concordância dos saldos entre as diversas empresas auditadas e pondera qual o efeito de eventuais constatações na revisão/auditoria às contas desses acionistas e empresas do grupo, nomeadamente quanto aos saldos e transações intra- grupo.

É fundamental selecionar alguns saldos para circularização. Para as respostas recebidas, o auditor regista os saldos na folha de controlo de circularização, solicita ao cliente a preparação de reconciliações para as respostas não concordantes, analisa a reconciliação preparada pelo cliente, nomeadamente quanto à antiguidade dos itens em aberto, à existência e razoabilidade de itens não contabilizados, à data de efetivação de pagamentos ainda não contabilizados pelo acionista / empresa do grupo, etc. Para as entidades que não responderam nos 15 dias seguintes à expedição do 1º pedido, envia-se novo pedido.

Caso não haja qualquer resposta, utiliza-se processos alternativos de confirmação, nomeadamente verificando recebimentos e pagamentos subsequentes, encontro de contas, etc., e a análise dos itens em aberto (antiguidade, regularidade da faturação, prazos normais de pagamento, etc.). Seguidamente encerra-se a circularização fazendo um resumo das respostas obtidas, concordantes e não concordantes.

Deve-se analisar os movimentos mais significativos do ano, verificando se o suporte documental é adequado, verificar conformidade com disposições de contratos, acordos e atas, se aplicável, e se as operações registadas têm substrato real.

Caso se tratem de operações cujos preços sejam comparáveis com os que são habitualmente praticados por entidades externas independentes, verifica-se o suporte para a determinação dos mesmos e, se aplicável, a comparação com preços e demais condições de mercado, preparada pelo cliente, que servirá de base à elaboração do

dossier de preços de transferência (ver dossier de preços de transferência do ano

anterior caso tenham existido operações similares nesse exercício). Caso se tratem de imputações de custos internos de elevado montante, avalia-se a razoabilidade dos critérios de imputação, tendo também presente a justificação a incluir (ou já incluída em anos anteriores) no dossier de preços de transferência.

Relativamente aos valores a receber e a pagar, é fundamental verificar se estão devidamente classificados no ativo / passivo corrente ou no ativo / passivo não corrente, de acordo com os prazos de cobrança e exigibilidade estabelecidos / previstos. Também é importante verificar que os montantes referentes aos aumentos de capital por realizar,

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foram devidamente abatidos ao capital próprio (capital não realizado) aquando da construção do balanço.

O auditor procura solicitar ao cliente a preparação de um mapa e cruza as informações do mapa com os registos contabilísticos e demonstrações financeiras.

Esse mapa deve conter as seguintes informações: a. Relação de entidades relacionadas;

b. Financiamentos concedidos / obtidos junto dessas entidades; c. Taxa de juro praticadas;

d. Condições e prazos de reembolso dos financiamentos concedidos / obtidos;

e. Montantes registados como rendimentos ou ganhos e gastos ou perdas do exercício decorrentes dos financiamentos concedidos / obtidos;

f. Montantes registados como rendimentos ou ganhos e gastos ou perdas do exercício decorrentes de operações com entidades relacionadas (análise contratual e comparação com exercícios anteriores);

g. Montantes registados como rendimentos ou ganhos e gastos ou perdas do exercício decorrentes de aplicação do método de equivalência patrimonial;

h. Discriminação dos saldos ativos e passivos com partes relacionadas; i. Ajustamento de dívidas de cobrança duvidosa.

No documento Manipulação de resultados de auditoria (páginas 58-60)

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