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AFINIDADES ELETIVASAFINIDADES ELETIVAS

AFINIDADES ELETIVAS

“Quem é um amigo? ‘Um outro eu.’” “Quem é um amigo? ‘Um outro eu.’”

Zenão de Eleia Zenão de Eleia

O quarto arrependimento descrito por Bronnie Ware diz respeito a passar O quarto arrependimento descrito por Bronnie Ware diz respeito a passar mais tempo com os amigos.

mais tempo com os amigos.

Aí nasceu o Facebook, e, com ele, a sensação de que estamos com os Aí nasceu o Facebook, e, com ele, a sensação de que estamos com os amigos.

amigos.

Sou uma dessas pessoas que têm a sensação de estar perto dos amigos Sou uma dessas pessoas que têm a sensação de estar perto dos amigos diante do mural do Facebook. Faço bom uso dessa ferramenta e aproveito diante do mural do Facebook. Faço bom uso dessa ferramenta e aproveito muito qualquer tempo que posso compartilhar com pessoas tão queridas, muito qualquer tempo que posso compartilhar com pessoas tão queridas, mas distantes. Tem gente que eu amo demais, mas a vida que levo nesse mas distantes. Tem gente que eu amo demais, mas a vida que levo nesse momento não me permite estar fisicamente próxima. Acompanho as fotos momento não me permite estar fisicamente próxima. Acompanho as fotos dos filhos crescendo, os momentos importantes, os gostos compartilhados dos filhos crescendo, os momentos importantes, os gostos compartilhados de música e de poesia, e, de alguma forma, me sinto parte desse universo de música e de poesia, e, de alguma forma, me sinto parte desse universo paralelo. Em algum nível eu me encontro

paralelo. Em algum nível eu me encontro de fatode fato com essas pessoas. com essas pessoas.

Ainda assim, penso que estar com os amigos é vital. Com eles Ainda assim, penso que estar com os amigos é vital. Com eles construímos relações mais honestas e transparentes, algo que nem sempre é construímos relações mais honestas e transparentes, algo que nem sempre é possível viver com a família. E é com os amigos que temos a chance de possível viver com a família. E é com os amigos que temos a chance de dizer: “Não gostei do que você fez”, e ficar bem, porque eles suportarão a dizer: “Não gostei do que você fez”, e ficar bem, porque eles suportarão a crítica. Quando estamos com os amigos, queremos que nossas opções e crítica. Quando estamos com os amigos, queremos que nossas opções e sentimentos sejam respeitados, e assim é. As pessoas da nossa família nem sentimentos sejam respeitados, e assim é. As pessoas da nossa família nem sempre são as mais agradáveis do mundo, com quem você anseia conviver. sempre são as mais agradáveis do mundo, com quem você anseia conviver. Contamos nos dedos as pessoas que gostam de passar o Natal entre Contamos nos dedos as pessoas que gostam de passar o Natal entre parentes. Muita gente faz isso por obrigação, sem prazer, sem alegria.

parentes. Muita gente faz isso por obrigação, sem prazer, sem alegria.

Infelizmente, teremos mais tempo livre quando adoecermos. Desejaremos Infelizmente, teremos mais tempo livre quando adoecermos. Desejaremos a companhia dos amigos, daqueles que nos reconhecem apesar da doença, a companhia dos amigos, daqueles que nos reconhecem apesar da doença, apesar do sofrimento. Queremos nos reconhecer nos olhos deles, porque apesar do sofrimento. Queremos nos reconhecer nos olhos deles, porque nesse olhar reencontramos nossa história, nossa importância no mundo. nesse olhar reencontramos nossa história, nossa importância no mundo. Estar com os amigos muitas vezes faz com que experimentemos o estado de Estar com os amigos muitas vezes faz com que experimentemos o estado de presença de um jeito alegre e agradável. Na proximidade da morte, o presença de um jeito alegre e agradável. Na proximidade da morte, o arrependimento por não ter dedicado mais tempo a eles bate forte.

arrependimento por não ter dedicado mais tempo a eles bate forte.

Arrependidos, pensamos que tivemos tempo livre a vida inteira, mas na Arrependidos, pensamos que tivemos tempo livre a vida inteira, mas na verdade não tivemos.

verdade não tivemos.

Alguns arrependimentos são puro desperdício de tempo no final da vida; Alguns arrependimentos são puro desperdício de tempo no final da vida; não faz nenhum sentido que sejam causa de sofrimento. Muitas vezes, não faz nenhum sentido que sejam causa de sofrimento. Muitas vezes, escolhemos um caminho que não sabíamos que seria ruim. Agora sabemos e escolhemos um caminho que não sabíamos que seria ruim. Agora sabemos e nos arrependemos. É como jogar na Mega-Sena e dizer: “Eu joguei no 44 e nos arrependemos. É como jogar na Mega-Sena e dizer: “Eu joguei no 44 e

deu 45. O que me passou pela cabeça para não ter jogado o 45?!” A verdade simples é que não jogamos no 45 porque achamos que ia dar o 44! Não é  justo nos condenarmos por ações passadas baseando-nos no conhecimento que temos agora. Quando começa o drama do “eu deveria” ou do “eu poderia”, é a hora de pegar o espelho e dizer: “Não faça essa sacanagem com você mesmo.” Tomamos uma decisão lúcida com base nos elementos que tínhamos. Talvez pudéssemos dizer: “Se eu soubesse que iria dar errado, teria feito diferente.” Mas não soubemos, não tinha como sabermos.

Estar realmente presente em cada decisão da nossa vida, em pensamentos, sentimentos, voz e atitude, pode evitar alguns desses arrependimentos, mas,

naquele momento, tomamos a decisão que achamos melhor naquele