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2.2. Adubação Fosfatada 1 Fertilizantes Fosfatados

2.2.3. Adubação na cultura do milho

Os custos com adubação fosfatada representam parte considerável dos gastos das lavouras na região dos Cerrados, dependendo da fonte de P utilizada e do prazo para o retorno financeiro (SOUSA et al., 2002 citado por MACHADO, 2012), apenas na cultura do milho, os custos com correção do solo e adubação representam em média 45% do custo de produção em sistemas mais tecnificados (COELHO & ALVES, 2003 citado por MACHADO, 2012).

Recomenda-se em geral que a adubação fosfatada na cultura do milho seja realizada no momento de semeadura na linha de plantio pela baixa mobilidade do P no solo e para que se tenha o melhor aproveitamento da planta pelo nutriente aplicado via fertilizante em sua maioria aplicado pela forma solúvel (BARBAR, 1984; RAIJ, 1991; BEVILAQUA et al., 1996; RESENDE et al., 2006). Apesar disso, em solos com elevada capacidade de fixação de P, as fontes solúveis podem perder sua eficiência e

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com isso as fontes insolúveis em água possam se tornar alternativas viáveis sob o ponto de vista agronômico e econômico (BRAGA, 2006).

Avaliando o fornecimento de P para o milho e o arroz, cultivados em vasos, Malavolta et al. (1955), observaram maior eficiência da farinha de ossos no fornecimento de P para as duas culturas ao comparar com fosfatos naturais de baixa solubilidade em ácidos fracos. Bevilaqua et al. (1996), ao avaliar o efeito da localização do fertilizante do desenvolvimento de plântulas de milho em casa de vegetação, verificaram que o superfosfato triplo ao lado e abaixo da semente proporcionou maior peso de massa seca e absorção de P. Contudo, os autores destacam que a proximidade do fertilizante pode causar danos às sementes e plântulas, reduzindo a percentagem e velocidade de emergência das plântulas pelo efeito salino do fertilizante quando é colocado muito próximo à semente. Assim, o fertilizante deve localizar-se suficientemente distante da semente para não ocasionar-lhe dano, pois a absorção aumenta à medida que o fertilizante é colocado mais próximo da mesma, reduzindo a perda, por fixação ou percolação no solo.

Os modos de aplicação também podem influenciar na disponibilidade de P para plantas de milho. Collier et al. (2008), ao avaliarem a aplicação a lanço e na linha de semeadura de superfosfato simples (SFS) e fosfato natural reativo (FNA), ambos na dose de 180 kg ha-1 de P2O5 sobre os resíduos de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis)

semeado 70 dias antes do plantio de milho, verificaram que o emprego do modo de aplicação do P em faixa resultou em maior produção de grãos, independentemente da fonte de P. O uso do FNA proporcionou maior produção de grãos no tratamento submetido ao modo de aplicação de forma localizada (em faixa). Pelo maior teor de P no solo quando se utilizou o FNA, sugere-se que ocorra economia de fertilizantes fosfatados para o cultivo subsequente. Resende et al. (2006), avaliando diferentes fontes e modos de adubação fosfatada na cultura do milho, verificaram que a aplicação localizada no sulco e o parcelamento da adubação proporcionaram maior eficiência agronômica e econômica para o fosfato reativo de Arad.

Barreto e Fernandes (2002), encontraram resultados diferentes em um Argissolo Amarelo, onde constataram que a adubação de P via SFT a lanço, resultou em maior produtividade de milho, com maior economia de adubo fosfatado, comparativamente à adubação no sulco de plantio. Mas de acordo com Anghinone e Barber (1980), este efeito tenderá a ser mais expressivo com o aumento das doses de fertilizantes utilizadas ou com a redução do poder de adsorção de P do solo. Mas, Prado et al. (2001), ao

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avaliarem a resposta da cultura do milho a modos de aplicação de P, verificaram que a aplicação de doses crescentes de P aumentou a produção de grãos de milho e que os modos de aplicação do adubo fosfatado em sulco simples e sulco duplo foram mais eficientes que a aplicação a lanço.

Korndörfer et al. (1999), ao avaliarem a eficiência agronômica de fosfatos naturais reativos (Gafsa e Arad) na cultura do milho, observaram que esses fosfatos apresentaram uma excelente performance, podendo ser considerados de alto valor agronômico. Bons resultados também foram observados por Scivittaro et al. (1997), com aumento na produção de massa seca de milho, em função de doses crescentes de fontes sólidas e líquidas de fertilizantes fosfatados (ácido fosfórico, suspensão coloidal, fosfato monoamônio e superfosfato Triplo).

Ono et al. (2008), avaliando um experimento em casa de vegetação em cultivo de soja e milho, observaram que as culturas responderam à adubação fosfatada independentemente da fonte de P (superfosfato triplo e fosfato natural de Arad). No primeiro cultivo (soja), o superfosfato triplo apresentou melhor desempenho e índice de eficiência agronômica para a produtividade de grãos quando comparado ao fosfato natural de Arad. Para o milho, como cultura em sucessão a soja, o fosfato natural de Arad tendeu a equiparar-se ao superfosfato triplo nos atributos avaliados (teor de P no solo, produção de massa seca e concentração foliar de P).

Miola et al. (1999), avaliando a disponibilidade de P utilizando seis solos com cultivo de milho em casa de vegetação, observaram que o aumento das doses de SFT proporcionou maior concentração foliar de P e massa seca em plantas de milho. Harger et al. (2007), também verificaram aumento na produção de massa seca da parte aérea de plantas de milho cultivadas em casa de vegetação com o incremento de doses de P, independentemente da fonte de P avaliada (superfosfato triplo e fosfato de Arad). O aumento das doses de P proporcionou aumentos nas concentrações foliares de P nas plantas de milho para as duas fontes estudadas. Porém, o superfosfato triplo foi a fonte de P de maior eficiência, garantindo melhor nutrição e crescimento inicial das plantas de milho.

Além de se considerar a forma de aplicação e a fonte de P utilizada, deve-se levar em conta também a granulometria do fertilizante fosfatado. Horowitz e Meurer (2003), avaliando a eficiência de fosfatos com diferentes granulometria em um primeiro cultivo de milho em casa de vegetação num Latossolo Vermelho distrófico típico, observaram que à medida que se aumentou o tamanho da partícula, houve uma redução

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na eficiência dos fosfatos. Porém, a partir do segundo cultivo, os fosfatos com partículas mais grosseiras, aumentaram seus índices de eficiência agronômica relativa (EAR). Estes resultados concordam com os obtidos por Chien; Friesen (1992), citado por Horowitz e Meurer (2003), que afirmam que, com o passar do tempo, o efeito do tamanho da partícula dos fosfatos naturais tendem a desaparecer.