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Adaptação de uma estrutura orgânica eficaz e funcional (5º eixo estratégico)

3. Eixos Estratégicos

3.5. Adaptação de uma estrutura orgânica eficaz e funcional (5º eixo estratégico)

No sentido de se concretizar os eixos estratégicos antes relevados e de se adoptar uma estrutura orgânica funcional e eficaz para a protecção das áreas florestais, das pessoas e dos seus bens, é essencial a existência de uma organização a nível Municipal fundamentada em volta de uma política de prevenção, protecção e socorro.

A Lei n.º 14/2004, de 8 de Maio, deu o primeiro passo nesse sentido, criando as Comissões Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, que têm como missão coordenar, a nível local, as acções de DFCI e promover a sua execução, especificando ainda quais as suas áreas de actividade e as principais entidades que dela deverão fazer parte. O PMDFCI torna-se assim o instrumento orientador das diferentes acções.

No município de Grândola, tendo em conta as diferentes organizações e organismos que nele actuam, a CMDFCI apresenta a seguinte composição (ver também Tabela 24):

. Presidente da Câmara Municipal do Concelho de Grândola ou seu representante . Representante das Juntas de freguesia do Concelho de Grândola

. Serviço Municipal de Protecção Civil

. Representante da Autoridade Florestal Nacional, através da Unidade de Gestão Florestal do Alentejo Litoral

. Representante do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade . Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Grândola . Guarda Nacional Republicana – Serviço de Protecção da Natureza (GNR – SEPNA) . Representante da Associação de Agricultores de Grândola

. Representante da Associação de Produtores do Vale do Sado (ANSUB) . Representante da Associação de Produtores Florestais (AFLOPS)

. Representante da Associação de Importadores e Exportadores de Cortiça (AIEC)

À CMDFCI caberá estabelecer um circuito de comunicação entre as diferentes entidades que a compõem, por forma a tornar eficiente a partilha de informação e optimizar as várias operações a realizar.

A garantia de que as forças responsáveis pelas acções de primeira intervenção, combate e rescaldo desenvolverão eficientemente a sua actividade, passará pela elaboração anual de planos expeditos de carácter operacional municipal (POM) que permitirão optimizar a

distribuição dos meios materiais e humanos pelas diferentes actividades de defesa, assim como apoiar a coordenação das diferentes entidades envolvidas.

Em caso de emergência, caberá à CMDFCI prestar todo o apoio à Comissão Municipal de Protecção Civil (CMPC) que terá por função garantir a coordenação das operações de combate, socorro e assistência às populações e grupos operacionais (definidos no Plano Municipal de Emergência), bem como estabelecer a ligação com o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS).

Dada a importância que apresenta a comunicação regular entre as entidades com responsabilidades ao nível da defesa da floresta, definiu-se que a CMDFCI do Concelho de Grândola se reunirá trimestralmente, fora do período crítico, e mensalmente dentro do mesmo período.

Tabela 24: Principais responsabilidades de cada uma das entidades que constituem a COMDFCI.

Entidade Responsabilidade

Serviço Municipal de Protecção Civil

Garantir em sede de POM a coordenação de todas as entidades intervenientes; operacionalizar as acções de silvicultura preventiva, nomeadamente a limpeza de matos, limpeza e beneficiação de caminhos e criação de zonas de descontinuidades; operacionalizar as campanhas de sensibilização das populações

Autoridade Florestal Nacional (UGFAL)

Prestar apoio técnico relativamente aos procedimentos a seguir nas operações de gestão de combustíveis e nas acções de recuperação e reabilitação dos espaços florestais. Prestar apoio técnico na definição de estratégias de apoio ao desenvolvimento sustentável dos espaços florestais.

Juntas de freguesia

Acompanhar de perto as intervenções definidas e esclarecer a população sobre a utilidade das acções postas em prática. Competirá ainda alertar a CMDFCI para aspectos que precisem ser considerados ou alterados e garantir a permanente actualização do inventário de meios disponíveis.

Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários

Acompanhar o decorrer das operações de gestão de combustíveis definidos no PMDFCI. Apresentar no quarto trimestre de cada ano o relatório sobre as actividades desenvolvidas no concelho (ocorrências, avaliação da coordenação entre entidades, etc.). Identificar aspectos operacionais que necessitem de revisão. Manter actualizado o inventário de meios disponíveis; propor medidas de beneficiação de estruturas de apoio ao combate aos incêndios (rede divisional e pontos de água).

Associação de Agricultores de Grândola

Acompanhar as operações a desenvolver no âmbito do PMDFCI, apresentar as acções desenvolvidas na sensibilização de agricultores, contribuir com sugestões (e.g. campanhas de sensibilização) e manter actualizado o inventário de meios disponíveis. Guarda Nacional

Republicana (GNR – SEPNA)

Acompanhar as operações a desenvolver no âmbito do PMDFCI. Promover a vigilância dos comportamentos de risco na interface urbano-florestal praticados pela população ou indústrias. Apresentar relatório anual (no quarto trimestre) sobre as actividades desenvolvidas no concelho. Manter actualizado o inventário de meios disponíveis. Instituto de Conservação

da Natureza e da Biodiversidade

Prestar apoio técnico no que respeita aos procedimentos a seguir nas operações de gestão de combustíveis e nas acções de recuperação e reabilitação dos espaços florestais por forma a garantir a integridade dos ecossistemas intervencionados.

Tendo em vista a concretização dos objectivos de DFCI definidos no PMDFCI, será também tarefa da CMDFCI analisar os resultados obtidos após cada época crítica, e elaborar um relatório anual (a apresentar no quarto trimestre de cada ano), onde se fará ainda a avaliação da coordenação e articulação entre as diferentes entidades com responsabilidades nas acções de vigilância, primeira intervenção, combate e rescaldo.

A partilha de informação e experiências com os concelhos vizinhos apresenta a vantagem de familiarizar as forças de combate a incêndios dos concelhos limítrofes com a realidade do concelho de Grândola, para que, em caso de alerta vermelho, haja um aumento na eficiência das acções conjuntas.

As acções de formação, que deverão ser de carácter contínuo, deverão incidir sobre os elementos com responsabilidades de comando e sobre as equipas ou brigadas responsáveis por acções de combate e/ou primeira intervenção. A Tabela 25 faz o resumo das principais acções a desenvolver pela CMDFCI.

Tabela 25: Principais acções a desenvolver no âmbito da actividade da CMDFCI.

Objectivo Acção

Operacionalização da CMDFCI Realizar reuniões periódicas onde serão discutidas as acções desenvolvidas por cada entidade que compõe a CMDFCI e criados os canais de informação entre autarquia e forças de combate. Elaborar relatório anual de actividade.

Promover o contacto próximo com as CMDFCI vizinhos e com o CDOS, por forma a debaterem-se estratégias e a cimentar-se os mecanismos de comando e coordenação a estabelecer-se entre aquelas entidades em caso de emergência.

Realizar anualmente uma reunião que envolva a CMDFCI de Grândola, as CMDFCI dos concelhos vizinhos e o CDOS.

Optimizar a resposta das forças de primeira intervenção, combate e rescaldo face a ocorrência de incêndios florestais.

Promover a realização de exercícios de emergência conjuntamente com os concelhos vizinhos e o CDOS. Compilar informação útil para as acções de vigilância,

primeira intervenção e rescaldo e organizar o dispositivo de DFCI com base naqueles dados.

Elaborar anualmente o POM

Optimizar a resposta das forças de primeira intervenção, combate e rescaldo, e enquadrá-las no sistema municipal de prevenção e primeira intervenção (definido ao nível da CMPC e CMDFCI).

Realização anual de acções de formação por parte das forças de primeira intervenção e combate ampliado, após a realização de cada POM.

Optimizar o sistema municipal de vigilância contra incêndios, distribuindo de forma eficiente os meios materiais e humanos disponíveis ao nível do município.

Promover, antes da elaboração dos POM, a realização de uma reunião entre as entidades com responsabilidades ao nível da vigilância.

A CMDFCI de Grândola tem ainda o apoio técnico do Gabinete Técnico Florestal de Grândola / Alcácer do Sal, representado por Tânia Costa (engenheira florestal), sediado no Município de Grândola.

Este PMDFCI tem uma duração de cinco anos, com actualização anual, ou antes, se necessário e assim decidido pela CMDFCI de Grândola, que acompanha e monitoriza a promoção e aplicação das medidas do plano de acção deste PMDFCI.

O Plano Operacional Municipal anual corresponde ao desdobramento e articulação de orientações e medidas do PMDFCI. Deste plano, constituem partes integrantes do POM, o ponto 1 do II Caderno, correspondendo à cartografia de enquadramento, áreas ardidas e respectiva distribuição anual. Relativamente à informação do I caderno, constitui parte integrante do POM a informação relativa à “Análise do risco, da vulnerabilidade aos incêndios e da zonagem do território” (carta de perigosidade de incêndio, carta de risco de incêndio e prioridades de defesa). Esta informação, constitui a base do POM, uma vez que será a partir daqui que se irão definir estratégias e articulação de meios, de forma a melhor posicionar os meios.

Constitui parte integrante do POM o 3.º Eixo Estratégico: Melhoria da eficácia do ataque e da gestão dos incêndios. Este eixo, visa sobretudo, dotar, a nível da capacidade e articulação, o sistema de vigilância e detecção com os meios necessários, de forma a termos uma melhoria na eficácia do ataque inicial, do ataque ampliado e de rescaldo e vigilância pós incêndio.

A CMDFCI de Grândola reúne doze vezes por ano, podendo ser realizadas reuniões extraordinárias, sempre que solicitadas pelos seus membros. O Plano Operacional Municipal terá a sua aprovação na quarta reunião anual da comissão, seguindo para o efeito a calendarização da CMFDCI.

Na primeira reunião de cada ano, todas as entidades intervenientes deverão apresentar a sua calendarização de acções, de modo a ser efectuado um melhor planeamento. O conjunto das acções a desenvolver e a sua concertação dentro da Comissão servirá acima de tudo para melhor operacionalizar pessoas e meios no que concerne à protecção da floresta.

A actualização do plano terá duas vertentes. A primeira diz respeito à actualização da base de dados geográfica. Esta será actualizada anualmente e sempre que se ache necessário. As alterações serão comunicadas à AFN, com vista a uma melhor operacionalização de meios e agilização de acções. A segunda diz respeito às peças escritas. As alterações à base de dados, irão implicar alterações na cartografia e consequente alteração de relatório escrito.

Caberá à Comissão a monitorização e avaliação do Plano. Serão discutidas todas as orientações e propostas apresentadas por todas as entidades intervenientes e avaliada a sua pertinência para a melhoria do plano.

Para a avaliação anual deste plano será apresentado um relatório na última reunião anual, contendo as acções efectuadas, assim como as orientações para o ano seguinte, a serem integradas no plano. A avaliação anual incidirá sob as metas aqui propostas e sobre a sua eficácia no que diz respeito à prevenção e ao combate aos incêndios florestais.

O presente plano será objecto de divulgação em diversas instituições e organismos, estando disponível em formato digital no site da Câmara Municipal de Grândola, em formato papel na Biblioteca Municipal, Gabinete Técnico Florestal de Grândola / Alcácer do Sal, assim como em todas as sedes das entidades que integram a CMDFCI.

Será ministrada formação ao técnico do Gabinete Técnico Florestal, em diversas áreas, sendo as mais pertinentes para o desempenho das suas funções de planeamento e ordenamento do território, assim como a de defesa da floresta contra incêndios, as seguintes:

Credenciação em Fogo controlado Análise do Fogo

Gestão de catástrofes e mitigação dos seus efeitos Gestão de Riscos

Defesa da Floresta Contra Incêndios Gestão de Bases de Dados

Curso avançado de Sistemas de Informação Geográfica Cursos e Congressos

A formação de maior necessidade imediata é em fogo controlado. O curso de credenciação em fogo controlado será uma das apostas chave, durante o corrente quinquénio.

4. Estimativa de orçamento para implementação

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