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Agregado é um material granular natural ou sintético, geralmente inerte, que compõem as argamassas e concretos. A ABNT NBR 7211/2009, acrescenta que os agregados são materiais granulares, sem forma e volume definidos. Ocupam de 60,0 a 80,0 % do volume total do concreto, portanto sua qualidade é de grande importância para a propriedade final do mesmo. As características dos agregados que mais se destacam para a fabricação do concreto são: porosidade, composição granulométrica, absorção de água, forma e textura superficial das partículas, resistência à compressão, módulo de elasticidade e os tipos de substâncias deletérias presentes. Estes agregados podem afetar a coesão, consistência e trabalhabilidade, em compósitos cimentícios no estado fresco, e a resistência à compressão, estabilidade dimensional, durabilidade, resistência à abrasão e aspecto visual no estado endurecido.

Os agregados podem ser de origem natural, extraídos com processos simples, assim como, podem ser de origem artificial com processos industrializados, incluindo a britagem, a partir de matérias primas naturais ou subprodutos.

O termo graúdo se refere às partículas com dimensões maiores que 4,75 mm (peneira n⁰ 4) e os agregados miúdos às dimensões entre esta e maiores que 0,075 mm (peneira n⁰ 200). Já as massas específicas destes podem classificá-los em leves, quando se tem esta inferior a 2,0 g/cm3, normais, entre 2,0 g/cm3 e 3,0 g/cm3, ou pesados, quando a massa específica superar 3,0 g/cm3 (ABNT NBR 7211/2009).

Como não é possível o empacotamento total dos agregados de forma a não existirem poros (vazios) entre partículas, além da massa específica dos agregados, que desconsidera o

volume os vazios entre as partículas, considera-se a massa unitária, fomentada na determinação de dosagens de concretos. Siqueira (2010) define massa unitária como sendo a relação entre a massa do agregado por unidade de volume incluindo os vazios.

São exemplos de agregados: areia, pedregulho, pedrisco, rocha, brita, escórias de alto- forno, resíduos de construção ou de demolição, ou outros mateiras que possam ser granulometricamente compatíveis e não reajam com o aglomerante para prejudicar a resistência do concreto, como resíduos industriais gerados na confecção de produtos diversos, como botões, plásticos, borrachas, entre outros.

2.1.1.4.1 Brita calcária

A pedra britada é classificada como agregado de origem artificial, de tamanho graúdo, pois constituem o produto de desagregação mecânica de rochas naturais pela ação humana.

As pedreiras exploram rochas cristalinas com solos pouco espessos de cobertura, no estado físico sem muita alteração. Segundo Quaresma (2009), a princípio, qualquer rocha, pode ser britada e usada na construção civil. Entretanto, para uso em concreto, pavimento asfáltico, base e sub-base, lastro de ferrovia e na produção de peças de cimento, algumas características indesejáveis podem impedir seu uso, embora possam ser usadas em aterros, contenção de encostas e erosão ou manutenção de estradas de terra. As rochas mais comumente usadas na produção de brita são granito, gnaisse, basalto, diabásio, calcário e dolomito.

Ainda para o autor supracitado, no Brasil, cerca de 85,0 % da brita produzida vem de granito/gnaisse, 10,0 % de calcário/dolomito e 5,0 % de basalto/diabásio. O estudo considera como brita para construção civil material natural proveniente de minerações feitas para outras finalidades. Parte das rochas calcárias para produção de cimento e cal que foram rejeitadas por não atenderem às especificações requeridas para esses usos podem ser beneficiadas e destinadas para o mercado de agregados. Muitas minerações de calcário e dolomito têm uma gama de subprodutos que incluem os agregados e os corretivos de solo. Quaresma (2009) considera ainda que, as minerações de rocha para brita existem em todos os estados. Há cerca de 600 minas de rocha para esse fim, sem contar as de rochas para outros fins como rochas calcárias para fabricação de cimento, cal ou para uso em siderurgia e metalurgia, em corretivo de solos para agricultura, etc., nas quais a parte que não serve para esses fins é colocada no mercado como brita para construção civil.

Para a classificação de acordo com a granulometria, a pedra britada passa por peneiras, sendo classificadas em brita 0, 1, 2, 3 e etc., como especifica a Tabela 2-2, classificando os

agregados graúdos artificiais (britas) conforme apresentado na NBR 7225/1983 e a classificação comercial utilizada pelas pedreiras, especificada por Oliveira (2013), que considera ainda que a pedra britada possui uso mais difundido para a confecção do concreto, onde a escolha da dimensão do agregado graúdo ocorre em função da dimensão da peça a ser concretada (geometria da estrutura), bem como da densidade de armadura da seção transversal.

Tabela 2-2 - Classificação do agregado graúdo quanto à dimensão (OLIVEIRA, 2013). Pedra britada

numerada

NBR-7225/1983 Comercial

Tamanho Nominal (mm)

Número Mínima Máxima Mínima Máxima

Brita 0 - - 4,8 9,5 Brita 1 4,75 12,5 9,5 19,0 Brita 2 12,5 25,0 19,0 38,0 Brita 3 25,0 50,0 38,0 50,0 Brita 4 50,0 75,0 50,0 75,0 Brita 5 75,0 100,0

Bloco > 100,0 > 75 mm considera pedra de mão Obs.: Para efeito de dosagem pode-se utilizar o dmáx= 25 mm para uma mistura de

brita 1 + brita 2.

A brita 1 é o produto mais utilizado pela construção civil, muito apropriado para fabricação de concreto para qualquer tipo de edificação de colunas, vigas e lajes, como, em diversas aplicações na construção de edificações de grande porte.

Para Sampaio e Almeida (2008), os calcários são rochas sedimentares compostas, basicamente, por calcita (CaCO3), com 53 % de CaO. Ocorre no sistema cristalino e hexagonal com boa clivagem romboédrica, com dureza: 3 (escala Mohs), densidade: 2,72. Comumente ocorre na cor branca ou sem cor (hialino) e colorida, quando contém impurezas. As impurezas dos calcários variam muito em tipo e quantidade, entretanto merecem ser examinadas, sob o aspecto econômico, para se verificar se elas afetam a utilidade da rocha. Estas impurezas acompanham o processo de deposição do CaCO3 ou ocorreram em estágios posteriores à deposição. Tais impurezas podem ser fatores limitantes ao aproveitamento econômico dos calcários, essencialmente, quando utilizados para fins nobres.

Os autores ainda especificam que as rochas calcárias possuem em sua composição principal variações de dolomita, calcita e impurezas. O calcário calcítico possui maior concentração de óxido de cálcio (CaO) e baixo teor de óxido de magnésio (MgO) (abaixo de 5%). Já o dolomítico é constituído por maior concentração de óxido de cálcio e magnésio,

onde sua origem pode ter sido secundária, por meio da substituição do cálcio pelo magnésio.

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