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ADERÊNCIA ÀS NORMAS DE ICH-GCP, LEIS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

CONDUZIDA ALHURES

ADERÊNCIA ÀS NORMAS DE ICH-GCP, LEIS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

ADERÊNCIA ÀS NORMAS DE ICH-GCP, LEIS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

Para manter e melhorar padrões já estabelecidos é essencial ser capaz de avaliar o nível de aderência às exigências das normas de GCP.

Segundo Wendy Bohaychuk et al. (46), nos últimos 10 anos, no mínimo 50 novos manuais e regulamentações ou revisões foram publicadas para descrever as normas de como conduzir estudos clínicos.

A pergunta que se fez foi: Qual é o nível de aderência a estas normas? Além das informações provenientes do FDA, pouquíssimas outras (informações/artigos) foram publicadas sobre o assunto.

Entre 1989 e 1998, a equipe de Wendy Bohaychuk et al., auditores certificados, conduziu, aproximadamente, 800 auditorias de GCP em centros de estudos, relatórios de estudos clínicos, laboratórios clínicos, banco de dados e procedimentos operacionais padronizados (SOPs) em mais de 20 países. (47)

Em “A Quantitative View of International GCP Compliance”, são apresentados resultados de 226 auditorias.(46) No banco de dados estavam cadastrados mais de 8000 sujeitos envolvidos em estudos clínicos, estudos em andamento até meados de 1995 e os seguintes países: Reino Unido, Alemanha,

França, Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia, Canadá, Bélgica, Holanda, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Áustria, Irlanda, Itália, Portugal, Suíça e Tailândia.

Os resultados foram divididos em áreas específicas como: SOPs, documentos fonte nos centros de estudo, comitês de ética, procedimentos de obtenção de consentimento livre e esclarecido, brochuras de investigador, protocolos e emendas, seleção de centros de estudos e investigadores, monitorias, manuseio de medicação de estudos clínicos e arquivos.

Entre outros, o ICH, guias e manuais de submissão do FDA são os documentos consultados de maior influência e relevância durante as auditorias. (48-53, 66)

Em média, o grau de aderência do ponto de vista quantitativo, foi de 64%. Em outras palavras, considerando todos os centros auditados, 64% de todos os itens acessados durante as auditorias estavam de acordo com as exigências das normas de GCP.

Ficou evidente que se os padrões (qualitativos) não estiverem claramente descritos, é muito provável que as pessoas responsáveis não tenham idéia nítida do que é esperado delas. (46)

Após a conclusão de uma inspeção/auditoria realizada por inspetores do FDA, é preenchido um formulário denominado FDA-483, no qual são listadas todas as observações encontradas durante a inspeção. Se os achados forem classificados como significantes ou sérios, uma carta de advertência é enviada. Cartas de advertência indicam que oficiais de alto nível de qualificação

no FDA revisaram o formulário e encontraram motivos para acreditar na existência de violações que possam interferir nos resultados do estudo. Essa carta tem dois propósitos: estimular que ações corretivas sejam feitas voluntariamente e documentar o processo de advertência, caso ações posteriores pelo FDA sejam necessárias. (39, 40, 45, 66)

Após o envio da carta de advertência, espera-se que o investigador modifique seu estilo de trabalho e corrija as deficiências imediatamente. Caso o investigador ignore os problemas sérios encontrados durante a auditoria, os auditores podem encerrar o estudo e o patrocinador pode incluir o nome do investigador em documento público, conhecido como Black

List.

Nos Estados Unidos, se Leis Federais são quebradas ou se ações criminais são descobertas, os inspetores das autoridades regulatórias podem abrir processos. Investigadores americanos que não obtêm consentimento livre e esclarecido ou aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, por exemplo, têm sido presos. Na Europa, os investigadores são processados; alguns são presos, outros têm seus CRMs caçados.

Se fraudes são descobertas, a companhia farmacêutica tem o registro de seu produto negado. O investigador, por sua vez, pode ser preso, ter seu CRM caçado, ser proibido de participar de estudos futuros ou suspenso por determinado período de tempo, além de ter seu nome incluído na Black List. (29, 39-42, 45)

Para a indústria farmacêutica, fraude é uma “dor de cabeça”. Segundo Dr. Phil Hammond, a maior dificuldade de trabalhar com médicos é que quando uma fraude é descoberta, raramente, alguém quer se envolver e tem coragem suficiente para denunciar o fraudador. (68)

A maneira mais fácil de lidar com fraude seria ignorá-la, não convidar aquele investigador para outros estudos e descartar seus dados. No entanto, se ações não fossem tomadas, investigadores desonestos poderiam se sentir encorajados por suas aparentes posições intocáveis e continuariam trabalhando com outras indústrias farmacêuticas. Ao mesmo tempo que uma indústria pode não voltar a contratar médicos que já demonstraram ser investigadores desonestos, ela não tem idéia se investigadores que possam vir a ser contratados, já não foram identificados como fraudulentos, por outras empresas. (67)

Segundo Dr. Frank Wells, perito no assunto, é muito importante saber diferenciar descuido de fraude verdadeira. Os editores das revistas BMJ e Lancet estimaram que 0.1 – 0.4% dos estudos clínicos são fraudulentos. Segundo experiências pessoais do Dr. Wells, a incidência é pouco maior que 0.1%. (69)

Segundo Dr. David Hutchinson (45), entre 1999 e 2000, inspeções de patrocinadores e investigadores tornaram-se mandatórias na Europa. No entanto, em 1997, vários países já haviam treinado inspetores e iniciado as auditorias. Na Inglaterra, em 1997, um programa de inspeção voluntária foi iniciado até que tais inspeções tornaram-se mandatórias. De acordo com Sir Donald Irvine, dos 180.000 médicos que praticam a medicina na Inglaterra,

somente 12 casos (comprovados) de fraude foram documentados entre 1991 e 1995. (70)

Nos Estados Unidos, o FDA tem realizado inspeções de patrocinadores e investigadores desde 1977. Hoje, existe um braço do FDA que também realiza inspeções em Comitês de Ética em Pesquisa. (39, 45)

Hoje, qualquer país interessado em lançar um produto novo no mercado internacional, ou qualquer centro de pesquisa interessado em participar de estudos multinacionais, deve seguir estritamente as recomendações do ICH- GCP, para que os resultados dos estudos possam alcançar reconhecimento universal. (23, 38, 42, 44, 45)

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