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6. CAUSAS: PRINCIPAIS BARREIRAS IDENTIFICADAS PARA O USO

8.3 MELHORES PRÁTICAS EM PIR IDENTIFICADAS PARA APLICAÇÃO NO

8.3.1 Agentes políticos e os seus papéis

a) O Governo

Em relação à formulação de políticas governamentais, é importante destacar que um Planejamento Integrado de Recursos estadual eficaz requer primeiramente um compromisso de mais alto nível, de preferência do governo. A existência de barreiras de mercado fornece ampla justificativa para a intervenção governamental nos mercados de serviços de energia.

Além disso, as sociedades tornaram-se cada vez mais conscientes dos impactos negativos da produção de energia na saúde e no meio ambiente, de modo que os governos têm de intervir para evitar a ocorrência de mercados não regulamentados. Portanto, mesmo que o governo não seja mais tão ativo em um setor de energia reformado, ele deve continuar a usar a sua autoridade para estabelecer políticas coerentes. Os governos teriam de formular algumas diretrizes para o planejamento de recursos.

Já no que diz respeito às legislações e normativas, tem sido argumentado que deveria haver condições - tais como a obrigação de fornecer serviços de energia econômicos, suficientes e ambientalmente corretos - para que processos de planejamento como o PIR tenham seu lugar. Portanto, se o governo definiu que

irá exercer um controle mais rigoroso para traduzir as políticas em ações práticas, seria necessária uma legislação adequada para tornar isto viável.

b) As Agências Reguladoras (Autoridade Pública Independente)

Com as novas políticas de energia existentes nos países que se destacam na produção integrada de energia, passou a existir uma nova autoridade para o setor energético sob a forma de uma comissão reguladora que é supostamente independente do governo e acessível ao público. Essa autoridade deve ser responsável pela estrutura de planejamento, para impor a necessidade de serviços de energia de menor custo, para monitorar a implementação e renovação de planos, para facilitar a acumulação de dados e para servir como uma conduta aceitável para a comunicação oportuna entre as partes interessadas.

Como proposta, a autoridade reguladora independente poderia passar a assumir a responsabilidade de providenciar:

 Uma avaliação integrada da procura e da oferta e a indicação de opções de menor custo;

 Projetar demanda e identificar as ações apropriadas necessárias para atender essa demanda).

Também deve ser realizado um acompanhamento e uma avaliação periódica dos planos de PIR para garantir que as mudanças imprevistas são adequadamente analisadas e incorporadas. Da mesma forma, o acompanhamento da execução também é essencial para garantir que os aumentos na demanda de eletricidade, seja devido à atividade econômica ou às necessidades da população, são compensados por aumentos de abastecimento programados.

Os reguladores devem ainda verificar compromissos assumidos de pretação do serviço (incluindo os níveis de serviço de energia e confiabilidade), e realizar uma avalição periódica das tarifas. Serviços devem ser fornecidos com os incentivos e a autonomia necessária para que se possa escolher entre as diferentes formas de atingir metas de desempenho desejáveis, mas também devem ser responsabilizados através de revisões regulatórias apropriadas.

Deve ainda existir um repositório de dados confiável, onde as agências reguladoras devem atuar como local de informações a partir de geradores de

eletricidade (fornecedores) e distribuidores (prestadores de serviços) para que uma base de dados adequada para efeitos de análise estejam disponíveis e o mais importante, disponíveis de forma imparcial.

c) As Organizações de Pesquisa

Pesquisas e organizações acadêmicas devem estar envolvidas neste segmento energético, quer diretamente pelas suas competências técnicas ou indiretamente com treinamento em métodos de planejamento. O PIR precisa ser realizado por aqueles que são capazes de realizar análises técnicas e econômicas confiáveis e esse pessoal qualificado pode não estar disponível nos serviços públicos existentes ou nos departamentos de energia.

Estas competências e a formação adequada poderiam ser provenientes de instituições acadêmicas e de pesquisa. A alternativa de Consultorias também pode ser considerada, todavia possui a desvantagem de onerar mais o serviço num curto prazo e não garantir que o conhecimento seja propriedade da organização, ficando para ela apenas os resultados do planejamento.

d) As Prestadoras de Serviços de Energia Elétrica

Para promover um envolvimento de companhias de eletricidade e empresas de serviços na realização do PIR, é necessário um forte compromisso por parte da alta administração e também a capacidade de conceber e implementar programas eficazes e adquirir recursos.

Mesmo que o regulador independente construa os planos indicativos de energia para o país ou para o estado, os serviços públicos de distribuição de energia elétrica e as empresas de serviços de energia elétrica devem ser envolvidos na implementação de planos locais.

A participação de fornecedores de eletricidade nesses programas pode também reduzir os custos do serviço, por exemplo, incluindo cobranças para tratamento de danos ambientais nas tarifas dos usuários finais relacionados àquele dano (o chamado princípio do Poluidor - Pagador). A participação destes fornecedores possibilitaria tanto a cobrança e controle, quanto a disseminação de informação para evitar que o problema se repetisse.

e) Envolvimento de Outras Partes Interessadas

Um Planejamento realizado localmente também seria beneficiado com o envolvimento de outras partes interessadas, tais como grupos de consumidores e organizações não governamentais (ONG). Por exemplo, em localidades rurais o conhecimento específico das ONGs que ali atuam permitiria garantir que as necessidades e prioridades das populações rurais seriam consideradas.

f) Uniformização das Informações

Os países têm diferentes secretarias e ministérios de energia, mineração, petróleo, fontes de energia não convencionais, e assim por diante. Eles também possuem programas específicos para a conservação de energia e proteção ambiental. Se estas entidades integrarem os seus planos de energia, em vez de fazer projeções de forma independente, seria mais rentável e os gargalos prováveis seriam evitados.

A Agência Internacional de Energia, na sua avaliação do setor de energia recomenda a integração da responsabilidade política em um único ministério de energia e somente uma autoridade integrada poderia explorar economias de escala através da cooperação e integração a nível da União. O PIR pode tomar uma variedade de formas e este tipo de uniformização facilitaria sua implantação e controle.

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