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Adicionais de serviço

No documento 2015AlineFerron (páginas 94-97)

2 ESTATUTO E PLANO DE CARREIRA DO MAGISTÉRIO MUNICIPAL DE

2.5 Adicionais de serviço

Os adicionais de serviço:

São vantagens pecuniárias que a administração concede aos servidores em razão do tempo de exercício (adicional de tempo de serviço) ou em face da natureza peculiar da função que exige conhecimentos especializados ou em regime próprio de trabalho (adicionais de função). Distingue-se da gratificação por ser o adicional uma recompensa pelo tempo de serviço do servidor ou uma retribuição pelo desempenho de funções especiais, enquanto a gratificação é uma compensação por serviços comuns executados em condições anormais para o servidor ou uma ajuda pessoal em face de certas situações que agravam o orçamento do servidor. O adicional se relaciona com o tempo ou com a função; a gratificação se relaciona com o serviço ou com o servidor. O adicional, em princípio, adere ao vencimento e, por isso, tem caráter permanente; a gratificação é autônoma e contingente (MEIRELLES, apud DUTRA JUNIOR et al., 2000, p. 211).

A Lei nº 1.733/76, no Capítulo que trata Das gratificações, dispõe no Art. 61 que “o membro do Magistério fará jus a uma gratificação adicional de 5% por quinquênio de serviços públicos, calculada sob seus vencimentos”. A Lei Complementar Municipal nº 96, de 21 de dezembro de 2001, extingue o avanço trienal e a gratificação adicional modificando esse percentual para 7%.

Na Lei nº 1.733/76, além da gratificação referida no artigo anterior, o membro do magistério fará jus as seguintes gratificações:

a) pelo exercício de direção nas unidades escolares;

b) pelo trabalho em regime de quarenta e quatro horas semanais; c) pelo exercício em escola de difícil acesso ou provimento; d) pelo exercício em escola ou classe de alunos excepcionais48;

e) pela participação em órgão colegiado, na forma estabelecida em legislação própria; f) pela execução ou elaboração de trabalho técnico ou científico solicitado ou aproveitado nos termos do regulamento;

g) de representação, nos casos previstos em lei;

h) pela participação em comissão de concurso ou de exames fora do ensino regular; i) pela participação de grupo de trabalho incumbido de tarefas específicas e por tempo determinado;

j) por serviço prestado como perito administrativo, desde que tal tarefa seja realizada fora do horário de trabalho.

l) - pelo exercício de regência de classe da 1ª série do I grau (Redação dada pela Lei nº 2401/1987).

§ 1º - As gratificações previstas no item I, letras "", "d" e "e", não são cumulativas. § 2 - Anualmente deverá ser publicada pelo Prefeito Municipal ou proposta do Secretário Municipal de Educação e Cultura, a relação das escolas de difícil acesso ou provimento.

§ 3º - Os valores das gratificações por direção serão estabelecidos em função da tipologia da escola.

§ 4º - As gratificações a que se refere o 1º do presente artigo serão incorporadas nos proventos quando percebidas por cinco anos consecutivos ou dez intercalados, no ato da aposentadoria49 (PASSO FUNDO, 1976).

Já a Lei nº 203/08, que regulamenta os demais servidores (Estatuto dos Servidores Municipais de Passo Fundo), Subseção III, Do Adicional por Tempo de Serviço, estabelece no Art. 94 que:

É devido o adicional trienal, automaticamente, ao servidor efetivo, após cada três anos ininterruptos de labor na municipalidade, no valor equivalente a 7% (sete por cento) sobre o vencimento básico, desde que constatado pela Administração o preenchimento dos seguintes requisitos, pelo beneficiário, no período aquisitivo:

I - não ter gozado de licença para tratamento de interesse particular ou para acompanhar o cônjuge.

II - não ter sofrido nenhuma espécie de penalidade em decorrência com o vínculo com a municipalidade.

III - não ter mais de dez faltas injustificadas, contínuas ou não.

IV - não ter gozado mais de 180 (cento e oitenta) dias de licença para tratamento de saúde ou por motivo de doença na pessoa da família (PASSO FUNDO, 2008).

O referido Estatuto dos Servidores Municipais, sobre o adicional trienal,o Art. 97 dispõe ainda que “incorpora-se à remuneração observadas as determinações legais para a composição da remuneração, vedada expressamente a utilização desse acréscimo pecuniário para fins de concessão de acréscimos ulteriores” (PASSO FUNDO, 2008, p. 21).

48 A legislação se encontra bastante desatualizada nesse sentido, uma vez que, o termo aluno excepcional foi

substituído pelo termo “aluno com necessidades educacionais especiais”.

49 A Lei Complementar 204/08 revogou o § 4º do Art. 62, e incluiu o § 5º - A gratificação prevista na alínea 1 do

caput deste artigo, será incorporada aos vencimentos após 10 (dez) anos de exercício, mesmo intercalados, e será percebida nas férias e nos períodos de afastamento com vencimentos que não ultrapassem a 3 (três) meses por biênio (Redação acrescida pela Lei nº 2.401/87).

A partir do exposto acima, pode-se notar que o membro do magistério recebe um adicional por tempo de serviço a cada cinco anos e que os servidores municipais a cada três anos. Sendo o percentual de 5% e 7% acrescidos sobre o rendimento básico, respectivamente. Dessa forma, em 25 anos de exercício da função o professor acumulará 25% de adicional, enquanto o servidor acumulará 56%. Portanto, existe uma diferença significativa de 31% a mais de adicional por tempo de serviço para um servidor municipal do que para um professor.

Não existem informações públicas sobre os motivos de se existir um percentual tão discrepante no adicional por tempo de serviço entre professores e funcionários50.

A Lei Complementar nº 204/08, de acordo com a Seção IV, Da Incorporação das gratificações:

Art. 25 A gratificação de direção e a gratificação pelo exercício em escola ou classe de alunos excepcionais serão incorporados aos vencimentos do membro do magistério ao completar tempo para a aposentadoria, desde que tenha percebido vantagem por cinco anos ininterruptos ou dez intercalados.

§ 1º O tempo de direção e o de exercício em escola ou classe de alunos excepcionais exercido anterior a esta lei será computado para fins de incorporação.

§ 2º Quando o professor tiver recebido gratificações de direção em percentuais diferente durante o período aquisitivo, a incorporação será feita proporcionalmente ao tempo e valor de cada uma (PASSO FUNDO, 2008).

O Art. 26 dispõe que:

O regime especial de trabalho de 40 horas será incorporado aos vencimentos do membro do magistério ao completar o tempo para aposentadoria, à razão de 1/25 (um vinte e cinco avos) por ano de serviço do regime.

Parágrafo Único – O tempo de regime especial de trabalho de quarenta horas exercido anterior a esta lei será computado para fins de incorporação (PASSO FUNDO, 2008).

O Art. 27 estabelece que o membro do magistério tem direito de incorporar somente um regime especial. E, ainda, em parágrafo único, que caso o membro do magistério “preencha os requisitos para incorporar regime especial de trinta e cinco horas e de quarenta horas deverá optar pelo mais vantajoso, mediante requerimento por escrito” (PASSO FUNDO/2008).

50 De acordo com dados referentes ao ano de 2015, a cidade de Passo Fundo, possui 1.244 professores de quadro

e o mesmo número de funcionários de quadro, 1.244. Cada um dos grupos representa 40,10%, atingindo o total de 80,20% dos servidores do Município (PASSO FUNDO/GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS).

2.6 Licenças e férias

O Art. 66, da Lei nº 1.733/76, prevê sobre os casos legais nos quais o professor ou especialista em educação poderá ser licenciado:

I - para tratamento de saúde; II - por se tratar de gestante;

III - por motivo de doença em pessoa da família; IV - para concorrer a cargo eletivo;

V - para serviço militar obrigatório; VI - para tratar de interesse particular; VII - a título de prêmio;

VIII - para qualificação profissional; IX - por motivo de casamento ou luto;

X - para acompanhar cônjuge removido (PASSO FUNDO, 1976).

Os incisos VII e VIII no tempo decorrido para o gozo dessa licença, o inciso VII, a título de prêmio, dispõe no Art. 79 que “será concedido ao membro do Magistério, licença-prêmio de seis meses, correspondente a cada período de dez anos de ininterrupto serviço público municipal com todas as vantagens inerentes ao cargo” determinado em parágrafo único:

Não terá direito a licença-prêmio o membro do Magistério que contar, durante o decênio mais de seis meses de licença para tratamento de saúde, mais de três meses de licença por motivo de doença em pessoa da família ou mais de 50 faltas justificadas, nos termos do inciso VII do artigo 59 deste estatuto, considerando-se, porém, como de efetivo exercício os demais casos de afastamento previstos no mencionado artigo (PASSO FUNDO, 1976).

O Art. 80, da Lei nº 1.733/76, dispõe que “quando solicitar o interessado, poderá ser gozada no todo ou em parcelas não inferiores a dois meses”, estabelecendo em parágrafo único que “ao entrar no gozo da licença prêmio, o membro do Magistério poderá receber antecipadamente até dois meses de vencimentos” e o Art. 81 esclarece que “o tempo de licença- prêmio não gozado será, a pedido do membro do Magistério, contado em dobro para efeito de aposentadoria, vedada a desconversão”.

O Estatuto do Servidor Público de Passo Fundo, no Art. 147, que trata da licença- prêmio, estabelece que “após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor gozará de licença-prêmio de 90 (noventa) dias, com todos os direitos e vantagens do seu cargo”, determinando que:

No documento 2015AlineFerron (páginas 94-97)