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ADAPTAÇÃO DO QUADRO DE INTENSIFICADORES

1. Expressões de certeza, convicções 2. Expressões de necesidade ou obrigação

3. Expressões de importância 4. Expressões de grau máximo 5. Expressões de grau alto 6. Enfatizadores

Quadro15: Modelo adaptado dos atenuadores propostos por Cabrera (2004) ADAPTAÇÃO DO QUADRO DE ATENUADORES

1. Expressões aproximativas 2. Expressões epistêmicas 3. Expressões hipotéticas 4. Expressões indeterminadas 5. Negação de intensificadores

Como acreditamos que as funções discursivas são exercidas de acordo com a situação enunciativa, não as construimos como uma organização fixa, listamos cada função que os marcadores podem exercer seguindo as

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1. Expresiones aproximativas, 2. Expresiones epistêmicas, 3. Expresiones hipotéticas, 4. Limitaciones de investigación, 5. Expresiones indeterminadas, 6. Despersonificación de la investigación, 7. Negación de intensificadores.

ocorrências metadiscursivas como parâmetro. Essa correlação originou a maior parte de nossas hipóteses secundárias, como podemos visualizar a seguir na lista de funções que formulamos:

FUNÇÕES DISCURSIVAS DESEMPENHADAS PELOS MARCADORES METADISCURSIVOS DE POSICIONAMENTO

1. Atenuadores

1.1 expressões aproximativas; expressões de negação de intensidade; expressões indeterminadas:

Função: Minimizar o comprometimento do autor. 1.2 expressões epistêmicas

Função: Indicar possibilidades de ponto de vista. 1.3 Expressões hipotéticas

Função: Hipotetizar pontos de vista para conquistar a concordância do leitor.

2. Intensificadores

2.1 expressões de certeza, convicção e segurança; expressões de grau máximo

Função: Marcar a convicção do autor sobre o ponto de vista defendido. 2.2 expressões de necessidade ou obrigação

Função: Direcionar a opinião do leitor para um ponto de vista delimitado, apresentado como único naquele contexto enunciativo.

2.3 expressões de importância

Função: Ressaltar a importância de um fato.

Função: Intensificar para o leitor os pontos-chave na argumentação. 2.4 expressões de grau alto

Função: Marcar um alto grau de intensidade no ponto de vista 2.5 enfatizadores

Função: Destacar a inclusão ou exclusão de algum elemento na construção argumentativa.

3. Marcadores de atitude

Função: Invocar o leitor a concordar com o ponto de vista do autor.

4. Automenção

FUNÇÕES DISCURSIVAS DESEMPENHADAS PELOS MARCADORES METADISCURSIVOS DE ENGAJAMENTO

1. Pronomes do leitor:

Função: Mostrar que o leitor deve participar do texto.

2. Apartes pessoais:

Função: Validar todo o ponto de vista que está sendo construído no texto, acrescentando opiniões.

3. Diretivas:

Função: Guiar o raciocínio do leitor para que possa comprovar o que está sendo proposto pelo autor.

4. Perguntas:

Função: Levar o leitor a responder reflexivamente

5. Apelo ao conhecimento compartilhado:

Função: Forçar a participação do leitor no ponto de vista apresentado.

É preciso deixar claro que a construção das funções discursivas é de nossa autoria, foi organizada a partir de nossa compreensão acerca do conceito dos marcadores metadiscursivos propostos por Hyland (2005) e Cabrera (2004).

7. ANÁLISE DE DADOS

Nesta seção, faremos uma análise detalhada de três exemplares de carta ao leitor, representando as revista Época, Veja e Istoé, de acordo com as partes sugeridas na metodologia. Posteriormente, comentaremos sobre os outros resultados encontrados no restante do corpus, correspondente a doze cartas.

Apresentaremos o texto na íntegra, para, em seguida, fragmentarmos para análise.

Exemplo 1:

Época Nº Edição 608 07/01/2010

“Os efeitos da chuva”

Carta do redator-chefe David Cohen

“Era um dos lugares mais lindos da ilha, tinha uma prainha particular para as crianças e nós mergulhamos com tartarugas e peixes”, disse Flávio Larini, um dos quatro sobreviventes de um grupo de 17 pessoas que alugou uma casa na Ilha Grande, em Angra dos Reis, Litoral Sul do Rio de Janeiro. Não é apenas um dos lugares mais bonitos da ilha, é um dos mais lindos do mundo. Estive ali, bem perto, apenas uma semana antes de Flávio, com minha família e outras duas famílias de amigos. Já me considerava uma pessoa de sorte apenas por ter passado o feriado de Natal em Ilha Grande. Na semana seguinte, passaria a me considerar ainda mais sortudo, por não ter estado ali por mais tempo.

Tragédias, dos mais variados tipos, acontecem em todo lugar. Mas algumas são mais recorrentes do que seria razoável esperar. Não há tecnologia para evitar as chuvas torrenciais (distribuí-las um pouco melhor seria o ideal). Mas deve haver modos de tirar as pessoas do caminho do desastre. Relatar toda a dimensão humana da catástrofe, e apontar o que se deve fazer para diminuir seu impacto, é o que fazemos nesta edição, num trabalho

primoroso dos jornalistas Felipe Varanda (fotos), Rafael Pereira, Rodrigo Turrer, Juliana Arini, Aline Ribeiro, Martha Mendonça, Alexandre Mansur, Celso Masson e Ruth de Aquino. Os infográficos são de Marco Vergotti, Nilson Cardoso e Gerson Mora.

As soluções não são simples. Envolvem impedir a ocupação – tanto de ricos como de pobres – de áreas de risco, tarefa das mais difíceis. Envolvem, ainda, dispor de um sistema eficiente de alerta para a iminência de desmoronamentos e rever licenças de construções erguidas em uma época em que a Lei Ambiental não era tão severa. Envolvem obras como contenção de encostas e barragens, que não aparecem para o eleitor – e aparecem tanto menos quanto mais eficientes forem. Envolvem também, é claro, a atuação consciente de cada cidadão. São dificuldades enormes. Mas a repercussão do drama de gente como Flávio Larini vai, sim, levar a alguma ação. E não é demais esperar que tanto governos como cidadãos estejam mais bem preparados para as próximas chuvas.

De acordo com a classificação da sequência argumentativa proposta por Bronckart (2007), faremos a distribuição das fases para, posteriormente, as relacionarmos com as ocorrências dos marcadores metadiscursivos de posicionamento e de engajamento. Em seguida, identificaremos as possíveis funções discursivas que esses marcadores podem desempenhar.

Quadro 16: Modelo do quadro específico das fases da sequência argumentativa de Bronckart (2007)