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7. DAS VERBAS TRABALHISTAS INDENIZATÓRIAS

7.1 Natureza Jurídica das verbas trabalhistas indenizatórias

7.1.4 Adicional de Periculosidade

O adicional de Periculosidade é pago a quem está exercendo a atividade mediante a produtos de alto risco de morte, como por exemplo produtos inflamáveis, explosivos, exposto a radiação, entre outros riscos.

O artigo 193 da CLT nos relata que são atividades perigosas:

Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, de 2012)

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

§ 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. (Incluído pela Lei nº 12.997, de 2014)

De acordo com a STST n. 364, “faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, se sujeita a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato se dá de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido” e “a fixação do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, deve ser respeitada, desde que pactuada em acordos ou convenções coletivos”, e segundo a STST n. 132, “o adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de indenização e de horas extras” e “durante as horas de sobreaviso, o empregado não se encontra em condições de risco, razão pela qual é incabível a integração do adicional de periculosidade sobre as mencionadas horas”.

Podemos assim ver que o adicional de periculosidade assim como o de insalubridade possui a característica indenizatória, pois visa cobrir o risco de morte sofrido pelos trabalhadores.

Podemos ver a seguir dois entendimentos do TRF1 que não incidem contribuição previdenciária, porem por analogia aos entendimentos podemos usar a não tributação das verbas indenizatórias sobre o imposto de renda, pois as mesmas

usam como base legal, a não tributação sobre verbas com caráter de natureza indenizatória:

TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LEI 9.783/99.

NÃO-INCIDÊNCIA SOBRE AS PARCELAS QUE NÃO SE INCORPORAM AOS PROVENTOS DO SERVIDOR E SOBRE AS PARCELAS INDENIZATÓRIAS. GRATIFICAÇÃO NATALINA.

TERMO A QUO PARA A INCIDÊNCIA. CORREÇÃO MONETÁRIA.

1. O STJ pacificou o entendimento que, na interpretação da Lei 9.783/99, a contribuição previdenciária não incide sobre as vantagens não incorporáveis aos proventos do servidor, no momento de sua aposentadoria, nem sobre as parcelas de cunho indenizatório. 2. Dessa forma, não incide a contribuição previdenciária sobre o adicional de férias (terço constitucional);

a conversão em pecúnia da licença-prêmio ou férias não gozadas; diárias prestadas fora do domicílio do servidor; auxílio fardamento; gratificação sobre a compensação orgânica;

abono pecuniário; auxílio-natalidade; adicional noturno, adicional de periculosidade; adicional de atividades penosas e adicional de sobre-aviso. 3. O adicional por tempo de serviço e a hora de repouso integram os proventos, incidindo a contribuição. 4. Nos termos da Súmula 688 do STF, é legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário.

5. O momento do pagamento da gratificação natalina é o mês de dezembro (art. 64 da Lei 8.112/90). Assim, no ano de 1999, a contribuição previdenciária incide sobre a totalidade da quantia percebida, nos termos do art. 144 do CTN. 6. Quanto à aplicação da correção monetária, o critério de cálculo deve ser aquele contido no Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal - Resolução 242, de 03/07/01. 7. Apelação a que se dá parcial provimento.

(TRF-1 - AC: 29097 DF 2001.34.00.029097-5, Relator:

DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS FERNANDO MATHIAS, Data de Julgamento: 15/08/2006, OITAVA TURMA, Data de Publicação: 01/09/2006 DJ p.162)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA. TUTELA ANTECIPADA INDEFERIDA. SUSPENSÃO DO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE VERBAS DE NATUREZA NÃO SALARIAL. AUSÊNCIA DA VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES. DECISÃO MANTIDA. 1. O deferimento da tutela antecipada, na hipótese do art. 273, I, do CPC, pressupõe a presença de prova inequívoca, que convença da verossimilhança da alegação deduzida, assim como do periculum in mora. 2. Dentre o rol de verbas indenizatórias indicado pela parte agravante como sendo de natureza não salarial (adicional noturno, adicional de horas extras, adicional de periculosidade, adicional de insalubridade, licença maternidade, licença paternidade, auxílio doença, ajuda instalação, gratificação não ajustada,

verbas tributadas em razão da Medida Provisória n. 1.523/97 e auxílio creche), visando eximir-se do recolhimento da contribuição previdenciária perante o INSS, estão algumas que possuem natureza remuneratória. 3. Merece ser mantida a decisão agravada que indeferiu a antecipação de tutela, por entender ausente a verossimilhança das alegações. 4. Agravo improvido.

(TRF-1 - AG: 56488 DF 2005.01.00.056488-5, Relator:

DESEMBARGADOR FEDERAL LEOMAR BARROS AMORIM [DE SOUSA, Data de Julgamento: 29/05/2007, OITAVA TURMA, Data de Publicação: 03/08/2007 DJ p.222)

Após discorrermos sobre tais verbas, podemos ver que as mesmas tem por caráter serem indenizações pagas ao trabalhador, por algum dano que lhe foi causado na realização de sua atividade funcional, pois a definição de indenizar é retirar o dano, então a indenização é um contraprestação ao dano em que o trabalhador foi exposto, para um conhecimento maior sobre quais verbas sofrem incidência de imposto de renda, veremos no capitulo posterior sobre quais verbas são tributáveis e quais verbas não são tributáveis.

8. QUAIS RENDIMENTOS SOFREM A PRÁTICA DE INCIDÊNCIA DE IR, INSS

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