• Nenhum resultado encontrado

ESTUDO DA ADIÇÃO DE RESÍDUO DO PROCESSO DE RETÍFICA DE CORPOS DE PROVA DE CONCRETO NA PRODUÇÃO DE SOLO – CIMENTO AUTO ADENSÁVEL

No documento Anais completos (páginas 31-33)

Vanessa Gavasso1; Lucas Q. Zampieri2; Fabiano A. Nienov3; Gislaine Luvizão4 1 Graduanda na Universidade do Oeste de Santa Catarina; vanessa_gavaso@hotmail.com

2 Professor Mestre no Curso de Engenharia Civil da Universidade do Oeste de Santa Catarina; lucas.zampieri@unoesc.edu.br 3 Professor Doutor no Curso de Engenharia Civil da Universidade do Oeste de Santa Catarina; fabiano.nienov@unoesc.edu.br 4 Professora Mestra no Curso de Engenharia Civil da Universidade do Oeste de Santa Catarina; gislaine.luvizao@unoesc.edu.br

INTRODUÇÃO

A simples produção de elementos construtivos em solo- cimento é uma atividade que reduz o consumo de madeira e óleo combustível, quando comparada ao processo executivo de uma indústria de elementos cerâmicos convencionais.

O método de execução auto adensável de blocos em solo- cimento complementa esta linha de produção sustentável, pois requer menos energia ao dispensar o uso de equipamentos de prensagem. A incorporação de aditivos plastificantes e superplastificantes à mistura de solo e cimento possibilita o aumento de sua fluidez tornando-a capaz de ser adensada apenas sob a ação de seu peso próprio (BERTÉ; ALCANTARA, 2013).

Outra vantagem da moldagem auto adensável é a viabilidade de adição de finos à sua mistura, que aumentam sua coesão interna e objetivam a melhora de suas características mecânicas.

O presente trabalho teve por objetivo o estudo da adição de finos, provenientes da retificação de corpos de prova de concreto gerados no Laboratório de Engenharia Civil da Unoesc. Este material foi escolhido devido à sua resistência mecânica potencial, considerando a natureza de sua concepção, e também ao descarte incorreto que vem recebendo.

METODOLOGIA

Foi realizado no Laboratório de Solos e Materiais da Unoesc – Campus Joaçaba/SC um estudo experimental de SCAA (Solo-Cimento Auto Adensável) com incoporação do resíduo de concreto proveniente da retífica de corpos de prova. Definiu-se 12 misturas, onde parte da quantidade da matriz de solo foi substituída pelo resíduo de concreto. Fixou-se a 56% de teor de umidade, e variados os percentuais de resíduo, cimento e aditivo.

Almeja-se a melhoria das propriedades de homogeneidade, fluidez e capacidade de adensamento por gravidade em seu estado plástico, além do atendimento dos requisitos normativos de resistência à compressão simples e absorção quando em seu estado endurecido.

Foram também ensaiadas 4 misturas sem adição de resíduo, com o objetivo de comparação e avaliação da

influência direta do mesmo. No Gráfico 1 estão descritas as composições das misturas analisadas neste estudo. Gráfico 1 – Composições das misturas

Fonte: os autores.

O resíduo adicionado à mistura de solo-cimento foi produzido pela retífica de corpos de prova de concreto, que são ensaiados pelo Laboratório de Materiais da Unoesc – Joaçaba, e posteriormente processado para utilização. Os ensaios realizados no estado plástico foram: Ensaio de Espalhamento Slump-Flow, Ensaio do Funil e Ensaio de Adensamento e Moldagem.

O ensaio do funil teve como objetivo a verificação da fluidez das misturas, por meio da avaliação do fluxo de queda do material expressa em g/s, consoante ao Ensaio de Determinação do Índice de Fluidez definido pela NBR 7681 – 2 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013).

O Ensaio de Espalhamento foi executado conforme o proposto pela NBR 15823 – 2 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2017) com algumas adaptações. O cone era preenchido com a mistura até seu topo, onde o material era rasado. Em seguida o cone era erguido para que o solo-cimento escoasse sobre a placa. Depois de observado o aparente repouso do material, foram realizadas duas medidas de diâmetro perpendiculares entre si.

Os ensaios realizados no estado endurecido foram: Resistência à Compressão Simples e Absorção de Água. Os corpos de prova cilíndricos e blocos foram curados durante 28 dias por imersão em tanque, e então executado o ensaio de resistência à compressão simples por meio de uma prensa mecânica, seguindo as orientações da NBR

8492 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012).

O ensaio de absorção de água foi realizado conforme proposto pela NBR 8492 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2012), com algumas adaptações. Para a execução do ensaio foram adotadas duas amostras íntegras retiradas de cada corpo de prova rompido no ensaio de resistência à compressão simples, depois de retirado todo resíduo de capeamento e argamassa aplicados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados mostram que as misturas sem adição de resíduo de concreto obtiveram os maiores valores de resistência, independente da porcentagem de cimento utilizada. No Gráfico 2 é possível observar que as composições demonstram comportamentos semelhantes, em que a adição do resíduo diminuiu a resistência à compressão simples das misturas. Ao analisar as misturas quanto a porcentagem de cimento, os corpos de prova com 30% de cimento obtiveram melhor desempenho quanto à resistência mecânica.

Gráfico 2 – Resistência à compressão simples

Fonte: os autores.

A partir das informações de dimensões e massa, obtidas após o rompimento dos corpos de prova nos ensaios de resistência à compressão simples, foi possível realizar a determinação da porosidade das composições.

Quanto a possível relação entre a porosidade e a resistência à compressão simples dos corpos de prova cilíndricos, o Gráfico 3 demonstra que há uma correlação considerada de média a alta entre os valores, principalmente para as misturas com 20% de cimento. Portanto, é possível avaliar que, no geral, há uma diminuição da resistência à compressão simples em função do aumento da porosidade das composições.

Gráfico 3 – Relação entre porosidade e resistência à compressão simples

Fonte: os autores.

CONCLUSÕES

Com base nos resultados apresentados, pode-se concluir que a adição do resíduo de concreto proveninente da retífica, foi prejudicial a maioria dos tópicos ensaiados. Quanto aos ensaios realizados no estado endurecido, a diminução da resistência à compressão simples é explicada pela relação do descréscimo da resistência mecânica com o aumento da porosidade das misturas.

Os ensaios realizados no estado fresco permitiram a análise da variabilidade do comportamento das misturas, não havendo um critério de reprovação das composições, apenas observação das propriedades.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7681-2 - Calda de cimento para injeção Parte 2: Deter- minação do índice de fluidez e da vida útil - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8492 - Tijolo de solo-cimento — Análise dimensional, determinação da resistência à compressão e da absor- ção de água — Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15823-2 - Concreto autoadensável

Parte 2: Determinação do espalhamento, do tempo de escoamento e do índice de estabilidade visual - Método do cone de Abrams. Rio de Janeiro, 2017.

BERTÉ, Susana Dalila Dolejal; ALCANTARA, Marco Antônio de Morais. Estudo do comportamento do solo-cimento auto-adensável. Revista Eletrônica de Engenharia Civil,

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO MOMENTO DE ADIÇÃO DE REDUTORES DE ÁGUA NO

No documento Anais completos (páginas 31-33)

Outline

Documentos relacionados