• Nenhum resultado encontrado

PLANO REGIONAL DE INOVAÇÃO DO ALENTEJO

14. ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO E FINANCIAMENTO DA ESTRATÉGIA

14.1.Acompanhamento da implementação do Plano Regional de Inovação

Começamos por um aspecto por vezes negligenciado, quando se trata de implementação estratégica, que é o acompanhamento e a promoção da estratégia e respectivo plano.

Para esta tarefa considera-se importante que a CCDR-Alentejo crie, um pouco à semelhança do que iniciou com o primeiro programa de acções inovadoras, um novo Comité regional de direcção e acompanhamento que durante o próximo período entre 2007-2013, efectue a promoção e acompanhamento da estratégia associada ao plano regional de âmbito mais vasto, que aqui se apresenta. O Comité com estas novas incumbências continuaria a ser presidido pela CCDR-Alentejo pois entende- se ser esta entidade a principal instigadora da estratégia regional de inovação, mesmo se alguns dos instrumentos para a sua implementação não estejam presentes a nível regional mas sim a nível das autoridades centrais no quadro dos futuros apoios comunitários estruturais para o período 2007-2013. Uma vez que se trata de um Comité de Acompanhamento bastante alargado, valerá a pena ponderar a constituição de um Comité de Direcção, não necessariamente igual na composição ao que existe no PRAI (dada a natureza diferente deste programas), mas também, com um máximo de 4 ou 5 elementos. Uma outra actividade de acompanhamento que pode vir a ser muito útil é a realização anual de um

workshop temático sobre, precisamente, o actual estado da ciência, tecnologia e inovação na região e a

relativa implementação dos programas e medidas recomendados neste plano, ou a sua substituição por outras iniciativas que entretanto se julguem mais adequadas.

Uma terceira tarefa de acompanhamento da execução do plano tem a ver com a criação pela CCDR- Alentejo de um grupo de trabalho. Actuando como grupo misto com pessoas internas e consultores 164

externos, este grupo teria como objectivo principal alimentar o debate no Comité de Acompanhamento, fazendo análises periódicas de monitorização da situação através de indicadores pré-definidos, no interior da região e em outras regiões. Desde logo uma das tarefas que parece ser prioritária para este grupo é o estudo da forma como melhor enquadrar o Plano agora proposto no próximo Quadro Comunitário de Apoio, e as ligações a outros enquadramentos que decorrem do Programa Quadro e da Era-Net 22.

Numa base permanente e assente num sistema de “reporting” periódico, este “grupo” poderia ter as seguintes funções:

 compilação e apresentação às entidades regionais dos requisitos de ciência, tecnologia no Alentejo;

 monitorização de indicadores regionais de ciência, tecnologia e inovação – edição periódica de pequenos relatórios;

 estudo, no âmbito de cada convocatória, da variação específica dos critérios de elegibilidade e selectividade a utilizar pelos painéis de avaliação de propostas tendo, designadamente, em atenção aspectos relacionados com a dimensão das empresas e a realidade do seu respectivo sector;  monitorização da execução da estratégia e das medidas concretas associadas à sua

implementação;

 propor novas acções ou programas no âmbito da política regional de ciência, tecnologia e inovação. Quanto a uma possível calendarização da execução dos programas atrás propostos, refira-se apenas que uma abordagem possível consistiria em iniciar o Programa Alt-Meditec antes de iniciar o Alt-CiTec e o Alt-Inova (uma vez que na sua grande maioria as medidas são implementadas por convocatória, é sempre possível iniciar, por exemplo, os programas de consultoria-formação e clínicas tecnológicas antes dos outros). A vantagem está em que ao executar as actividades de mediação tecnológica em primeiro lugar se está a identificar possíveis entidades candidatas às outras medidas actuando, assim, directamente no levantamento e qualificação da procura para os outros dois programas.

22 O Espaço Europeu de Investigação e Desenvolvimento tem como objectivo principal ultrapassar a tradicional fragmentação dos esforços de investigação na União Europeia, através de uma melhor coordenação e cooperação entre diferentes instituições/empresas ou grupos de I&D nos vários países membros. Neste âmbito, o actual 6º Programa Quadro de Apoio à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico nos países membros introduziu um programa específico “Integração e Reforço do Espaço Europeu de Investigação” que financiará o esquema de apoio ERA-NET. O sistema de apoio ERA-NET visa a coordenação e cooperação dos programas regionais e nacionais e é, portanto, dirigido aos organismos gestores de programas de I&D nos países/regiões. O sistema ERA-NET é implementado através de um sistema de “chamada aberta a propostas” vindas de qualquer área científica e tecnológica e/ou de qualquer região. No 6º Programa Quadro este sistema financiava actividades de preparação, coordenação, divulgação de projectos de I&D a 100%, mas no futuro 7º Programa Quadro, prevê-se que o âmbito da ERA-NET seja alargado envolvendo o financiamento a projectos propostos por parcerias inter-regionais.

165

No que respeita à monitorização quantitativa e qualitativa de cada medida, esta será realizada através de um conjunto de indicadores que se estruturaram em dois níveis, um nível correspondente a indicadores, denominados de “programa”, que servem para acompanhar a estratégia de inovação da região, e um segundo nível de indicadores, denominados de “medida”, que como o nome indica, servirão para monitorizar os objectivos específicos de cada medida:

 Nos indicadores de “programa”, foi escolhido um conjunto restrito (em número reduzido), mas alargado no âmbito (transversais aos três programas), de indicadores que visam monitorizar a evolução da inovação, investigação e desenvolvimento tecnológico da região no seu todo, sendo de realçar, que a sua quantificação só será relevante se for comparada com os valores de referência nacionais e internacionais (europeus).

 Nos indicadores de “medida”, procurou-se definir uma bateria coerente de indicadores, que não ultrapassasse um número limitado de três indicadores, que medissem a realização física das medidas (compostos sempre que possível, por um indicador relativo ao número de projectos apoiados, um indicador que relacionasse as entidades envolvidas e os projectos apoiados e um terceiro afecto de forma mais específica à tipologia de projectos proposta em cada medida), e um número limitado de, não mais de dois, indicadores que medissem os resultados específicos referentes à realização de cada medida (que muitas vezes implicará uma comparação pré e pós projecto apoiado).

Os indicadores escolhidos foram integrados nas fichas de cada medida que se apresentam em anexo. Em conclusão, os programas atrás apresentados resultam da vontade da CCDR-Alentejo promover uma política regional de inovação tecnológica, como factor essencial para a melhoria da competitividade e presença das empresas da região nos mercados globalizados.

É nossa convicção que os três programas apresentados cobrem as necessidades identificadas e dão corpo a uma estratégia regional da inovação.

Em primeiro lugar, o Programa I&D e Inovação Empresarial, Alt-Inova, dirige-se às necessidades de apoio detectadas no diagnóstico dos sectores. Ao mesmo tempo que o programa pretende financiar os consórcios de I&D entre as empresas e as infraestruturas regionais, pretende também estimular as empresas em iniciativas próprias para desenvolvimento de processos, produtos ou serviços novos, com maior valor acrescentado, bem como apoiar a superação das carências nas áreas do marketing e acesso a mercados. As medidas de acompanhamento neste Programa pretendem complementar a acção directa sobre as empresas, reforçando a promoção da inovação e da difusão de novas tecnologias, bem como a formação técnica e em gestão para as empresas.

Em segundo lugar, o Programa de apoio à Ciência e Tecnologia da região, Alt-CiTec, visa aumentar substancialmente a capacidade de I&D nas instituições públicas e semi-públicas da região, incluindo a universidade, os institutos politécnicos, os centros e institutos tecnológicos, etc.. Está previsto o apoio à criação de novas infraestruturas em áreas relevantes que não se sobreponham às actividades já existentes. 166

Finalmente, o Programa de apoio à inter-mediação tecnológica entre a “oferta” e a “procura”, Alt-Meditec, pretende implementar três diferentes mecanismos. Em primeiro lugar, pretende estimular o aparecimento de projectos de “clínica” tecnológica onde se parte de necessidades sectoriais concretas (e futuras) para o encontro com fornecedores e peritos que possam contribuir para resolver/desenvolver soluções concretas. Em segundo lugar, pretende-se ampliar de forma substancial a acção de programas consultoria-formação em que a construção de competências nas empresas é realizada através de formação dentro da empresa, no posto de trabalho e à medida das necessidades diagnosticadas. Em terceiro lugar, pretende-se estimular a alteração de comportamento dos actores, tornando-os mais activos na utilização da inovação enquanto factor de competitividade e, em simultâneo, actuar sobre a procura qualificando-a e motivando-a a responder positivamente aos estímulos de modernização proporcionados pelas várias medidas da estratégia de inovação.

Por outro lado, um aspecto importante da estratégia agora proposta e respectivo plano prende-se com o compromisso da CCDR-Alentejo e dos outros agentes relevantes do sistema regional de inovação, com a aposta na execução da estratégia de inovação. Uma vez assegurados os financiamentos para as medidas propostas, propomos que ao longo da execução do Plano se continue com o Comité de Acompanhamento formado no PRAI, devidamente assessorado por um grupo de trabalho, que possa ir avaliando periodicamente os resultados, a relevância e a pertinência da estratégia proposta.

167

FICHAS DE APRESENTAÇÃO DAS MEDIDAS PROPOSTAS

Indicadores gerais do Plano Regional de Inovação do Alentejo

 Despesas de I&D nas Empresas no total das despesas de I&D da região (unidade: %)

 Intensidade em I&D (Despesas em I&D em % do PIB) na região (unidade: %)

 PME que participam na inovação em cooperação em % das PME industriais (unidade: %)

 VAB dos sectores de serviços intensivos em conhecimento regional em % VAB dos serviços regionais (unidade: %)

 VAB industrial em sectores de média/alta tecnologia regional em % VAB industrial (unidade: %)